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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE PROCESSOS INORGÂNICOS PROCESSOS INORGÂNICOS EXPERIMENTAL Roteiro de Aulas Práticas 2014 Profa. Juacyara CLARIFICAÇÃO DE ÁGUAS É um processo que objetiva a remoção de matéria suspensa e coloidal, e em estado de fina divisão, de um meio aquoso. Este processo envolve três etapas: - coagulação - floculação - sedimentação PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: AULA 1: 1- DETERMINAÇÃO DO PH ÓTIMO DE COAGULAÇÃO a) Transferir 300mL da água a ser tratada para cada um dos 6 bécheres; b) Calcular o volume de coagulante (solução estoque de Al2(SO4)3= 500mg/L) de modo que sua concentração, em 300mL de amostra a ser tratada, seja 10 mg/L; c) Adicionar em cada um dos 6 bécheres o volume de coagulante calculado acima; d) Ajustar o pH de cada bécher de forma a se ter os seguintes valores: 4,0; 5,0; 6,0; 7,0; 8,0 e 9,0; e) Colocar as soluções no Jar-Test para o processo de clarificação. Este processo será constituído de uma etapa em agitação rápida (100-150 rpm) por 1minuto, seguida de 15 minutos em agitação lenta (40-50 rpm); f) Após este período, retirar os bécheres do jar-test e deixar em repouso por 15 minutos; g) Após os 15 minutos de decantação, retirar com o auxílio de uma seringa (ou pipeta), alíquotas da amostra para a leitura da turbidez. Medir a turbidez da água bruta. Plotar uma curva turbidez residual X pH de coagulação. AULA 2: 2. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO ÓTIMA DE COAGULANTE, ADIÇÃO DE POLIELETRÓLITO E TEMPO DE SEDIMENTAÇÃO a) Transferir 300mL da água a ser tratada para cada um dos 6 bécheres; b) Calcular o volume de coagulante (solução estoque de Al2(SO4)3= 500mg/L) de modo que sua concentração, em 300mL de amostra a ser tratada, seja de 10, 20 e 30 mg/L; Fazer em duplicata; c) Transferir para os 6 bécheres com a água a ser tratada o volume calculado de coagulante. d) Ajustar o pH de cada bécher para o valor do pH ideal determinado na etapa 1; e) Colocar as soluções no Jar-Test para o processo de clarificação. Este processo será constituído de uma etapa em agitação rápida (100-150 rpm) por 1minuto e ao final da etapa rápida, adicionar o polieletrólito na concentração a ser definida pela professora. Em seguida, 15 minutos em agitação lenta (40-50 rpm); f) Durante a sedimentação, retirar amostras de 10 em 10 minutos do sobrenadante para medir a turbidez residual; f) Plotar a curva turbidez residual X concentração de coagulante; g) avaliar a introdução de polieletrólito no processo. REMOÇÃO DE METAL PESADO POR ADSORÇÃO A adsorção é um processo onde ocorre transferência de massa dos constituintes de uma fase líquida (ou gasosa) para uma fase sólida. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL AULA 1: DETERMINAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO Para monitoramento do processo de adsorção faz-se necessário desenvolver uma metodologia analítica para medir a cor da solução. a) Preparar 2 litros de solução contendo 50 mg/L em Cu+2 b) Realizar uma varredura da absorbância (ou transmitância) da solução-mãe (50 mg/L) no espectrofotômetro, com vários valores de comprimento de onda. A faixa de comprimento de onda a ser avaliada pode ser obtida na Tabela 1, de acordo com a coloração observada da solução colorida; c) Colocar a solução-mãe na cubeta, selecionar o comprimento de onda desejado e medir a absorbância (ou transmitância). Repetir esse procedimento para intervalos pré-estabelecidos de comprimento de onda dentro da faixa selecionada. Cuidado ao manusear a cubeta, ela é frágil e pode quebrar; Tabela 1. Faixa de comprimento