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Inventário CE [Somente leitura]

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Inventário Florestal: aplicações em 
processos de licenciamento e 
autorizações ambientais
Profª Isabelle Meunier
Universidade Federal Rural de Pernambuco 
Curso de Engenharia Florestal
Fortaleza, 2012
Nosso programa:
- Inventário Florestal: concepções do termo; definições; um pouco do histórico. Objetivos do 
Inventário Florestal. Inventários florestais classificados conforme os objetivos.
- Fundamentos teóricos e práticos para realização dos inventários florestais. Os quatro pilares de 
conhecimento para a prática do inventário florestal de formações nativas. 
- Amostragem em inventários florestais. Conceitos de erro de amostragem e precisão; probabilidade 
e confiança; suficiência amostral (para um dado erro admissível).
- Principais de processos de amostragem e suas aplicações. Amostragem probabilística x amostragem 
não probabilística (seletiva).
- Principais medidas de interesse no inventário florestal: o enfoque dendrométrico.
- Estrutura de composição de uma comunidade: parâmetros fitossociológicos para a compreensão 
da estrutura da vegetação.
- Estimativas de riqueza e diversidade: procedimentos amostrais, principais índices e suas 
interpretações.
- Aplicações e limitações dos inventários florestais em estudos ambientais para licenciamento: 
Estudo de casos (inventário florestal como instrumento para avaliação de estágios de regeneração da 
Mata Atlântica; perfis da vegetação; caracterização de unidades de paisagens a partir de áreas 
homogêneas representativas; inventário no manejo florestal).
- Softs de inventário florestal e o uso do Excel.
Inventário Florestal
Inventário Florestal (forest inventory) é a parte 
da mensuração florestal que estuda técnicas, 
processos e métodos para obtenção de 
informações confiáveis sobre a cobertura 
florestal de dada área, fornecendo estimativas 
precisas e de probabilidade conhecida, com 
dispêndio de tempo e recursos compatível com 
a disponibilidade desses e com os objetivos 
pretendidos.
É impossível nos decidirmos a 
comprar um carro ou assumirmos 
novas prestações sem verificarmos o 
saldo bancário por meio do extrato. 
As vezes, mesmo sem a necessidade 
de grandes saques, desejamos 
apenas verificar o quanto temos, se 
determinados depósitos foram 
realizados ou se as aplicações estão 
rendendo conforme o esperado.
Da mesma forma, para planejarmos 
qualquer intervenção na floresta, 
decidirmos o quanto vamos extrair 
dos seus produtos ou 
recomendarmos a adoção de uma 
determinada prática em substituição 
a outra, precisamos de inventários 
florestais. 
Os inventários florestais nos fornecem os elementos 
objetivos para conhecer uma floresta.
O inventário é como o extrato bancário que tiramos 
periodicamente. 
Geralmente, procuramos ter extratos semanais ou 
mensais para acompanhar os movimentos de uma 
conta bancária. Tirar um único extrato não tem muita 
valia, a menos que desejemos encerrar a conta. Da 
mesma forma, os inventários sucessivos permitem 
avaliar o movimento das populações florestais, seus 
incrementos, perdas e evolução, com mudanças na 
composição florística e na estrutura.
• O Inventário Florestal visa coletar, organizar, 
analisar e interpretar informações sobre 
populações florestais, com vistas a objetivos 
comerciais, gerenciais e de manejo, de 
pesquisa e silviculturais.
• compra e venda de propriedades,
• dimensionamento de indústrias de base florestal,
• cálculo de indenizações,
• elaboração de planos de corte e de manejo,
• tomada de decisões sobre políticas de uso e conservação dos recursos naturais,
• estudos de impactos ambientais,
• avaliações ecológicas em Unidades de Conservação,
• monitoramento e controle da atividade florestal,
• acompanhamento dos resultados de programas de incentivos e de fomento, 
• análises ecológicas para compreensão da sucessão florestal e da organização da 
comunidade vegetal,
• avaliações da diversidade e de associações entre espécies, 
• quantificações de biomassa para estudo de ciclagem de nutrientes e fixação de 
carbono,
• monitoramento da produção para decisões sobre a adoção de práticas 
silviculturais e medidas de proteção, entre outros.
