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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO FARMÁCIA COMPONENTE CURRICULAR: Físico-Química Experimental TURMA: QUARTA-FEIRA, 11 horas. PROFESSORA: Dauci Pinheiro Rodrigues RELATÓRIO - 06 EXPERIMENTO N° 07: Determinação da ordem de reação entre tiossulfato de sódio e ácido clorídrico – Método de Velocidade Inicial ALUNO (A) = Campina Grande- PB Junho de 2018 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA PROFESSOR (a): Dauci Pinheiro Rodrigues ALUNO (a): CURSO: Farmácia Título e nº do experimento: N°7 Determinação da ordem de reação entre tiossulfato de sódio e ácido clorídrico – Método de Velocidade Inicial DATA DO EXPERIMENTO: 07 \03\ 18 RECEBIDO EM:____\____\____ POR: __________ AVALIAÇÃO PREPARAÇÃO:______________ RELATÓRIO: REFRATOMETRIA PROVA:_____________________ NOTA GLOBAL:________ (_____________) RUBRICA DO (a) PROFESSOR (a) Dauci Pinheiro Rodrigues INTRODUÇÃO A cinética química descreve o estudo quantitativo das mudanças de concentração com o tempo que ocorre uma reação química, ou seja, de forma geral pode-se determinar a velocidade que estas acontecem. Podemos dizer que a Cinética Química pode nos fornecer informações de grande importância sobre determinadas reações químicas. A velocidade de uma reação química é o aumento na concentração molar do produto por unidade de tempo, ou o contrário, o decréscimo na concentração molar do reagente na unidade de tempo. O estudo da velocidade das reações pode possibilitar o controle da velocidade, tornando as reações mais rápidas ou lentas, de acordo com seus mecanismos. A velocidade de uma reação é afetada por alguns fatores, dentre os quais podemos citar temperatura, superfície de contato, pressão, concentração, presença de luz, catalisador e inibidores. A temperatura influencia na agitação das moléculas, Quanto mais calor, mais agitadas ficam as moléculas. O aumento da temperatura irá desencadear o aumento da energia cinética. Se as moléculas se movimentam mais, elas se chocam mais e com mais energia, diminuindo a energia de ativação e em consequência, aumenta o número de colisões efetivas e, portanto a velocidade da reação também aumenta. A pressão também exerce sua influência na velocidade da reação, pois quanto maior a pressão, as colisões ficam mais efetivas, aumentando a velocidade das reações. O Aumento do número de moléculas ocorre quando aumentamos a concentração, e consequentemente acelera a velocidade da reação devido o aumento de choque entre as moléculas. A luz influencia na velocidade das reações porque é uma energia na forma de onda eletromagnética e esta ajuda a quebrar a barreira da energia de ativação. Isso explica o fato de algumas reações químicas ocorrem com maior velocidade quando estão na presença de luz. Os catalisadores e inibidores possuem relação com a velocidade de reação. Os catalisadores diminuem a energia de ativação e por consequência aumentam a velocidade de reação. Vale salientar que esse não altera a composição química dos reagentes e produtos envolvidos. Os inibidores atuam de forma contrária, aumentando a energia de ativação e diminuindo a velocidade de reação. A lei da velocidade de uma reação química irá relaciona a velocidade de uma reação com a concentração dos reagentes elevados em certos expoentes. De modo geral podemos determinar a lei de velocidade de uma reação através de uma reação generalista: a A + b B → c C + d D Para essa reação generalista, podemos determinar a lei de velocidade da reação segundo a lei de Guldberg-Waage: Velocidade = k [A]m [B]n Onde: V = velocidade da reação; k = constante de velocidade de reação; a = ordem da reação em relação a A; b = ordem da reação em relação a B; [ ] = concentração da substância em mol / L. A ordem de uma reação é a soma dos expoentes das concentrações da equação da velocidade. Utilizando a equação anterior, calculamos a ordem de tal reação pela soma de (a + b). Há uma energia mínima necessária para que a colisão entre as partículas dos reagentes ocorra, a energia de ativação, e assim resultar na reação química. As reações só ocorrem quando os reagentes atingem a energia de ativação. Sendo a cinética química a parte da química que determina a velocidade das reações, é bastante utilizado nem diverso áreas como a farmacêutica na síntese e medicamentos, escolha da fórmula farmacêutica, na estabilidade de medicamentos em si, sendo o seu estudo de grande importância para diversos campos da saúde, indústria e outros. OBJETIVO O experimento intitulado “Determinação da ordem de reação entre tiossulfato de sódio e ácido clorídrico – Método