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Resumo Direito Civil Aula 08 (09.05.2011)

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Civil – Prof. André Roberto 
Data: 09 /05/11 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Negócio Jurídico / Escada Ponteana / Teoria das Nulidades / Inexistência / 
Invalidade / Nulidade / Anulabilidade / Ineficácia 
2º Horário. 
 Agente / Objeto / Forma / Forma ad solenitatem / Forma ad probationem / 
Princípio da Conservação do Negócio Jurídico / Conversão substancial / 
Confirmação / Conversão formal / Redução / Modificação/ Revisão do negócio 
 
1º Horário 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
1. Escada Ponteana 
O negócio se caracteriza pela presença da autonomia da vontade ou autonomia 
privada, duas expressões normalmente apresentadas como sinônimos. 
Quando se faz a distinção, a exemplo de Francisco Amaral, entende-se que a 
autonomia da vontade representaria uma mais ampla liberdade presente no século 
XIX e início do século XX, época em que se costumava fazer a distinção entre o ramo 
público e o privado, de modo que, no ramo privado, concedia-se ampla liberdade às 
partes, o que permitia que designassem seus interesses como bem lhes aprouvessem. 
A partir do século XX, o direito privado passou a sofrer transformações sob influência 
de normas de ordem pública, que restringiam essa autonomia da vontade. Então, fala-
se que a autonomia privada é mais restrita que a antiga autonomia da vontade, 
devendo-se dar em conformidade com a função social do contrato, com a boa fé, etc. 
Em provas da magistratura já se considerou essa distinção, mas não é o que 
ocorre nas provas federais de um modo geral. 
Tendo em vista que a vontade participa de forma decisiva na regulação de 
efeitos do negócio jurídico, o negócio deve ser analisado sob a ótica da Escada 
Ponteana, a qual envolve a existência, a validade e a eficácia. Pontes de Miranda 
propunha o estudo do tema como se cada fase fosse um degrau, sendo necessário que 
se ultrapasse o degrau anterior para se chegar ao posterior, de modo que para que se 
exija que o ato exista juridicamente e seja válido para poder produzir efeitos. A análise 
desses três planos importa em entender a chamada Teoria das Nulidades. 
 Civil – Prof. André Roberto 
Data: 09 /05/11 
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1.1. Teoria das Nulidades 
 
Inexistência Invalidade Ineficácia em 
sentido estrito 
Nulidade Anulabilidade 
Ausência de 
pressupostos 
substanciais de 
existência 
Violação de norma 
de ordem pública 
Interesse 
particular; norma 
privada dispositiva 
Elemento acidental 
 Qualquer 
interessado, MP e 
juiz de ofício 
Somente o 
interessado 
 
 Não cabe 
ratificação das 
partes, não se trata 
de interesse 
particular 
disponível 
Admite 
confirmação 
 
 O ato nulo não 
convalesce, sendo 
imprescritível 
O ato nulo 
convalesce e se 
sujeita à 
decadência 
 
 Sentença 
declaratória e 
efeitos ex tunc 
Sentença 
constitutiva ou 
modificativa 
Efeitos ex nunc (art. 
117) 
 
 
Obs: A ineficácia em sentido amplo abrangerá o negócio jurídico inexistente, 
que não produz efeitos, por ser o mesmo nulo, anulável ou ineficaz. Abrangerá, 
portanto, todas as situações. 
Quando cuidamos da ineficácia em sentido estrito, o negócio jurídico existe 
juridicamente, vale, mas no momento não está produzindo efeitos, seja porque possui 
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condição suspensiva, porque depende de encargo que ainda não se cumpriu, etc. 
Pode-se ainda não se verificar efeitos com relação a pessoas determinadas, como no 
caso, por exemplo, do contrato, que produz efeitos entre as partes, mas não erga 
omnes. 
 
