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Módulo V Constitucional Prof. Marcílio

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Prof. Marcílio Ferreira 
Professor de cursos preparatórios e pós-graduação 
Procurador do Estado de Goiás 
Doutorando em Direito Público 
Professional Coach 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
XXV Exame de Ordem 
 
 
 
 
 
CONTATOS: 
Instagram: @profmarcilioferreira 
E-mail: contato@marcilioferreira.com 
WhatsApp: (62) 98215-0295 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Não se preparar é o maior 
dos crimes; estar preparado 
de antemão para qualquer 
contingência é a maior das 
virtudes" (Sun Tzu) 
 
Direito Constitucional – Exame de Ordem – Prof. Marcílio Ferreira 
 
 
Instagram: @profmarcilioferreira / E-mail: contato@marcilioferreira.com / WhatsApp: (62) 98215-0295 
2 
 
] 
MÓDULO V 
 
18 Organização dos Poderes. 
18.1 Poder Legislativo. 
18.1.2 Processo Legislativo 
18.2 Poder Executivo. 
18.3 Poder Judiciário e Funções Essenciais à Justiça. 
18.4. Funções Essenciais à Justiça. 
 
18 Organização dos Poderes 
 
A República brasileira adota o modelo de três poderes: 
- Poder Executivo; 
- Poder Legislativo; e 
- Poder Judiciário. 
 
De acordo com o art. 2º da CF/88: “São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
 
Esses poderes exercem funções típicas e atípicas. Cada um possui 
uma função regular para a qual foi criado, porém a Constituição lhe outorga o 
exercício de funções extraordinárias. Além disso, os poderes exercem controle 
entre si, a fim de impedir eventuais excessos. 
 
 
ÓRGÃO 
 
 
FUNÇÃO TÍPICA 
 
FUNÇÃO ATÍPICA 
 
LEGISLATIVO 
 
Legislar 
Fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária e 
patrimonial do Executivo. 
 
 
Natureza executiva: ao dispor 
sobre sua organização, provendo 
cargos, concedendo férias, licenças 
a servidores etc. 
 
Natureza jurisdicional: o Senado 
julga o Presidente da República 
nos crimes de responsabilidade 
(Art. 52, I) 
 
 
 
EXECUTIVO 
 
Prática de atos de chefia de 
Estado, chefia de governo e 
atos de administração 
 
Natureza legislativa: o Presidente 
da República, por exemplo, adota 
medida provisória, com força de lei 
(Art. 62) 
 
 
 
 
JUDICIÁRIO 
 
Julgar (função jurisdicional), 
dizendo o direito no caso 
concreto e dirimindo os 
conflitos que lhe são levados, 
quando da aplicação da lei. 
 
Natureza legislativa: regimento 
interno de seus tribunais (art. 96, I, 
“a”) 
 
Natureza executiva: administra, ao 
conceder licenças e férias aos 
magistrados e serventuários (Art. 
96, I, “f”) 
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3 
 
 
18.1 Poder Legislativo. 
 
A) Aspectos gerais 
 
 
 
PODER 
LEGISLATIVO 
 
União 
Congresso Nacional 
(Câmara dos Deputados e Senado Federal). 
 
Estado 
Assembleias Legislativas 
 
Distrito 
Federal 
Câmara Legislativa do Distrito Federal 
 
Municípios 
Câmara dos Vereados 
 
 
O Poder Legislativo Federal, bicameral, é exercido pelo Congresso 
Nacional (Art. 44 CF/88), que se compõe da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
 
É fundamental que se diferenciem os Legislativos Estadual, Distrital e 
Municipal, nos quais se consagra o sistema unicameral. 
 
O bicameralismo do Legislativo Federal está intimamente ligado à 
escolha pelo legislador constituinte da forma federativa de Estado. 
 
No Senado Federal, encontram-se representantes de todos os 
Estados membros e do Distrito Federal (eleitos pelo sistema majoritário – 3 
senadores por estado), consagrando o equilíbrio entre as partes da Federação. 
 
Na Câmara dos Deputados, Os Deputados Federais são escolhidos 
pelo sistema proporcional, por isso é dito que o mandato “pertence ao partido e 
não ao canditado”. O número de Deputados Federais irá variar de Estado para 
Estado, conforme dispões o texto constitucional (Art. 45, § 1º, CF/88). 
 
FIDELIDADE PARTIDÁRIA: 
Nos cargos sujeitos ao sistema proporcional, previstos no Art. 45, caput, da 
CRFB/88, o mandato eletivo pertence ao partido político e, não, ao 
parlamentar. Nos cargos sujeitos ao sistema majoritário, o mandato eletivo 
pertence ao parlamentar e, não, ao partido politico. 
 
B) Imunidades parlamentares (CF/88, art. 53) 
 
Imunidades parlamentares são prerrogativas inerentes à função 
parlamentar, garantidoras do EXERCÍCIO DO MANDATO PARLAMENTAR, 
com plena liberdade. 
 
Referidas prerrogativas, dividem-se em dois tipos: 
 
TIPO DE IMUNIDADE OBJETO 
Imunidade material Impede a imputação do crime em si ao 
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parlamentar. A ação se torna atípica. (natureza 
material) 
Imunidade formal Impede ou posterga a instauração de um processo 
criminal ou a prisão de um parlamentar. (natureza 
processual) 
 
i) Imunidade material ou inviolabilidade parlamentar 
 
Garante que os parlamentares no EXERCÍCIO DA FUNÇÃO são 
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e 
votos, desde que proferidos em razão de suas funções parlamentares, NO 
EXERCÍCIO E RELACIONADOS AO MANDATO. 
 
ATENÇÃO: Nesse sentido, segundo o STF, “... a inviolabilidade alcança toda 
manifestação do congressista onde se possa identificar um laço de implicação 
recíproca entre o ato praticado, ainda que fora do estrito exercício do mandato, e a 
qualidade de mandatário político do agente” (RE 210.917, Rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, j. 12.08.1998, DJ de18.06.2001; AI 493.632 -AgR, Rel. Min. Carlos 
Britto, j. 13.11.2007, DJE de 14.03.2008). 
 
Importante saber que a imunidade material (inviolabilidade) impede 
que o parlamentar seja condenado, na medida em que há ampla 
descaracterização do tipo penal, irresponsabilizando – o penal, civil, política 
e administrativamente (disciplinarmente). Trata-se de irresponsabilidade 
geral, desde que, é claro, tenha ocorrido o fato em razão do exercício do 
mandato e da função parlamentar 
 
ATENÇÃO: Art. 55 § 1º, CF/88 (EXCESSO) – Responsabilidade Política. O 
Parlamentar pode ser responsabilizado (quebra do decoro parlamentar), pois a 
imunidade não serve para proteger abusos. 
 
Quem possui? Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual 
(mesmas regras do Deputado Federal) e vereadores. 
 
No caso dos Vereadores, a imunidade só existe quando preenchidos 
dois requisitos (CF, art. 29): Exercício da função + Dentro da circunscrição do 
município em que exerce o mandato (município). 
 
ii) Imunidade formal ou processual 
 
Está relacionada à prisão dos parlamentares, bem como ao processo 
a ser instaurado contra eles. 
 
