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O IMPACTO DO RADONIO NAS CONSTRUCOES

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VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a 
9 de setembro de 2011 
Área Temática: Sustentabilidade nos Materiais e nas Técnicas Construtivas 
 
 
 Em Discussão: o Impacto do Radônio nas Construções 
 
 
Elisabeth Maria Ferreira Severo (1) e Arnaldo Cardim Carvalho Filho (2) 
 
(1) Escola Politécnica, UPE, Brasil, E-mail: esevero@hotlink.com.br 
(2) Escola Politécnica, UPE, Brasil, E-mail: cardim@upe.poli.br 
 
 
 
Resumo: O impacto das radiações nas construções ainda é muito pouco conhecido e discutido no Brasil. 
O principal objetivo deste artigo é esclarecer de que maneira pode-se prevenir, monitorar e controlar o 
radônio nas construções. Na Comunidade Européia e nos Estados Unidos há grande preocupação em 
eliminar os riscos advindos do Radônio, observando-se a existência de legislação específica sobre o tema. 
No Brasil a legislação sobre radioatividade é escassa, só contemplando o setor da mineração. O estudo e a 
divulgação dos efeitos do radônio nas construções têm um papel de grande importância na 
conscientização da população em geral e os diretamente envolvidos com a atividade de construção e seus 
materiais, podendo ainda suscitar a elaboração de normas e legislações específicas visando proteger e 
evitar as contaminações radioativas. 
 
Palavras-chave: Radioatividade nas construções, Radônio, Riscos à saúde pública, Contaminação 
radioativa nos materiais e nas técnicas construtivas. 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract: The impact of radiation on the buildings is still very little known and discussed 
in Brazil. The main aim of this paper is to clarify how we can prevent, monitor and control radon 
in buildings. In the European Community and the United States there is great 
concern to eliminate the risks from the Radon, observing the existence of specific legislation on the 
subject. In Brazil, the legislation about radioactivity is scarce, only covering the mining industry. The 
study and dissemination of the effects of radon in buildings have a major role in raising awareness of the 
general population and those directly involved with the construction activity and its materials, and 
may also raise the standards-setting and specific laws to protect and prevent radioactive contamination. 
 
Key-words: Radioactivity in buildings, Radon, Risks to public health, Radioactive contamination in 
materials and construction techniques. 
 
 
 
 
VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a 
9 de setembro de 2011 
1. INTRODUÇÃO 
 A Terra é abundante em minerais, que em geral podem conter radioatividade natural em maior ou menor 
escala de intensidade dependendo da sua localização geográfica. 
Os elementos radioativos são empregados com bastante sucesso na agricultura, na indústria, na 
exploração de petróleo, na produção de energia e principalmente na medicina que vão desde os traçadores 
radioativos utilizados na engenharia genética, no auxílio do tratamento de diversas doenças, em especial 
do câncer. 
Entretanto, com o decaimento do urânio, do tório ou do potássio há o surgimento do gás radônio que se 
não for detectado, monitorado e controlado poderá resultar num grande problema de saúde pública com 
grande incidência de mortalidade de câncer de pulmão como já se verifica em países europeus e nos 
Estados Unidos. 
No Brasil a regulamentação e a legislação atualmente só abrangem os trabalhadores que lidam 
diretamente com grandes concentrações como na mineração, clínicas radiológicas e usinas nucleares, 
porém não se verifica maiores informações referente as concentrações de radônio no interior das 
construções. 
Diante do exposto, se faz necessário o esclarecimento a população da importância da prevenção e do 
monitoramento do radônio nas construções com a finalidade de proteger a saúde pública. 
2. RADIOATIVIDADE 
Os seres vivos, a Terra e seus elementos possuem materiais radioativos. 
Conforme Furnas todo o material sólido, líquido ou gasoso que emite radiações de qualquer natureza é 
radioativo. 
A radioatividade é propriedade dos nuclídeos instáveis de perderem espontaneamente sua massa emitindo 
partículas eletromagnéticas, foi descoberta em 1896 por Antoine Henri Becquerel que constatou a 
radioatividade do urânio e em 1898 Marie Curie encontrou radioatividade no tório. (LAROUSSE, 1998). 
Uma infinidade de elementos constituem a natureza, sendo que os átomos desses elementos possuem 
diferenças entre si e uma parte deles possuem a propriedade de emitir partículas com energia muito 
intensas e invisíveis ao olho humano. 
 2.1 Fontes de Radiação 
As radiações possuem propriedades físicas bem definidas podendo ser mais ou menos intensas, com 
irradiações lentas ou velozes, o se denomina e radioatividade. 
As fontes de radiação podem ser naturais ou artificiais. 
• NATURAIS – Raios cósmicos, radiação terrestre, radiação interna (dentro do corpor humano) e 
o radônio. 
• ARTIFICIAIS – Fontes Médicas, explosões nucleares, centrais Núcleo Elétricas, exposição 
decorrente de acidentes radiológicos e nucleares e a exposição ocupacional. 
 Fonte: OGA, 2008 
 