1.2. Inexistência 
Para que se considere um ato inexistente, é preciso que se afaste de modo 
manifesto daqueles elementos mínimos necessários para se conferir juridicidade ao 
ato. 
Vale-se ater que a questão da inexistência não é questão tratada de modo 
autônomo por todos os autores. Nesse sentido, Sílvio Rodrigues e Flavio Tartuce, 
entendem que, por não ter sido expressamente reconhecido no texto do CC/02, a 
inexistência não seria um plano autônomo a se analisar, devendo-se considerar apenas 
o nulo e o válido. Desse modo, o que a doutrina de um modo geral entende por 
inexistente, para tais autores é visto como nulidade. 
De fato, o CC/02 diante de uma interpretação literal já começaria a tratar do 
negócio jurídico a partir do campo da nulidade, não conferindo à existência status de 
categoria autônoma. Contudo, a maioria da doutrina entende pela autonomia dessa 
categoria, como o fez Pontes de Miranda. 
Para que um negócio exista, tem que se reconhecer neles os pressupostos 
substanciais de existência, que são: 
a. Agente  exige-se um sujeito de direito a manifestar a sua vontade com o fim 
de se considerar um ato como negócio jurídico. Sem isso, pode-se até ter 
acontecimentos a que se dê relevância, mas não se pode atribuir a qualidade 
de negócio jurídico. Inexistindo o agente, inexiste o negócio jurídico, portanto. 
b. Objeto  A manifestação de vontade deve se direcionar a um fim específico, a 
um objeto para que então o ato seja tido como negócio jurídico. O objetivo 
pode até não ser lícito ou possível, mas é preciso que se enxergue com clareza 
mínima o que a pessoa quer comprar, quer vender, etc. Se não há sinalização 
da produção de efeitos, o acontecimento será tido como inexistente enquanto 
negócio jurídico. 
c. Forma  normalmente a forma diz respeito à validade. O negócio jurídico só 
será inexistente quando o ato for solene e as solenidades tiverem sido 
inobservadas de forma grosseira, que aos olhos de qualquer pessoa possa-se 
perceber que aquilo não é juridicamente relevante. 
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Ex: Casamento celebrado por autoridade incompetente será nulo, sendo 
analisado no plano de validade, portanto. Se,no lugar da autoridade incompetente, 
coloca-se pessoa que obviamente não teria o poder de casar ninguém, como no caso 
de um padeiro, o negócio será inexistente, pois perceptível aos olhos de todos. 
Há doutrina que entende que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seria 
equiparado ao negócio jurídico inexistente. Parece não ser mais a posição adequada, 
de modo que a partir da última decisão do STF, dever-se-ia reconhecer os efeitos 
daquele negócio. 
d. Vontade  no caso da coação física (vis absoluta), a pessoa manifesta vontade 
que não lhe é própria, mas de outrem. A hipótese será de inexistência por 
ausência de vontade do agente. 
Deve-se ter em mente que, ao se falar em falta dos pressupostos substanciais 
de existência, o que faltam são substantivos. E, atribui-se adjetivos a tais substantivos 
com o fim de se analisar a validade. 
 