de onda para diferentes colorações Comprimento de onda (nm) Tonalidade transmitida Tonalidade complementar (cor observada) 400-435 Violeta Verde-amarelado 435-480 Azul Amarelo 480-490 Azul-esverdeado Alaranjado 490-500 Verde-azulado Vermelho 500-560 Verde Púrpura 560-580 Verde-amarelado Violeta 580-595 Amarelo Azul 595-610 Alaranjado Azul-esverdeado 610-750 Vermelho Verde-azulado d) Plotar a curva absorbância X comprimento de onda e selecionar o comprimento de onda ideal a ser adotado como padrão para leitura das absorbâncias (ou transmitâncias) das amostras obtidas nos ensaios. Lembrar que o comprimento de onda ideal é aquele de maior absorbância (ou menor transmitância).. e) A partir da solução-mãe do metal, preparar várias diluições para montar uma curva- padrão no comprimento de onda selecionado. Sugestões de diluições: 5, 10, 20, 30, 40 e 50 mgCu+2/L. Realizar a medida para o branco (0 mg/L) com água destilada; f) Plotar uma curva de calibração absorbância X concentração do metal (mg/L). Avaliar a linearidade da curva (ou a faixa em que ela é linear). 2. ENSAIOS DE ADSORÇÃO COM O ADSORVENTE O adsorvente a ser avaliado será carvão ativado. 2.1 LEVANTAMENTO DE DADOS PARA AJUSTE DE ISOTERMAS A partir da solução de 50 mg/L de Cu+2: a) Em 6 bécheres adicionar alíquotas de 300 mL de solução do metal e quantidade suficiente de adsorvente para se ter as diferentes dosagens, conforme especificado na Tabela 2; c) Utilizar o tempo de equilíbrio de 1,5 horas. d) Após o tempo de contato pré-estabelecido retirar amostras, centrifugar por 10 min e medir a concentração de metal residual em cada frasco (com o comprimento de onda obtido nos experimentos do item 1); Tabela 2. Esquema experimental para levantamento das isotermas Frasco Concentração (gcarvão/L) 1 1 2 2 3 5 4 10 5 15 6 20 e) Construir gráficos de isotermas de Langmuir e Freundlich e estimar os seus respectivos parâmetros. Lembrar que: m )Vc(c qou m x eo , onde: x/m ou q = massa de metal adsorvida por unidade de massa de adsorvente (mg/g); co= concentração inicial de metal (mg/L) = (50 mg/L) ce= concentração de equilíbrio de corante (mg/L); medida ao final do teste, no tempo de equilíbrio m = massa de adsorvente utilizada (g) V= volume reacional (L) = 0,3 L f) Avaliar os ajustes nas duas retas e definir qual isoterma melhor representa o processo de adsorção pelo adsorvente utilizado. AULA 2: Repetir a aula 1, utilizando outro metal (ou corante). Ao final da prática, avaliar para qual substância, o carvão utilizado apresentava mais afinidade. ANÁLISE DE GESSO Gesso é o termo genérico de uma família de aglomerantes simples, constituídos basicamente de sulfatos de cálcio, mais ou menos hidratados e anidros. É obtido pela calcinação da gipsita natural, constituída de sulfato bi-hidratado de cálcio geralmente acompanhado de proporções de impurezas, como sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e magnésio. Objetivos: Determinar a percentagem de água retida fisicamente e da água combinada do gesso Verificar a variação do tempo de pega para diversas consistências de massa de gesso e água Verificar a variação da percentagem de absorção de água para os corpos de prova confeccionados com diversas consistências de massa de gesso e água Verificar a variação da difusão para os corpos de prova confeccionados com diversas consistências de massa de gesso e água. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: AULA 1: 1- DETERMINAÇÃO DA UMIDADE E DA ÁGUA DE CRISTALIZAÇÃO (SEGUNDO NORMA ABNT MB-3471) Objetivo: Determinar a percentagem de água retida fisicamente e da água combinada, a fim de determinar o percentual de hidratação do gesso. 