Precisamos das informações fornecidas pelos inventários florestais para:
INVENTÁRIO 
FLORESTAL
AMOSTRAGEM DENDROMETRIA
MAPEAMENTO/
SENSORIAMENTO 
REMOTO COMPUTAÇÃO
DENDROLOGIA ECOLOGIA
1 - AMOSTRAGEM APLICADA A 
INVENTÁRIOS FLORESTAIS
1.1. Conceitos básicos em amostragem
• Amostragem
• População
• Amostra
• Unidade de Amostra ou parcela
• Número de unidades de amostra = tamanho da amostra. 
• Fração amostral ou intensidade de amostra 
• Variável
• Dados
• Parâmetros populacionais
• Estimativas, estatísticas amostrais ou estatísticas
População de tamanho N
Valores da variável nos N elementos:
X1, X2, X3, ...XN
Medidas paramétricas
Amostra de tamanho n
Dados obtidos nas n unidades 
de amostra:
X1, X2, X3, ...Xn
Estimativas amostrais
AMOSTRAGEMAmostra Estimativa
1.2. Principais medidas estatísticas de interesse em inventários 
florestais
Medidas podem ser de posição ou de tendência central, quando 
estabelecem o valor em torno do qual os dados se distribuem, e de 
variabilidade ou de dispersão, quando expressam o afastamento dos 
dados em relação a média. As medidas se complementam para 
caracterizar a distribuição da variável.
• Média aritmética 
• Variância e desvio padrão
• Coeficiente de variação
• Erro-padrão da média
• Populações infinitas e finitas
• Intervalo de confiança para a média, para um nível de 
confiança P
1.3. Representatividade da amostra
• A representatividade de uma amostra é influenciada 
pelo seu tamanho, pelo processo de seleção das 
unidades de amostra e pelas técnicas de coleta e análise 
de dados. 
• O tamanho da amostra é dado pelo número de unidades 
de amostra (n.u.a) utilizado, que pode ser estimado em 
função do erro admissível ou limite de erro, da 
variabilidade da característica em estudo e da 
probabilidade do intervalo de confiança para a média 
estimada conter o verdadeiro valor da média 
(parâmetro). 
• O limite de erro admissível em trabalhos de inventários 
florestais varia geralmente de 10 a 20%. 
2. PRINCIPAIS PROCESSOS DE AMOSTRAGEM
• 2.1. PROCESSO INTEIRAMENTE ALEATÓRIO
• 2.2.PROCESSO ALEATÓRIO ESTRATIFICADO
• 2.3. PROCESSOS SISTEMÁTICOS
3. DADOS COLETADOS E VARIÁVEIS DE INTERESSE EM 
INVENTÁRIOS FLORESTAIS
3.1. Principais variáveis medidas em campo em trabalhos de inventários 
florestais: 
• Diâmetro na base (DNB) Diâmetro à altura do peito, tomado a 1,30m 
(DAP);
• diâmetros a diversas alturas para cubagem rigorosa (di); 
• Circunferência na base (CNB), 
• Circunferência à altura do peito (CAP); 
• Altura total (H);
• Altura do fuste (Hf); 
• Comprimento de seções do fuste (Li); 
• Diâmetro de copa (DC);
• Volume empilhado (V, em st),
• Peso da árvore (P) ou de seções (pi).
3.2. Instrumentos e técnicas de medições
DAP
3.2. Instrumentos e técnicas de medições
- Altura
Vertex
3.2. Instrumentos e técnicas de medições
-Altura
Clinômetros e hipsômetros
3.3. Cálculo de variáveis dendrométricas
• Área basal (G/ha)
• Diâmetro médio (dg) e média de diâmetros
• Altura média
• Altura dominante
• Volume de árvores – cilíndrico e sólido
• Volume de parcela e volume/ha
• Volume empilhado
• Fatores de cubicação/empilhamento e Fator de Forma
Ajuste de equações e análise de regressão nas análises de 
dados de Inventários florestais
• Verificação do volume empilhado
Questões sobre o estéreo com medida 
de volume
Leitura recomendada:
O Estéreo – Batista, J. L. F.; Couto, H. T. Z. Metrvm, 
2002. 
http://cmq.esalq.usp.br/wiki/lib/exe/fetch.php?media=publico:metrvm:metrvm-2002-n02.pdf
O INMETRO, através da Portaria nº 130/99, proibiuo uso da unidade
de medida denominada “estéreo” para comercialização de madeira
roliça. Tal medida visa a efetiva utilização do Sistema Internacional de
Unidades - SI, em todo o território nacional, conforme recomenda o
documento D2/1999 da Organização Internacional de Metrologia Legal 
(OIML).