de velocidade inicial” possui como objetivo calcular a ordem da reação com relação os íons tiossulfato e aos íons hidrogênio, bem como a energia de ativação e as constantes de velocidade nas temperaturas, ambiente e a 10ºC. Substâncias e materiais usados. Substâncias usadas: Tiossulfato de sódio (0,3 M e 1 M); Ácido clorídrico (0,3 M e 2 M); Água destilada; Gelo; Materiais usados: Béqueres; Provetas; Pipetas volumétricas; Cronômetros; Termômetro; Máscara; Capela; Luvas; PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Determinação da ordem da reação em relação ao tiossulfato. Quadro 01: Concentrações dos íons tiossulfato em solução aquosa. Combinações Na2S2O3 (0,3 M) H2O 1 25 mL - 2 20 mL 5 mL 3 15 mL 10 mL 4 7,5 mL 17,5 mL 5 5 mL 20 mL O procedimento experimental foi iniciado com base no quadro 1. Em um béquer foi colocado a quantidade de Na2S2O3 0,3 M indicada no quadro de combinações, prosseguimos com o auxílio de uma proveta onde foi adicionado 5 mL de ácido clorídrico 2 M ao béquer que continha o Na2S2O3 0,3 M e a água. A adição de ácido clorídrico foi realizada na capela, e deu-se inicio a contagem do tempo, dispondo de um cronômetro. Agitando de modo continuo, quando a fita preta tornou se invisível, pausamos o cronômetro. Foram utilizados três cronômetros para determinar o tempo final, por meio das médias entre os três tempos. O procedimento descrito acima foi repetido para cada combinação descrita no quadro. Determinação da ordem de reação em relação ao ácido cloridrico. Tabela 2 – Dados utilizados no procedimento 2 Combinações HCl (0,3 M) H2O 1 10 mL - 2 7 mL 3 mL 3 5 mL 5 mL Colocou-se o béquer com a combinação 1 sobre uma fita preta e, adicionou-se 20 mL de Na2S2O3 1 M, disparando o cronômetro imediatamente. Agitou-se a solução constantemente, olhando por cima, até que a fita preta se tornasse invisível (momento em que o cronômetro era zerado). Anotou-se o tempo final. O procedimento foi repetido para as outras combinações. Determinação da ordem da reação em relação ao tiossulfato à uma temperatura inferior a do procedimento 1. Foi preparado um banho de água e gelo em um béquer, adicionando gelo aos poucos até alcançar uma temperatura de 10°C. A uma proveta, adicionou-se 5 mL de ácido clorídrico. Colocaram-se o béquer contendo a primeira combinação e a proveta contendo o ácido clorídrico no banho de água e gelo, até que ambos atingissem 10°C. Nesse momento, colocou-se o béquer com a solução sobre a fita preta e adicionou-se o ácido ao béquer, marcando o tempo decorrido até que a fita se tornasse invisível. Anotou-se o tempo marcado e repetiu-se o procedimento para as outras combinações. RESULTADOS E DISCURSÕES Dados referentes a contagem de tempo obtidos durante o procedimento experimental. Tabela 3 – Anotação dos tempos de Reação Combinações Tempo de reação (segundos) Procedimento 1 Temperatura a 25ºC Procedimento 2 Temperatura a 25ºC Procedimento 3 Temperatura a 10ºC 1 12,09 6,84 29,77 2 16,85 10,33 - 3 17,61 12,66 43,32 4 34,80 - - 5 51,17 - 116,5 RESULTADOS E DISCURSÕES Qual o tipo de reação estudada?A reação estudada é do tipo óxido-redução, ocorre a oxidação e redução dos elementos, nesta o átomo de enxofre sofre oxidação, perde elétrons. O átomo de enxofre sofre redução, ou seja, ganha elétrons. Determinar graficamente e a ordem da reação com relação ao S2O32 e ao H+ Em cada gráfico o tiossulfato usado para determinação do α e o ácido clorídrico para determinação de β. Procedimento 1 1º:→ 2º: →→ 3º:→→ 4º:→→ 5º: →→ ln 1/t TABELA 4 - Procedimento 1 realizado na temperatura de 25ºC Combinações Tempo de Reação (seg) ln 1/t Na2S2O3 [Ao] (mol/L) ln[A]o 1 12,09 -2,4925 0,25 -1,3862 2 16,85 -2,8249 0,20 -1,6094 3 17,61 -2,8684 0,15 -1,8971 4 34,80 -3,5496 0,075 -2,5902 5 51,17 -3,9351 0,05 -2,9957 Gráfico 1 - Relação ln 1/t versus ln[A]o Procedimento 2 1º: →→ 2º:→→ 3º: →→ ln 1/t Tabela 5 - Procedimento 2 realizado na temperatura de 25ºC Combinações Tempo de Reação (seg) ln 1/t [H+]=[B]0 ln [B]0 1 6,84 -1,9227 0,1 M -2,3025 2 10,33 -2,3350 0,07 M -2,6592 3 12,66 -2,5384 0,05 M -2,9957 Gráfico 2 - Relação ln 1/t versus ln [B] Procedimento 3 Tabela 5 - Procedimento 3 realizado na temperatura de 10ºC Combinações Tempo de Reação t (seg) ln 1/t 1 29,77 -3,3935 2 43,32 -3,7686 3 116,5 -4,7578 3– Calcular a ordem da reação global. É chamada de ordem de reação ou reação global a soma das ordens de reação das espécies químicas pelo método das concentrações em excesso – velocidade inicial. A partir dos valores obtidos para α e β a 25ºC, é possível determinar a ordem da reação global, da seguinte maneira: Ordem da reação com relação a (α) = 0,8641 Ordem da reação com relação ao H+ (β) = 0,8909 Ordem da Reação Global = α + β → 4– Determinar a constante de velocidade para as temperaturas utilizadas nos procedimentos 1 e 3, usando a equação dada. Tabela 6 - Dados procedimento 1 (25ºC) e constante K Combinação Tempo de Reação, t(seg) Ln 1/t Na2S2O3 = [A0] (mol/L) ln[A]0 Constante K 1 12,09 -2,4925 0,25 -1,3862 2 16,85 -2,8249 0,20 -1,6094 3 17,61 -2,8684 0,15 -1,8971 4 34,80 -3,5496 0,075 -2,5902 5 51,17 -3,9351 0,05 -2,9957 Determinação de K: – β ln[B]0 – α ln[A]0 + lnC O valor de C é constante e igual a 0,14. O lnC é igual a -1,9661. 