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1 Noções, conceito, teorias, objeto, características e fontes (1)

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	CURSO DE DIREITO - 7º período
DIREITO EMPRESARIAL – 2018/1 - 1 -
Prof.: José Lauri Bueno de Jesus
1. DIREITO EMPRESARIAL
 	Nesta disciplina estudaremos aquilo que se relaciona ao empresário, às sociedades empresariais e às sociedades simples, inclusive, sociedades cooperativas e os contratos empresariais.
2. NOÇÕES GERAIS
No início da civilização as pessoas produziam apenas os materiais que necessitavam. Com o passar dos tempos ocorreu a inviabilidade desse sistema. Daí, começaram a trocar entre eles os bens que eram desnecessários para si. A troca facilitou a situação dos agrupamentos, mas surgiram dificuldades, pois nem sempre o que era desnecessário a um grupo se mostrava útil a outro. Decorrente disso, surgiu a moeda, a qual facilitou em muito o comércio. O Estado dava a garantia necessária.
A essa atividade de pôr em circulação as mercadorias deu-se o nome de comércio. Quem realizava essa atividade de comércio eram as pessoas intermediárias entre o produtor e o consumidor. Os comerciantes eram uma classe poderosa devido a natureza específica de sua atividade, ou seja, necessitavam de lucros, isto é, remunerar-se e pagar os empregados. O comércio é uma atividade especulativa e, por sua vez, o Estado não podia ficar indiferente, visto que ele vive das contribuições que devem ser recolhidas aos cofres públicos.
A cada dia a interferência estatal era sentida com maior intensidade, pois não apenas regulava as atividades comerciais como também estabelecia normas limitativas ou mesmo impeditivas dessas atividades. O Estado, quase que totalmente, passou a orientar e limitar as atividades mercantis de forma soberana, por meio de leis, decretos, regulamentos e/ou normas especiais.
3. OBJETO DO DIREITO EMPRESARIAL
Os bens e serviços que precisamos para viver são produzidos em organizações econômicas e negociadas no mercado pelos empresários. 
O Dir. Empresarial cuida do exercício dessa atividade econômica organizada de fornecimento de bens e serviços, a qual é denominada de empresa.
Seu objeto é o estudo dos meios socialmente estruturados para a superação dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou relacionados às empresas que exploram. Assim, as leis e a forma pela qual são interpretados pela jurisprudência e doutrina, os valores prestigiados pela sociedade, o funcionamento dos aparatos estatal e paraestatal, na superação de conflitos de interesses, formam o seu objeto.
A trajetória histórica do Direito Empresarial pode ser concebida como um retrato dinâmico de diversos referenciais utilizados para diagnosticar o que é ou o que não é mercantil. O nascimento marginal da disciplina empresarial explica a permanente preocupação em diferenciar a disciplina jurídica comercial e a civil, e de identificar com precisão uma relação jurídica mercantil singular.
É necessário considerar que matéria mercantil é uma noção daquelas que podemos chamar de noção viajante. Isso significa dizer que é diferentemente afetada pelas circunstâncias históricas, ou seja, deve ser compreendida de uma perspectiva histórica.
Uma retrospectiva desse naipe revela a sucessão de, no mínimo, três fases que correspondem aos três critérios determinadores do cerne do Direito Empresarial:
1º - a relação jurídica mercantil definida pela qualidade do sujeito (o direito comercial como direito de uma corporação profissional, a dos comerciantes);
2º - a relação jurídica mercantil definida pela natureza do objeto (o direito comercial como direito dos atos de comércio);
3º - o direito empresarial como direito das relações decorrentes da atividade empresarial (atual).
Assim, detalhando um pouco, tem-se que, nos primeiros momentos de sua história, o Direito Empresarial foi concebido subjetivamente, como um sistema normativo regente da classe dos comerciantes. Era um ramo jurídico iniciado e desenvolvido por e para mercadores, posto que discriminados pela sociedade e legislação da época. As regras corporativas e as decisões dos cônsules (juízes corporativos) germinaram um direito classista: só os matriculados nas Corporações eram comerciantes com acesso aos tribunais consulares e aptidão para a falência e a concordata.