1.3. Invalidade 
1.3.1. Nulidade 
Quando se fala de nulidade, pode-se também adotar a nomenclatura de 
nulidade absoluta. Em alguns casos, o legislador, para reforçar essa ilegalidade, chega 
a chamar de nulo de pleno direito, como é o caso do art. 51 do CDC. Por vezes, adota-
se a denominação nulidade-sanção, referindo-se à situação grave de desrespeito ao 
ordenamento jurídico, razão pela qual haveria a imposição de sanção, com a 
desconsideração dos efeitos do ato. 
Na nulidade absoluta, há violação de norma de ordem pública, não de 
questões que afetam meramente as partes, daí não se conferir autonomia a elas 
dispor sobre sua convalidação. Diante disso, a nulidade pode ser argüida por qualquer 
interessado, pelo MP (como parte ou custos legis) ou pelo juiz de ofício (trata-se de 
poder-dever que tem o juiz ao deparar-se com questão devidamente provada ou 
quando demandar menor dilação probatória). 
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer 
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer 
do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo 
permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
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Nesse sentido, a Súmula 381 do STJ não possui uma boa redação, pois torna 
muito difícil sua interpretação. 
Súmula 381 do STJ - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de 
ofício, da abusividade das cláusulas. 
Segundo o STJ, em súmula bem anterior, os contratos bancários sujeitam-se ao 
CDC desde que se faça presente uma relação de consumo. O STF também já se 
manifestou favoravelmente à incidência do CDC nos contratos bancários. Vide ADI 
2591. 
EMENTA: CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ART. 5o, XXXII, DA CB/88. ART. 
170, V, DA CB/88. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. SUJEIÇÃO DELAS AO CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR, EXCLUÍDAS DE SUA ABRANGÊNCIA A DEFINIÇÃO DO 
CUSTO DAS OPERAÇÕES ATIVAS E A REMUNERAÇÃO DAS OPERAÇÕES PASSIVAS 
PRATICADAS NA EXPLORAÇÃO DA INTERMEDIAÇÃO DE DINHEIRO NA ECONOMIA 
[ART. 3º, § 2º, DO CDC]. MOEDA E TAXA DE JUROS. DEVER-PODER DO BANCO 
CENTRAL DO BRASIL. SUJEIÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. 1. As instituições financeiras 
estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas veiculadas pelo Código 
de Defesa do Consumidor. 2. "Consumidor", para os efeitos do Código de Defesa 
do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que utiliza, como destinatário final, 
atividade bancária, financeira e de crédito. 3. O preceito veiculado pelo art. 3º, § 
2º, do Código de Defesa do Consumidor deve ser interpretado em coerência com a 
Constituição, o que importa em que o custo das operações ativas e a remuneração 
das operações passivas praticadas por instituições financeiras na exploração da 
intermediação de dinheiro na economia estejam excluídas da sua abrangência. 4. 
Ao Conselho Monetário Nacional incumbe a fixação, desde a perspectiva 
macroeconômica, da taxa base de juros praticável no mercado financeiro. 5. O 
Banco Central do Brasil está vinculado pelo dever-poder de fiscalizar as instituições 
financeiras, em especial na estipulação contratual das taxas de juros por elas 
praticadas no desempenho da intermediação de dinheiro na economia. 6. Ação 
direta julgada improcedente, afastando-se a exegese que submete às normas do 
Código de Defesa do Consumidor [Lei n. 8.078/90] a definição do custo das 
operações ativas e da remuneração das operações passivas praticadas por 
instituições financeiras no desempenho da intermediação de dinheiro na 
economia, sem prejuízo do controle, pelo Banco Central do Brasil, e do controle e 
revisão, pelo Poder Judiciário, nos termos do disposto no Código Civil, em cada 
caso, de eventual abusividade, onerosidade excessiva ou outras distorções na 
composição contratual da taxa de juros. ART. 192, DA CB/88. NORMA-OBJETIVO. 
EXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR EXCLUSIVAMENTE PARA A 
REGULAMENTAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO. 7. O preceito veiculado pelo art. 
192 da Constituição do Brasil consubstancia norma-objetivo que estabelece os fins 
a serem perseguidos pelo sistema financeiro nacional, a promoção do 
desenvolvimento equilibrado do País e a realização dos interesses da coletividade. 
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8. A exigência de lei complementar veiculada pelo art. 192 da Constituição 
abrange exclusivamente a regulamentação da estrutura do sistema financeiro. 
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL. ART. 4º, VIII, DA LEI N. 4.595/64. CAPACIDADE 
NORMATIVA ATINENTE À CONSTITUIÇÃO, FUNCIONAMENTO E FISCALIZAÇÃO DAS 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ILEGALIDADE DE RESOLUÇÕES QUE EXCEDEM ESSA 
MATÉRIA. 9. O Conselho Monetário Nacional é titular de capacidade normativa --- 
a chamada capacidade normativa de conjuntura --- no exercício da qual lhe 
incumbe regular, além da constituição e fiscalização, o funcionamento das 
instituições financeiras, isto é, o desempenho de suas atividades no plano do 
sistema financeiro. 10. Tudo o quanto exceda esse desempenho não pode ser 
objeto de regulação por ato normativo produzido pelo Conselho Monetário 
Nacional. 11. A produção de atos normativos pelo Conselho Monetário Nacional, 
quando não respeitem ao funcionamento das instituições financeiras, é abusiva, 
consubstanciando afronta à legalidade. 
O CDC, no art. 51, determina que as cláusulas abusivas são nulas de pleno 
direito, expressão que evidencia o maior grau de afronta à ordem pública, de modo 
que dali não se pode extrair nenhum efeito. Deve-se analisar conjuntamente o art. 168 
do CC, por tratar da nulidade absoluta. 
 Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais 
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:(...) 
Seguir literalmente a Súmula 381 traria grandeinjustiça ao caso concreto. A 
Súmula não pode afastar o poder de o juiz afastar cláusula com ilegalidade já 
devidamente demonstrada. Por exemplo, cláusula-mandado ou cláusula de venda 
casada, por serem claramente ilegais, devem ser pronunciadas de ofício pelo juiz. 
Então, se tratando de questão de consumo e já se restando devidamente 
comprovada a abusividade, o juiz não se pode afastar do dever de manifestar a 
nulidade. Nesse sentido, sustenta-se a impropriedade da Súmula 381. Por outro lado, 
se a questão não for de consumo ou se o caso demandar maior dilação probatória, o 
juiz estaria impedido de se pronunciar, conforme art. 168. 
Além disso, o art.169 diz que o ato nulo não convalesce por outras causas, nem 
mesmo pelo decurso do tempo, sendo imprescritível. 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce 
pelo decurso do tempo. 
O formato da prova vai dizer como se deve enfrentar a questão. Em provas 
objetivas em que se trabalhe com a letra de lei, pode-se dizer que a nulidade não 
prescreve, podendo ser declarada a qualquer tempo. Mas, se a prova for discursiva ou 
em objetiva que ressalve a divergência, o que justifica a imprescritibilidade da nulidade 
é o interesse de ordem pública, mas a prescrição e a decadência também são institutos 
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ligados à ordem pública, que visam assegurar a segurança pública, de modo que os 
interesses acabam por colidir (segurança jurídica x não disposição pelas partes). Diante 
disso, surgem duas correntes: 
1ª Posição: Deve-se seguir a literalidade do art. 169, de modo que o interesse 
público deve prevalecer. Assim, pode-se declarar a nulidade a qualquer tempo, 
devolvendo-se as partes ao estado anterior. 
2ª Posição: Deve-se privilegiar o interesse público em torno da segurança 
jurídica assegurados pela prescrição e pela decadência. Assim, se a nulidade 
não for argüida até o prazo de prescrição, a segurança jurídica imporá o não 
retorno ao estado jurídico anterior, ter-se-á uma declaração de nulidade que 
não desfaz os efeitos já consumados, preservando-se o terceiro de boa fé e não 
gerando ex tunc. Portanto, ultrapassado o prazo máximo, os efeitos devem ser 
modulados; não ultrapassado, os efeitos devem ser ex tunc. 
Não se trata de solução literal, mas que trabalha com a mesma lógica da 
modulação adotada pelo STF quanto aos efeitos de norma tida como inconstitucional. 
No caso, a violação à CRFB pode ter seus efeitos modulados, de modo que a 
inconstitucionalidade afetará atos a partir de certo momento, não irá retroceder. 
 