Prisão 
O parlamentar não pode ser preso, exceto em caso de flagrante de crime 
inafiançável. Se ele for preso, a Casa parlamentar a que ele está vinculado 
deve ser comunicada no prazo de 24 horas para que delibere sobre a prisão 
por maioria absoluta (Art. 53, § 2.º, CF/88). 
 
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PROCESSO 
1- Crimes praticados ANTES da DIPLOMAÇÃO 
O processo tramita normalmente, o que ocorre é a alteração da competência 
pelo foro por prerrogativa de função # imunidade. 
Se parlamentar no âmbito federal = STF 
 âmbito estadual = TJ 
 
2- Crimes praticados APÓS a diplomação, durante o mandato... 
A Casa parlamentar pode suspender o processo por pedido de partido político 
com representação. O pedido será encaminhado à mesa e a casa parlamentar 
terá45 dias para decidir. 
 
ATENÇÃO: Os processos criminais durante o mandato podem ter seu 
andamento suspenso. Se houver a suspensão do processo, haverá a 
suspensão da prescrição penal. (Art. 53, § 3º) 
 
Obs. Importante !!! Ex-parlamentar, parlamentar licenciado, 
afastado = não tem imunidade (prerrogativa da função). 
 
Encerrou o mandato, perde as prerrogativas de função. 
 
c) Foro por prerrogativa de função 
 
Tendo em vista a importância do cargo público que ocupam, são 
julgadas e processadas criminalmente por órgãos jurisdicionais superiores, 
distintos do foro comum previsto aos cidadãos em geral. 
 
Supremo Tribunal Federal - Art. 102, I, “b”, “c” CF/88 - Art. 52, I, 
 
Competência por prerrogativa de função atinge também crime eleitoral 
e até mesmo a contravenção penal. 
 
Superior Tribunal de Justiça Art. 105, I, “a”, CF/88. 
 
O entendimento do próprio STJ é no sentido de que prevalece a 
competência da Justiça Eleitoral, no particular o Tribunal Superior Eleitoral, 
para o processo e o julgamento do delito, uma vez tratar-se de órgão 
jurisdicional especializado para conhecimento da matéria. 
 
Tribunais Regionais Federais - ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral - Art. 108, I, a, CF/88. 
 
Tribunais Estaduais, Art. 29, X, CF/88, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral (Art. 96, III, CF/88). Ainda em relação aos Tribunais Estaduais, 
preceitua o artigo 125 da Carta Magna que aos Estados, observados os 
preceitos constitucionalmente firmados, incumbe a organização de sua Justiça 
e que “a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, 
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça” (art. 
125, §1°, CF/88). 
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ATENÇÃO: Pelo princípio da simetria, as autoridades estaduais que ocuparem 
cargos ou exercerem funções equivalentes aos de âmbito federal têm a 
prerrogativa de ser julgadas por órgão jurisdicional superior que represente o 
equivalente estadual ao previsto na Lei Maior para os cargos federais. É de se 
atentar, porém, que o STJ já decidiu ser inconstitucional dispositivo constante 
em Constituição Estadual que institua foro por prerrogativa de função não 
previsto na Constituição Federal ou em lei federal. 
 
PRERROGATIVA DE FORO E PERDA DO MANDATO: A perda do mandato 
reflete na perda da prerrogativa de foro, exceto: (a) quando já iniciado o 
julgamento; (b) quando houver claro intuito de fraudar a competência da Corte. 
 
d) Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) 
 
As comissões parlamentares de inquérito (CPI) são temporárias, 
podendo atuar também durante o recesso parlamentar. Têm o prazo de 120 
dias, prorrogável por até metade, mediante deliberação do Plenário, para 
conclusão de seus trabalhos. 
 
São criadas a requerimento de pelo menos 1/3 do total de membros 
da Casa. No caso de comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI), é 
necessária também a subscrição de 1/3 do total de membros do Senado e será 
composta por igual número de membros das duas Casas legislativas. 
 
As CPIs e CPMIs destinam-se a investigar fato de relevante interesse 
para a vida pública e para a ordem constitucional, legal, econômica ou 
social do País. Têm poderes de investigação equiparados aos das autoridades 
judiciais, tais como determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir 
testemunhas, requisitar de órgãos e entidades da administração pública 
informações e documentos, requerer a audiência de Deputados e Ministros de 
Estado, tomar depoimentos de autoridades federais, estaduais e municipais, 
bem como requisitar os serviços de quaisquer autoridades, inclusive policiais. 
Além disso, essas comissões podem deslocar-se a qualquer ponto do território 
nacional para a realização de investigações e audiências públicas e estipular 
prazo para o atendimento de qualquer providência ou realização de diligência 
sob as penas da lei, exceto quando da alçada de autoridade judiciária. 
 
Tem por objetivo a apuração de um fato determinado por um prazo 
certo. 
 
Poderes da CPI: As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) 
possuem apenas a finalidade de INVESTIGAR fatos (poderes típicos de 
autoridade judicial), não podendo punir. As suas conclusões devem ser 
encaminhadas aos órgãos de controle, como o Ministério Público. Quais os 
poderes da CPI? 
 
PODE (a) convocar autoridades, sob pena de crime de responsabilidade; 
(b) quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico; 
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NÃO 
PODE 
(a) interceptação telefônica; 
(b) decretar indisponibilidade de bens. Não pode mandar prender 
(salvo em flagrante); 
(c) determinar medidas processuais de garantia, tais como: 
sequestro e indisponibilidade de bens (Informativo 158 do STF); 
(d) impedir que pessoa deixe o País; 
(e) decretar prisão preventiva; 
(f) tomar decisões imotivadas (Informativo 162 do STF). 
 
18.1.2 Processo Legislativo 
 
Processo legislativo pode ser entendido juridicamente como um 
conjunto de disposições coordenadas que disciplinam procedimento a ser 
observado pelos órgãos competentes na produção e elaboração das leis e atos 
normativos (Art.59, CF/88). 
 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, 
alteração e consolidação das leis. 
 
Não observadas as etapas do processo legislativo, seu produto será 
um objeto inconstitucional, sujeito, portanto, ao controle repressivo de 
constitucionalidade, tanto em sua forma difusa quanto concentrada. 
 
ATENÇÃO: É importante saber que o Supremo Tribunal Federal considera, em 
seus acórdãos, as regras básicas de processo legislativo previstas na 
Constituição Federal como modelos obrigatórios às Constituições 
estaduais, declarando que o modelo estruturador do processo legislativo, 
tal como delineado em seus aspectos fundamentais pela Carta da 
República, impõe-se, como padrão normativo, de compulsório 
atendimento, à observância incondicional dos Estados membros. A essa 
projeção chama-se princípio do paralelismo ou da simetria constitucional – 
REPETIÇÃO OBRIGATÓRIA. 
 