Medidas de crescimento 
• Incremento Corrente Anual (ICA)
É o crescimento ocorrido no período de um ano, ou seja, é a 
diferença entre valores da variável dendrométrica estudadas 
em dois anos consecutivos.
• Incremento Médio Anual (IMA)
É o crescimento acumulado a partir do ano zero dividido pela 
idade do povoamento.
• Incremento Periódico (IP)
É o incremento ocorrido durante um determinado período de 
anos. 
• Incremento Periódico Anual (IPA)
É o incremento médio anual ocorrido em um determinado 
período.
Obtenção e análise da distribuição 
diamétrica de uma floresta
Distribuição do número de indivíduos por classe 
diamétrica
0
100
200
300
400
500
600
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Classes de DAP
N
/
h
a
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
%
Distribuição percentual da área basal 
(G) por classe diamétrica
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Classe de DAP
%
 
d
e
 
G
Distribuição porcentual do número de árvores por 
classe de DAP em plano de manejo, aos 5 anos 
após corte.
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Classes de DAP
%
Distribuição percentual do número de árvores por 
classe de DAP em plano de Manejo, aos 7 anos 
após corte.
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Classe de DAP
%
Distribuição por classe de altura
Distribuição percentual das árvores 
por classe de altura na mata
36.99
47.14
12.23
2.29 1.25 0.11
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
1 2 3 4 5 6
Classe de altura
%
Distribuição percentual das árvores 
por classe de altura no cerrado
52.21
42.74
4.28
0.64 0.13 0.00
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
1 2 3 4 5 6
%
Distribuição % do murici vermelho (MUVE) e da 
canela de veado (CAVE) por classe de altura, 
em parcelas de inventário na Floresta Nacional 
do Araripe
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
MUVE CAVE
%
Parâmetros da estrutura horizontal
• Densidade: Expressa a participação das diferentes espécies dentro da 
associação vegetal. A densidade está diretamente relacionada à 
composição de uma comunidade em relação as espécies presentes e ao 
número de indivíduos de cada uma delas, independente de suas 
dimensões.
• Frequência: Exprime a regularidade da distribuição espacial de cada 
espécie sobre o terreno.
• Dominância: É definida como o somatório das áreas seccionais dos 
indivíduos de uma dada espécie, por unidade de área. Refere-se à 
ocupação do terreno pela espécie e está relacionada às dimensões dos 
indivíduos.
• Índice de valor de importância (IVI): É a soma da abundância, da 
freqüência e da dominância relativas de cada espécie da associação 
vegetal. 
IVI(x) = Drel(x)+ Frel(X)+Domrel(x)
IVI (x) = [(Drel(x)+ Frel(X)+Domrel(x))/3]
• Índice de valor de cobertura (IVC): 
IVC(x)= Drel(x)+Domrel(x) ou IVC(x)= (Drel(x)+Domrel(x))/2
Índices de riqueza e diversidade
• Riqueza:
S
Índices de Margalef: DMg= (S -1)/ln N 
Índice de Menhinick: DMn= S/√N
Quociente de Mistura de Jentsch: QM = S/N
Índices de diversidade
• O índice de diversidade de Shannon (ou 
índice de Shannon-Wiener) é uma medida de 
diversidade de espécies (ou de qualquer outra 
unidade taxonômica com família, gênero, 
etc..), baseado nas suas abundâncias 
proporcionais: 
∑
=
−=
S
i
ii pp
1
lnH´
• Índice de Simpson:
D =
para comunidade “infinitamente grandes”, 
conforme Magurran (1988) e 
para comunidades finitas, segundo a mesma 
autora citada. 