1.3.2. Anulabilidade 
A anulabilidade, em Direito Civil, aparece com outras expressões, quais sejam, 
nulidade relativa ou nulidade vício. O legislador preferiu utilizar-se da expressão 
anulável, o que é elogiável, afinal a expressão se difere mais facilmente do que é nulo. 
A anulabilidade envolve interesse particular através da inobservância de norma 
de direito privado e de caráter dispositivo. Caberá ao particular impugnar ou não o 
ato; não havendo impugnação, o ato se convalesce. Por isso, somente o interessado 
pode arguir a anulabilidade judicialmente, sendo ele parte ou não. 
É claro que o juiz aqui não pode se pronunciar de ofício. Tratando-se de 
contrato bancário em que não há uma relação de consumo, as normas tendem a ser 
menos de ordem pública, razão pela qual os interesses são particulares e devem ser 
argüidos pelos próprios particulares, afinal os mesmos encontram-se equiparados. O 
mesmo se dá no caso de eleição de foro em contrato de adesão no âmbito de relação 
de consumo, hipótese em que se faz cabível o reconhecimento de ofício. Fora do 
âmbito consumerista, a ausência de vulnerabilidade retira o caráter publico, de modo 
que a cláusula não pode ser declarada de ofício. 
O negócio jurídico anulável admite confirmação, tanto as partes como os 
terceiros podem ratificar o ato anulável, nos termos dos arts. 172 a 176. 
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Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de 
terceiro. 
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a 
vontade expressa de mantê-lo. 
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em 
parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava. 
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, 
nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, 
de que contra ele dispusesse o devedor. 
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de 
terceiro, será validado se este a der posteriormente. 
A invalidade do negócio sujeita-se a prazo decadencial para arguição. 
Os prazos decadenciais mais importantes para fins de prova são aqueles dos 
art. 178 e 179. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em 
que se realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer 
prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da 
conclusão do ato. 
Como o negócio anulável não é inválido desde sempre, mas em principio válido, 
e se manterá válido até que haja impugnação do interessado, diz-se que a sentença é 
modificativa ou desconstitutiva. A sentença vai desconstituir o negócio, sendo 
desconstitutiva negativa, ou será modificativa, de modo a afastar os vícios existentes. 
Diz-se que os efeitos da sentença que declara a anulabilidade são ex nunc, nos 
termos do art. 177, não retroagindo a momento anterior àquela sentença. 
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se 
pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita 
exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou 
indivisibilidade. 
No art. 182, fala-se de efeito ex tunc, pelo que se determina que as partes 
devem retornar à situação anterior. Com intuito de solucionar o aparente equívoco, há 
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quem invoque a improbidade técnica do legislador, defendendo-se que o art. 182 
disciplinaria a nulidade e não a anulabilidade. 
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que 
antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o 
equivalente. 
Há, porém, autores que sustentam que o art. 182 realmente disciplina a 
nulidade, sendo compatível com o ordenamento, caso em que se deverá proceder a 
uma interpretação conforme. 
Quando no art. 177 se fala em invalidade, realmente, não se produzirá efeitos 
senão depois do pronunciamento por sentença, mas o legislador não disse em relação 
a quem. Assim, os efeitos erga omnes dessa invalidade só se verificarão depois da 
sentença, a partir de quando um terceiro não poderá mais alegar sua boa fé quanto à 
validade do negócio. Porém, antes da sentença, o terceiro poderia alegar a boa fé 
diante do desconhecimento do negócio, de modo que os efeitos devem ser 
preservados quanto ao terceiro. Já, o art.182 reconhece os efeitos retroativos inter 
partes. Mas, se efeitos já foram consumados em relação a terceiros, a solução seria 
resolver por perdas e danos. 
No caso de casal que celebra contrato de compra e venda de imóvel no valor de 
R$ 400.000 a uma construtora, mas que descobre posteriormente que o preço de 
mercado seria de R$ 1 milhão, há uma enorme discrepância de valores. Diante da 
ilegalidade, o casal tem o prazo de 4 anos para requerer a anulação do negócio. Se a 
construtora ainda não começou a realizar qualquer obra no imóvel, havendo anulação, 
o imóvel voltará a pertencer ao casal, o preço será devolvido à construtora e haverá o 
pagamento de eventuais perdas e danos. Pode-se perceber que há uma 
desconstituição que leva as partes ao estado anterior. Por outro lado, se a construtora 
já realizou sobre esse imóvel uma incorporação, vendendo unidades a terceiros de boa 
fé, o retorno ao estado anterior traria grandes prejuízos aos terceiros. Daí o art. 182 
não poder produzir efeitos plenos, na medida em que não se pode devolver as partes 
ao estado anterior, devendo-se fixar perdas e danos. Aqui se deveria aplicar o art. 177 
conjuntamente, produzindo efeitos ex nunc apenas. 
Em regra, a declaração da nulidade possui efeitos ex tunc e erga omnes. Há, 
porém, exceções, como no caso da simulação, do casamento putativo (certos efeitos 
podem ser conversados). 
 