A atividade legiferante é exercida com primazia pelo Poder Legislativo, 
porém não exclusiva, como por exemplo, a edição de medida provisória pelo 
chefe do Poder Executivo. 
 
No processo legislativo, existem três fases: fase introdutória, de 
iniciativa da lei; fase constitutiva, em que haverá discussão e votação do 
projeto; e fase complementar, composta pela promulgação e publicação. 
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A) Fase introdutória: É a fase de apresentação do projeto ao Poder 
Legislativo, podendo ser por um parlamentar ou por algum legitimado 
constitucional. 
 
Os projetos terão início na Câmara dos Deputados, sendo o Senado a 
casa revisora. A exceção é quando o membro do Senado apresenta o projeto, 
hipótese em que começará a tramitar no próprio Senado. 
 
FASE INTRODUTÓRIA 
a) parlamentar: membros e comissões do Congresso Nacional e suas duas 
Casas; 
 
b) extraparlamentar: chefe do Poder Executivo, procurador-geral da 
República, STF, Tribunais Superiores, Ministério Público e cidadãos(eleitores). *Verificar as hipóteses de iniciativa privativa do Presidente da 
República (CF, art. 61, §1º) 
 
 
B) Fase constitutiva: Ocorre mediante ampla discussão e votação nas 
duas casas, através da deliberação parlamentar. 
 
FASE CONSTITUTIVA 
Casa iniciadora (Regra – Câmara dos Deputados): 
Aprovado – encaminha a casa Revisora. 
OBS: Se a Casa rejeitar, o projeto será encaminhado ao arquivo (princípio 
da irrepetibilidade) e não poderá ser apresentado novamente na mesma 
sessão legislativa (02-02 a 17-07 e 01-08 a 22-12), SALVO mediante 
proposta da maioria absoluta Art. 67, CF/88. 
 
Casa revisora (Regra – Senado Federal): 
Obs.: Se a casa revisora fizer alterações significativas, estas deverão ser 
analisadas pela Casa iniciadora. 
Autógrafo: Documento formal que traduz o trâmite legislativo e explicita, 
com rigor e exatidão, o teor final do projeto de lei. 
PROJETO de lei seja aprovado nas duas Casas Legislativas, o chefe do 
Poder Executivo em 15 dias contados do recebimento do projeto de lei, 
deverá participar do exercício vetando ou sancionando (expresso ou 
tácito) o projeto (deliberação executiva). 
Veto: Deve ser comunicado ao Presidente do Senado em 48 horas. 
 Será apreciado pelas casas (sessão conjunta) em até 30 dias e pode 
ser “derrubado”, pelo voto da maioria absoluta dos deputados federais e 
dos senadores. 
 
C) Fase complementar: É a fase final do processo legislativo, 
composta pela promulgação (Art. 66, § 7º, CF/88) e a publicação (condição de 
eficácia) da lei. 
 
FASE COMPLEMENTAR 
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Promulgar é declarar a existência de uma lei e a inovação da ordem jurídica. 
Assim, a promulgação demonstra um ato perfeito e acabado. A regra geral é 
que o próprio presidente da República promulgue a lei, mesmo nos casos em 
que seu veto tenha sido derrubado pelo Congresso Nacional. 
Prazo de 48 horas, se não fizer caberá ao presidente do Senado fazer em 
igual prazo. 
Já publicação significa uma comunicação dirigida àqueles que devam cumprir 
a norma, cientes de sua existência e conteúdo, uma vez que ela está 
publicada e conta com a eficácia que o ato que dá. 
Obs: Embora não haja nenhuma previsão constitucional, entende-se que 
a publicação compete à autoridade que efetivou a promulgação, sendo 
crime de responsabilidade a omissão. 
 
Feitos esses breves comentários, passemos à análise dos atos 
legislativos em espécie: 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL – ART. 60, CF/88. 
 
Consagrado a ideia da supremacia da ordem constitucional, o 
legislador constituinte elegeu a emenda constitucional como o instrumento 
capaz de alterar a Constituição Federal. Assim, ao escolher um processo 
legislativo especial mais complexo do que o ordinário, acabou por classificar 
nossa Constituição rígida. 
 
Uma proposta de emenda Constitucional tem a seguinte iniciativa 
concorrente: presidente da República; um terço, no mínimo e separadamente, 
dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; mais da 
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se cada uma dela pela maioria relativa de seus membros. 
 
Não existe deliberação executiva em relação às emendas, ou seja, o 
presidente da República não veta ou sanciona proposta de emenda. 
 
Finalmente, a emenda deve ser promulgada pelas Mesas das duas 
Casas em conjunto. Ainda que a Constituição seja omissa quanto à 
publicação, entende-se que esta é competência do Congresso Nacional. 
 
Em relação ao alcance, as emendas constitucionais não podem alterar 
as chamadas cláusulas pétreas, presentes no artigo 60, § 4º, incisos I a IV, da 
Constituição Federal. 
 
LEI COMPLEMENTAR E LEI ORDINÁRIA – ART. 61, CF/88. 
 
A razão da existência da lei complementar se dá pelo fato de o 
legislador constituinte entender que determinadas matérias, ainda que 
importantes, não devem ser tratadas no texto da própria Constituição. 
 
Pode-se dizer que existem duas diferenças básicas entre a lei 
complementar e a lei ordinária. A primeira delas é uma diferença material, já 
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10 
 
que só pode ser objeto de lei complementar a matéria expressamente 
prevista na Constituição Federal, enquanto as demais matérias devem ser 
objeto de leis ordinárias. 
 
A segunda diferença, também chamada de formal, refere-se ao 
processo legislativo na fase de votação. Enquanto o quórum para aprovar a 
lei complementar é o absoluto, o quórum que aprova a lei ordinária é o 
simples ou relativo. 
 
O rito de elaboração da lei complementar segue o modelo do processo 
legislativo, visto na introdução deste tema. 
 
LEI DELEGADA – ART. 68 CF/88 
 
Elaborada pelo presidente da República em função de autorização 
expressa do Poder Legislativo e nos limites impostos por este, constitui 
delegação externa da função de legislar, possibilitando ao Executivo 
regulamentar assuntos mais próximos de si com maior grau de eficiência. 
 
Uma vez encaminhada a solicitação do presidente ao Congresso 
Nacional, será submetida a votação pelas duas Casas, em sessão conjunta ou 
separadamente, e, se aprovada por maioria simples, terá forma de resolução. 
 
A resolução, por sua vez, deverá especificar os limites do ato do 
presidente e se existe necessidade ou não de remessa do texto ao Congresso 
para análise final antes da promulgação. Na hipótese de o presidente 
extrapolar os limites impostos pelo Legislativo, o Congresso Nacional 
poderá se valer de um decreto legislativo para sustar os efeitos da lei 
delegada, o que não afasta a existência do eventual ADI como 
instrumento de controle da constitucionalidade. 
 
