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Água Recife 2017 Disciplina: Bromatologia Profa.: Gilcelia Lino gilceliajanaina@gmail.com Água Nutriente absolutamente essencial, representando cerca de 70% do peso corporal de um adulto. Funções Solvente universal; Manutenção da pressão osmótica dos fluidos e do volume das células; Participação como reagente de um grande número de reações metabólicas; Regulação da temperatura; Água Funções Lubrificante; Possibilita interação entre substâncias; Influência a estrutura de proteínas, açúcares, lipídios, ácidos nucleicos, etc.; Interfere na cor, sabor, textura, propriedades funcionais e nas reações químicas dos alimentos; Permite o desenvolvimento de microrganismos. Água • Estrutura química • ligações sigma: 40% caráter iônico • pequena densidade e volume molecular • alto momento dipolar e constante dielétrica • facilidade de solvatação e separação de íons •ligações hidrogênio tridimensionais: grande força de atração intermolecular Água nos alimentos • A água total contida nos alimentos não fornece informação de como a água esta distribuída e o modo de ligação. Livre Ligada Água nos alimentos Água livre x Água ligada Água livre Água ligada Maior parte da água do alimento Menor parte da água do alimento Água fracamente ligada ao substrato Água fortemente ligada ao substrato Funciona como solvente Não é utilizada como solvente Permite crescimento de microrganismos Não permite o crescimento de microrganismos Permite reações químicas Retarda as reações químicas É eliminada com relativa facilidade Mais difícil de ser eliminada Água nos alimentos Água Ligada • está em contato com solutos, apresenta mobilidade reduzida e não congela a -40°C; • Divide-se em: a. Água constitucional (ligada fortemente aos constituintes do alimento; “primeira camada”); b. Água vicinal (camada subsequente, proximidade com grupos hidrofílicos); c. Água de multicamadas (ligada fracamente). Água nos alimentos Água livre • mesmas propriedades da água pura; • não flui livremente quando o alimento é cortado (exudação); • facilmente retirada no processo de secagem, convertida em gelo no congelamento; • alterações nas suas interações modifica a qualidade do alimento; • (ex.: cocção da carne → desnaturação proteica → perda de capacidade de ligar água → perda de massa e endurecimento) Atividade de Água • A relação entre as moléculas de água e outras moléculas e íons presentes nos alimentos é denominada de atividade de água. • A Aa ou Aw é definida em termos de equilíbrio termodinâmico. • É um número adimensional, resultado da pressão de vapor da água no alimento pela pressão de vapor da água pura, à mesma temperatura. Varia numericamente de 0 a 1 e é proporcional à umidade relativa de equilíbrio. Atividade de Água • Relação entre o teor de água livre e a conservação do alimento A T °C constante Sendo: aw = atividade físico-química da água (ou Pressão de Vapor Relativa) p = pressão de vapor da água no alimento Po= pressão de vapor da água pura na mesma temperatura Atividade de Água Deterioração do alimento Crescimento microbiano Atividade enzimática Reações química Depende da água Alimentos com mesmo teor de umidade diferem significativamente em perecibilidade. Porquê? Atividade de água (Aw ou Aa). Indica a intensidade com que a água está associada a constituintes não aquosos. Atividade de Água água pura em estado padrão: aw = 1; no alimento: aw sempre será < 1redução da mobilidade da água; a pressão de vapor no alimento é menor por alguns fatores: interação com grupos polares dos carboidratos, proteínas, polímeros, etc; dissolução de solutos micromoleculares como sais e açúcares; água retida nos capilares dos tecidos; A atividade de água de um alimento pode ser reduzida pelo aumento da concentração de solutos na sua fase aquosa: remoção de água ou adição de sólidos (sal ou açúcar). Atividade de água x Microrganismos Atividade de água x Alimentos Alimento Aw Carnes e pescados frescos, verduras, leite 0,98 e superior Pão, embutidos cozidos 0,98 – 0,93 Carne bovina seca, leite condensado 0,93 – 0,85 Farinhas, cereais, vegetais desidratados 0,85 – 0,60 Massas, biscoitos, leite em pó, ovo em pó inferior a 0,60 Atividade de água • Água pura: AW= 1,0; • AW= 0,9 – crescimento de microrganismos, diminuição da velocidade de reações químicas (baixa conc.); • AW= 0,4–0,8 – aumento da velocidade de reações químicas e enzimáticas; • AW= 0,6 – não há crescimento de bactérias; • AW= 0,3 – zona de absorção primária (monocamada, água ligada ao soluto diretamente; mais difícil de ser retirada). A água liga-se diretamente aos solutos (COOH; OH) por meio de pontes de H. Atividade de Água Atividade de Água fornece informação sobre: • Crescimento microbiano • Migração da Água • Estabilidade Química e