∑ 2ip
∑
−
−
=
1)N(N
1)(nnD ii
• Recíproca de D (D, na verdade, estima a 
“concentração” ou dominância de espécies, 
enquanto S exprime a diversidade)
∑ 





−
−
=
1)N(N
1)(nn
1S
ii
Índices de Similaridade – Jaccard e 
Sorensɶn
IJ = e IS = 
sendo a o número de espécies em A, b o 
número de espécies em B e c o número de 
espécies comuns a A e B.
cba
c
−+ ba
2c
+
Importância dos Inventários Florestais 
em Estudos Ambientais 
Os Estudos Prévios de Impactos Ambientais na Política 
Nacional de Meio Ambiente:
Lei 6938/1981
• Art. 9º São instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente:
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II – o zoneamento ambiental;
III – a avaliação de impactos ambientais;
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras;
.
.
XII 
• Art. 10. A construção, instalação, ampliação e 
funcionamento de estabelecimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, considerados 
efetiva e potencialmente poluidores, bem como 
capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental, dependerão de prévio 
licenciamento de órgão estadual competente, 
integrante do SISNAMA, e do Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA, em caráter supletivo, sem 
prejuízos de outras licenças exigíveis.
PNMA – Lei 6938/81 Continuação
• Art. 1º Para efeito desta Resolução, considera-se 
impacto ambiental qualquer alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causadas por qualquer forma de matéria ou 
energia resultante das atividades humanas que, direta 
ou indiretamente, afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
IV- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V – a qualidade dos recursos ambientais.
Resolução 1, de 23 de janeiro de 1986, do 
CONAMA
• As diretrizes dos estudos de impacto;
• As atividades técnicas necessárias;
• A obrigação de fornecimento, pelo órgão 
competente, das informações adicionais 
necessárias;
• A responsabilidade do proponente quanto às 
despesas e custos;
• A estrutura, os componentes e a forma de 
apresentação do RIMA.
• A previsão de audiência pública.
A Resolução N°1/86 CONAMA estabelece:
• Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
§ 1° Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público:
.
.
IV – Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do 
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que 
se dará publicidade.
Na Constituição Federal – 1988
Capítulo VI – DO MEIO AMBIENTE
• Define e relaciona os estudos ambientais:
Art. 1º Para efeito desta Resolução são adotadas 
as seguintes definições:
Estudos Ambientais: São todos e quaisquer 
estudos relativos aos aspectos ambientais 
relacionados à localização, instalação, 
operação e ampliação de uma atividade ou 
empreendimento, apresentado como subsídio 
para análise da licença requerida.
Resolução 237, de 19 de dezembro de 
1997 - CONAMA
• Relatório Ambiental
• Plano e projeto de controle ambiental (PCA)
• Relatório Ambiental Preliminar (RAP)
• Diagnóstico Ambiental
• Plano de Manejo
• Plano de Recuperação de Área Degradada 
(PRAD)
• Análise preliminar de risco.
• Relatório Ambiental Simplificado (RAS) (Res. 
279/2001- CONAMA)
• Avaliação Ambiental Integrada e Conflitos(AAI)
• Relatório de Controle Ambiental (RCA)
• Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA)
Outros estudos ambientais
• Plano de Uso e Conservação do entorno de 
Reservatórios (resolução 302/2002 –
CONAMA)
• Programas Básicos Ambientais (PBA)
Outros estudos ambientais (continuação)
-“National Enviroment Policy Act” – NEPA, Lei 
Federal dos EUA (1969, vigorando a partir de 
1970).
- AIA em programas de cooperação de agências 
internacionais.
- Convenção da Comissão Econômica das Nações 
Unidas para a Europa sobre Avaliação de 
Impacto Ambiental num contexto 
Transfronteiriço (Convenção de Espoo) – 1991.
Legislação internacional
Diretrizes dos Estudos de Impacto Ambiental:
I – contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização 
de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução 
do projeto;
II – identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases 
de implantação e operação da atividade.
III – definir os limites de área geográfica a ser direta e 
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de 
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a 
bacia hidrográfica na qual se localiza;
IV – considerar os planos e programas governamentais, 
propostos e implantação,na área de influência do projeto, e 
sua compatibilidade.