Espécies de Lei Delegada: A Lei Delegada é prevista na Constituição 
Federal, porém existem duas espécies de delegação constitucionalmente 
previstas: 
 
Delegação 
típica 
Congresso delega ao 
Chefe do Executivo, sem 
necessidade de retorno 
para análise 
 
Delegação 
atípica 
Congresso delega ao 
Chefe do Executivo, mas 
volta ao Congresso 
para análise, em 
votação única, vedada 
qualquer emenda (CF, 
art. 68, §3o). 
 
 
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MEDIDA PROVISÓRIA – ART. 62, CF/88 
 
A Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, adotado 
pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência. Produz 
efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso Nacional para 
transformação definitiva em lei. Seu prazo de vigência é de 60 dias, 
prorrogáveis uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 
dias, contados da sua publicação, a MP tranca a pauta de votações da Casa 
em que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada. Neste caso, a 
Câmara só pode votar alguns tipos de proposição em sessão extraordinária. 
Observações: 
-Vedações: 
- EC nº 32 
 
CUIDADO! A Medida Provisória pode vigorar por mais de 120 dias no caso de 
recesso parlamentar, em que, o seu prazo ficará suspenso. 
 
DECRETO LEGISLATIVO – BASICAMENTE ART. 49, CF/88. 
 
Constitui espécie normativa cujo objetivo é veicular as matérias de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, basicamente previstas no artigo 
49 da Constituição Federal. O processo legislativo dessa espécie não se 
encontra na Constituição Federal, pois cabe ao próprio Congresso Nacional 
discipliná-lo. 
 
Os decretos legislativos são instruídos, discutidose votados em ambas 
as Casas Legislativas e, se aprovados, são promulgados pelo presidente do 
Senado Federal, na qualidade de presidente do Congresso Nacional, que 
também determina sua publicação. Ressalte-se, ainda, que o presidente da 
República nem sempre participa desse processo. 
 
REGRA PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E PODER REGULAMENTAR: 
O Poder Público não pode criar direitos e obrigações, senão mediante lei. Os 
Decretos não podem inovar no ordenamento jurídico (decreto autônomo), mas 
apenas podem dar execução a uma lei existente (decreto executivo). 
 
Como melhor exemplo do uso dos DECRETOS LEGISLATIVOS 
está a incorporação de tratados internacionais do Direito interno. 
 
Isso se dá em TRÊS FASES DISTINTAS: 
1.º fase – Compete privativamente ao presidente da República celebrar 
tratados internacionais. 
2.º fase – O Congresso Nacional tem competência exclusiva para 
resolver definitivamente sobre tratados internacionais. A deliberação do 
Parlamento será realizada por meio da aprovação de um decreto legislativo, 3º 
devidamente promulgado pelo presidente do Senado Federal e publicado. 
 
NOTA – a Emenda 45 estipula que deve ser dado aos tratados e convenções 
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internacionais voltados ao direitos humanos – aprovados pelo Congresso 
Nacional em dois turnos em cada Casa e quorum de 3/5 em cada votação – o 
status de texto constitucional. A isso denomina-se Internacionalização do 
Direito Constitucional e dos Direitos Humanos. Art. 5, parágrafo 3ª, CF/88. 
 
RESOLUÇÃO 
 
É ato normativo do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da 
Câmara dos Deputados, destinado a regulamentar suas matérias internas ou 
de competência privativa. Existem, porém exceções em que uma resolução 
pode ter efeito externo quando dispõe sobre delegação de legislar. 
 
Exemplos de resoluções são as políticas (Senado referendando uma 
nomeação), as deliberativas (ao fixar alíquotas), a de coparticipação na 
função judicial (suspensão de lei declarada inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal) e, finalmente, ato-condição da função legislativa 
(autorização da elaboração de lei delegada). 
 
O processo legislativo das resoluções também não se encontra no 
texto constitucional. Uma vez que elas podem se originar em três fontes, 
apresenta-se a premissa básica válida de forma geral: a resolução isolada de 
cada Casa Legislativa somente por ela será instruída, discutida e votada, 
cabendo a seu presidente promulgá-la e determinar a publicação. No caso de 
resolução do Congresso, a aprovação será bicameral, cabendo a seu 
presidente a promulgação. 
 
PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE: “A matéria constante de proposta de 
emenda OU medida provisória rejeitada ou havida por prejudicada não pode 
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa” (CF, art. 60, §5º e 
62, §10) 
Atenção: Tal princípio é absoluto para EC e MP, mas não para Leis, pois pode 
haver reapresentação caso haja maioria absoluta de qualquer das casas (CF, 
art. 67). 
 
18.2 Poder Executivo 
 
O Poder Executivo constitui órgão cuja função típica é o exercício da 
chefia de Estado, da chefia de governo e da administração em geral do Estado. 
Entre as suas funções atípicas estão o ato de legislar e de julgar seu 
contencioso administrativo. 
 
Da mesma forma que os congressistas, o chefe do Executivo é eleito 
pelo povo e possui várias prerrogativas e imunidades, as quais são garantias 
para o independente e imparcial exercício das funções. 
 
 
 
PODER 
EXECUTIVO 
União Presidente da República – Cumula a 
Função de Chefe de Estado e de Chefe 
de Governo. 
Estados Governador – Chefe de Governo 
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Distrito Federal Governador – Chefe de Governo 
Municípios Prefeito – Chefe de Governo 
 
O Poder Executivo limita-se ao exercício de dois mandatos consecutivos. 
Cuidado: Com a figura por exemplo do pregeito ITINERANTE (candidata 
duas vezes consecutivas em um município e depois vai para outro 
(proibido). 
 
Responsabilidade do Presidente Art. 85, 86 CF/88 
 
Os crimes de responsabilidades são infrações político-administrativas, 
definidas em lei especial federal, que poderão ser cometidas no desempenho 
da função pública e que poderão resultar no impedimento para o exercício da 
função pública (impeachment). 
 
A competência para processar e julgar o Presidente da República nos 
crimes de responsabilidade é do Senado Federal (art. 52, I, CF), após 
autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços (2/3) dos seus 
membros (art. 51, I, CF). 
 
Determina a Constituição que, durante o processo de julgamento dos 
crimes de responsabilidade pelo Senado Federal, funcionará como Presidente 
o do Supremo Tribunal Federal (art. 52, parágrafo único). Sendo que na 
realidade o Senado Federal não estará funcionando como órgão legislativo, 
mas sim como órgão judicial híbrido, porque composto de senadores da 
República, mas presidido por membro do Poder Judiciário. 
 
Qualquer cidadão é parte legítima para oferecer a acusação contra o 
Presidente da República à Câmara do Deputados, pela prática de crime de 
responsabilidade. Essa prerrogativa é privativa do cidadão, na qualidade de 
titular do direito de participar dos negócios políticos do Estado, na prática, 
qualquer autoridade pública ou agente político poderá fazê-lo, desde que na 
condição de cidadão. 
 
Sanções: 
a) perda do cargo 
b) inabilitação para o exercício de função pública por 8 anos 
O Presidente fica afastado de suas funções: 
a) em caso de crime comum, com o recebimento da denúncia ou queixa pelo 
STF; 
b) em caso de crime de responsabilidade, com a instauração do processo de 
responsabilização pelo Senado. 
 