 
 
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Data: 09 /05/11 
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1.3.3. Ineficácia 
Na ineficácia em sentido estrito, tem-se negócio válido e existente, mas inapto 
a produzir efeitos. A razão pode ser a presença de elemento acidental, ou seja, 
condição, termo ou encargo, elementos inseridos por ato de vontade no negócio 
jurídico. Assim, se a condição é legal, o elemento não é acidental, pois não se deu por 
força da vontade. 
Esse elemento acidental tanto podem suspender a eficácia inicial como servir 
para a extinção da eficácia a partir de certo momento, como no caso da condição 
suspensiva e resolutiva, do termo inicial e do termo final, do encargo. 
A ineficácia em sentido estrito também pode se verificar em razão de certas 
situações de ineficácia relativa. O negócio jurídico existe, é válido, é apto a produzir 
efeitos, mas não produz efeitos em relação a certa(s) e determinada(s) pessoa(s). 
Ex: No caso de venda de imóvel hipotecado, não se faz necessária a anuência 
do credor hipotecário. O negócio jurídico existe, é válido e é apto a produzir efeitos, 
mas é ineficaz em relação ao credor hipotecário. Se houver o inadimplemento da 
dívida pelo devedor, permite-se a execução da coisa mesmo que o imóvel esteja em 
nome de outrem, não podendo este terceiro opor-se por embargos de terceiros. 
Ex: A promessa não registrada de compra e venda de imóvel existe, é válida e é 
apta a produzir efeitos inter partes, assim, por exemplo, obriga o pagamento do valor 
acordado, a emissão na posse, etc. O promitente comprador pode registrar a promessa 
no RGI e constituir o direito real de aquisição, de modo que o negócio passa a ter 
eficácia erga omnes. 
Pela interpretação literal do DL 58/37, que previa uma exceção à regra, 
permitia-se a adjudicação compulsória. O STF, nas Súmulas 167 e 168, chegou a 
entender que com a ausência de registro, não se poderia exigir a adjudicação 
compulsória até mesmo em relação ao vendedor, entendendo-se que o registro era 
tipo como condição de eficácia. 
Com o passar do tempo, abandonou-se tal visão clássica, de modo que se 
separou a eficácia entre terceiros da eficácia entre as partes, entendimento 
consagrado na Súmula 239 do STJ. Então, a falta de registro não impede a adjudicação 
compulsória em relação ao vendedor, afinal a promessa já produz efeito inter partes, 
sendo existente, válido e eficaz. Já, em relação a terceiros, a eficácia só se dá a partir 
do registro. 
Súmula 239 do STJ - O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao 
registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. 
 
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2º Horário 
 
Inexistência Invalidade Ineficácia em 
sentido estrito 
Nulidade Anulabilidade 
Agente Absolutamente 
incapaz 
Relativamente 
incapaz 
Capaz e legitimado 
Objeto Ilícito, Impossível 
ou Indeterminável 
_ Lícito, possível 
determinado(vél) 
Forma Inobservância da 
forma legal 
_ Prescrita ou não 
defesa 
Vontade 
 