 
VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a 
9 de setembro de 2011 
2.2 Radiação Natural 
Cerca de dois terços de toda a radiação que o ser humano está exposto são provenientes de fontes naturais 
presentes no solo, água, no ar e nos alimentos. 
O solo por conter vários isótopos radioativos é uma fonte de radioatividade. Pelo solo, os radioisótopos 
são incorporados nos alimentos e as matérias primas utilizadas na construção, tais como: madeira, argila, 
areia, cal, cimento e nas pedras, especialmente nos granitos que possuem elementos radioativos de urânio, 
tório, radio entre outros. 
Após vários anos de pesquisa, pesquisadores concluíram que o limite de segurança possuem duas 
categorias: para trabalhadores expostos diretamente a radiação (máxima de até 5.000mrem) e o público 
em geral em torno de 200 mrem. 
3. RADÔNIO 
Descoberto em 1899 por Owens e Ernest Rutherford, o radônio é um gás nobre, incolor, inodoro, 
insípido, com meia vida de 3,823 dias, resultante da desintegração de elementos mais pesados e de 
número atômico maior que 83, principalmente do urânio (222Rn) e do tório (220Rn) criando um campo de 
radiação gama. 
 O radônio está mais presente em rochas ígneas compostas por micas, feldspatos e minerais acessórios 
como zircão, a apatita e a monazita e em rochas félsicas onde há maior teor de sílica. (WIKIPEDIA PT, 
2010). 
3.1 MAPEAMENTO DO RADÔNIO 
A maior incidência do radônio está em rochas ricas em urânio e tório, ou seja, nos granitos, pegmatitos, 
carbonatitos, veios hidrotermais, em placeres (derivados de rocha ígnea), pirocloro, torita, nas areias 
monazíticas e em pegmatitos, entre outros. 
• NO MUNDO 
Para Campos (1994), o Brasil e a Índia são os países que apresentam as maiores concentrações de 
minerais radioativos no solo. 
Na figura 1 pode-se observar o potencial mundial de urânio já prospectado (SAPUCAIA; BARBOSA, 
2005). 
 Figura 1: Principais ocorrências de urânio no Mundo 
 Fonte: Wikepedia.pt (2010) 
 
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• NO BRASIL 
 Na figura 2 as reservas de urânio prospectadas no Brasil (SAPUCAIA; BARBOSA, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2: Principais ocorrências de urânio no Brasil 
 Fonte: Wikepedia.pt (2010). 
Conforme estudos do Instituto de Pesquisas nucleares(IPEN) juntamente com as Indústrias Nucleares do 
Brasil (INB) indicam que o Brasil pode ter a segunda reserva de urânio do mundo, sendo sua maior 
concentração no complexo do Pitinga- Município de Presidente Figueiredo no Amazonas (150 mil 
toneladas), no Rio Cristalino no sul do Pará (150 mil toneladas) e 500 mil toneladas não divulgadas. 
No Brasil as maiores concentrações já detectadas de minerais radioativos no solo, em geral estão acima 
dos padrões médios mundiais conforme pode-se observar no Quadro 1 a seguir: 
Quadro 1 – Concentrações de Minérios Radioativos no Solo Brasileiro 
LOCAL CONCENTRAÇÕES DE MINERAIS 
RADIOATIVOS NO SOLO BRASILEIRO 
Espírito Santo (Guarapari) e Rio de Janeiro Areias monazíticas das praias ricas em Urânio e 
Tório. Em Guarapari a radiação de tório/ano é de 
175 mSv 
Minas Gerais (Araxá) e Morro do Chapéu de 
Ferro 
Regiões de rochas intrusivas alcalinas, mineral 
fosfático ricas urânio e tório. Montanha com 30 
mil toneladas de tório e a radiação 
tem taxas anuais de 250 mSv 
Região Nordeste Região urano-fosfática com teor de urânio de 10 a 
550 ppm e de tório de 1 a 5 ppm 
Dose média de 95% da população Mundial Entre 0,3 a 0,6 mSv/ano 
Fonte: Campos (1994); OGA (2008). 
 