Crimes Comuns 
O Presidente da República dispõe de prerrogativas e imunidades em relação 
ao processo que vise à sua incriminação pela prática de crime comum. As 
regras procedimentais para o processamento dos crimes comuns estão 
previstas na Lei n. 8.038/90 e nos arts. 230 a 246 do RISTF. 
 
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Imunidades 
A Constituição outorgou ao Presidente da República três importantes 
imunidades processuais, examinadas a seguir: 
1ª) Imunidade em relação ao processo diz respeito à necessidade de 
autorização prévia da Câmara dos Deputados, por dois terços (2/3) dos seus 
membros (art. 86, CF). 
2ª) Imunidade em relação ao processo obsta que o Presidente da República 
seja preso, nas infrações comuns, enquanto não sobrevier sentença 
condenatória (art. 86, § 3º, CF). Essa imunidade impede que o Presidente da 
República seja vítima de prisão em flagrante ou de qualquer outra espécie de 
prisão cautelar (preventiva, provisória etc.), seja o crime afiançável ou 
inafiançável. Enfim para que o Presidente da República seja recolhido à prisão, 
é indispensável a existência de uma sentença condenatória, proferida pelo 
STF. 
3ª) Imunidade processual outorga ao Presidente da República uma relativa e 
temporária irresponsabilidade, na vigência do mandato, pela prática de atos 
estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, § 4º, CF). 
 
Obs.: LEI Nº 1.079/1950. Define os crimes de responsabilidade e regula o 
respectivo processo de julgamento. 
 
18.3 Poder Judiciário 
 
Antes de ingressar na análise dos órgãos do Poder Judiciário em 
espécie, é preciso estudar os aspectos geraisque envolvem esse poder, 
matéria esta tratada entre o art. 92 ao 100 da CF/88. 
 
a) Funções típicas e atípicas: A função típica do Poder Judiciário é 
exercer a jurisdição enquanto poder uno e indivisível (órgão 
nacional), que apenas possui repartição de competências de acordo 
com as disposições constitucionais. No entanto, além das suas 
funções, típicas ele também exerce funções atípicas, de caráter 
administrativo e normativo: elaboração de regimento interno (art. 96, 
I, “a”); organização de secretarias e serviços auxiliares, o provimento 
de cargos, concessão de licença, férias e outros afastamentos a 
membros e servidores (art. 96, I, “b”, “c” e “e”); entre outros. 
 
b) Garantias institucionais (art. 99): Servem para assegurar 
independência e imparcialidade. As garantias institucionais 
envolvem aquelas destinadas ao Poder Judiciário em si, como – por 
exemplo – a previsão de sua autonomia administrativa e financeira. 
 
c) Garantias funcionais (art. 95, I, II e III): Também para assegurar 
independência e imparcialidade. As garantias funcionais envolvem 
aquelas destinadas aos Juízes, que são: vitaliciedade, 
inamovibilidade e irredutibilidade de salários. 
 
d) Vedações (art. 95, parágrafo único): Aos juízes é vedado: (i) 
exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo 
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uma de magistério;1 (ii) receber, a qualquer título ou pretexto, 
custas ou participação em processo; (iii) dedicar-se à atividade 
político-partidária; (iv) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios 
ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, 
ressalvadas as exceções previstas em lei; (v) exercer a advocacia 
no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três 
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração 
(quarentena); 
 
e) Tempo de “atividade jurídica” para ingresso na magistratura 
(art. 93, I): Para ocupar o cargo de juiz, há necessidade de 
preenchimento do requisito de 3 (três) anos de atividade jurídica. 
Segundo o art. 93, I, da CF/88, deverá ser observado o seguinte 
princípio: “ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz 
substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a 
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, 
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de 
atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de 
classificação”. 
OBS: O regramento da comprovação se encontra na Resolução 
75/2009 do CNJ e, segundo o STF, os requisitos devem ser 
comprovados no momento da inscrição definitiva do concurso 
(diferentemente da Súmula 266-STJ, que prevê a comprovação no 
ato da posse). 
 
f) Órgão especial (art. 93, XI): Os Tribunais poderão criar um órgão 
especial, com delegação para exercício da competência do Pleno. 
Segundo o art. 93, XI: “nos tribunais com número superior a vinte e 
cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o 
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o 
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas 
da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas 
por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; 
 
g) Quinto constitucional (art. 94): Um quinto dos lugares dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do 
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do 
Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de 
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com 
mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista 
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. 
Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-
a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá 
um de seus integrantes para nomeação. 
 
1
 O STF vem entendendo que, quanto ao magistério, não é possível limitar apenas a uma única 
atividade docente (público ou privada), devendo ser avaliado se a atividade prejudica a função 
judicante. (ADI 3.126-MC). Os juízes não podem exercer atividade de coaching (Resolução n. 
226/2016-CNJ) 
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OBS: Não confundir com a regra de 1/3 do STJ, prevista no art. 104, 
p.ú., II, da CF/88. 
 
h) Cláusula de reserva de plenário (regra do full bench) – art. 97: 
Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar 
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. No 
caso de aplicação da cláusula, haverá uma cisão processual, 
através da instauração do incidente de arguição de 
inconstitucionalidade, previsto no art. 948/950 do CPC/15. 
OBS: Segundo o STF, a referida cláusula não se aplica para: (i) 
hipóteses de não recepção; (ii) interpretação conforme a 
constituição; (iii) quando já houver pronunciamento do órgão 
pleno/especial ou do STF sobre a questão. 
 
i) Juizados especiais (art. 98, I): Os juizados especiais serão 
criados e providos por juízes togados, ou togados e leigos, 
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de 
causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor 
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, 
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o 
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. 
 
j) Justiça de paz (art. 98, II): Será criada também a justiça de paz, 
remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, 
universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência 
para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em 
face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e 
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de 
outras previstas na legislação. 
 
k) Regime de precatórios (art. 100): O regime de pagamento dos 
débitos da Fazenda Pública é regulamentado pelo art. 100 da CF/88, 
devendo seguir ordem cronológica de pagamento. 
 
l) Estrutura organizacional: A estrutura organizacional do Poder 
Judiciário é construída na Constituição a partir do art. 101 até o art. 
126. Sugerimos a leitura atenta de todos os artigos, em especial os 
que se referem à composição e competência. 
 
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17 
 
 
Para facilitar a compreensão das principais peculiaridades regradas 
no Texto Constitucional, apresentamos os órgãos do Poder Judiciário em 
espécie abaixo, de acordo com o exigido pelo Edital: 
 
18.3.1. Do Supremo Tribunal Federal (art. 101/103) 
 
CARACTERÍSTICAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
Composição 
(art. 101) 
11 ministros, entre cidadãos entre 35 e 65 anos de idade de 
notável saber jurídico e reputação ilibada 
(não precisa ser formado em direito) 
* Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão 
nomeados pelo Presidente da República, depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado 
Federal. 
 
