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ANTROPOLOGIA RACISMO

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Antropologia Cultural – Aula 8 [Racismo]
Pintor Augustin Kassi, da Costa do Marfim, escolheu mulheres 'grandes' como tema para suas obras.
Uma exposição em Abidjan, na Costa do Marfim, celebra as formas voluptuosas de mulheres africanas.
Uma pausa para repensarmos nosso relação com a vida [prévia G1]
RACISMO
De acordo com os pesquisadores brasileiros André Santos (UFSscar) e Rodolfo Souza (PUC-Campinas e professor da rede estadual de SP), há pouca divulgação aberta da temática do racismo no Brasil porque, em referência a Foucault (1926-1992)
 			a conceituação deste tema ‘é produzida e 		transmitida sob o controle, não exclusivo, 		mas dominante, de alguns grandes 			aparelhos políticos e econômicos 			(universidade, exército, escritura, meios de 		comunicação)’ tornando-se ‘objeto de 			debate político e de confronto social’, para 		que venham à tona.
Desta forma, para que determinadas “verdades” sejam aceitas no tecido social, é preciso “silenciar” outras “verdades”, num processo de intencionalidade ponderada pelos mecanismos de controle.
Trata-se do silêncio como mecanismo de poder, não como ausência de fala. É justamente o que ocorre com os processos de discriminação: é preciso silenciar o conceito para que o pré-conceito possa existir. Desta forma, a produção de conhecimento e a supressão do pensamento crítico não se dá apenas para incrementar o saber humano, mas também para afirmar determinadas “verdades” e silenciar outras.
O Racismo existe no Brasil contemporâneo. As pesquisas apontam para esta realidade: 
Referências anteriores
 - Filosofia Ciência e Vida (no. 115, pág. 37);
 - 1: FLACSO – Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais;
 - 2: Mapa da Violência, 2015. 
Diante destes dados, o antropólogo e professor congolês naturalizado brasileiro Kabengele Munanga (1940) sentencia: “nosso racismo é um crime perfeito”.
Crime, pelos números hediondos que produz, e perfeito porque somos incapazes de reconhecer quem são os verdadeiros responsáveis.
Para melhor compreender a definição de crime perfeito é preciso desarticular o racismo desvendando seus mecanismos, que é dividido em 3 etapas:
1: Naturalização
2: Culpabilização
3: Criminalização
 Antes de adentrarmos aos três conceitos/mecanismos, vamos ver duas definições gerais sobre o que é racismo.
No Dicionário Houaiss [houaiss.uol -acesso com senha], trata-se de: 
 1 conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias
2 doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras
3 preconceito extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente, ger. considerada inferior
4 p.ana. atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas
    ‹ r. xenófobo › 
VEJAMOS AGORA A DEFINIÇÃO DE COMTE-SPONVILLE
Naturalização
André Santos (UFSscar) e Rodolfo Souza (PUC-Campinas) sugerem um exercício autorreflexivo: 
 - Vamos a dezenas de consultas médicas ao longo do ano, quantas vezes já fomos atendidos por médicos negros?
 - Frequentamos o ambiente acadêmico, quantas vezes problematizamos a quantidade de professores negros no ensino superior?
 - Acompanhamos as denúncias sobre a corrupção nos telejornais, mas quando questionamos quantos políticos negros nós conhecemos?
 - Apresentamo-nos a juízes e recorremos a delegados, entretanto, quantas vezes observamos quantos deles são negros?
 - Quando consumimos filmes, séries e telenovelas, questionamos a ausência de atores negros ou sua presença estereotipada?
 SIGAMOS...
Esta NATURALIZAÇÃO da ausência do negro em certas posições sociais privilegiadas, bem como sua proeminência em condições de fragilidade social, é o primeiro passo da prática do racismo.
Este esquema permite que o racismo se reproduza ao impedir que ele seja problematizado (afinal, porque falar de temas espinhosos como este? “Não há nada mais ‘digestivo’ para se conversar?” ).
Esta situação se naturaliza a tal ponto que deixamos de percebê-la, silenciando-a, como se de fato tal discriminação não existisse.
Da Naturalização para a Culpabilização
Entretanto, a acomodação que a naturalização propicia (unida à própria ausência de pensamento crítico) às vezes desmorona. Em situações extremas, quando o racismo não pode mais ser negado, entra em cena a culpabilização. Sua função é operar uma inversão. 
A culpabilização permite afirmar, por exemplo, que não somos atendidos por médicos negros porque os negros não optam por cursar Medicina, e assim por diante... Desta forma, é possível inverter a lógica do problema imputando a culpa do racismo na própria vítima do racismo.
O racismo, então, novamente não é problematizado como fenômeno social e se torna uma questão individual. Como se o negro sempre pudesse escolher ser vítima do racismo ou não. Quando denuncia o racismo, logo escuta que está tentando transferir “seu problema”. No máximo, o que se oferece é compaixão. Mas uma compaixão que reconhece a condição social do negro para logo em seguida lhe impor a cobrança para que se esforce e supere o racismo.
A Criminalização
Chega-se à terceira peça da engrenagem que nutre o racismo: aqueles que não se esforçam o suficiente para superar as barreiras sociais impostas pelo racismo devem ser responsabilizados (Criminalização).
Ora, se não existe racismo (naturalização) a culpa pela situação do negro é do próprio negro (culpabilização), assim, se o negro não é capaz de lidar com esta situação, ele deve arcar com as consequências (criminalização).
Não se trata da criminalização judicial apenas, mas da criminalização que argumenta a “necessidade” de punição (a lógica é a mesma usada em mulheres vítimas de estupro e que recebem a culpa social, porque “provavelmente estava vestida de forma provocante”).
Perguntas 
Existe racismo no Brasil?
Você conhece algum caso próximo ou distante de discriminação por causa da cor da pele?
Você acredita que pelo fato de não falarmos sobre o racismo, a dinâmica se replica como algo natural?
Os argumentos apresentados pelos autores são coerentes ou incoerentes? Por quê?

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