1.1Umidade a) Colocar em um pesa-filtro 50 g de amostra finamente pulverizada (gesso) e aquecer durante 2 horas em estufa, a 40o C; b) Anotar as massas do pesa filtro e do pesa-filtro + amostra c) Colocar o pesa-filtro em dessecador e, após frio, pese-o; Calcular o percentual de umidade na amostra da gipsita da seguinte maneira: umidade (%) = (A – B) x 100, onde: A A = massa da amostra (gesso) antes do aquecimento B = massa da amostra (gesso) depois do aquecimento 1.2. Água de Cristalização Este ensaio irá fornecer dados sobre o teor de hidratação que se encontra o gesso utilizado, segundo Tabela 1. Tabela 1- Percentual de água de cristalização Valor de n mg/mol CaSO4 CaSO4 (%) H2O (%) ½ 145 93,79 6,21 1 154 82,31 11,69 2 172 79,06 20,94 CaSO4 2H2O → CaSO4 n H2O + H2O Gipsita ∆ n = ½, ou 1 ou 2 em uma mistura a) Retornar o pesa-filtro com a amostra seca (gesso utilizado no item anterior) para a estufa, gradue a temperatura para 230 oC e deixe até o dia seguinte; b) Transferir o pesa-filtro para um dessecador e, após frio, pese-o; c) Calcular o percentual de água de cristalização da amostra de gesso da seguinte maneira: água de cristalização (%) = (C – D) x 100, onde: C C = massa da amostra depois do aquecimento (item 1.1) D = massa da amostra depois do aquecimento a 230 o C 2- CONSISTÊNCIA Entende-se por consistência no processo de hidratação dos gessos a quantidade de água necessária para que seja possível trabalhá-lo. Essa água de trabalhabilidade inclui, além da água de hidratação (cerca de 18% propriamente dita), a água necessária para conferir a fluidez necessária. 2.1. Cálculo da Consistência da Mistura Gesso/Água Observações: 1. As consistências utilizadas serão 70 e 100 2. Para o cálculo do volume das misturas, pode-se considerar a massa específica de gesso como 1 g/cm3 , já que esta se situa na faixa entre 0,95 a 1,2 g/cm3. Para calcular a quantidade de gesso considere o volume do corpo que servirá de base de molde. Por exemplo, o volume do copinho de café é 50 mL, para moldar um corpo de prova usando o copo como base de molde, você irá gastar 50g de gesso e 35 mL de água para produzir um corpo com consistência 70. A massa de gesso deverá permanecer constante em todas as consistências variando apenas a massa de água. 100 gesso(g) de massa água(g) de massa iaconsistênc Observação: Massas de Gesso a serem utilizadas (em média) nos diferentes ensaios: - ensaio de pega com termopar (copinho de café) = 50 g -ensaio de Vicat = 250 g - ensaio difusão (prisma) = 70 g 3 - ENSAIO DE TEMPO DE PEGA OU RE-HIDRATAÇÃO DO GESSO 3.1. Relação entre temperatura x tempo de pega Este ensaio é utilizado para verificação do tempo necessário que a mistura gesso/água leva para re-hidratar-se. A mistura, após ser agitada e despejada dentro das matrizes de reprodução, começa a re-hidratar, onde ocorre a transformação do hemi-hidrato com liberação de calor. Esse controle do tempo de pega é de fundamental importância pra obtenção de moldes de reprodução. Esse fator facilita ou dificulta o trabalho do fundador de moldes, tendo em vista existirem gessos com tempos de pega de rápidos a lentos. Procedimento: a) Preparar as misturas gesso/água conforme volume do recipiente. b) Colocar o gesso com água e misturar; c) Encher o recipiente que ficará dentro da caixa de isopor, introduzir o termopar devidamente protegido na mistura e fechar a caixa (Utilizar a aquisição de dados do computador) d) Caso o ensaio for realizado manualmente, anotar os tempos e as temperaturas registradas no termopar. e) Fazer em duplicata para cada consistência A temperatura se elevará, estabilizando quando chegar ao pico máximo, o que é considerado como limite de pega. 4- PREPARO DOS CORPOS DE PROVA Ainda nesta aula deverão se produzidos os corpos de prova que serão utilizados na no ensaio de absorção e difusão. Para o ensaio de absorção: a) fabricar 3 corpos-de-prova nas consistências de 70 e 100 b) secar os corpos-de-prova a 60oC; Para o ensaio de difusão: a) preparar 6 corpos-de-prova (3 de cada consistência) prismáticos com as seguintes dimensões: 160 mm x 60 mm x 50 mm; b) secar em estufa a 60 oC AULA 2: 5. ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA a) aquecer água em um bécher até ebulição (os recipiente deve ter água suficiente para que os corpos-de-prova fiquem imersos); b) pesar os corpos-de-prova em balança de precisão e anotar as massas (Ms); c) colocar os corpos-de-prova dentro do recipiente e deixar por duas horas, sem continuar o aquecimento, mantendo-os sempre cobertos pela água; d) retirar, por meio de pano úmido, o excesso de água da superfície dos corpos-de-prova até perda de brilho; e) pesar os corpos-de-prova, obtendo-se a massa do corpo-de-prova úmido (Mu). f) Calcular a porcentagem de a absorção de água para cada consistência absorção de água (%) = massa úmido _- massa seco x100 massa seco Calcule a média da porcentagem de absorção de água para cada consistência. 6. ENSAIO DE DIFUSÃO Este ensaio mostra a influência da capilaridade na velocidade de retenção de água. Procedimento: a) colocar o corpo-de-prova preso por garra acima de um recipiente com água (ou a fim facilitar a visualização com permanganato de potássio), sem deixá-los tocar na solução; b) preparar o cronômetro e completar o nível de solução dentro do recipiente até que esta entre em contato com o corpo-de-prova. Neste momento, iniciar o registro dos tempos de difusão; c) após cada leitura (nos tempos de 4, 9 e 14 minutos), marcar o corpo-de-prova a altura alcançada pela água ou permanganato de potássio, nas 4 faces; d) tirar a média das alturas observadas, para cada tempo registrado, nos 4 lados do corpo- de-prova; e) calcular a difusão da solução no gesso segundo a equação abaixo: t h Dg 01,02 onde: Dg= difusão no gesso (cm2/s) h = altura da absorção medida no corpo-de-prova (cm) t = tempo da leitura (s) f) Traçar um gráfico Dg x t 7. . RELAÇÃO ENTRE ALTURA X TEMPO DE PEGA O tempo de início de pega, determinado segundo a norma brasileira NBR 12128, é o tempo decorrido a partir do momento que o gesso tomou contato com a água até o instante em que a agulha do aparelho de VICAT (Figura 5) não mais penetra até o fundo, estacionando a l mm do fundo. O tempo de fim de pega é o tempo decorrido a partir do momento que o gesso entra em contato com a água até o instante que a agulha do aparelho de VICAT não mais deixa impressão na superfície. O tempo usual da pega total do sistema gesso + água é da ordem de vinte minutos. Figura 5 - Aparelho de Vicat Procedimento Utilizando o aparelho de Vicat, verificar a relação entre a altura de penetração e o tempo de pega em amostras na consistência 1 Tempo de início de pega = tempo decorrido a partir do momento em que o gesso tomou contato com a água, até o instante em que a agulha do aparelho de Vicat não mais penetrar no fundo da pasta ( 1mm acima da base). Tempo de fim de pega = tempo decorrido a partir do momento em que o gesso tomou contato com a água, até o instante em que a agulha do aparelho de Vicat não mais deixar impressão na superfície da massa. Observações: 1. passe óleo na parte internado molde de Vicat e na superfície onde o gesso será vertido. O ensaio será realizado em duplicata, nas mesmas consistências utilizadas no ensaio do item 3.
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