Afastados da legislação comum, os membros das Corporações produziram um direito próprio, a princípio marginal, mas que se revelou, nos séculos seguintes, um repositório de privilégios sustentado pelo capital.
As transformações políticas, sociais e econômicas trataram de demonstrar a inviabilidade de um Direito fechado, dissociado de uma sociedade com aspirações jurídicas igualitárias. Por isso, transmudou-se para o pólo oposto da objetividade por influência da concepção liberal burguesa de sociedade. Em outras palavras, o Direito Empresarial diferenciado, de raiz medieval, foi substituído pelo Direito igualitário, abstrato e unitário calcado na prática de determinados atos definidos pelo ordenamento positivo como mercantis.
Derivado do ideário consagrado pelas revoluções inglesa (1688), norte-americana (1776) e francesa (1789), esse processo de crescente objetivação alcançou seu momento mais expressivo com a codificação napoleônica de 1807(8). O Direito Comercial passa a depender de um catálogo legal de atividades econômicas, inconsistente e sem lastro científico, ou seja, o casuísmo dos atos de comércio sem uma definição pontual do que é um ato de comércio.
O ato de comércio, como conceito jurídico, acabou sendo superestimado e deturpado, como se fosse o critério definidor do atributo da comercialidade, o que não corresponde à verdade. O ato de comércio não confere a quem o pratica a qualidade de comerciante. Não imprime comercialidade à atividade profissional produtiva. É exatamente o oposto. Com certeza, é a organização da atividade profissional finalisticamente dirigida que dá aos atos praticados pelo empresário sua real especificidade.
A terceira posição, entendida como modernização do subjetivismo, centra-se no empresário, com base no conceito de empresa que ultrapassa o do mero empreendimento, para envolver todas as atividades organizadas economicamente para a produção ou circulação de bens ou serviços, com a finalidade de obter lucros.
4. O COMÉRCIO E A EMPRESA – BREVE HISTÓRICO
Os bens e os serviços que necessitamos para viver são produzidos em organizações econômicas especializadas, mas nem sempre foi assim.
Na Antiguidade os moradores produziam o que necessitavam; depois os excedentes eram trocados entre os vizinhos ou na praça.
Na Roma Antiga a família (inclusive escravos) produzia as vestes, alimentos, vinho e utensílios;
Os fenícios destacaram-se intensificando as trocas, estimularam a produção de bens destinados especificamente à venda, o comércio expandiu-se.
Houve intercâmbios entre culturas distintas e também desenvolveram tecnologias e meios de transporte.
Os Estados fortaleceram-se e, em função do comércio, foram travadas guerras, escravizaram-se povos e recursos naturais se esgotaram.
Foi com a intensificação das trocas que se despertou o interesse em algumas pessoas de produzirem bens que não necessitavam diretamente.
Na Idade Média
O comércio já não era característica só de algumas culturas ou povo
Difundiu-se por todo o mundo civilizado
Corporações de ofício – poderosas entidades burguesas
Nessas corporações foram surgindo paulatinamente normas destinadas a disciplinar as relações entre os seus filiados
Na Era Moderna
Estas normas pseudo-sistematizadas seriam chamadas de Direito Comercial
É o Direito aplicável aos membros de determinada corporação de comerciantes
Os usos e costumes de cada praça ou corporação tinham especial importância na sua aplicação. 
Na França, Napoleão Bonaparte elaborou: 
- O Código Civil em 1804
- O Código Comercial em 1807, o qual entrou em vigor em 1808.
No sistema francês, a delimitação docampo de incidência do Código Comercial é feita pela TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO, ou seja,“sempre que alguém explora atividade econômica que o direito considera ato de comércio – submete-se às obrigações do Código Comercial e passa a usufruir da proteção por ele liberada”.