A Resolução Nº1/1986 – CONAMA define-
se que:
I - Diagnóstico ambiental da área de influência 
– completa descrição e análise dos recursos 
ambientais e suas interações, ANTES do 
projeto:
• Meio Físico: subsolo, águas, ar e clima, recursos 
minerais, topografia, tipos e aptidões de solo, corpos 
d’água, regime hídrico, correntes marinhas, correntes 
atmosféricas;
A mesma Resolução N°1/86 CONAMA define as “atividades 
técnicas” do estudo de impacto ambiental, necessárias, no 
mínimo:
• Meio biológico e ecossistemas naturais: fauna 
e flora, indicando as espécies indicadoras de 
qualidade ambiental e valor científico e 
econômico, raras e ameaçadas de extinção e 
as áreas de preservação permanente;
• Meio sócio-econômico: uso e ocupação do 
solo, usos da água, socioeconomia, sítios e 
monumentos arqueológicos, históricos e 
culturais da comunidade, as relações de 
dependência entre a sociedade local, os 
recursos ambientais e a potencial utilização 
desses recursos.
II- Análise dos impactos ambientais do projeto e 
suas alternativas:
Identificação
Previsão de magnitude
Interpretação da importância
Discriminação (análise de impacto)
Distribuição dos ônus e benefícios.
III – Definição de medidas mitigadoras dos impactos 
negativos
IV – Elaboração de programas de acompanhamento 
e monitoramento dos impactos.
• Identificação dos responsáveis
• Descrição da obra, atividade ou empreendimento
• Análise jurídica
• Alternativas técnicas e locacionais
• Definição das AII e AID
• Diagnóstico ambiental
- Avaliação ambiental integrada
• Prognósticos – Análise de impactos - Cenários
• Medidas mitigadoras e programas ambientais
Estrutura geral do EIA
• Caracterizar compartimentos e fatores ambientais; 
• Mensurar os indicadores ambientais; 
• Caracterizar as relações ambientais relevantes.
Quais os objetivos?
• Dar subsídios às avaliações de impactos ambientais e às 
proposições de medidas e programas ambientais;
• Estabelecer a linha de base para o monitoramento;
• Orientar programas de controle e medidas 
mitigadoras/compensatórias;
• Identificar passivos ambientais.
Diagnósticos
Subdivisão teórica e abstrata do ambiente.
• Meio físico
• Meio biótico ou biológico
• Meio antrópico ou sócioeconômico e cultural 
(preferível). 
A subdivisão é adequada para efeito de abordagem, 
definição de metodologias, análise das informações 
existentes e organização de dados. A avaliação 
ambiental, por sua vez, exige a consideração das 
interrelações entre os meios.
Meios ambientais
Segmentos ou constituintes dos meios, 
definidos de acordo com a abordagem do 
estudo e com as características do meio. P.ex: 
Vegetação/Fauna/Unidades de Conservação.
Fator ambiental
Todo e qualquer elemento constituinte da 
estrutura de um ecossistema (unidade 
conceitual da avaliação ambiental). P. ex: 
Diversidade/Riqueza/Cobertura vegetal.
Compartimento ambiental
Meio Físico
• Componente: Clima
• Fatores (associados a indicadores, unidades de 
avaliação):
- Precipitação (médias anuais e mensais nos últimos dez anos)
- Temperatura (médias anuais e mensais nos últimos dez anos)
- Delimitação de períodos seco e chuvoso
- Perfil do vento, temperatura e umidade do ar
- Balanço hídrico
- Qualidade do ar
Exemplo
Meio Biológico
• Componente: Vegetação terrestre
• Fatores:
- Fisionomias vegetais (caracterização e mapeamento)
- Composição florística
- Espécies dominantes, endêmicas, raras, de interesse 
econômico e científico, ameaçadas de extinção, indicadoras 
de alterações ambientais
- Estado de conservação (geral e áreas protegidas)
Exemplo (continuação)
• Síntese (Avaliação Integrada)
Definição de unidades (unidades de paisagem, unidades geoambientais) 
incluindo avaliações quanto a fragilidades, ameaças e potencialidades.
