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ANEMIA NA GESTAÇÃO

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ANEMIA NA GESTAÇÃO
* conceito: anemia na gestação, de acordo com a OMS, é definida como nível de hemoglobina abaixo de 11g/dl. Ela pode ser classificada como leve (Hb de 10 a 10,9 g/dl), moderada (Hb de 8 a 9,9 g/dl) e grave (Hb menor que 8g/dl). Adotando esse critério, até 50% das mulheres grávidas são anêmicas.
* Causas: as principais causas de anemia na gestação são:
Deficiência de ferro
Deficiência de ácido fólico
Deficiência de B12
Hemoglobinopatias (anemia falciforme, talassemias)
Perda sanguínea crônica (sangramentos gastrointestinais ocultos)
* ANEMIA FISIOLÓGICA DA GESTAÇÃO: há um aumento aproximado de 20 a 30% no número de hemácias, devido ao aumento na demanda de oxigênio. Visto que na gestação há um maior aumento no volume plasmático em comparação com a massa eritrocitária, o hematócrito cai dois ou três pontos (30%) e a concentração total de hemoglobina diminui progressivamente. Este fenômeno é chamado de anemia fisiológica da gestação, causada pela hemodiluição.
* ANEMIA FERROPRIVA: anemia mais comum na gestação. Os depósitos de ferro são reduzidos durante a gravidez em decorrência de uma maior demanda para suprir o aumento da hemoglobina circulante e o desenvolvimento fetal. Assim, há uma redução da porcentagem de saturação de transferrina e hemácias hipocrômicas e microcíticas começam a ser liberadas pela medula óssea na circulação. Se a ingesta de ferro for insuficiente, se o intervalo interpatal for curto ou se o parto for complicado por hemorragia, anemia por deficiência de ferro se instalará.
Sintomas: são cansaço ao esforço, incapacidade de realizar tarefas habituais, fadiga, cefaleia e perversão alimentar (pica malácia). A perversão por alimentar-se de arroz cru, gelo, talco, terra ou macarrão cru. Ao exame físico podemos notar palidez, escleras azuladas, fragilidade e concavidade das unhas, tendência a maior queda de cabelo, queilite e glossite. 
Diagnóstico: hemograma mostra redução do hematócrito (<30%), da hemoglobina (<11g/dl) e ferritina (<10mg/l), VCM (<80fL), com a presença de hemácias hipocrômicas e microcíticas.
Proflaxia e tratamento: para o tratamento recomenda-se entre 60 e 180 mg/dia de ferro elementar na gravidez. É importante que a suplementação se inicie no pré-natal, como profilaxia, além disso, é importante uma dieta com alimentos ricos em ferro, como fígado, carne vermelha, feijão, e facilitadores de absorção, como suco de laranja e de limão. Para a profilaxia é recomendada a suplementação de 30 a 60 mg/dia de ferro elementar (300 mg de sulfato ferroso) por 6 meses ou 120 mg de ferro 1 vez por semana.
* ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS: durante a gestação, a deficiência de folato é a causa mais comum de anemia megaloblástica, sendo a deficiência de vitamina B12 uma causa mais rara. A vitamina B12 e o ácido fólico são coenzimas necessárias para a síntese de timidina, que entra na composição da timina, uma das bases encontradas no DNA. Uma deficiência nessas vitaminas ou um prejuízo em seu metabolismo resulta em maturação nuclear defeituosa decorrente de síntese desorganizada ou inadequada de DNA, com consequente retardo ou bloqueio da divisão celular.
Diagnóstico: A anemia é macrocítica e está caracterizada pelo volume corpuscular médio > 100fl (VCM). O diagnóstico pode ser confirmado pela avaliação da concentração sérica de ácido fólico e de vitamina B12. Na anemia por deficiência de folato, há níveis elevados de homocisteína e níveis normais de ácido metilmalônico, já por deficiência de B12 há elevação dos níveis de homocisteína e do ácido metilmalônico. 
Complicações na gravidez: a deficiência de folato está relacionada ao surgimento de defeitos do tubo neural fetal, sobretudo anencefalia e espinha bífida.
Conduta: Recomenda-se a reposição de folato durante a gestação na dose de até 5mg/dia. Nas gestações planejadas, é importante iniciar a suplementação 3 meses antes da concepção, sendo que em pequenas doses de 400 mcg/dia.
* ANEMIA FALCIFORME: é hereditária, ocorre primariamente em indivíduos de descendência africana. Ela é causada por uma mutação pontual da β-globina que provoca a substituição de um resíduo de glutamato por um de valina, fazendo com que haja a formação da HbS. A presença de HbS é subjacente às principais manifestações patológicas: hemólise crônicas, oclusões microvasculares e lesão de tecidos. A doença falciforme não é contraindicação para gravidez, mas a gravidez é uma situação potencialmente grave para as pacientes com doença falciforme, assim como para o feto e para o recém-nascido.
Diagnóstico: deve ser feito pela eletroforese de hemoglobina que mostra a presença de hemoglobina S, na forma homozigótica (SS) ou em combinação com a hemoglobina C.
Complicações: a lesão da microvasculatura placentária pelas hemácias falcizadas pode ser uma das causas de maior incidência de aborto e de retardo de crescimento intrauterino. Os bons cuidados do recém-nascido no período neonatal têm sido fundamentais par reduzir a taxa de mortalidade perinatal. O parto vaginal é o desejável.
Tratamento: as pacientes devem receber reposição de ácido fólico (5mg/dia) e os casos mais importantes de anemia (queda de 30% dos níveis basais de hemoglobina) ou níveis de hemoglobina inferiores a 6g/dl devem ser transfundidos.
* TALASSEMIAS: constituem um grupo heterogêneo de distúrbios causados por mutações herdadas que diminuem a síntese de hemoglobina adulta, HbA, devido a alterações em suas cadeias α e β. As β-talessemias são causadas por síntese deficiente nas cadeias β, enquanto as α-talassemias é causada por síntese de deficiente de cadeias α.
Tavinho Canto – Turma 90

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