Na lista dos atos de comércio (era uma relação de atividades) não se encontravam algumas atividades econômicas que, com o tempo, passaram a ganhar importância equivalente às de comércio: banco, seguro, indústria, prestação de serviços, negociação de imóveis, agricultura e extrativismo.
A burguesia (da França) foi levada a travar uma acirrada luta de classes contra o feudalismo.
Ultrapassados por completo os condicionantes econômicos, políticos e históricos que ambientaram sua formulação, a Teoria dos Atos de Comércio revelou suas insuficiências para delimitar o objeto do Direito Comercial, pois não mais se distinguiam os atos de comércio com os civis.
Assim, a insuficiência da Teoria dos Atos de Comércio forçou o surgimento de outro critério identificador do âmbito de incidência do Direito Comercial, ou seja: a Teoria da Empresa (atual).
5. TEORIA DA EMPRESA
Na Itália, em 1942 (plena 2ª guerra mundial), surge um novo sistema de regulação de atividades econômicas dos particulares. Alarga-se o âmbito de incidência do Dir. Comercial. 
Passam as atividades de prestação de serviços e ligados à terra a se submeterem às mesmas normas aplicáveis às comerciais, bancárias, securitárias e industriais.
Começa a disciplinar as atividades privadas.
Sobreviveu à redemocratização da Itália e delimita até hoje o Dir. Comercial desse país.
Inspirou a reforma da legislação comercial de outros países.
Baseou-se nos novos conceito de empresário, observando sempre a empresarialidade.
>> No BRASIL – o Código Comercial de 1850 (Lei nº 556 de 25 de junho) sofreu forte influência da Teoria dos Atos de Comércio (França-1807).
O Regulamento 737 de 1850 (Brasil) apresentava a relação de atividades econômicas reputadas de mercancia.
Ocorreu uma defasagem entre a Teoria dos Atos de Comércio e a realidade disciplinada pelo Direito Comercial.
Devido a atualidade do sistema italiano de bipartir o Direito Privado, começam a ser apontados na doutrina e jurisprudência brasileira a partir dos anos de 1960.
Principalmente depois da adoção da Teoria da Empresa pelo projeto de Código Civil de 1975 (aprovado em 2002), a doutrina comercialista brasileira já desenvolvia suas reflexões à luz da Teoria da Empresa.
Alguns juízes começam a decidir processos desconsiderando o conceito de Atos de Comércio, por exemplo:
Concederam concordata a pecuaristas
Decretaram a falência de negociantes de imóveis
Asseguraram a renovação compulsória do contrato de aluguel em favor de prestadores de serviços
Enfim, julgavam as demandas pelo critério da empresarialidade.
As principais leis editadas no Brasil começam a se inspiraram no sistema italiano, e não mais no francês. Exemplos:
Código de Defesa do Consumidor, de 1990
A Lei de Locação Predial Urbana, de 1991
A Lei do Registro de Empresas, de 1994
Então, como é possível constatar, o Direito brasileiro já incorporara a Teoria da Empresa, mesmo antes do Novo Código Civil Brasileiro (Lei n. 10.406/2002) entrar em vigor, pois as leis esparsas, doutrina, jurisprudência, estavam nesse caminho.
6. A AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL 
O Direito Empresarial, como regime jurídico especial do direito privado, é destinado à regulação das atividades econômicas e dos seus agentes produtivos. É área especializada do conhecimento jurídico. Assim, contempla todo um conjunto de normas específicas que se aplicam aos agentes econômicos, antes chamados de comerciantes e hoje chamados de empresários devido a mudança das regras, tendo em vista que abrange os empresários individuais e as sociedades empresárias.
Na CF de 1988, art. 22, I, a matéria de Direito Comercial/Empresarial é listada como competência legislativa privativa da União.
