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Mito das Três Raças e a História de Ícaro Luiz Vidal dos Santos

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Aplicação prática e teórica
Questão discursiva: 
Leia a reportagem a seguir: ?Antes de pedalar pelas ruas de Amsterdã com uma bicicleta vermelha e um sorriso largo, como fez na tarde da quarta-feira da semana passada, Ícaro Luís Vidal dos Santos, 25 anos, percorreu um caminho duro, mas que poderia ter sido bem mais tortuoso. Talvez instransponível. Ele foi o primeiro cotista negro a entrar na Faculdade de Medicina da Federal da Bahia. Formando da turma de 2011, Ícaro trabalha como clínico geral em um hospital de Salvador. A foto ao lado celebra a alegria de alguém que tinha tudo para não estar ali. É que, no Brasil, a cor da pele determina as chances de uma pessoa chegar à universidade. Para pobres e alunos de escolas públicas, também são poucas as rotas disponíveis. Como tantos outros, Ícaro reúne várias barreiras numa só pessoa: sempre frequentou colégio gratuito, sempre foi pobre ? e é negro. Mesmo assim, sua história é diferente. Contra todas as probabilidades, tornou-se doutor diplomado, com dinheiro suficiente para cruzar o Atlântico e saborear a primeira viagem internacional.? (Revista Isto É, 05/04/2013).
A partir da leitura do texto acima explique em que consiste o ?Mito das Três Raças? e interprete a história de Ícaro Luiz Vidal dos Santos com base nas discussões acerca da atualidade desse mito.
Resposta: O mito das três raças está baseado na origem da sociedade brasileira. A mistura formada por elementos étnicos: branco, negro e indígena, através de suas relações sociais e pessoais, proporcionou a identidade nacional brasileira.
Vários autores explicam a formação racial/cultural da nossa sociedade. Uns citam como positivas e outros negativas.Peter Fry, acredita que essa mistura serve como uma orientação para se avaliar as relações sociais, positivas ou negativas, pois corresponde à realidade idealizada. O Conde de Gobineau, via a mistura de raças como fator de decadência e degenerescência da sociedade brasileira, influenciando a obra de expoentes do pensamento brasileiro como Sílvio Romero, Olveira Vianna e Nina Rodrigues. Gilberto Freyre  acredita que a mistura de diferentes grupos étnicos é positivo pois é capaz de promover uma democratização a partir da posição ambivalente do mestiço. Sérgio Buarque de Holanda em seu estudo intitulado Raízes do Brasil. afirma que os males do país não provêm da miscigenação. São oriundos da personalidade do português. Essa personalidade se apresenta tão dominante que a mistura com índios e negros não conseguiu superá-la. A cordialidade favoreceria, segundo o autor, a dinâmica social através da emoção, ao invés de regras sociais fixas. Já Darcy explica o Brasil em seu nascedouro: o cunhadismo.
Sendo assim, um negro chegar a formação de médico consagrado no Brasil é uma exceção, pois ainda, apesar de mudanças culturais, a sociedade brasileira guarda, seja conscientemente ou não, o preconceito em sua formação, negando espaços que só pertencem a uma parcela de sua classe racial: a branca e rica.
Questão de múltipla escolha:
Há uma "ideologia abrangente" permeando todas as camadas e espaços sociais: "preguiça do índio", "melancolia do negro", a "cupidez" e "estupidez", do branco lusitano, responsáveis, nessa visão popular, pelo nosso atraso econômico e social, indigência cultural e a nossa necessidade de autoritarismo político, fator corretivo básico neste universo social que, entregue a si mesmo, só poderia degenerar.  (Roberto da Matta in Relativizando: uma introdução à antropologia social).
O fragmento de texto acima se refere ao pensamento de:
A) Gilberto Freyre
B) Sérgio Buarque de Hollanda
C) Conde de Gobineau
D) Darcy Ribeiro
E) Fernando Henrique Cardoso
Resposta: Item A

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