Bioquímica • Propriedades físicas • Vida útil Atividade água e estabilidade dos alimentos Pode-se concluir que: • a redução de aw aumenta a estabilidade dos alimentos (justifica o uso dos processos de congelamento e secagem); • alimentos susceptíveis à rancidez oxidativa: a redução de aw favorece a degradação. Umidade A umidade de um alimento está relacionada com sua estabilidade, qualidade e composição, e pode afetar as seguintes características do produto: Estocagem Embalagem Processamento Umidade • Métodos de determinação de umidade Método por secagem: secagem em estufa secagem por radiação infravermelha Secagem em fornos de microondas Umidade • Métodos de determinação de umidade Método por destilação Métodos químicos – método de Karl Fischer Métodos físicos – Absorção de radiação infravermelha; Cromatografia gasosa; Ressonância nuclear magnética; Índice de refração; Densidade; Condutividade elétrica Constante dielétrica SECAGEM EM ESTUFAS Método mais utilizado em alimentos; Remoção da água por aquecimento, sendo o ar quente absorvido por uma camada muito fina do alimento e então conduzido para o interior por condução; Condutividade térmica dos alimentos é baixa; Método lento; 6 a 18 horas entre 100oC e 102 oC, ou até peso constante. A exatidão do método é influenciada por vários fatores: Temperatura de secagem; Umidade relativa e movimentação do ar dentro da estufa; Vácuo na estufa; Tamanho das partículas e espessura da amostra; Construção da estufa; Número e posição das amostras da estufa; Formação de crosta seca na superfície da amostra; Material e tipo de cadinhos; Pesagem da amostra quente. TEMPERATURA DA ESTUFA Estufa normal: um pouco acima de 100 oC Estufa a vácuo: ~ 70 oC (preserva a amostra e evita a formação de crosta na superfície) PARTÍCULA DOS ALIMENTOS Menor espessura possível ESTUFAS Simples, simples com ventilador e a vácuo Maior em cadinhos de alumínio do que de vidro e porcelana, maior em cadinhos rasos do que fundos e maior com estufas com ventilação. Deve ser feita somente após de ser esfriada completamente no dessecador. VELOCIDADE DE EVAPORAÇÃO PESAGEM PREPARO DA AMOSTRA AMOSTRAS LÍQUÍDAS: evaporadas em banho-maria até consistência pastosa para então serem colocadas na estufa. AMOSTRAS AÇUCARADAS: formam uma crosta dura na superfície, que impede a saída da água do interior (Adição de areia em pó à amostra, para aumentar a superfície de evaporação). PESO DA AMOSTRA: varia entre 2 g e 5 g (Formar uma camada fina no cadinho). CONDIÇÕES DE SECAGEM TEMPERATURA: varia entre 70 oC a 155 oC. TEMPO: depende da quantidade de água no produto (6a 7 horas, até peso constante). LIMITAÇÕES DO MÉTODO 1. Produtos com alto conteúdo de açúcar e carnes com alto teor de gordura: temperatura que não exceda de 70 oC. Açúcares: a levulose se decompõe a cerca de 70 oC, liberando água. 2. Não serve para amostras com alto teor de substâncias voláteis: como condimentos. 3. Variação de até 3 oC nas diferentes partes da estufa. 4. Evaporação por um determinado tempo: remoção incompleta da água. 5. Evaporação até peso constante: superestimação da umidade por perda de substâncias voláteis ou por reações de decomposição. 6. Alguns produtos são muito higroscópicos. 8. Açúcares redutores e proteínas: escurecimento por reação de Mailard, com formação de compostos voláteis como CO2 e compostos carbonílicos e produtos intermediários. 9. Estufas com exaustão forçada: acelerar a secagem a peso constante (queijos, produtos marinhos e carnes). 7. Açúcares: reações de caramelização com liberação de água (estufa a vácuo a 60 oC). Determinação de umidade 105°C Estufa 1 g de amostra Esfria, pesar e anotar Pesar a amostra (Pi) 105°C/ 1h Estufa H2O Esfria, pesar e anotar o peso 105°C/ 30 min Estufa H2O Repetir até o peso constante Esfriar e pesar (pf) Peso constante: < 0,001g Determinação de umidade Determinação de umidade • Cálculo do percentual de umidade %U = pi – pf x 100 pa Pi – peso da amostra úmida + peso do cadinho Pf – peso da amostra seca + peso cadinho (peso do cadinho ao final do processo de secagem) Pa – peso da amostra • Exemplo Peso do cadinho vazio – 12g Peso da amostra – 5g Peso do cadinho após procedimento – 13,45g % U = 17 – 13,45 X 100 5 %U = 71% Exercício • Qual o percentual de umidade, sabendo que foi usado 5g de amostra íntegra, e o cadinho (T=12g), no final do procedimento pesou 16g? • Referências RIBEIRO, ELIANA PAULA; SERAVALLI; ELISENA A.G. Química de Alimentos. 1. ed. São Paulo: Editora Edgard Blünger Ltda, 2004. 2p. ANDRADE, ÉDIRA CASTELLO BRANCO DE. Análise de alimentos: uma visão química da nutrição. São Paulo: Livraria Varela, 2006. CECCHI, H.M. Fundamentos Teóricos e Práticos em Análise de Alimentos. 2ed. Campinas: Ed. Unicamp, 2003.
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