Não compromete a sua autonomia a opção do legislador tratar a matéria no Novo Código Civil (Livro II, Parte Especial). O Direito Civil não é o Código Civil, e o Direito Comercial não é o Código Comercial.
Essa autonomia que o Direito Empresarial possui em relação ao Direito Civil não significa, todavia, que eles sejam ramos absolutamente distintos e contrapostos. O Direito Empresarial e o Direito Civil, como ramos englobados na rubrica do direito privado, possuem, não raro, institutos jurídicos comuns.
As atividades econômicas desenvolvidas no mercado possuem características muito peculiares, que fazem do Direito Empresarial um regime jurídico especial, com regras, princípios e institutos jurídicos próprios.
Podem ser citados, por exemplo, a limitação de responsabilidade dos sócios de sociedades limitadas e das sociedades anônimas, os contratos empresariais, a falência e a recuperação judicial, os títulos de créditos e os princípios do regime jurídico cambiário.
Na distinção básica que se faz entre o Direito Empresarial e o Direito Civil, percebe-se claramente que este é a disciplina geral dos direitos e obrigações de ordem privada concernente às pessoas, aos bens e às suas relações, sendo, ademais, fonte normativa subsidiária para os demais ramos do Direito. 
Para o Direito Empresarial cabe, por outro lado, a disciplina especial dos direitos e obrigações de ordem privada concernentes às atividades econômicas organizadas (empresas).
Na Itália, mais de 70 anos se passaram da unificação legislativa e da adoção da Teoria da Empresa, no entanto, o Direito Comercial continua sendo tratado como disciplina autônoma, como é feito no Brasil.
7. CONCEITO DE DIREITO EMPRESARIAL (apenas quatro)
	Conceitos taxativos são, sempre, muito perigosos, máxime quando se aborda tema tão sensível e tão suscetível de consagrar equívocos, como é o Direito Empresarial, entretanto, cito apenas quatro, mas com a finalidade de destacar as suas características e interações.
Cesare Vivante (italiano):
	“O Direito Comercial é a parte do Direito Privado que tem principalmente por objeto regular as relações jurídicas que surgem do exercício do comércio”. 
Não é o melhor conceito, e foi muito criticado por não contemplar atos praticados por não comerciantes, mas regulados por leis comerciais, tipo a emissão de cheque.
Waldemar Ferreira:
	“Direito comercial é o conjunto sistemático de normas jurídicas disciplinadoras do comerciante e seus auxiliares e do ato de comércio das relações dele oriundas”. 
	
Carvalho de Mendonça:
	“o Direito Comercial é a disciplina jurídica reguladora dos atos de comércio e, ao mesmo tempo, dos direitos e das obrigações das pessoas que os exercem profissionalmente e dos seus auxiliares”.
Fran Martins:
“É o conjunto de regras jurídicas que regulam as atividades das empresas e dos empresários, bem como os atos considerados comerciais, mesmo que esses atos não se relacionem com as atividades das empresas”. 
Este conceito é o que mais bem sintetiza a disciplina de Direito Empresarial, pois alcança não apenas os empresários, mas aqueles que, mesmo sem se revestirem dessa qualidade, praticam atos aos quais a lei atribuiu características tais que se tornaram regidos pelo Direito Empresarial. Exemplo disso, é a emissão do cheque.
8. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL
Simplicidade ou informalismo: decorre em função do dinamismo da atividade empresarial, exigindo soluções simples para os conflitos que porventura surgirem.
Cosmopolitismo: o comércio, historicamente, foi fator fundamental de integração entre os povos.
Internacionalidade: relações econômicas entre os países. Exemplo: Lei Uniforme de Genebra que dispõe sobre letras de câmbio, notas promissórias e cheque.
Rapidez: é dinâmica a aplicação
Elasticidade: os usos e costumes consagram as regras nas transações, gerando dessa forma uma constante mudança e evolução das relações de comércio. Exemplo: contratos de leasing e franchising (franquia).Fragmentarismo: decorre de o Direito Empresarial possuir uma série de sub-ramos com características específicas (direito falimentar, direito cambiário, direito societário, direito de propriedade industrial).