• Estado de conservação, usos tradicionais, 
relação fauna-flora 
(alimentação/abrigo/reprodução/polinização/dispersão)
Importante: além do diagnóstico 
“analítico”
Inventário Florestal nos Estudos 
Ambientais
Inventário � Diagnósticos do meio biológico
Componente Vegetação
Descritores: (maior ou menor grau de detalhe, em função do 
objetivo)
• Flora (Lista florística)
• Estrutura de composição
• Estrutura de tamanhos (estrutura dendrométrica)
• Estoque lenhoso (total, por compartimento, etc)
• Espécies ameaçadas, endêmicas, chave, indicadoras...
• Cobertura vegetal (área, %)
• Fisionomias
• Estado de conservação
Objetivos �Termo de Referência
Quais variáveis são necessárias para atingir os 
objetivos do diagnóstico? Lembrando:
• Dar subsídios às avaliações de impactos ambientais e 
às proposições de medidas e programas ambientais;
• Estabelecer a linha de base para o monitoramento;
• Orientar programas de controle e medidas 
mitigadoras/compensatórias;
• Identificar passivos ambientais.
Inventários Florestais para Supressão 
de Vegetação
• Atividade:
- O que é necessário para solicitar a autorização de 
Supressão de Vegetação no Ceará?
- Quais são as variáveis de interesse, sobre as quais se 
esperam resultados?
- Qual o limite de erro admissível para a variável de 
interesse? E a confiança desejada para as 
estimativas?
- Como se estimam volume real e volume empilhado?
Inventário Florestal nas avaliações 
dos estágios sucessionais da Mata 
Atlântica
Base legal e fundamentação técnica
• Decreto 750 de 10 de fevereiro de 1993
• Resoluções CONAMA
• Lei Nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 e 
Decreto Nº 6666/2008
• Resolução CONMA de covalidação (2007)
• O Inventário Florestal como instrumentos às 
avaliações dos estágios sucessionais.
• Medidas dendrométricas, medidas de diversidade 
e avaliações ecológicas.
RESOLUÇÃO CONAMA N° 25, de 7 de dezembro de 
1994 – Define vegetação primária e secundária nos 
estágios inicial, médio e avançado de regeneração da 
Mata Atlântica, a fim de orientar os procedimentos 
de licenciamento de atividades florestais no Estado 
do Ceará.
RESOLUÇÃO CONAMA N° 388, DE 23 DE FEVEREIRO 
DE 2007 - Dispõe sobre a convalidação das 
Resoluções que definem a vegetação primária e 
secundária nos estágios inicial, médio e avançado de 
regeneração da Mata Atlântica
para fins do disposto no art. 4o § 1o da Lei N°
11.428, de 22 de dezembro de 2006
CRITÉRIOS E REFERENCIAIS 
DETERMINADOS PELA 
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 10 
DE 1993.
ESTÁGIO INICIAL ESTÁGIO MÉDIO
ESTÁGIO 
AVANÇADOFISIONOMIA
Herbáceo-
arbustiva, 
com 
cobertura 
vegetal 
fechada ou 
aberta.
Arbórea e/ou 
arbustiva com 
cobertura 
aberta ou 
fechada.
Arbórea, com 
dossel 
fechado, 
porte 
relativamente 
uniforme.
ESTRATIFICAÇÃO
Inexistente Existente
Três estratos 
definidos.
DISTRIBUIÇÃO 
DIAMÉTRICA E ALTURA
Pequena 
amplitude de 
distribuição 
diamétrica e sem 
comentários 
quanto a altura.
Amplitude 
moderada, com 
predomínio dos 
pequenos 
diâmetros. 
Grande amplitude 
de distribuição 
diamétrica.
EXISTÊNCIA, DIVERSIDADE 
E QUANTIDADE DE 
EPÍFITAS
Líquenes, briófitas 
e pteridófitas, 
com pouca 
diversidade
Em maior número 
do que o estágio 
anterior (?)
Grande número 
de indivíduos e de 
espécies.
EXISTÊNCIA, DIVERSIDADE 
E QUANTIDADE DE 
TREPADEIRAS
Se presentes, 
herbáceas.
Quando 
presentes, 
lenhosas.
Geralmente 
lenhosas (mais 
abundantes e 
diversificadas na 
floresta 
estacional) 
AUSÊNCIA OU PRESENÇA E 
QUANTIDADE SERAPILHEIRA 
Ausente ou em 
camada fina pouco 
decomposta.
