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Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC Departamento de Biologia e Farmácia Citologia Introdução Prof. Dr. Andreas Köhler 2º Semestre 2012 Prof. Dr. Andreas Köhler Laboratório de Entomologia: Sala 1509 Telefone: 51 - 37177529Telefone: 51 - 37177529 E-mail: andreas@unisc.br Biologia celular ou citologia é o ramo da biologia que estuda as células no que diz respeito à sua estrutura, suas funções e sua importância na complexidade dos seres vivos. A citologia concentra-se no entendimento do funcionamento dos vários sistemas celulares, o aprendizado de como estas células são reguladas e a compreensão do funcionamentocélulas são reguladas e a compreensão do funcionamento de suas estruturas. A citologia é um estudo detalhado dos componentes da célula. Estes componentes são de importância vital para a vida da célula e em geral para a vida dos seres vivos (os quais são formados por células). Anatomia Histologia Citologia Bioquimica A ORGANIZAÇÃO DAS CÉLULAS A célula: unidade básica da vida Teoria celular: - Todos os organismos são compostos de células. - Todas as células são originadas a partir de células- Todas as células são originadas a partir de células preexistentes. Cada célula contem pelo menos 10 mil tipos diferentes de moléculas para transformar matéria e energia, responder aos seus ambientes e reproduzir. O tamanho da célula Muitas células são pequenas. O volume das células varia de 1 a 1.000 µµµµm3; as células são minúsculas. A razão para isso está relacionada à mudança na razão de área da sua superfície e volume de qualquer objeto que aumenta em tamanho. À medida que a célula aumenta em volume, a área de sua superfície também aumenta, mas não na mesma proporção. Esse fenômeno tem um grande significado biológico porque o volume de uma célula determina a quantidade de atividadevolume de uma célula determina a quantidade de atividade química realizada por unidade de tempo, mas a área de sua superfície determina a quantidade de substâncias que uma célula pode catar de seu ambiente externo e a quantidade de resíduos que pode ser liberados ao ambiente. Isso explica por que organismos grandes consistem de muitas células pequenas: as células são pequenas em volume para manter uma grande razão de superfície da área por volume. Os reinos de seres vivos Desde o tempo do Aristóteles os seres vivos eram grupados e dois reinos, Vegetal e Animal. O biólogo Ernst Haeckel (1834-1919) propôs a criação de dois novos reinos, Protista e Monera, para incluir osde dois novos reinos, Protista e Monera, para incluir os organismos estruturalmente mais simples. Em 1969 o biólogo R. H. Whittaker sugeriu que os fungos, tradicionalmente classificados no reino Vegetal, fossem separados em um reino à parte, denominado Fungo. Reino Monera: seres vivos unicelulares e procariontes: as bactérias e as cianobactérias: Reino Protista: os protozoários, seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos, e as algas, seres eucariontes, unicelulares ou multicelulares, e autótrofo fotossintetizantes. Reino Fungo: seres eucariontes, unicelulares ou multicelulares, que seseres eucariontes, unicelulares ou multicelulares, que se assemelham às algas na organização e na reprodução, mas diferem delas por serem heterótrofos. Reino Vegetal: as plantas, seres eucariontes, multicelulares e autótrofo fotossintetizantes. Reino Animal: os animais, seres eucariontes, multicelulares e heterótrofos. Vírus: Os vírus são seres diminutos, visíveis apenas ao microscópio eletrônico, constituídos por apenas duas classes de substâncias químicas: ácido nucléico, que pode ser DNA ou RNA, e proteína. O que diferencia os vírus de todos os outros seres vivos é que eles são acelulares, oude todos os outros seres vivos é que eles são acelulares, ou seja, não possuem estrutura celular. Microscopia óptica O microscópio óptico é um instrumento usado para ampliar e regular, com uma série de lentes multicoloridas e ultravioleta capazes de enxergar através da luz, estruturas pequenas e grandes impossíveis de visualizar a olho ou sem óculos. É constituído por um componente mecânico que suporta econstituído por um componente mecânico que suporta e permite controlar um componente óptico que amplia as imagens. A parte óptica do microscópio consiste em três sistemas de lentes: o condensador, a objetiva e a ocular. 1. Pé ou base – serve de apoio dos restantes componentes do microscópio. 2. Coluna ou Braço – fixo à base, serve de suporte a outros elementos. 