1.1. Agente 
A capacidade confere aptidão genérica para praticar atos da vida civil, mas é 
necessário que o sujeito também seja legitimado negocialmente. A legitimação para o 
negócio não se confunde com a legitimação para a causa ou para o processo e se trata 
da capacidade específica para realizar validamente certos negócios jurídicos. O agente 
capaz, em princípio, tem legitimidade negocial, mas, em certos casos, o ordenamento 
prefere não lhe conferir tal legitimidade. 
Por exemplo, na compra e venda, pelo art. 496, é necessária a anuência dos 
descendentes e do cônjuge por manifestação de terceiro, sob pena de anulabilidade, 
por se tratar de interesse particular do terceiro. 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
O mesmo é encontrado no art. 1.647, no inciso III, em que se exige a outorga 
do cônjuge, para que o fiador seja legitimado a afiançar bem. O interesse de agir é do 
cônjuge, ele que pode arguir a anulabilidade. Vale observar que se trata de nulidade 
relativa, mas, uma vez anulado o negócio, anula-se a fiança por inteiro. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art.1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem 
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
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II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam 
integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem 
ou estabelecerem economia separada. 
Também quanto à compra e venda, se tem o art. 497. A questão é de ordem 
pública, o ordenamento não conferiu legitimidade àqueles referidos no dispositivo 
legal, não se tratando de interesse particular, mas de proibição legal, pelo que o ato 
não valerá. 
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta 
pública: 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à 
sua guarda ou administração; 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que 
servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros 
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em 
tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua 
autoridade; 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. 
 
1.2. Objeto 
O objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. O negócio 
jurídico nulo será aquele com objeto ilícito, impossível ou indeterminável. Por 
exemplo, será indeterminável o objeto no caso de contrato de compra e venda cujo 
preço se daria de modo unilateral e potestativamente pelo vendedor, o que é vedado 
pelo ordenamento jurídico. 
A impossibilidade do objeto pode ser natural ou jurídica. Sendo natural ou 
física, é de mais fácil constatação diante de inexecutoridade física daquilo acordado. 
Ex: Impossibilidade física de gerar filho. Tratando-se de impossibilidade física 
manifesta, a situação configura inexistência do objeto. 
A impossibilidade jurídica não se confunde com a ilicitude. Na ilicitude, o objeto 
é expressamente proibido por lei, colide com os costumes ou com a ordem pública. Na 
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impossibilidade jurídica, o objeto por si só não é proibindo, mas naquelas situações 
concretas não se faz possível a ocorrência. Ex: Terreno com conformação em que a 
frente dele para o logradouro público já tem a metragem mínima permitida por lei. O 
desmembramento em regra é possível, mas a forma do terreno específico impede que 
se consiga executar isso por conta de disposição legal. 
Outro exemplo é da doação condicionada, em que se impõem que pessoa de 
12 anos se case em até 2 anos. Isso será impossível juridicamente, pois pessoa de 14 
anos não pode se casar também por vedação legal. 
No caso da impossibilidade pré-existente e impossibilidade superveniente, a 
única que gera invalidade é a primeira. A impossibilidade pré-existente é aquela que já 
existe no momento de celebração do negócio jurídico; se a impossibilidade passa a 
existir apenas depois de sua celebração, a impossibilidade será superveniente. Sendo 
pré-existente, é nula, com sentença ex tunc. 
Além disso, a impossibilidade pré-existente pode ser superável ou insuperável. 
Sendo insuperável, o negócio será nulo; sendo superável, o negócio será válido. 
Portanto, para que o negócio jurídico seja inválido por impossibilidade do 
objeto, é necessário se verificar a impossibilidade natural ou jurídica no momento de 
celebração do negócio e deverá ser insuperável durante toda a existência prevista para 
este negócio. 
 