Onerosidade: devido ao caráter econômico especulativo das atividades mercantis o seu intuito é sempre o de lucro.
9. FONTES DO DIREITO COMERCIAL/EMPRESARIAL
	Fonte do Direito, como sabemos, é o meio técnico de realização do Direito objetivo. As fontes são, pois, tanto as matrizes geradoras da ordem jurídica, como as respostas instrumentais que a concretizam. Bem por isso, não estão dispostas no mesmo nível. Guardam um escalonamento de precedência, que lhes oferece denominações diferentes, conforme o critério adotado.
 a) Primárias ou imediata				
Normas empresariais: - Código Comercial de 25.06.1850 (somente o Direito Marítimo 
 – do art. 457 ao art.796)	
- Código Civil de 2002 (matérias nucleares do Dir. Empresarial, por exemplo, do art. 887 ao art. 926-títulos de crédito e do art. 966 ao art. 1195) 
			- Legislação Esparsa: - Dir. Falimentar (Lei 11.101/05)
						- Dir. Societário (Lei 6.404/76)		
- Dir. Cambiário (Lei Uniforme de Genebra, Lei 7357/85-Cheques, Lei nº 5474/68-Duplicatas, Lei 9279/96-Propriedade Industrial
Regulamentos das normas empresariais				 
Tratados e convenções internacionais	
Leis civis sobre obrigações			
							
b) Subsidiárias ou Secundárias
Usos e costumes
Analogia
Doutrina**
Jurisprudência**
Princípios gerais de direito
Fonte primária
	A regência do princípio da legalidade determina a preponderância da lei. É natural e compulsória, como fonte principal. Como exemplo, podemos citar a Constituição Federal de 1988 que enuncia normas-princípios e normas-regras que contagiam todo o sistema: livre concorrência, a defesa do consumidor, a função social da propriedade, o tratamento privilegiado da empresa nacional, o predomínio da iniciativa privada na atividade econômica e ao aumento arbitrário de lucros e as regras disciplinadoras da competência legislativa para cada matéria.
Fonte secundária
	Como nem sempre a lei fornece todas as respostas e sua omissão não pode ensejar lacunas no sistema jurídico, a solução é lançar mão do recurso a outros elementos acessórios, coadjuvantes de interpretação e expedientes integradores da norma jurídica, como alternativa para dirimir litígios e, assim, realizar-se a necessária densificação do direito.
	
	Quanto ao uso (costume comercial), o Código Civil de 2002 evidencia sua importância em diversos dispositivos:
-Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
-Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
-Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
-Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
-Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.
	Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento.
-Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes.
-Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do prazo para pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar o negócio, se não houver instruções diversas do comitente.
-Art. 700- Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de prazos para pagamento, ou se esta não for conforme os usos locais, poderá o comitente exigir que o comissário pague incontinenti ou responda pelas consequências da dilação concedida, procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência ao comitente dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiário.
-Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela procedida segundo os usos correntes no lugar.
-Art.724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais.
-Art. 753 - Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrupção, o transportador solicitará, incontinenti, instruções ao remetente, e zelará pela coisa, por cujo perecimento ou deteriorização responderá, salvo força maior.
 - § 1º. Perdurando o impedimento, sem motivo imputável ao transportador e sem manifestação do remetente, poderá aquele depositar a coisa em juízo, ou vendê-la, obedecidos os preceitos legais e regulamentares, ou os usos locais, depositando o valor.
- § 4º Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus próprios armazéns, continuará a responder pela sua guarda e conservação, sendo-lhe devida, porém, uma remuneração pela custódia, a qual poderá ser contratualmente ajustada ou se conformará aos usos adotados em cada sistema de transporte”.