Presente (atenção 
para florestas 
estacionais)
Abundante.
SUBOSQUE Ausente Presente Menos expressivo do 
que no estágio médio
DIVERSIDADE BIOLÓGICA Variável, com poucas 
espécies arbóreas ou 
arborescentes.
Significativa Muito grande
DOMINÂNCIA DE ESPÉCIES Não definida 
(conceito mal 
apresentado)
Algumas indivíduos 
emergentes (conceito de 
dominância mal 
empregado – trata-se de 
emergência)
Árvores com copas 
horizontalmente amplas; 
espécies emergentes. 
Menciona a possibilidade 
de espécies dominantes.
ESPÉCIES INDICADORAS Espécies pioneiras 
(abundantes e 
dominantes).
Não comenta Não comenta.
Quadro 2 - RESOLUÇÃO Nº 25/1994 - CEARÁ
Critérios ESTÁGIO INICIAL ESTÁGIO MÉDIO ESTÁGIO AVANÇADO
FISIONOMIA Herbáceo-
arbustiva, estrato 
aberto ou fechado
Arbórea e arbustiva 
predominando sobre 
a herbácea
Arbórea, com dossel 
contínuo e uniforme, 
copas horizontalmente 
amplas. Fisionomia 
semelhante a floresta 
primária (?) 
ESTRATIFICAÇÃO (vertical) Uniestratificada Ocorrência eventual 
de indivíduos 
emegentes
Pode apresentar 
árvores emergentes
DISTRIBUIÇÃO 
DIAMÉTRICA E ALTURA
Pequena 
amplitude de 
distribuição 
diamétrica, DAP 
médio até 5 cm, 
altura média até 4 
m, área basal 
média (até) 4 
m²/ha.
DAP médio entre 4 e 
14 cm, altura média 
entre 4 e 10m, área 
basal entre 5 e 14 
m²/ha.
DAP médio superior a 
14 cm, altura média 
acima de 10 m, área 
basal média superior a 
14 m²/ha.
EXISTÊNCIA, 
DIVERSIDADE E 
QUANTIDADE DE 
EPÍFITAS
Líquenes, briófitas e 
pteridófitas, com pouca 
diversidade
Em maior número e 
diversidade do que o 
estágio anterior (?)
Grande número 
de indivíduos e de 
espécies.
EXISTÊNCIA, 
DIVERSIDADE E 
QUANTIDADE DE 
TREPADEIRAS
Se presentes, herbáceas. Quando presentes, 
lenhosas.
-
AUSÊNCIA OU 
PRESENÇA E 
QUANTIDADE 
SERAPILHEIRA 
Ausente ou em camada 
fina pouco decomposta.
Presente (variando 
conforme a estação do 
ano e inclinação da 
vertente)
Abundante
SUBOSQUE Ausente Presente Menos expressivo 
do que no estágio 
médio
DIVERSIDADE 
BIOLÓGICA 
Variável, com poucas 
espécies arbóreas ou 
arborescentes.
Significativa Grande
DOMINÂNCIA DE 
ESPÉCIES
Espécies pioneiras 
abundantes
- -
ESPÉCIES INDICADORAS 3 sp; 2 gen. 4 sp 6 sp.
Alguns comentários...
CRITÉRIOS CARACTERÍSTICAS, VANTAGENS e 
DIFICULDADES
FISIONOMIA Existem várias concepções de Fisionomia que dizem respeito 
aos hábitos das plantas ou definem subgrupos de formação 
(Veloso, 1992): densa, aberta, mista, decidual, semidecidual, ou 
ainda caracterizam uma subformação (tipo fisionômico) pelo 
porte, densidade e espécies mais importantes. O porte é 
geralmente definido por medidas dendrométricas como média 
aritmética dos diâmetros, diâmetro médio, altura média, 
dominante e máxima e a densidade pelo número de indivíduos 
e área basal/ha.
Quase todos os critérios propostos referem-se à fisionomia, nas 
suas diferentes acepções. 
ESTRATIFICAÇÃO Estratos são, segundo Veloso (1982) no sentido em que o termo 
é adotado nas Resoluções, as situações verticais como se 
dispõem as plantas lenhosas em uma comunidade.
