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Direito do Consumidor: Súmulas e Jurisprudências

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Direito do Consumidor
Aula de súmula e jurisprudencia
Professor: Fabrício Bolzan
Data: 23.03.2011
 
I. BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE INADIMPLENTES
Súmula 323, STJ
A súmula 323 do STJ dispunha que a inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de manutenção ao crédito por no Maximo 5 anos. A aludida súmula foi alterada, acrescentando-se que o prazo máximo é de 5 anos, independentemente da prescrição da execução. 
Súmula 359, STJ e 404, STJ
O art. 43, parágrafo 2º, do CDC dispõe que o consumidor deve ser notificado por escrito que seu nome será inscrito em cadastros de inadimplentes. A questão que se poe é saber quem deve fazer essa comunicação prévia: o comerciante perante quem o consumidor não pagou ou o órgão de proteção ao crédito. A súmula 359 responde a questão, dispondo que cabe ao órgão mantenedor de cadastros de inadimplentes que deve fazer a notificação prévia do consumidor. 
Essa notificação exige aviso de recebimento? O objetivo do art. 43, parágrafo 2º é que o consumidor não seja surpreendido no momento da compra com a informação de que ele não tem crédito (seu nome está negativado). Com o AR, o banco de dados tem certeza que o consumidor foi notificado. O STJ, contudo, entende que o AR é dispensável. Nesse sentido, confira a súmula 404, STJ: “É dispensável o aviso de recebimento na carta de comunicação”. 
Súmula 385, STJ
Se o consumidor teve seu nome inscrito no cadastros de inadimplentes, sem notificação prévia, mas seu nome já estava inscrito anteriormente no cadastros, o STJ entende que da anotação irregular em cadastro de proteção ao Crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. O fundamento desse entendimento é que não há mais surpresa para o consumidor. 
Resp 1.117.319 (Notícia de 21/03/2011)
Aplica-se para o cadastro do BACEN o mesmo raciocínio dos demais cadastros de proteção ao crédito. Logo, é possível falar em indenização por danos morais em razão de inscrição indevida nos cadastros do BACEN.
II. CLÁUSULAS ABUSIVAS NOS CONTRATOS DE SEGURO
Súmula 465, STJ
Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação. Só se existe uma hipótese de efetivo agravamento do risco (o vendedor sabe que o comprador é um louco), não é possível a seguradora se eximir do dever de indenizar. 
Resp 1.189.213, STJ (22/02/11)
Nos contratos de seguro, em regra, o consumidor se sente lesado ao ser indenizado com a indenização equivalente com o valor de mercado, ainda que esses sejam os termos do contrato, quando o valor de revenda de um automóvel é muito reduzido. Alega-se, nesses casos, que a cláusula que indeniza com base no valore de mercado é abusiva. Para o STJ, contudo, não é abusiva a indenização da seguradora com base no valor de mercado do veículo. O STJ leva em consideração a existência de duas espécies de contrato: i) com base no valor da apólice (valor de compra do veículo); ii) valor de mercado no momento do sinistro. Se o consumidor adota essa segunda opção, a indenização desse ser concedida pelo valor de mercado, ainda que o automóvel esteja muito desvalorizado no mercado.
Em suma, a cláusula que indeniza com base no valor de mercado não é abusiva. 
Súmula 302, STJ
	Aplica-se o CDC aos contratos do plano de saúde. É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. Tendo em vista essa sumula, os planos de saúde começaram a limitar as despesas com internação. O STJ, então, começa a afirmar que é abusiva a cláusula que limita os gastos com a internação hospitalar
Resp 873.226.
	Quando a colocação de prótese for considerada providencia necessária ao sucesso da cirurgia, o STJ entende não ter validade a limitação de fornecimento de prótese. Essa cláusula é abusiva. Se a prótese é essencial e decorrência comum da cirurgia realizada, o plano de saúde tem sim obrigação de cobri-la. 
	Os planos de saúde devem cobrir não apenas as cirurgias de redução do estomago, como também as cirurgias plásticas das peles excedentes. Se essa última cirurgia for uma decorrência lógica da bariátrica, o plano de saúde tem de cobri-la. A recusa fere o art. 51, IV do CDC, bem como a exigência de comportamento pautado pela BF objetiva por conferir ao hiposuficiente desvantagem proporcional.
Resp 1.219.306
	O STJ decidiu que clausula restritiva do seguro deve ser reconhecida no momento da celebração e não após a celebração do contrato, quando a seguradora envia ao domicilio do consumidor o manual do segurado. No caso concreto, o STJ não aceitou que o seguro fosse afastado por conta de o motorista está embreagado no momento do sinistro se isso não estava previsto de forma clara no contrato. Fundamentos:
Art. 46, CDC: exige que o contrato forneça as informações previamente ao consumidor e de forma clara e inteligível.
Art. 54, par. 2º e 4º: as cláusulas que implicarem limitação dos direitos do consumidor deverão ser redigidas com destaque, com tamanho maior a 12. 
Resp 1.155.200
	A cobrança de honorários no valor superior a 50% do benefício auferido é abusivo? O STJ entendeu que sim: é abusiva cobrança de honorários em causa milhonária de cliente pobre.
	A terceira turma reduziu de 50 para 30% os honorários contratuais em ação que buscava indenização por decorrência de morte. Segundo o STF, o Código de Ética não se enquadra no conceito de lei federal, razão por que não pode ser apreciada pelo STJ. Todavia, esse Código de ética pode ser utilizado como guia para iluminar a interpretação de outras regras jurídicas. 
	A decisão teve como fundamento os arts. 157, 187, 421 e 422 do CC que tratam dos institutos da lesão, abuso de direitos, função social do contrato e boa-fé objetiva. Note que o CDC não foi invocado nesse caso. Isso porque é pacífico no STJ que não se aplica o CDC nas relações entre advogado e cliente. O CDC não regula os contratos de prestação de serviços advocatícios.

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