 
 
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3.2 RADÔNIO NAS CONSTRUÇÕES 
Conforme Oga (2008) e Gavioli (2009), o gás radônio escoa a partir do solo e vai se infiltrando 
nas fundações e acumulando no interior das construções com fissuras no concreto, drenagens de 
pisos, bombas de esgoto, solo exposto e ralos das construções, em pontos de ligação da 
construção (argamassas de chão e parede, canos soltos e frouxos), em instalações de água 
subterrânea de poços artesianos e também pode se originar do ar externo, da água e do gás 
natural, conforme figura 3, sendo que esses últimos são encontrados em menores proporções. 
Esse gás radioativo pode ser encontrado em cavernas e qualquer tipo de construção: casas, 
escritórios, escolas, hospitais, shoppings centers, teatros, centros comerciais, túneis e metrôs, 
enfim em todos os lugares com pouca ventilação. 
 Maneiras de entrada do Radônio nas construções 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Rachaduras em pisos sólidos 
2. Juntas de construção 
3. Rachaduras nas paredes 
4. Lacunas na construção de pavimentos suspensos 
5. Lacunas em torno das tubulações de serviço 
6. Cavidades dentro das paredes 
7. O abastecimento de água 
 
 
Figura 3 – Maneiras de entrada do radônio nas construções 
Fonte: EPA (2006). 
Há uma maior incidência do radônio em países onde as temperaturas são baixas e onde se faz 
necessário a utilização de aquecimento e em locais fechados onde não há renovação de ar. 
Apesar de haver uma menor incidência em países quentes devido à maior ventilação natural nos 
ambientes, verifica-se a presença do gás radônio em ambientes que possuem central de ar 
condicionado e onde o ar não é renovado. 
 
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As características geológicas do terreno, dos materiais de construção utilizados e do tipo de 
ventilação são decisivas para a verificação das concentrações de radônio nos ambientes (OGA, 
2008). 
Para Corrêia (2006), há uma maior concentração do gás radônio em construções edificadas 
abaixo do nível do terreno natural. 
Para Saueia (1997) apud Fior (2008) os radionuclídeos naturais encontrados em materiais de construção 
emitem radiação gama, além da alfa e beta e que a taxa de exalação do radônio para o concreto, pedra e 
tijolo é uma ordem decimal menor que a do solo, mas para o fosfogesso a taxa é semelhante à do solo 
devido sua composição ser basicamente de sulfato de cálcio dihidratado com níveis elevados de 
impurezas provenientes da rocha fosfatada resultando em níveis mais elevados de radioatividade que nos 
outros materiais e expondo as construções a uma maior radioatividade. 
Na Suécia foi verificado uma concentração média de rádio de aproximadamente 3 ppm entre os concretos 
de diferentes partes do país e para a madeira as concentrações foram bem mais baixas. 
As taxas de concentrações do radônio encontradas nos materiais de construção devem ser inferiores a taxa 
mundial para o solo que é de 25 Bq/Kg (UNSCEAR, 1982). 
3.3 EFEITOS DO RADÔNIO NO ORGANISMO HUMANO 
O radônio è um gás 7,58 vezes mais pesado que o ar, sendo responsável pelo maior percentual de 
emissões radioativas naturais (ver figura 4) que pode se originar do solo, dos materiais de construção, da 
água subterrânea é liberado, vai se acumulando em ambientes fechados e ao ser inalado dificilmente será 
expelido, trazendo cumulativamente ao organismo humano que se expõem a altas concentrações uma 
maior incidência de leucemia, enfisema, fibrose e alterando o material genético das células pulmonares 
ocasionando o câncer de pulmão. (OGA, 2008). 
As células expostas á radiação sofrem a ação de fenômenos físicos, químicos e biológicos, o que pode 
afetar os órgãos e consequentemente o corpo inteiro de uma pessoa. 
Os efeitos físicos são a excitação, absorção, ionização e quebra das ligações químicas; já os químicos são 
a mobilização e neutralização dos íons e radicais livres, restauração do equilíbrio químico e a formação de 
novas substâncias; e por fim os biológicos que podem ocasionar aberração cromossomial, alteração do 
metabolismo local e morte celular (IPEN, 2002). 
 