Permite observar a diferenciação de habitats
DISTRIBUIÇÃO 
DIAMÉTRICA 
Permite avaliações objetivas e diretas, obtidas por meio de 
procedimentos amostrais mas exige suficiência amostral para a 
representatividade dos dados. Pode ser aperfeiçoada 
apresentando-se as distribuições das espécies mais 
importantes.
As medidas centrais dos diâmetros (média de DAP e dg –
média quadrática) dependem da distribuição, mas informam 
menos do que ela, complementando-a. 
EXISTÊNCIA, DIVERSIDADE E 
QUANTIDADE DE EPÍFITAS
As informações resultam de avaliações 
ecológicas, subjetivas e descritivas. Podem ser 
expressas quantitativamente, mas não há 
métodos consagrados para avaliações de 
campo.
AUSÊNCIA OU PRESENÇA E 
QUANTIDADE SERAPILHEIRA 
EXISTÊNCIA, DIVERSIDADE E 
QUANTIDADE TREPADEIRAS
DIVERSIDADE BIOLÓGICA Pode ser expressa por índices (Shannon e 
Wiener, Margalef, Sanders, etc ), por 
parâmetros fitossociológicos e pelas relações 
espécie x abundância. 
Medidas de diversidade são obtidas de 
parcelas amostrais e resultam em informações 
objetivas e comparáveis.
Requerem interpretações técnicas consistentes 
(não são autoexplicáveis) e avaliações 
comparativas. Índices só devem ser calculados 
quando houver identificação segura e precisa 
da quase totalidade das espécies. 
Observação: As resoluções relativas à Mata 
Atlântica não explicitam a diversidade animal.
DOMINÂNCIA DE 
ESPÉCIES
Tem vários sentidos e também está relacionada a diversidade. 
Pode ser expressa por Índices como os de Simpson e McIntosh ou, 
normalmente em levantamentos fitossociológicos, representada 
pela área basal. 
Medidas de dominância podem ser obtidas de parcelas amostrais e 
resultam em informações objetivas e comparáveis.
As medidas precisam de interpretação atenta e comparações 
pertinentes, para as quais é necessário se contar com base de 
dados sobre as formações estudadas. 
Não deve ser confundida com emergência.
ESPÉCIES 
INDICADORAS 
Não aparecem necessariamente na amostragem, principalmente se 
forem raras; Não têm significado a nível de parcela, pois a 
ocorrência depende do padrão de distribuição natural. A presença 
de certas espécies em determinados ambientes não obedece 
regras simples e claras, mas a variáveis naturais complexas.
Precisam ser muito bem caracterizadas (e não referidas por 
gênero) e exigem reconhecimento preciso em campo, com coleta 
para identificação, se necessário.
Geralmente o que caracteriza o estágio é a abundância, 
dominância e/ou frequência dessas espécies, e não sua simples 
presença (isso é particularmente verdadeiro no caso das pioneiras 
e secundárias iniciais).
Para a prática do Manejo Florestal se 
pressupõe:
• Realização de inventários florestais e 
avaliações ambientais;
• Planejamento e realização da exploração 
florestal, juntamente às medidas mitigadoras 
dos impactos ambientais.
• Definição e aplicação das operações 
silviculturais;
• Quantificação dos produtos gerados;
• Monitoramento da regeneração e do 
crescimento dos indivíduos remanescentes.
Inventários Florestais são, portanto, uma etapa fundamental 
na elaboração de um Plano de Manejo para:
- Avaliar a potencialidade de uma área para a produção de 
diferentes bens e serviços;
- Estimar estoques exploráveis;
- Estimar incrementos;
- Identificar espécies imunes de corte e outras restrições;
- Planejar a exploração florestal;
- Estimar produção, produtividade e receitas;
- Obter autorização para corte de árvores;
- Fiscalizar as operações de exploração;- Realizar o monitoramento da vegetação, pós intervenção;
- Obter informações sobre a vegetação remanescente.
TRABALHO EM GRUPO
Quais as informações essenciais de um inventário florestal 
para o licenciamento de um plano de manejo de vegetação 
natural?
Quais tecnologias seriam importantes para contribuir para a 
sustentabilidade dos Planos de Manejo?
Quais são usadas e com que intensidades?

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