1.3. Forma 
A forma deve ser a prescrita ou não defesa em lei o que significa que a lei exige 
ou proíbe a forma por questão de ordem pública. A inobservância da forma gera a 
nulidade absoluta, por conta do interesse público. 
Deve-se diferenciar: 
a. Forma ad solenitatem  a forma exigida para a solenidade do ato, quando 
inobservada, gera nulidade. 
b. Forma ad probationem  envolve apenas a prova do ato, quando se fizer 
necessária a prova em juízo. Mesmo que inobservada a forma, o negócio será 
válido, embora se depare com a dificuldade probatória. 
Por exemplo, o contrato de depósito voluntário provar-se-á por escrito. Não 
quer dizer que só a forma escrita será válida, mas que, em juízo, essa prova deve se 
dar documentalmente e não por testemunha. 
Se não há exigência legal de forma e se a outra parte não contesta a existência 
do negócio, não se irá discutir a validade. Mas, se houve a negativa da outra parte, 
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haveria dificuldade probatória, o que muitas vezes é facilitada pela inversão do ônus 
da prova nas relações de consumo. 
Nesse sentido, o art. 227 prevê que o contrato com valor superior a dez salários 
mínimos não pode ser comprovado por testemunha, mas, se ninguém discutir sua 
existência, será válido. 
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se 
admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário 
mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. 
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova 
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 
A regra geral é do art. 107, em que as manifestações de vontade não exigirão 
forma específica. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, 
senão quando a lei expressamente a exigir. 
A manifestação de vontade pode ser: expressa, em que será verbal ou escrita, 
sendo que a escrita poderá se dar na forma pública ou particular; ou tácita, em que 
pelas circunstancias do caso pode-se perceber qual conduta seria compatível com 
aquela manifestação de vontade. 
Alguns autores separam a manifestação tácita, que seriam as circunstâncias de 
fato, da chamada manifestação presumida, em que a presunção seria legal. Exemplo 
dessa última é do art. 303 do CC, segundoo qual o silêncio gera efeito presumido por 
lei. Mas, para efeitos de prova, não há grandes problemas quanto à diferenciação, pois 
em ambos os casos se faz presente a presunção. 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento 
do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a 
transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. 
Nesse ponto, deve-se observar o silêncio. A regra é que o silêncio não é forma 
da manifestação de vontade, afinal não se trata de conduta de nenhuma natureza, ora, 
quem cala não diz nada. A exceção é que o silencio sirva de manifestação tácita ou 
presumida de vontade, porém, nesse caso, deverá ser circunstanciado, sejam as 
circunstâncias de fato ou de direito. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, 
ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não 
chegando a tempo a recusa. 
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No art. 432, deve-se fazer remissão ao art. 39, III do CDC. No CDC, o 
comportamento de fornecedor que ao propor contrato ao consumidor estabeleça que 
o silêncio servirá como manifestação de vontade, impõe-se como sanção à prática 
abusiva, afasta a obrigação de pagamento, conforme o parágrafo único. 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) 
 III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer 
produto, ou fornecer qualquer serviço; 
 Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou 
entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às 
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. 
Quando o legislador entender que determinada forma deve ser observada, 
como no caso do art. 108, a inobservância da forma ensejará a nulidade nos termos do 
art. 166. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à 
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, 
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta 
vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
 
1.3.1. Princípio da Conservação do Negócio Jurídico 
Como dito, a nulidade envolve um interesse maior que o individual. Existe 
também outro interesse, que é de ordem pública e diz respeito à possibilidade de o 
negócio jurídico alcançar o efeito pretendido. Por força da boa fé objetiva e das 
expectativas sociais, deve-se trabalhar com o Princípio da Conservação do Negócio 
Jurídico, sendo subprincípio voltado à preservação da boa fé objetiva e da função 
social do contrato. 
O Princípio da Conservação do Negócio Jurídico visa que as hipóteses de 
invalidade sejam relativizadas, para permitir, tanto quanto possível, a validade do 
negócio. Tal princípio vai se manifestar por quatro figuras expressas e uma quinta 
implícita: 
a. Conversão substancial (art. 170) 
b. Confirmação (art. 172 a 176) 
c. Conversão formal (art. 183) 
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d. Redução (art. 184) 
e. Modificação/ Revisão do negócio  advém da interpretação da doutrina e 
da jurisprudência. O princípio não está expresso no CC, mas encontra-se no 
CDC nos arts. 6º, V e 51 §1º. 
Pretende-se a manutenção senão no todo, ao menos em parte do negócio, de 
modo que a invalidade seja relativizada. 
De um modo geral, essas figuras poderão se aplicar tanto ao negócio jurídico 
nulo como ao anulável. Mas, deve-se ater que a figura da confirmação só cabe ao 
negócio anulável. 
 
a. Conversão Substancial 
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, 
subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam 
querido, se houvessem previsto a nulidade. 
O legislador diz que mesmo no caso de negócio nulo, o negócio pode ter a 
vontade manifestada como eficaz desde que possível converter o objeto do negocio 
em outro. 
Por exemplo, escrever “a” em vez de “b”, quando se pretendia escrever “b”, 
será possível a interpretação no sentido de prevalecer a vontade em detrimento 
daquilo escrito. 
Na conversão substancial, as partes quiseram “a”, mas, do jeito que quiseram, 
“a” é nulo. A única forma de salvar os efeitos desse negócio jurídico nulo é converter o 
negócio para “b”. Ex: Partes pretenderam a compra e venda de imóvel de valor 
superior a 30 salários mínimos sem fazê-lo por instrumento público, o que, segundo 
art. 108, é nulo. Havendo efeitos já produzidos que não colidam com o interesse 
público, seria extremamente nocivo obrigar as partes a retornar ao estado anterior, na 
medida em que não prejudica a terceiros. Nesse caso, poderia ser requerido por uma 
das partes que o juiz convertesse o negócio em promessa de compra em venda, nos 
termos do art. 462. 
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os 
requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. 
Nesse sentido, se o bem vem a ser penhorado e o comprador opõe embargos 
de terceiro à penhora, se trabalhássemos com a nulidade, o comprador não teria 
direito ao imóvel porque não houve escritura válida. O que se faz necessário é a 
conversão da compra e venda nula em promessa de compra e venda válida, em que, 
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nos termos da Súmula 84 do STJ, afasta-se a penhora. Em ato contínuo, poder-se-á 
requerer a escritura definitiva. 
Súmula 84 do STJ - É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em 
alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda 
que desprovido do registro. 
 