Função Guarda e proteção da Constituição, com competência para 
julgamento de ações de controle concreto e abstrato (ADI, 
ADC, ADO e ADPF) 
*Ler art. 102, I, a, §1º e 2º, além do art. 103 integral. 
 
Competência Originária - art. 102, I 
 
Recurso ordinário – art. 102, II2 
 
Recurso Extraordinário – art. 102, III 
 
Peculiaridades 
processuais 
NoRecurso Extraordinário, exige-se a demonstração do 
prequestionamento (Súmula 356-STF) e da repercussão 
geral da matéria (CF, art. 102, §3º e CPC, art. 1.035) para 
que o recurso seja admitido. 
 
 
 
2
 Atente-se para o fato de que é possível ter a interposição de Recurso Ordinário contra 
decisão de primeira instância diretamente para o STF no caso de crime político, sem que isso 
incorra em supressão de instância (CF, art. 102, II, “b”). 
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Outro ponto peculiar do STF é a possibilidade da edição de Súmula 
Vinculante, com base no art. 103-A da CF/88 (incluído pela EC 45/2004): 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício 
ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos 
seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua 
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua 
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação 
e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais 
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre 
esses e a administração pública que acarrete grave 
insegurança jurídica e relevante multiplicação de 
processos sobre questão idêntica. 
 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a 
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá 
ser provocada por aqueles que podem propor a ação 
direta de inconstitucionalidade. 
 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que 
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a 
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal 
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo 
ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará 
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da 
súmula, conforme o caso. 
 
A Lei 11.417/2006 regulamenta o dispositivo constitucional. Trata-se 
de um importante instrumento para garantia da uniformidade das decisões 
judiciais, cabendo, inclusive, reclamação constitucional para a hipótese de 
descumprimento ou não aplicação da referida súmula, a ser protocolada 
diretamente no STF. A reclamação está regulamentada atualmente no art. 988 
do CPC/15. 
 
ATENÇÃO: A violação à súmula vinculante pode decorrer de um ato judicial ou 
administrativo. Em ambas as situações será cabível a reclamação 
constitucional. 
No entanto, segundo o art. 7º, §1º, da Lei 11.417, no caso de reclamação 
decorrente de ATO ADMINISTRATIVO, será necessário o prévio 
esgotamento da instância administrativa. 
Lei 11.417, art. 7º, §1º: “Contra omissão ou ato da administração pública, o uso 
da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas”. 
 
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Sobre o assunto, é interessante observar o quadro sinótico 
elaborado por Marcelo Novelino em seu manual de direito constitucional: 
 
Aprovação, revisão ou 
cancelamento 
(i) De ofício 
(ii) por provocação, sendo legitimados: 
I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III 
– a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral 
da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados 
do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido 
político com representação no Congresso Nacional; VIII – 
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; 
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa 
do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito 
Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de 
Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais 
Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os 
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. 
*Os municípios também podem requerer, desde que 
incidentalmente em um processo em que a matéria esteja sendo 
debatida. 
 
Objetivo Resolver controvérsia sobre validade, interpretação e eficácia de 
normas determinadas. 
 
Pressupostos 
constitucionais 
(i) reiteradas decisões sobre matéria constitucional; 
(ii) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a 
Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica; 
 
Requisitos 
constitucionais 
(i) iniciativa: de ofício ou por provocação; 
(ii) quórum de aprovação: 2/3 dos Ministros; 
(iii) publicação (imprensa oficial) 
 
Eficácia subjetiva Efeito vinculante (Pessoa Jurídica e Administração Pública 
direta e indireta de todas as esferas) 
 
Eficácia temporal (i) imediata (ex nunc) 
(ii) possibilidade de modulação temporal (segurança jurídica ou 
excepcional interesse público) 
 
 
Uma pegadinha constante em provas de concursos é comparar o rol 
de legitimados para provocar a aprovação, revisão ou cancelamento com o rol 
de legitimados para propor ADI/ADC/ADO/ADPF. Muito cuidado! Não são 
iguais! O rol para súmula vinculante é MAIS AMPLO, admitindo, inclusive, a 
legitimidade de municípios, desde que incidentalmente a um processo. 
 
18.3.2. Do Superior Tribunal de Justiça (art. 104/105) 
 
CARACTERÍSTICAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Composição 
(art. 101) 
33 ministros, entre cidadãos entre 35 e 65 anos de idade de 
notável saber jurídico e reputação ilibada, dentre: 
(i) um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e 
um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, 
indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; 
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(ii) um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros 
do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e 
Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. 
 
* Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão 
nomeados pelo Presidente da República, depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado 
Federal. 
 
Função Guarda da aplicação da legislação federal 
 
Competência Originária - art. 105, I 
 
Recurso ordinário – art. 105, II3 
 
Recurso Extraordinário – art. 105, III 
 
Peculiaridades 
processuais 
No Recurso Especial, exige-se a demonstração do 
prequestionamento (Súmula 211-STJ), não sendo 
necessária a repercussão geral da matéria. 
 
 
Ao lado do STJ funcionarão também dois outros órgãos 
importantes ao Poder Judiciário: 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos 
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; e 
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma 
da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de 
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes 
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. 
 
 
118.3.3. Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (art. 
106/110) 
 
 
A Justiça Federal é composta por dois órgãos (CF, art. 106): 
 
 TRIBUNAIS REGIONAIS 
FEDERAIS (TRF’s) 
JUÍZES FEDERAIS 
Composição NO MÍNIMO, sete juízes, 
recrutados, quando possível, na 
respectiva região e nomeados pelo 
Presidente da República dentre 
Juízesde carreira 
*A divisão é feita por 
seção judiciária, que terá 
por sede a respectiva 
 
3
 A hipótese do art. 105, II, c, autoriza recurso ordinário do primeiro grau diretamente ao STJ 
quando “as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um 
lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;” 
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brasileiros com mais de 30 e 
menos de 65 anos, sendo: 
 
I - um quinto dentre 
advogados com mais de dez anos 
de efetiva atividade profissional e 
membros do Ministério Público 
Federal com mais de dez anos de 
carreira; 
 
II - os demais, mediante 
promoção de juízes federais com 
mais de cinco anos de exercício, 
por antigüidade e merecimento, 
alternadamente. 
 
Capital, e varas 
localizadas segundo o 
estabelecido em lei 
Competência Competência originária (CF, art. 
108, I) 
Competência recursal (CF, art. 108, 
II) 
Competência originária 
apenas 
(CF, art. 109) 
Órgãos 
adicionais 
Justiça itinerante 
(CF, art. 107, §2º) 
Câmaras regionais 
(CF, art. 107, §3º) 
* Nos Territórios 
Federais, a jurisdição e 
as atribuições cometidas 
aos juízes federais 
caberão aos juízes da 
justiça local, na forma da 
lei. 
 