Alguns autores diferenciam os usos dos costumes, entretanto, a maioria os trata como sinônimos, pois ambos estão sempre interligados entre si. 
Para a aplicabilidade dos usos e costumes comerciais são necessários os seguintes requisitos: continuidade, uniformidade, conformidade legal e o assentamento.
Os usos deverão ser assentados na Junta Comercial, com respaldo no art. 32, inciso II, letra “e”, da Lei nº 8934/94. Há um procedimento legal específico para seu reconhecimento formal.
Pelo teor do art. 87, do Decreto 1800/96, o assentamento de uso ou prática mercantil é efetuado pela Junta Comercial que os coligirá e assentará em livro próprio, ex-officio, por provocação da Procuradoria ou de entidade de classe interessada (§ 1º). 
Se não for contra legem, o Presidente da Junta comercial solicitará a manifestação escrita das entidades diretamente interessadas, no prazo de 90 (noventa) dias, e fará publicar convite a todos os interessados para que se manifestem no mesmo prazo. A Junta Comercial decidirá sobre a veracidade e registro do uso, com anotação em livro especial, com a respectiva justificação, e publicação no órgão oficial. A cada 15 (quinze) anos, as Juntas Comerciais processarão a revisão e publicação da coleção dos usos ou práticas mercantis assentados.
O costume comercial pode ser suscitado no curso de processo judicial, como elemento destinado a formar a convicção do magistrado. Para utilização em juízo, como coadjuvante probatório o interessado deverá demonstrar sua existência, mediante certidão da Junta Comercial. É a regra. Contudo, predito documento não se constitui em única prova, visto que o costume comercial pode ser provado, por exemplo, por declarações de associações comerciais, testemunhos de representantes de entidades comerciais, etc..
10. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
	Tais princípios estão assentados na Constituição Federal de 1988, em seu art. 170.
11. PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL
	Devido ao fato de o Direito Empresarial possuir um regime jurídico especial de direito privado e ser quem disciplina o exercício da atividade econômica organizada, é onde iremos encontrar as regras jurídicas especiais para a disciplina do mercado, é fundamental que essas regras jurídicas especiais estejam assentadas em uma principiologia própria, que destaque a imprescindibilidade da empresa como instrumento para o desenvolvimento econômico e social das sociedades contemporâneas, nas quais as bases do capitalismo (livre iniciativa, propriedade privada, autonomia da vontadee valorização do trabalho humano) já estão enraizadas e solidificadas como valores inegociáveis para a construção e manutenção de uma sociedade livre. Assim, tem-se os seguintes princípios do Direito Empresarial:
Princípio da livre iniciativa
Este princípio é o princípio fundamental do Direito Empresarial, como também estabelece a CF de 1988, art, 170: ¨A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social [...]¨. Não se pode esquecer que este princípio está sendo relativizado progressivamente, tendo em vista algumas decisões do STF, pois o Estado tem imposto várias limitações, utilizando-se de seu poder de polícia, como por exemplo, a fixação de horários de funcionamento, etc...
Princípio de Concorrência
Outro princípio basilar do Direito Empresarial é o da livre concorrência, o qual também está prevista como princípio constitucional da atividade econômica no art. 170, inciso V. Ao se manifestar sobre esse princípio Fábio Ulhoa Coelho diz o seguinte: ¨quem acerta, ganha (obtém lucros); quem erra, perde (sofre prejuízo)¨. Assim, o Estado não deveria intervir nessa equação, sob pena de desvirtuar toda a lógica do mercado. Uma área em que esse princípio aparece com muita clareza são nos contratos empresariais, os quais não devem sofrer intervenção estatal nem prévia (dirigismo estatal), nem posterior (revisão judicial).