Figura 4: Fontes de exposição à radiação. 
Fonte: ICRP (1990). 
 
 
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Os niveis aceitaveis de radônio em interiores esta entre 150 a 200 Bq/m3 (UNSCER, 1993; CNEM, 2004). 
Dados mais recentes, conforme gráfico 1 a seguir mostram que a exposição ao radônio ocasionou mais de 
21 mil mortes por câncer de pulmões nos Estados Unidos e mais de 2500 mortes no Reino Unido, só 
sendo inferior a mortalidade ocasionada pelo cigarro (EPA, 2006). 
Gráfico 1 – Mortes / ano nos E.U.A. decorrentes da exposição ao radônio (2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: EPA (2006). 
3.4 Prevenção ao Radônio 
Para Abu-Jarad (1983) apud Fior (2008), os fatores que limitam a acumulação do radônio nos interiores 
das construções são: 
• Meia-vida de 3,8 dias; 
• Verificação da composição e propriedades do solo; 
• Tipo de fundação utilizada nas construções; 
• Natureza dos materiais construtivos; 
• Técnicas construtivas de execução; 
• Água no processo produtivo da construção; 
• Construções edificadas acima do nível do solo; 
• Dimensões das camadas e a natureza dos revestimentos de materiais de construção que podem 
diminuir a emanação do radônio no interior das construções, como por exemplo: tinta a óleo ou 
acrílica fosca. 
Conforme Oga (2008) a principal forma de prevenção ao radônio é se evitar construções em áreas onde há 
grandes emissões de radônio no ar. 
Por fim, se o projeto não tenha previsto os fatores para se evitar o radônio, então será necessário se fazer 
o isolamento de forma apropriada ou a impermeabilização o solo da construção e em sequência isolar 
pisos, paredes e evitar o uso de materiais que possuam elementos radioativos em sua composição e 
manter os ambientes com ventilação natural. 
 
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4. PREOCUPAÇÃO MUNDIAL PARA REDUZIR O RADÔNIO 
Com o aumentode casos de câncer de pulmão ocasionado pelo radônio, em vários países já existe uma 
grande mobilização no sentido de reduzir os danos que o gás radônio vem trazendo a população, ou seja, 
foram criadas normas, legislações e programas específicos para tratar do problema, conforme descrito 
logo a seguir: 
− SUÉCIA – Foram criadas políticas específicas para o controle da exposição do radônio nas 
construções; 
− COMUNIDADE EUROPÉIA – Em 1999 foi elaborado pela Comissão Européia de Proteção a 
Radiação o manual: “Princípios de Proteção Radiológica sobre a Radioatividade Natural dos 
Materiais de Construção”; 
− FINLÂNDIA – Em 2003 foi criado o “Guia de Radioatividade nos Materiais de Construção” 
desenvolvido pela STUK – autoridade de segurança nuclear de radiação da Finlândia; 
− OMS – Em 2005 através da Organização Mundial de Saúde foi criado o “International Radon 
Project (IRP)” um verdadeiro banco global de radônio que tem a finalidade de informar a 
população em geral dos riscos e meios para reduzir e prevenir os riscos sanitários do radônio, 
sendo uma rede de agências com mais de 40 estados membros-participantes: Japão, Reino Unido, 
E.U.A, Canadá, Finlândia, França, Romênia, Espanha, Alemanha, Itália, Argentina, Irlanda, 
Suíça, Luxemburgo, Federação Russa, Polônia, Áustria, República da Coreia, Suécia, Grécia, 
Hungria, Lituânia, Bélgica, Bulgária, Federação Tcheca, China, Noruega, Sérvia e Brasil pelo 
Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN. 
− BRASIL – Existe uma cartilha: “Cuidados no garimpo com os minérios radioativos: Projeto 
CNEN/DIMAP- Urânio e Tório. 
− Projeto Radônio: Levantamento das concentrações de radônio em minas subterrâneas no território 
nacional, visando a inclusão dos mesmos no Programa Regulatório (CNEN, 2005); 
− No Brasil não existem dados suficientes que forneçam um mapeamento das concentrações de 
radônio, também não há programa, regulamentação e nem legislação específica para as 
construções e os materiais de construção que protejam a saúde da população em geral. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
É importante que haja uma concientização das questões que envolvem o radônio tanto pelos profissionais 
envolvidos com as construções quanto da população em geral. 
Também se faz necessário um mapeamento mineral com a finalidade de se localizar as áreas com maior 
intensidade de radioatvidade. 
Outro aspecto não menos importante é a necessidade de um estudo mais detalhado na fase de pré-projeto 
dos empreendimentos, onde notadamente se vão definir os locais para a construção, o lay-out e 
funcionalidade da edificação, os materiais a serem empregados e as técnicas construtivas. 
Paralelamente a essas questões é de fundamental importância que se estimule a criação de normas e 
legislações específicas que propiciem a prevenção e a proteção da saúde pública do gás radônio. 
É fundamental que se implementem normas técnicas e legislação específica sobre o tema, de modo a 
disciplinar a execução de projetos de engenharia podendo-se utilizar como base o acervo normativo 
internacional disponível. 
 