5-Determinar a constante de velocidade para as temperaturas utilizadas nos procedimentos 1 e 3, usando a equação (9). Para a obtenção do cálculo da constante de velocidade, a [B] = [H+] foi encontrada, de acordo com a expressão matemática abaixo: Procedimento 1. Primeira Combinação. Segunda Combinação. . Terceira Combinação Quarta Combinação. Quinta Combinação. Procedimento 3. Primeira Combinação. ln k Terceira Combinação. 1,1 Quinta Combinação. 6- Determinar o valor de K médio para cada temperatura. Procedimento 1. Procedimento 3. Determinar a energia de ativação utilizando a equação (7.11) e graficamente através do gráfico de log K versus 1/T. Para os cálculos da energia de ativação utilizou se os valores médios do K obtidos na questão anterior. T1 = 25 + 273 = 298 K T2 = 10 + 273 = 283 K R= 8,314 J/mol.k Km1 = Km2 = x 8,314 Tabela: Temperatura (Kelvin), 1/T, K e lnK dos procedimentos 1 e 3 Variáveis Procedimento 1 Procedimento 3 Temperatura (Kelvin) 298 283 1/T 0,003355 0,003533 K ln k -2,3005 -3,1442 Relação de ln k versus 1/T Gráfico: Relação de ln k versus 1/T Explique a influência da temperatura sobre a velocidade de reação (teoria cinética) e comprove na experiência que você realizou. A temperatura influencia na agitação das moléculas. Portanto, quanto mais calor, mais agitadas ficam as moléculas. Diante disso, se ocorrer o aumento da temperatura, há também o aumento da energia cinética. Se as moléculas se movimentam mais, elas se chocam mais e com mais energia, diminuindo a energia de ativação e em consequência, aumenta o número de colisões efetivas e, portanto a velocidade de reação também aumenta. No experimento pode ser comprovado o que prediz a teoria, a constante de velocidade do procedimento 1 foi maior que a constante do procedimento 3, sendo o primeiro realizado a uma temperatura de 28ºC e o segundo na temperatura de 10ºC. Explique por que se mantém constante uma das concentrações durante a experiência. No procedimento 1 manteve se a concentração constante do HCl para que pudesse descobrir a ordem de reação do Na2S2O3, já no procedimento 2, foi mantida a concentração do Na2S2O3 constante para que pudesse determinar a ordem de reação do HCl. Em síntese, manteve se uma das concentrações para pudesse encontrar a ordem de reação do outro. A energia de ativação é uma grandeza experimental? Como podemos determiná-la? A energia de ativação é uma grandeza experimental, podendo ser determinada através de um gráfico do logaritmo natural da constante de velocidade versando com o inverso da temperatura, utilizando o coeficiente angular da reta formada. Pode ser determinada também pela equação de Arrhenius tendo o conhecimento de no mínimo duas constantes de velocidades em duas temperaturas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O experimento foi satisfatório , visto que foi possível determinar a ordem da reação com relação aos íons tiossulfato de aos íons hidrogênio, bem como as constantes de velocidade em diferentes temperaturas (10 e 26 ºC) e a energia de ativação. Podemos ainda perceber a influencia da temperature e concentração dos reagents com relação a velocidade da reação. . O experimento é considerado de baixa complexidade, no sentido de sua execução prática, porém alguns erros estiverem presentes na execução do mesmo, erro esses não provocados, mas que são inerentes a prática, visto que é dependente da interpretação do analista. REFERÊNCIAS Universidade de São Paulo. Cinética Química. Disponível em: < http://ce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade09.pdf >. Acesso em junho de 2018. AQUINO, K. Cinética Química. Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em: <https://www.ufpe.br/cap/images/quimica/katiaaquino/2anos/aulas/cineticaquimica.pdf>. Acesso em junho de 2018. FLORENCE, A.T.; ATTWOOD, D. Princípios fisico-químicos em Farmácia. 3.ed. Editora Edusp, 2003. FONSECA, Martha Reis Marques. Química: Físico-Química. São Paulo: FTD, 2007
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