Princípio da Defesa e garantia da propriedade privada
A propriedade privada também está elencada no art. 170 da CF de 1988, inciso II, como princípio constitucional da ordem econômica, formando, junto com a livre iniciativa e a livre concorrência, a tríade que dá sustentação ao Direito Empresarial. Garantir e defender a propriedade privada dos meios de produção é pressuposto fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade privada, não há também mercado, obviamente. Não se pode esquecer que esse princípio vem sendo relativizado progressivamente no ordenamento jurídico brasileiro, a partir do conceito de ¨função social¨(também constitucional).
Princípio da preservação da empresa
É um dos princípios do Direito Empresarial mais alardeados pela doutrina especializada, o qual inspirou recentes alterações legislativas, como a Lei nº 11.101/05 (Lei de Falência e Recuperação de Empresas). Inclusive, tal princípio tem sido muito utilizado pelos tribunais pátrios para fundamentar decisões em matéria de dissolução de sociedades, falência, recuperação judicial, etc. Entretanto, é preciso muito cuidado para que a aplicação deste princípio não seja banalizado, pois muitas vezes determinadas atividades empresariais devem mesmo ser encerradas. Esse princípio decorre de uma construção importante, mas sua aplicação deve limitar-se às situações em que o próprio mercado, espontaneamente, encontra soluções para a crise de um agente econômico, em bases consensuais.
Outros princípios do Direito Empresarial
Os princípios mencionados são o que podemos chamar de princípios gerais do Direito Empresarial. Veremos outros princípios específicos, aplicáveis de forma restrita a determinados sub-ramos do Direito Empresarial. Assim, por exemplo, no direito societário teremos o princípio da limitação de responsabilidade dos sócios; no direito cambiário estudaremos os princípios da autonomia, cartularidade e literalidade dos títulos de crédito; no direito falimentar, dentre vários, estudaremos o princípio da conservação e maximização dos ativos.
A bibliografia utilizada é a constante no Plano de Ensino da disciplina.
A SEGUIR CONSTA UMA RELAÇÃO DE PERGUNTAS DO PONTO NÚMERO 1 PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO.
Sugiro que sejam respondidas.
Questões para fixação do conteúdo:
Diga de que forma o Estado começou a interferir nas atividades mercantis?
Qual o objeto do Direito Empresarial?
O que forma o objeto do Direito Empresarial?
Quem elaborou o primeiro Código Comercial? Em que ano? Em que país?
Como é feita a delimitação do campo de incidência do Código Comercial, no sistema francês?
O que é Teoria dos Atos de Comércio?
Onde teve origem a Teoria dos Atos de Comércio?
Na Teoria dos Atos de Comércio eram encontradas todas as atividades econômicas que o homem realizava? Explique.
A Teoria dos Atos de Comércio era suficiente para delimitar o objeto do Direito Comercial? Explique.
Devido a forma de funcionamento da Teoria dos Atos de Comércio em não atender as necessidades da sociedade, surgiu uma nova teoria. Como é chamada essa teoria?
Em que local e quando surgiu a Teoria da Empresa?
Qual a influência da Teoria da Empresa na legislação comercial brasileira e de outros países?
Que tipo de atividades passaram a ser reguladas com o surgimento da Teoria da Empresa?
Como o Brasil sofreu as influências da Teoria dos Atos de Comércio?
Alguns juízes desconsiderando o conceito de Atos de Comércio e vendo que não mais satisfaziam as necessidades empresariais, começaram a julgar as demandas com força em qual critério?
A partir de que ano a Teoria da Empresa começa a ser apontada na doutrina e jurisprudência brasileira em substituição a Teoria dos Atos de Comércio?
Cite dois exemplos de leis editadas com base na Teoria da Empresa:
Quem é competente para legislar sobre o Direito Comercial no Brasil? Aonde está previsto?
Quais as características do Direito Empresarial?
Quais as fontes primárias do Direito Empresarial?
Quais são as fontes subsidiárias do Direito Empresarial?
Quais são os requisitos necessários para a aplicabilidade dos usos e costumes comerciais?
Quais os princípios constitucionais da atividade econômica?
Quais são os princípios básicos do Direito Empresarial?

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