3. Mesa ou Platina – onde se fixa a preparação a observar; tem uma janela por onde passam os raios luminosos e também parafusos dentados que permitem deslocar a preparação. 4. Tubo ou canhão – suporta a ocular na extremidade superior. 5. Revólver ou Óptico – peça giratória portadora de objetivas de diferentes ampliações que podem ser de 20x, 40x e 100x. O condensador concentra a luz e projeta um feixe luminoso sobre o objeto em estudo. A objetiva projeta uma imagem aumentada do objeto, em direção à ocular, que novamente amplia a imagem e a projeta sobre a retina, sobre uma tela ou sobre uma chapa fotográfica. A ampliação total dada pelo microscópio é igual ao aumento da objetiva multiplicado pelo aumento da ocular.da objetiva multiplicado pelo aumento da ocular. O fator mais significante para uma boa imagem é a resolução, que é a menor distância para que duas partículas apareçam como objetos separados. O limite de resolução dos melhores microscópios óticos é de 0,2 µm. A ampliação total obtida sem distorção, não ultrapassa as 1.200x. 0 % 6 % 20 % - Aumento maior - Resolução menor Aumento Aumento Microscopia de fundo escuro É uma aplicação do princípio de Tyndall. Assim os corpúsculos a examinar são fortemente iluminados por feixes luminosos que penetram lateralmente, o que é conseguido com condensadores especiais. Deste modo, a única luz que penetra na objetiva é a difratada pelas partículas presentes na preparação, pelo que passam a ser visíveis em fundo escuro também.escuro também. Microscopia de fluorescência Permite observar microorganismos capazes de fixar substâncias fluorescentes (fluorocromos). A luz UV, ao incidir nessas partículas, provoca a emissão de luz visível e observa-se os microorganismos a brilhar em fundo escuro. Microscopia de contraste de fase Permite visualização de microrganismos vivos, sem coloração, através do contraste devido à diferença de fase dos raios luminosos que atravessam o fundo relativamente à fase da luz que atravessa os microrganismos. Esta diferença de fase é conseguida por utilização de uma objetiva de fase, que consiste num disco de vidro com um escavação circular, de modo que a luz que atravessa aescavação circular, de modo que a luz que atravessa a escavação tem diferença de 1/4 de fase em relação à que travessa a outra porção do vidro. Assim, os objetos não corados podem funcionar como verdadeiras redes de difração, pois os pormenores da sua estrutura resultam de pequenas diferenças nos índices de refração dos componentes celulares, e estes originam diferenças de fase nas radiações que os atravessam. Microscopia eletrônica O microscópio eletrônico é um microscópio com potencial de aumento muito superior ao óptico. Foi inventado em 1932 e vem sendo aperfeiçoado desde então. A diferença básica entre o microscópio óptico e o eletrônico é que neste último não é utilizada a luz, mas sim feixes de elétrons. No microscópio eletrônico não há lentes de cristal e sim bobinas, chamadas de lentes eletromagnéticas. O objetivo do sistema de lentes do MEV, situado logo abaixo do canhão de elétrons, é o de demagnificar a fonte de elétrons para um tamanho final de 1 nm - 1 µm ao atingir a amostra. Isto representa uma demagnificaçãoda ordem de 10.000 vezes e possibilita que a amostra seja varrida por um feixe muito fino de elétrons. Os elétrons podem ser focados pela ação de um campo eletrostático ou de um campo magnético. As lentes presentes dentro da coluna, na grande maioria dos microscópios, são lentes eletromagnéticas. Essas lentes são as mais usadas pois apresentam menor coeficiente de aberração. Após o feixe de elétrons incidir na amostra isso acarreta a emissão de elétrons com grande espalhamento de energia,emissão de elétrons com grande espalhamento de energia, que são coletados e amplificados para fornecer um sinal elétrico que é utilizado para modular a intensidade de um feixe de elétrons num tubo de raios catódicos, assim em uma tela é formada uma imagem de pontos mais ou menos brilhantes, semelhante à de um televisor em branco e preto. Não é possível observar material vivo neste tipo de microscópio. O material a ser estudado passa por um complexo processo de desidratação, fixação e inclusão em resinas especiais, muito duras, que permitem cortes ultrafinos obtidos através das navalhas de vidro do instrumento conhecido como ultramicrótomo. Existem três tipos de microscópio eletrônico básico:Existem três tipos de microscópio eletrônico básico: - de transmissão - usado para a observação de cortes