Instituto cobrado bastante em prova é o incidente de 
deslocamento de competência, segundo o qual: “Nas hipóteses de grave 
violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá 
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do 
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal” (CF, art. 109, §5º) 
 
ATENÇÃO: Observe que o incidente de deslocamento de competência não 
envia o processo para ser julgado pelo STJ em seu mérito, mas apenas o 
incidente. O processo em que a causa está sendo discutida desloca da Justiça 
Estadual para a Justiça Federal (1º grau). 
O procedimento funciona da seguinte maneira: 
 
1. O Procurador-Geral da República instaura, no âmbito do STJ, o processo 
de incidente de deslocamento de competência, demonstrando a grave violação 
de direitos humanos, inclusive os tratados internacionais desrespeitados; 
 
2. Caso o STJ julgue PROCEDENTE o incidente, o processo de primeiro grau 
será remetido à Justiça Federal (1º grau) para julgamento em seu mérito. 
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22 
 
 
3. Caso o STJ julgue IMPROCEDENTE o incidente, o processo continuará na 
Justiça Estadual para julgamento. 
 
18.3.4. Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do 
Trabalho e dos Juízes do Trabalho (art. 111/117) 
 
A Justiça do Trabalho é regulada entre os arts. 111/117, sendo composta 
pelo Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; e Juizes 
do Trabalho Apresentaremos abaixo os aspectos constitucionais mais 
importantes: 
 
A) Composição do TST: O Tribunal Superior do Trabalho compor-
se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com 
mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, 
de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta 
do Senado Federal, sendo: I um quinto dentre advogados com 
mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo 
exercício, observado o disposto no art. 94; e II os demais dentre 
juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
 
B) Órgãos junto ao TST: I a Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, 
dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o 
ingresso e promoção na carreira; e II o Conselho Superior da 
Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial 
da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão 
central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
 
C) Composição TRT: Os Tribunais Regionais do Trabalho 
compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando 
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da 
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de 
sessenta e cinco anos, sendo: I um quinto dentre advogados com 
mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo 
exercício, observado o disposto no art. 94; e II os demais, 
mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e 
merecimento, alternadamente. 
 
D) Órgãos junto ao TRT: Os Tribunais Regionais do Trabalho 
instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e 
demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais 
da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e 
comunitários; e Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão 
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funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, 
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em 
todas as fases do processo. 
 
E) Competência: I as ações oriundas da relação de trabalho, 
abrangidos os entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; II as ações que envolvam exercício do 
direito de greve; III as ações sobre representação sindical, entre 
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores; IV os mandados de segurança, habeas 
corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua jurisdição; V os conflitos de competência 
entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no 
art. 102, I, o; VI as ações de indenização por dano moral ou 
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII as ações 
relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de 
trabalho; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais 
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; IX outras controvérsias 
decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 
18.3.5. Tribunais e juízes eleitorais (art. 118/121) 
 
Tribunal Superior Eleitoral; Tribunais Regionais Eleitorais; os Juízes 
Eleitorais; as Juntas Eleitorais. 
 
Sobre eles: 
 
A) Composição do TSE: O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no 
mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto 
secreto: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; II - por 
nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis 
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo 
Supremo Tribunal Federal. *O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu 
Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior 
Tribunal de Justiça. 
 
B) Composição do TRE: Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:I - 
mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os 
desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes 
de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II - de um juiz do Tribunal 
Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, 
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo 
Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeação, pelo 
Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de 
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notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de 
Justiça. 
 
C) Competência e organização: Lei complementar disporá sobre a 
organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das 
juntas eleitorais. Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os 
integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que 
lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. Os 
juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois 
anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo 
os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, 
em número igual para cada categoria. 
 
18.8.6. Tribunais e juízes militares (art. 122/124) 
 
A Justiça Militar, prevista do art. 122 ao 124, é composta pelo o Superior 
Tribunal Militar e pelos Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. 
 
A) Composição do STM: O Superior Tribunal Militar compor-se-á de 
quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, 
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre 
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, 
três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto 
mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. *Os Ministros civis serão 
escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de 
trinta e cinco anos, sendo: I - três dentre advogados de notório saber 
jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional; II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e 
membros do Ministério Público da Justiça Militar. 
 
B) Competência da Justiça Militar: Á Justiça Militar compete processar e 
julgar os crimes militares definidos em lei. A lei disporá sobre a 
organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. 
 
18.3.7. Dos Tribunais e Juízes dos Estados (art. 125/26) 
 
No caso dos Tribunais e Juízes dos Estados, a organização 
judiciária é feita através de lei de iniciativa do Tribunal de Justiça 
respectivo. (art. 125, §1º). Essa iniciativa não pode ser atribuída ao 
governador do Estado, já que a constituição estabelece como privativa do TJ. 
[ADI 197, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-4-2014, P, DJE de 22-5-2014.] 
 
Os Tribunais atuam como segundo grau de jurisdição nos conflitos 
concretos, mas também podem julgar ações de caráter abstrato, como – por 
exemplo – a representação de inconstitucionalidade (uma espécie de ADI-
Estadual), vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão (art. 
125, §2º, da CF/88). 
 
 
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ATENÇÃO: Fique atento aos seguintes entendimentos do STF: 
 
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de 
leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, 
desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados. 
[RE 650.898, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 1º-2-2017, P, DJE de 24-8-
2017, tema 484.] 
 
Antes de adentrar no mérito da questão aqui debatida, anoto que, muito 
embora não tenha o constituinte incluído o Distrito Federal no art. 125, § 2º, 
que atribui competência aos Tribunais de Justiça dos Estados para instituir a 
representação de inconstitucionalidade em face das constituições estaduais, a 
Lei Orgânica do Distrito Federal apresenta, no dizer da doutrina, a 
natureza de verdadeira Constituição local, ante a autonomia política, 
administrativa e financeira que a Carta confere a tal ente federado. Por 
essa razão, entendo que se mostrava cabível a propositura da ação direta 
de inconstitucionalidade pelo MPDFT no caso sob exame. [RE 577.025, 
voto do rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 11-12-2008, P, DJE de 6-3-2009, 
Tema 48.] 
 
 Ainda no que diz respeito ao Tribunal de Justiça dos Estados, o §3º do 
art. 125, prevê que: “A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal 
de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos 
juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo 
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em 
que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.”. 
 
 A competência dessa justiça está no §4º: “processar e julgar os militares 
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra 
atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima 
for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da 
patente dos oficiais e da graduação das praças”. 
 
 Por fim, o Tribunal de Justiça, assim como os TRF’s, pode funcionar por 
Câmaras Regionais (§6º) e deve instalar a justiça itinerante (§7º), além de ter a 
possibilidade também de criar varas especializadas para dirimir conflitos 
fundiários (art. 126). 
 
18.4. Funções Essenciais à Justiça. 
 
18.4.1. Do Ministério Público 
 
A Constituição atribui ao Ministério Público tratamento especial, 
instituindo princípios, ampliando suas funções e fixando garantias tanto para a 
instituição como para seus membros. 
 
