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História dos meios impressos Disciplina: História da Comunicação Prof.ª: Paula Miranda O primeiro jornal... Acta Diurna • O primeiro “jornal” oficial de que se tem notícia é o Acta Diurna Populi Romani, (“Relatos diários ao povo de Roma”), que surgiu na antiga Roma durante o governo do imperador Júlio César, cerca de 59 anos a.C. • Escrita em grandes placas brancas e expostas em lugares públicos populares, a Acta Diurna mantinha os cidadãos informados sobre eventos políticos e sociais, sobre guerras, sentenças judiciais, execuções e escândalos no governo. Primórdios e pré - jornalismo • Fontes de informação: livros, comerciantes em viagem e menestréis (músicos que andavam entre as vilas cantando de forma fantasiosa os feitos de grandes homens da Idade Média); • Principal forma de difusão de notícias: oralidade (contar histórias e cantar músicas). • Publicações: latim como língua padrão. • Acesso à Informação: baixo, pela pequena quantidade de pessoas que sabiam ler (geralmente os nobres e o clero). Imprensa, Revolução Industrial e Mudanças Políticas • O jornalismo popular de massa é um filho das inovações técnicas produzidas a partir da Revolução Industrial, mas também das condições socioculturais que nasceram junto com ela. • Jornais produzidos de forma artesanal por pequenos produtores de notícias tinham o papel de integrar as comunidades e informar sobre as notícias de lugarejos (principalmente nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França). • Publicações com caráter político-ideológico e financiadas por organizações de cunho Liberal (defensoras da expansão dos mercados e da ascensão da Burguesia ao poder político). • A Imprensa teve papel fundamental em diversas mudanças políticas nos séculos XVII e XVIII (Independência dos Estados Unidos, Revolução francesa, etc.). O jornal mais antigo em circulação... • Entre os 100 maiores jornais do mundo há publicações da Suécia, Holanda, Itália, Grã-Bretanha, Áustria, Alemanha, Irlanda do Norte, Suíça, Dinamarca, Estados Unidos, Noruega, Canadá, Índia, Finlândia, Jamaica, Malásia, Escócia, França, Espanha e Japão. • O Post-och Inrikes Tidningar, da Suécia, é o jornal mais antigo do mundo ainda em circulação, tendo sido criado em 1645. A informação é da World Association of Newspaper. • Há mais de 400 anos foi lançado em Estrasburgo, em alemão, o primeiro jornal de que se tem notícia. • Historiadores situam o evento em julho de 1605, porém a data precisa é desconhecida, já que a primeira edição desapareceu. • Em 1650 aparecia em Leipzig o primeiro jornal diário da Alemanha. • E o mais antigo periódico alemão vendido até hoje data de 1705, o Hildesheimer Allgemeine Zeitung. O jornal impresso como produto • Noção de jornal como produto comercial: Segunda metade do século XIX. • Os jornais impressos deixam de ter um caráter ideológico e panfletário, e começam a trabalhar com a ideia de auto-sustento pela venda de anúncios (processo que teve início nos Estados Unidos e logo depois foi incorporado pela Inglaterra); • Conceito de “penny-press”: jornais baratos e com grande tiragem, apresentando grande número de notícias curtas, geralmente carregadas no emocional para atrair público; • Surgimento do repórter. As vertentes do desenvolvimento do jornalismo na democracia • 1) a sua expansão, que começou no século XIX com a expansão da imprensa, e explodiu no século XX com a expansão de novos meios de comunicação social, como o rádio e a televisão, e abre novas fronteiras com o jornalismo online. • 2) a sua comercialização, que começou no século XIX, com a emergência de uma nova mercadoria, a informação, ou melhor, a notícia. • 3) o pólo econômico do campo jornalístico está em face de emergência do pólo intelectual com a profissionalização dos jornalistas e a definição das notícias em função de valores e normas que apontam para o papel social da informação numa democracia. A expansão da imprensa • A expansão dos jornais no século XIX permitiu a criação de novos empregos. • A atividade ganha um novo objetivo: fornecer informação e não propaganda. • Jornais fornecem informação e a notícia como novo produto. As notícias são baseadas em fatos e não nas opiniões. • Esse novo paradigma incentiva o nascimento de valores que ainda hoje são identificados com o jornalismo: a notícia, a procura da verdade, a independência, a objetividade e uma noção de serviço ao público. Fatores que fazem do século XIX a época de desenvolvimento da imprensa • 1) Evolução de um sistema econômico. • 2) Avanços tecnológicos. • 3) Fatores sociais. • 4) Evolução do sistema político no reconhecimento da liberdade no rumo à democracia. Transformação de um sistema econômico • Industrialização da sociedade. • Desenvolvimento de uma nova forma de financiamento: a publicidade. O jornalismo se transforma em um negócio com proprietários que buscam lucros e expandir a circulação dos jornais. • Receitas geradas com a publicidade as vendas permitiram a despolitização da imprensa. 