 
VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a 
9 de setembro de 2011 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, J.S.F.; MARTIN, H.; PEUCAT J. Paleoproterozoic dome – forming structures related to granulites 
– facies metamorphism, Jequie Block. Bahia, 2004. 135p. 
CAMPOS, M. P. de. Avaliação do impacto radiológico provocado por materiais de construções em moradores 
de casas populares. Dissertação de Mestrado de Tecnologia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e 
Nucleares- IPEN autarquia associada à Universidade de São Paulo- USP, São Paulo, 1994. 
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear. Ministério da Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro. Disponível 
em: <http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas.asp>. Acesso em: 12 Mar 2010. 
CORRÊIA, J. N. Avaliação da Contaminação pelo Gás Radônio em Ambientes de Convívio Humano na 
Região Metropolitana de Curitiba. Dissertação de Mestrado da Universidade Tecnológicaca Federal do Paraná- 
UTFPR, Curitiba, 2006. 
EPA – U.S. Environmental Protection Board -2006. Disponível em: 
<http:www.epa.gov/iaq/radon/index.html/rurl> Acesso em: 08 Mar 2010. 
FIOR, L. Análise da Concentração de Radônio proveniente dos materiais de Construção. Dissertação de 
Mestrado da Universidade Tecnológica Federal do Paraná- UTFPR, Curitiba, 2008. 131 f. 
FURNAS – Conheça a Energia Nuclear – Volume 5 – Energia Nuclear e o Meio Ambiente – Furnas – Centrais 
Elétriocas S.A. - Subsidiária da Eletrobrás, Rio de Janeiro. 
GAVIOLI, Y.S.; CORREIA, J.C.G.; RIBEIRO, R.C. De C. Emissão de Radônio em Rochas Ornamentais. In: XVII 
Jornada de Iniciação Científica – CETEM. Rio de janeiro, 2009. Isponível em: 
<http://www.cetem.gov.br/puplicação/.../Yasmin_Soares-Gavioli.pdf>. Acesso em:10 Mar 2010. 
ICRP -60. International Commission on Radiological Protection.1990. Recommendations of the international 
Commission on Radiological Protection. Disponível em: <http:// zs.thulb.uni-
jena.de/receive/jportal_jparticle_00134890?>. Acesso em: 10 Mar 2010. 
IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Ministério da Ciência e Tecnologia, São Paulo. Disponível 
em: < http://www.ipen.br>. Acesso em: 02 Mar 2010. 
LAROUSSE – Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Nova Cultural Ltda, São Paulo, 1998, L.20, pág.4896. 
OGA, S.; CAMARGO, M.M.A.; BOTISTUZZO, J.A.O. Fundamentos de Toxicologia. Grupo Zanini. Oga. #a. 
Ed., Atheneu Editora São Paulo, São Paulo, 2008. 
SAPUCAIA, N. S. Diferenciação litológica, teores de potássio, urânio e tório e taxa de produção do calor 
radiogênico do embasamento cristalino das bacias de Camamu e Almada. Dissertação de Maestrado em Geofísica, 
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UNSCEAR – United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic radiation. Sources and Effects of 
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16 Fev 2010.: 
WIKIPÉDIA PT . Radon. Disponível em:<http://www.pt.wikipedia.org/wiki/radon>. Acesso em: 03 Mar 
2010.

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