O Ministério Público não chega a ser considerado um quarto poder do 
Estado, mas a Constituição o coloca a salvo da intervenção de outros Poderes, 
assegurando aos seus membros independência no exercício de suas funções. 
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Com efeito, o Ministério Público é assim conceituado pela Constituição Federal 
de 1988: “Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à 
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.” 
 
Assim, o Ministério Público não promove a defesa dos interesses dos 
governantes, de quem se acha desvinculado, mas busca realização dos 
interesses da sociedade. 
 
Art. 127 – 
GARANTIAS 
INSTITUTCIONAIS 
 
Princípios da unidade, indivisibilidade e independência 
funcional (§1º) 
 
Autonomia funcional e administrativa (§1º-6º) 
Art. 128 – 
ESTRUTURA 
ORGANIZACIONAL 
E GARANTIAS 
FUNCIONAIS 
MPU - a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério 
Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o 
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 
 
MP-Estadual 
 
*Garantias e vedações assemelhadas ao dos 
magistrados 
Art. 129 – 
COMPETÊNCIAS 
 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na 
forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes 
Públicos e dos serviços de relevância pública aos 
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as 
medidas necessárias a sua garantia; III - promover o 
inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos; IV - promovera 
ação de inconstitucionalidade ou representação para fins 
de intervenção da União e dos Estados, nos casos 
previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente 
os direitos e interesses das populações indígenas; VI - 
expedir notificações nos procedimentos administrativos 
de sua competência, requisitando informações e 
documentos para instruí-los, na forma da lei 
complementar respectiva; VII - exercer o controle 
externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; VIII - 
requisitar diligências investigatórias e a instauração de 
inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de 
suas manifestações processuais; IX - exercer outras 
funções que lhe forem conferidas, desde que 
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a 
representação judicial e a consultoria jurídica de 
entidades públicas. 
Art. 130 – MP NOS 
TRIBUNAIS DE 
CONTAS 
Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais 
de Contas aplicam-se as disposições desta seção 
pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura. 
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Art. 130-A - CNPM 
 
I o Procurador-Geral da República, que o preside; II 
quatro membros do Ministério Público da União, 
assegurada a representação de cada uma de suas 
carreiras; III três membros do Ministério Público dos 
Estados; IV dois juízes, indicados um pelo Supremo 
Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de 
Justiça; V dois advogados, indicados pelo Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI dois 
cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, 
indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal. 
 
18.4.2. Da Advocacia (pública e privada) – art. 131/133 
 
 A advocacia se divide de acordo com a sua natureza: pública ou privada. 
 
 A advocacia pública se divide em advocacia da União, dos Estados/DF 
e dos Municípios, com características próprias. 
 
 
 
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da 
União, de livre nomeação pelo Presidente da República, entre cidadãos 
maiores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, prevendo 
necessária relação de confiança entre representado (Presidente, como Chefe 
do Executivo Federal) e representante, que justifique a livre escolha. 
 
ATENÇÃO: A representação das pessoas jurídicas de direito público por 
advogado público concursado não demanda a apresentação de instrumento de 
mandato (procuração). Basta a nomeação! 
Entendimento do STF: Representação processual. Pessoa jurídica de direito 
público. União. Instrumento de mandato. Dispensa. Uma vez subscrito o ato 
por detentor do cargo de advogado da União, dispensável é a apresentação de 
instrumento de mandato, da procuração. 
[AO 1.757, rel. min. Marco Aurélio, j. 3-12-2013, 1ª T, DJE de 19-12-2013.] 
 
Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a 
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades 
federadas e serão organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de 
concurso público de provas e títulos, trazendo a Emenda Constitucional n. 
União 
• Advocacia Geral 
da União (AGU), 
com suas 
subdivisões 
Estados/DF 
• Procuradoria-
Geral dos 
Estados e do DF 
Munícípios 
• Não há previsão 
constitucional 
(Procuradoria ou 
contratação) 
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19/98 a inovação de que a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB deve atuar 
em todas as fases do processo. 
 
Aos procuradores é assegurada a estabilidade após o término de três 
anos de efetivo exercício do cargo, mediante avaliação de desempenho 
perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. 
 
A respeito da remuneração, aplica-se a Advocacia Pública, as normas 
remuneratórias previstas no art. 39, § 4° e os teto e subteto previstos pelo 
inciso XI, do art. 37, com sua redação dada pela EC n. 41/03. 
 
A Advocacia de Estado assume portanto o desafio de defender a 
execução das políticas públicas, dentro dos primados do Estado Democrático 
de Direito, notabilizando-se como essencial à consecução da Justiça – princípio 
fundante da República Federativa do Brasil (art.3º, inciso I, da CF/88). 
 
ATENÇÃO: Alguns entendimentos jurisprudenciais são importantes para fins 
de prova: 
1. Não se pode condicionar a destituição do Procurador-Geral do Estado à 
prévia autorização da Assembleia Legislativa. [ADI 291, rel. min. Joaquim 
Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010.] 
2. É inconstitucional norma estadual que autoriza a ocupante de cargo em 
comissão o desempenho das atribuições de assessoramento jurídico, no 
âmbito do Poder Executivo. Precedentes. [ADI 4.261, rel. min. Ayres Britto, j. 
2-8-2010, P, DJE de 20-8-2010.] = ADI 4.843 MC-ED-REF, rel. min. Celso de 
Mello, j. 11-12-2014, P, DJE de 19-2-2015 
3. A garantia da inamovibilidade é conferida pela CF apenas aos 
magistrados, aos membros do Ministério Público e aos membros da 
Defensoria Pública, não podendo ser estendida aos procuradores do 
Estado. [ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-
2010.] 
 
Quanto à advocacia privada, a Constituição destina apenas o art. 133, 
estabelecendo que “o advogado é indispensável à administração da justiça, 
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos 
limites da lei”. 
 
18.4.3. Defensoria Pública – art. 134/135 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 134, prevê ainda, a criação 
da Defensoria Pública, como instituição essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus e 
gratuitamente dos necessitados, impossibilitados de pagar honorários 
advocatícios. 
 
O Congresso Nacional, através de Lei Complementar, possui a 
competência para organizar a Defensoria Pública da União e do Distrito 
Federal e dos territórios e de prescrever normas gerais para sua organização 
nos Estados, em cargos de carreira providos, na classe inicial, mediante 
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concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia 
de inamovibilidade, sendo vedado o exercício da Advocacia fora das 
atribuições institucionais. 
 
De acordo com o art. 22 do ADCT, o texto constitucional assegurou, de 
forma excepcional e taxativa, aos defensores públicos investidos na função até 
a data de instalação da Assembleia Nacional Constituinte o direito de opção 
pela carreira, com observância das garantias e vedações previstas no art. 134, 
parágrafo único, da Constituição. 
 
A Emenda Constitucional n. 80/14 fortaleceu ainda mais o instituto das 
Defensorias Públicas Estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e 
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Com isso, percebe-se que a Defensoria Pública é uma instituição pública 
cuja função é oferecer serviços jurídicos gratuitos aos cidadãos que não 
possuem recursos financeiros para contratar advogados, atuando em diversas 
áreas.

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