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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
RODRIGO FERNANDO BARROS FREITAG RU: 2080572
PORTIFÓLIO
UTA: ESTUDO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA
UTA: MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
MÓDULO A – FASE I
IJUI-RS
2018
VIVÊNCIA NA APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Este diário de campo constitui-se em uma visita a Escola Municipal Fundamental Anita Garibaldi que está situada na zona norte da cidade de Ijuí-RS, no bairro Glória. Lá conheci suas dependências, e um pouco do trabalho realizado em relação ao aluno com deficiência. Também pude conhecer das dificuldades lá encontradas em aplicar a Lei Brasileira da pessoa com deficiência.
Logo que cheguei, percebi que a escola possui um estacionamento com rampa para cadeirantes, porém não está sinalizada. 
Dividi minha visita em dois momentos. O primeiro consistiu em uma entrevista com a coordenadora Daniela Schreiber, que me recebeu prontamente. Ela esclareceu minhas dúvidas em relação as dificuldades enfrentadas pela escola para pôr em prática a lei em sua integridade e também um pouco dos trabalhos lá realizados referente ao aluno com deficiência. 
A Coordenadora Daniela me relatou a dificuldade que a instituição está tendo em proporcionar capacitação permanente para seus funcionários e professores, pois são raros os momentos que ela ocorre de forma gratuita; sendo assim, o professor precisa usar recursos e meios próprios para sua especialização ou capacitação nas áreas pertinentes à educação ao aluno deficiente, ou seja, precisa pagar com seu próprio salário e abrir mão do seu tempo de descanso para se capacitar.
Segundo Delors, “A qualidade de ensino não é apenas determinada pela formação inicial do professor, mas igualmente ou mais pela sua formação continuada…” (DELORS, 2003, p. 160)
Se a qualificação do professor é necessária em todos os momentos de sua carreira, me questionei se seria possível neste caso usar o ensino EAD, para que os professores possam ter sua formação continuada, pois assim, mesmo em seu local de trabalho eles poderiam capacitar-se em diversos temas. 
A impressão dada ao falar desse tema na minha visita é que a professora estava animada e ao mesmo tempo preocupada em tratar sobre o assunto. 
Logo após a entrevista me dirigi ao pátio da escola onde pude conhecer as salas de aula e suas demais dependências.
Em um breve passeio pela escola, pude observar que existe uma pracinha e uma quadra de esportes com fácil acesso e um amplo espaço, que são usados para integração entre a escola e a família; porém, a pracinha ainda não conta com nenhum brinquedo adaptado.
Um dos prédios da escola possui dois andares. Nesse prédio, no térreo, ficam: a direção, a secretaria e algumas salas de aula, com fácil acesso. No segundo andar, além das salas de aula e da sala dos professores, existe um laboratório de informática bem equipado, com acesso à internet e televisores, que auxiliam o professor no uso do material áudio visual, este que considero indispensável para uma educação inclusiva. Já o acesso ao segundo andar se dá de duas maneiras. Uma por dentro do prédio, sendo este inviável ao estudante com deficiência, pois são dois lances de escada até chegar ao segundo piso. Já segunda entrada, se dá por uma longa rampa pelo lado de fora do prédio, que no momento está com os corrimãos quebrados.
 	Descobri que esta escola conta com uma sala de AEE (Atendimento Educacional Especializado), onde os alunos com deficiência ou até mesmo com dificuldade de aprendizado, saem da sala comum por um determinado período de tempo e recebem uma atenção especial. Lá o docente possui material diferenciado para trabalhar com o aluno e incentivar o aprendizado.
O docente desta sala pode propor atividades ao demais professores, considerando as necessidades de cada estudante com deficiência, e assim identificando barreiras no aprendizado.
Pude perceber que a aplicabilidade da lei esbarra na falta de investimentos e manutenção por parte do poder público, que neste caso é o responsável pela instituição. A escola tem enfrentado problemas em relação a estrutura e manutenção de seus espaços, alguns exemplos são: a falta banheiros adaptados, de rampas para acesso em algumas salas de aula, falta de sinalização adequada e até mesmo um baixo número profissional de apoio, lembrando que, lei garante a presença deste profissional, através do art.28 item XVII.
“XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;” (BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 CAPÍTULO IV,ARTIGO 28 item XVII).
 	Já declaração de Salamanca congrega e demanda que:
Todos os governos atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA pg.01)
Sem essa prioridade financeira que deveria ser aplicada sobre a educação, enfrentamos a dificuldade em adequar o espaço escolar para receber o aluno com deficiência. Com a falta de recursos, podem vir também a precariedade de atendimento e talvez até mesmo insegurança dos pais em deixar seus filhos na escola.
Pois, se a escola não consegue apresentar um espaço físico seguro e professores atualizados, não tem como os pais sentirem segurança em deixar seus filhos naquele local.
Há um ponto positivo em relação as vagas para deficientes na escola. A coordenadora relatou que houveram avanços, e há vagas disponíveis para deficientes. Segundo ela, o poder público tem ofertado essas vagas; priorizando a escola mais próxima da residência do educando. Porém existe também a escassez de alguns profissionais, como por exemplo professor de libras, o que faz com que o aluno seja direcionado para uma escola mais próxima onde tenha esse professor. Existe também a falta de alguns materiais didáticos em braile e brinquedos adaptados. 
 	É notório o esforço da escola em acolher bem a todos seus alunos, pois segundo a coordenadora lá são realizados trabalhos de integração entre família, escola, alunos e comunidade em geral. Também são priorizados os atendimentos ao aluno deficiente e se busca junto ao poder público a melhoria do espaço físico.
Perguntei se, como comunidade, posso fazer algo para ajudar a escola a alcançar seus objetivos e enfrentar a falta de investimento. A resposta da coordenadora Daniela foi sim! Pois, a escola tem buscado por meios próprios, junto com o CPM, (Conselho de pais e mestres), através de rifas, venda de lanches em eventos, arrecadação de dinheiro para a melhoria de sua estrutura física e para a compra de equipamentos e materiais que visam a educação inclusiva.
Esta atividade me proporcionou um outro olhar em relação a escola; pois durante a visita, por muitas vezes tentei me pôr no lugar do aluno com deficiência, mesmo sabendo que a minha imaginação jamais se comparará com aquilo que realmente ele passa em seu dia a dia. Mesmo assim, me esforcei em imaginar ao passar por cada espaço, cada sala, as dificuldades que eu teria em acessar aquele ambiente. Pensei naquilo que seria necessário para esse estudante ter autonomia em sua circulação pela escola. Por exemplo, como me sentiria não tendo autonomia ao usar o banheiro, possuindo dificuldades para acessar a biblioteca ou com a falta de sinalização para o deficiente visual.
Em suma, não é como se a lei não existisse fora do papel. Ela existe; porém, ao meu ver está muito fragmentada. Foi possível perceber, que a realidade encontrada ainda está abaixo do determinado na lei, principalmente no tocante aos espaços físicos. Ainda tem muito o que se conquistar, mas percebo pela fala da coordenadora, que existe a esperança e uma luta para se conquistar mais, para tornar realidade o mais próximo possível ao que propõe a lei. 
“É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,negligência e discriminação” (BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 CAPÍTULO IV, PARÁGRAFO ÚNICO.)
E essa luta é dever de todos nós como sociedade, para que o poder público oferte os meios e os recursos necessários para que a comunidade escolar possa pôr a lei em pratica; não apenas em alguns fragmentos, mas na sua totalidade, e que a criança com deficiência encontre na escola um lugar acolhedor, de segurança e com a qualidade necessária para realizar a sua formação. 
 
 
Referências Bibliográficas:
BRASIL, 2015, Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 8. ed. - São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2003.Disponivel em: http://www.dhnet.org.br/dados/relatorios/a_pdf/r_unesco_educ_tesouro_descobrir.pdf
UNESCO. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: Corde, 1994.Disponivel em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf

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