ultrafinos; - de varredura (ou M.E.V.) - capaz de produzir imagens de alta ampliação para a observação de superfícies; - de tunelamento (ou M.E.V.T.) - para visualização de átomos. Microscópio eletrônico de transmissão Um microscópio eletrônico de transmissão (MET) é uma técnica de microscopia na qual um feixe de elétrons é emitido em direção a uma amostra ultra fina, interagindo com a amostra enquanto a atravessa. Uma imagem é formada na interação dos elétrons transmitidos através da amostra; a imagem é ampliada e focada em um dispositivo de imagem, como uma tela fluorescente, ou uma camada de filmecomo uma tela fluorescente, ou uma camada de filme fotográfico, ou detectada por um sensor como uma câmera. Microscópio eletrônico de varredura O microscópio eletrônico de varredura (MEV) é um tipo de microscópio eletrônico capaz de produzir imagens de alta resolução da superfície de uma amostra. Devido a maneira com que as imagens são criadas, imagens de MEV tem uma aparência tridimensional característica e são úteis para avaliar a estrutura superficial de uma dada amostra. Espécimes sólidos não condutivos devem ser cobertos com uma camada de material condutivo. Uma cobertura ultrafina de material eletricamente condutiva é depositada por evaporação na superfície, utilizando-se ouro, ouro/paládio, platina, tungstênio, grafite, etc. Microscópio de corrente de tunelamento O microscópio de corrente de tunelamento, ou simplesmente microscópio de tunelamento, inventado em 1981, permite obter imagens de átomos e moléculas, utilizando-se uma agulha microscópica na qual se aplica uma tensão elétrica. A imagem é formada ao se analisar a variação da correnteA imagem é formada ao se analisar a variação da corrente entre a agulha e a superfície que se quer fotografar, quando a agulha desliza sobre esta superfície. Essa tecnologia permite medir as propriedades físicas dos objetos analisados e estudar as forças entre moléculas e átomos, e observar as estruturas em escala atômica. O microscópio é capaz de obter imagens numa escala atômica de 2×10-10 ou 0,0000000002 metros, sendo usado na manipulação individual de átomos, acompanhamento de reações químicas, reversão de íons produzida pela remoção ou adição individual de elétrons e moléculas. Em 1989, utilizando um microscópio de tunelamento, cientistas da IBM escreveram as letras "I-B-M", em uma superfície de níquel, com 35 átomos de xenônio.superfície de níquel, com 35 átomos de xenônio. Como são feitas as lâminas histológicas? Como órgãos muito delgados são raros. A maioria precisa ser reduzida a cortes finos, suficiente transparentes para serem examinados ao microscópio. Estes cortes são feitos com instrumento denominado micrótomo. Antes de serem cortados os tecidos devem passar por uma serie de tratamentos: Fixação fixador simples ou em mistura fixadora Preservar a morfologia e a composição dos tecidos. Desidratação Álcool Remover a água dos tecidos. Clareamento benzol, xilol, tuluol Embeber a peca em substância miscível com a parafina.tuluol com a parafina. Impregnação parafina, em estufa A parafina penetra nos vasas, nos espaços intercelulares e mesmo no interior das células, impregnando o tecido e tornando mais fácil a obtenção dos cortes no micrótomo. Inclusão Parafina Obtenção de bloco de parafina de forma regular, para ser cortado no micrótomo. A coloração facilita a visualização dos componentes: A maioria dos tecidos é incolor, o que torna difícil sua observação ao microscópio óptico. Devido a isso, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos, de modo a tornar suas componentes visíveis e destacando uns dos outros. Os componentes dos tecidos, que se coram com corantes básicas são chamados basófios, sendo chamados de acidófilos os que se ligam a corantes ácidos: Corantes básicos: azul-de-toluidina, azul-de-metileno Corantes ácidos: orange G, eosina, fuscina ácida Os termos histoquímica e citoquímica são usados para indicar os métodos para a localização de diferentes substâncias nos cortes de tecidos. Os métodos têm por base reações químicas especificas ou a interação macromolecular de alta afinidade; para cada grupo das substâncias, como por exemplo lipídios,cada grupo das substâncias, como por exemplo lipídios, ácido ribonucléico, polissacarídeos, ou cada reação química existem corantes especificas. A Imuno-histoquímica cora proteínas individuais, tais como a Tirosina Hidroxilase (em verde) nos axônios de neurônios autonômicos simpáticos.
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