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AULA 2: DUPLICATA Prof.: Dra. Ana Flávia Lins Souto e-mail: anaf.lins@gmail.com UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB CENTRO DE HUMANIDADES – CH DEPARTAMENTO DE DIREITO EXECUÇÃO DA DUPLICATA MERCANTIL A duplicata constitui-se título executivo extrajudicial. Em alguns casos, contudo, ela se reveste de natureza complexa, isto é, depende a sua executividade da reunião de mais de um instrumento. O tema deve ser analisado de acordo com o devedor contra o qual se direciona a execução. Para a cobrança do sacado, o devedor principal da duplicata, importa identificar o tipo de aceite praticado. A complexidade do título executivo é função, no caso, do ato que vinculou o executado à obrigação cambial. Aceite ordinário sem protesto; Aceite presumido com protesto + mercadoria. Se o sacado restituiu ao sacador a duplicata assinada, basta esse documento para o ingresso da execução. Se o sacado a devolveu sem a assinatura, a execução depende de 3 documentos: a duplicata, o instrumento de protesto e o comprovante do recebimento das mercadorias. Se a execução se dirige contra o avalista do sacado, o credor deve exibir o título (duplicata) de que consta o aval, sendo dispensável o protesto. Por fim, se o executado é endossante ou avalista de endossante, o título executivo se constitui também com a exibição do título, em que foi praticado o ato cambiário de endosso ou aval, acompanhado do instrumento de protesto que ateste a protocolização no cartório, antes de transcorridos mais de 30 dias do vencimento. EXECUÇÃO DA DUPLICATA MERCANTIL: Juros e Correção Monetária Os juros, em relação à duplicata, não incidem a partir do vencimento, mas sim do protesto do título. Em relação à correção monetária, a solução é diferente, há disposição legal assinalando o vencimento do título como termo inicial da correção da expressão monetária do devido. A duplicata, como título executivo extrajudicial, deve ter o seu valor corrigido integralmente, a partir do vencimento, quando objeto de cobrança judicial. TÍTULOS DE CRÉDITO POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS O crédito do prestador de serviços, segundo a sua natureza empresarial ou profissional, pode ser documentado por dois títulos diferentes: a duplicata de prestação de serviços (LD, arts. 20 e 21) e a conta de serviços (LD, art. 22). A duplicata de prestação de serviços pode ser emitida por sociedades empresárias cuja atividade são serviços. A pessoa física também pode emiti-la, desde que desenvolva empresarialmente a atividade econômica de fornecedora de serviços ao mercado. A duplicata de prestação de serviços está sujeita ao mesmo regime jurídico da duplicata mercantil. Apenas duas especificidades devem ser destacadas: a) a causa que autoriza sua emissão não é a compra e venda mercantil, mas a prestação de serviços; b) o protesto por indicações depende da apresentação, pelo credor, de documento comprobatório da existência do vínculo contratual e da efetiva prestação dos serviços. TÍTULOS DE CRÉDITO POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Aplicam-se, além disso, as regras sobre aceite, circulação, protesto e execução previstas para a duplicata mercantil. A duplicata de prestação de serviços é título de aceite obrigatório, vinculando-se o sacado ao pagamento da cambial, a menos que apresente causa justificativa para a recusa. A lei as menciona: a) incorrespondência entre o título e os serviços efetivamente prestados; b) vícios ou defeitos na qualidade dos serviços; c) divergência em prazos ou preços (LD, art. 21). Quando não se verificam tais circunstâncias, o sacado da duplicata de prestação de serviços é devedor do título e expõe-se à execução, mesmo que não o tenha assinado. DUPLICATA POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Como os regimes são os mesmos, não há dúvidas de que a duplicata de prestação de serviços admite, tal como a mercantil, registro exclusivo em meio eletrônico. A conta de serviços, por sua vez, é título emitido pelo profissional liberal ou pelo prestador de serviços de natureza eventual. Nesse caso, não se exige qualquer escrituração, devendo o credor emitir a conta, discriminando os serviços prestados por sua natureza e valor, além de mencionar a data e o local de pagamento e o vínculo contratual que originou o crédito. Não há padrão de observância obrigatória, para o documento, que, uma vez emitido, deve ser levado ao Cartório de Títulos e Documentos, para registro e entrega ao adquirente dos serviços. Não realizado o pagamento, o credor pode protestar a conta e executá-la. Constitui título executivo extrajudicial a conta de serviços registrada, enviada ao devedor, protestada e acompanhada de comprovação do vínculo contratual e da efetiva prestação dos serviços (LD, art. 22, § 4º). PRESCRIÇÃO DA DUPLICATA Art. 18 - A pretensão à execução da duplicata prescreve: I - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três) anos, contados da data do vencimento do título; II - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data do protesto; III- de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um) ano, contado da data em que haja sido efetuado o pagamento do título. § 1º - A cobrança judicial poderá ser proposta contra um ou contra todos os coobrigados, sem observância da ordem em que figurem no título. § 2º - Os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento.
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