b. Confirmação 
A confirmação não se aplica à nulidade absoluta. 
Deve-se ater que a confirmação pode se dar pela parte (art. 172) ou por 
terceiro (art. 176) 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de 
terceiro. 
Art. 176. Quando a anulabilidade do atoresultar da falta de autorização de 
terceiro, será validado se este a der posteriormente. 
Há controvérsia quanto ao art. 173 no que diz respeito à forma exigida. É 
cediço que a confirmação não precisa ser expressa, pode ser tácita, mas, sendo 
expressa, indaga-se se deveria ter a mesma forma do ato principal. 
O art. 174 diz que o cumprimento voluntário já ciente da invalidade, estar-se-ia 
renunciando a indagação superveniente, no sentido da proibição de comportamento 
contraditório. 
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e 
a vontade expressa de mantê-lo. 
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em 
parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava. 
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, 
nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, 
de que contra ele dispusesse o devedor. 
A corrente majoritária entende que a mesma forma exigida para o ato principal 
deve ser observada para o ato de confirmação. 
Ex: No caso de confirmação de compra e venda imobiliária exige que o ato de 
confirmação também se dê por instrumento público. 
Mas, é significativa a divergência, havendo muitos autores (incluindo-se neste 
rol Fábio Azevedo), que entendem que, ante a ausência de exigência expressa do 
legislador, o ato de confirmação não deve exigir forma específica. Além disso, a 
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confirmação produziria efeito pela proibição de comportamento contraditório, 
conforme art. 174. 
 
c. Conversão Formal 
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que 
este puder provar-se por outro meio. 
A conversão não é do objeto, mas só da forma. 
Por exemplo, no caso de partes que celebraram promessa de compra e venda 
por instrumento público, mas tendo o notário deixado de observar determinada 
formalidade legal exigida e em se tratando de promessa que independe de 
instrumento público, passa o negócio a valer sob a forma de instrumento particular. 
 
d. Redução 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio 
jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da 
obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a 
da obrigação principal. 
No caso em tela, há redução do negócio. Isso se dá no caso de parte acessória, 
(menos importante) inválida e parte principal (mais importante) válida e que, por isso, 
deve ser preservada. 
Por exemplo, no caso de locação válida de imóvel (obrigação principal) e fiança 
(obrigação acessória) dada sem anuência do outro cônjuge, que por isso é inválida, 
ainda assim a locação será tida por válida. 
Atenção: A obrigação principal pode ser nula e a responsabilidade acessória 
válida. 
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade 
resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. 
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de 
mútuo feito a menor. 
No exemplo anterior, se o locatário fosse incapaz e não estivesse representado 
ou assistido, a locação será nula, não se poderá cobrar do locatário os aluguéis, mas a 
cobrança pode se dar em face do fiador. Como se pode observar, a obrigação principal 
é nula, mas a responsabilidade acessória válida. 
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Pelo parágrafo único, a exceção do caput do art. 824 não se aplica ao contrato 
de mútuo. Tratando-se de um contrato de mútuo ao invés do de locação, não se 
poderá fazer a cobrança nem do mutuário-incapaz nem do fiador dele. 
 
e. Modificação ou revisão 
Na visão clássica, a segurança jurídica determinava o afastamento do Estado 
diante do negócio jurídico validamente celebrado. Não se permitia por sentença 
modificar o ato de vontade, o máximo que poderia fazer era desconstituir o vínculo ou 
declarar a nulidade. Isso porque, modificar significa impor às partes conteúdo que não 
desejam, o que representa privação de liberdade e autonomia. Dava-se a isso o nome 
de princípio da intangibilidade do negócio. 
Ocorre que, hoje, a liberdade se sujeita aos ditames de boa fé e da função 
social do contrato, estando presentes os institutos da modificação ou da revisão, 
sendo plenamente aceitável que o juiz dê por sentença novo conteúdo ao contrato. 
Isso se adéqua bem ao caso de cláusula abusiva no contrato de consumo, em 
que se permite que o juiz coloque outra cláusula não abusiva no lugar da cláusula 
ilegal, a fim de prosseguir com o negócio, tendo em vista que a extinção total do 
negócio poderia também gerar um prejuízo exagerado à parte. 
 
Próxima aula: vontade, defeitos/vícios do negócio jurídico e simulação.

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