1880 – armazéns e medicamentos eram a base de sustento. • Desenvolvimento da publicidade ocorre em ritmos diferentes. • Publicidade evolui mais rápido nos Estados Unidos e Reino Unido. Na França, o ritmo é mais lento. Industriais franceses eram mais relutantes. Avanços tecnológicos • Domínio de novas técnicas de impressão desde a invenção de Gutemberg. • A evolução na reprodução de imagens: a primeira fotografia reconhecida é do ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor. • A invenção da máquina fotográfica inspira o jornalismo no seu objetivo de ser as “as lentes” da sociedade. • Rapidez na transmissão da informação: o telégrafo em 1844 (primeira linha criada por Samuel Morse) e o telégrafo por cabo em 1866. Avanços tecnológicos e as agências de notícias • Os avanços na rapidez na transmissão da informação – nova era no jornalismo – o tempo é cruel – jornalistas querem fornecer as últimas e mais atuais notícias. O furo e a exclusividade – identidade jornalística. • Agências de notícias: primeiras empresas jornalísticas que começam a operar a nível global na primeira metade do século XIX. Reuters (Londres), Havas (França) e Woff (Alemanha) assinam acordo para “exploração exclusiva” em várias partes do mundo. • A primeira agência privada de notícias foi a de Charles Havas, em 1832, na França, que traduzia notícias estrangeiras e distribuía aos jornais franceses. • Já em Nova York, em 1820, iniciou-se um processo cooperativo para a coleta de notícias: a divisão dos custos dos barcos de notícias. • Em 1848, os principais jornais da cidade concordaram em dividir tanto a despesa para fretar um navio a vapor de Boston, que iria ao encontro dos navios que chegavam da Europa, como a despesa telegráfica entre Boston e Nova York para a transmissão das informações: era a Associated Press. Fatores sociais • Escolarização das massas com a instituição das escolas públicas. • Afinal, para que grandes tiragens de jornais se não houver leitores? • Número crescente de pessoas aprende a ler. • Processo de urbanização. Crescimento das futuras metrópoles. • Cidades crescem assim como o público consumidor dos jornais. Direitos fundamentais, liberdade e democracia • Expansão da imprensa é alimentada pela conquista dos direitos fundamentais como a liberdade, base de lutas políticas nas revoluções e revoltas. • Afirmação do novo paradigma da informação – processo de despolitização. • Liberdade de imprensa, garantias da constituição. • Identidade profissional do jornalista. • Opinião pública no sentido político: liberdade de expressão. • Conceitode Quarto Poder: princípio do poder controla poder (power checks power) em relação aos outros três: poder executivo, legislativo e o judiciário. • Surgimento da penny press. Penny press e o novo jornalismo • O preço estabelecido comum era de seis centavos. O preço dessa nova imprensa foi reduzido a um centavo. • Objetivo é aumentar a circulação, atingindo pessoas que não compravam jornais por motivos econômicos. • Um público mais generalizado e politicamente menos homogêneo. • Mudança do jornalismo de opinião para o jornalismo de informação. Vigiar o poder político e proteger os cidadãos. • Jornalismo defendido pelas agências de notícias. • O primeiro jornal popular de massa foi o New York Sun de Benjamin Day, inaugurado em 3 de setembro de 1833. • Exemplos: The Sun (EUA, 1831), Presse (França, 1836) e Diário de Notícias (Portugal, 1864) Surge a figura do repórter... • O novo jornalismo incentiva o aparecimento do repórter: figura mítica e romântica. • Ideologia profissional. Lobo solitário que busca a verdade. • Surge uma nova forma jornalística: o jornalismo de investigação. • Obsessão pelos fatos e pelo tempo. Impacto tecnológico marca até hoje o jornalismo: pressão das horas de fechamento, permitindo a realização de um valor central na cultura jornalística: o imediatismo. A transmissão real e direta do acontecimento. • O crescimento das empresas jornalísticas exige a crescente divisão do trabalho. • As funções de gestão, editorial e de reportage foram diferenciadas. • O repórter é mais valorizado, pois antes era um profissional desconsiderado. • O correspondente especial ou o correspondente de guerra. Primeira cobertura de guerra • A Guerra Civil norte-americana seria um dos primeiros conflitos de guerra que teria uma grande cobertura jornalística. • Foram enviados mais de 60 correspondentes por parte do New York Herald e New York Times e New York Tribune. • Inovação nas técnicas de trabalho com a apuração dos fatos, descrição das testemunhas e cenários da guerra. Inovação da técnica • A técnica da entrevista foi utilizada pela primeira vez por um dos primeiros jornais da penny press: The New York Herald. • Reportagem sobre um crime em um bordel com uma entrevista com a proprietária. Jornalismo no Brasil • Antes de 1808: a coroa portuguesa proibia qualquer tipo de publicação impressa no país; • Pouco antes de surgir a imprensa oficialmente do Brasil, em junho de 1808, o jornalista Hipólito da Costa lançou o jornal “Correio Brasiliense”, que era impresso em Londres e distribuído no Rio de Janeiro. • O início da impressão no Brasil acontece logo após a chegada da família real portuguesa, em 1808. • Até então, era uma atividade proibida, e as iniciativas anteriores haviam sido reprimidas pelos colonizadores. Jornalismo no Brasil • Em setembro de 1808, com a vinda da família real para o Brasil. O primeiro jornal a ser publicado oficialmente no país foi “A Gazeta do Rio de Janeiro”, “uma espécie de folha oficial onde se publicavam os decretos e os fatos relacionados com a família real”. • Produzida na Imprensa Régia, circulava duas vezes por semana, tinha serviço de assinatura e “publicava anúncios grátis”, os quais apareciam já nos primeiros exemplares, oferecendo imóveis e escravos. • Vale destacar! A Gazeta é um jornal oficial. O Correio é um jornal "exilado"... A imprensa brasileira já nasceu com essa marca - governista ou fora do país. • Observação! O nome gazeta é dado ao meio de comunicação que não tem títulos, apenas data e local de procedência. As notícias eram vinculadas ao interesse mercantil, com informes sobre colheitas, chegadas de navios, cotações de produtos e relatos de guerras. Custava uma moeda.
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