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Aluna: Elisandra Ramos de Carvalho Matrícula: 16113120091 Polo: Itaperuna AD2 de Literatura Brasileira IV A subjetividade do texto literário e de Machado de Assis. È certo que uma obra literária possui elementos essenciais e indispensáveis ao seu desenvolvimento, entretanto, acredita-se que o mais importante seja a presença do SUJEITO, que desempenha funções na narrativa da obra, são eles o sujeito autor e o sujeito leitor. O sujeito autor é aquele que se faz presente, funcionando ao mesmo tempo como criador da obra e como participante, entretanto, há casos em que o sujeito funciona apenas como o escritor das ideias de outro autor, a este chamamos de sujeito leitor, isto é, ele apenas decodifica as letras, o sentido do texto. Tal atitude desperta no sujeito leitor a vontade de escrever, despertando seu interesse pela escrita, de expor seus sentimentos. Outro papel fundamental desempenhado pelo leitor consiste no lugar de destaque nas obras escritas pelos autores, uma vez que a introduzem no espaço e no tempo, além de darem sentimento e sentido ao que foi escrito. Importante mencionar que os leitores acabam recebendo outros nomes como “ apressados”, “ atentos”, “perspicazes”, “ruminantes”, “leitores do meu pecado” e “leitoras curiosas” , todos dados por Machado de Assis. Nem toda obra possui as mesmas características textuais, umas acabam utilizando recursos diferenciados para estimular e chamar a atenção do leitor. Percebe-se em algumas obras que o autor acaba utilizando-se de narrativas diferentes, iniciando sua narrativa a partir do final, fazendo com que acabe imaginando vários vertentes, ou seja, o leitor fica curioso para saber o que levou o personagem a ter aquele fim, e com isso, o leitor lê toda a obra, como exemplo a obra “Memórias póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis. Outros, já durante a narrativa, introduzem uma pequena pausa, fazendo uma interrupção e é neste momento em que os leitores acabam dialogando com o narrador, ficando apressados em chegar ao ponto em que mais chama a sua atenção, querendo saber tudo o que aconteceu antes mesmo de ler o conteúdo todo. Existem, ainda, obras cujo final é inacabado, em aberto para que o leitor faça o fechamento de acordo com a sua imaginação, ficando a seu critério. Percebe-se que todo escritor é também um leitor, que buscam uns nos outros, no tempo e espaço, ou seja, um texto nunca é único, inédito, sempre será fruto de uma releitura de algo que já se leu. A escrita (obra literária) desperta e constrói um elo, uma subjetividade única que une a todos, cada um com a sua especificidade e sentido, que em determinado momento é desvendado pelo leitor durante a sua leitura, lançando, assim, seu olhar único e diferenciado, na medida em que se trata da subjetividade de cada leitor que poderá ter vários entendimentos e olhares. Diante da análise do enunciado, percebe-se que ele nos apresenta os diversos entendimentos sobre a figura do sujeito autor e sujeito leitor, em especial do leitor que é introduzido na obra para chamar a atenção, funcionando como interlocutor, já há outros, os leitores modelos, que vão sendo construídos, moldados e confeccionados no decorrer da obra, pois vão adquirindo importância e desenvolvimento no decorrer da obra. Temos ainda, mais dois tipos de leitores: os leitores-empíricos como sendo aqueles que realizam projeções pessoais na obra e acabam se identificando com os personagens ali descritos; e os leitores-autores, que são aqueles que escrevem as dedicatórias nos seus próprios livros ao presentearem um amigo, pois tal atitude aproxima pessoas, configurando algo intimo. Constata-se que alguns leitores acabam ignorando alguns elementos essências da obra, não dando a devida importância, sem se atentar que cada dado que ali estão fazem parte da composição da obra, guiando o leitor no seu entendimento e funcionando como fatos determinantes, onde cada um possui sua relevância e importância dentro do contexto. Machado de Assis possui um estilo próprio e peculiar, utilizava uma linguagem metafórica e suas obras eram marcadas pelas críticas e reflexos que despertavam em seus leitores, pois fazia críticas a sociedade capitalista que negava o seu “EU” em prol do “TER” e “PODER”, relatando de forma única e direta a realidade social e os problemas das pessoas à época, como abordado no conto “O Espelho”, onde nos leva a refletir sobre o jogo da dualidade das almas: a externa (a que esta ligada ao status, ao querer ser) e a interna (aquilo que realimente somos), logo o jogo do EU e OUTRO. Um Eu que quer ser o OUTRO. No conto “Um homem célebre” percebe-se também a presença de dois EU’s com o personagem Pestana, que era um artista dividido entre um ser que é (autor de polcas) e um outro que quer ser (autor de música clássica), levando-o a travar uma luta consigo mesmo. Outra característica da subjetividade de Machado de Assis está na indecisão de se definir quem é o autor, narrador e personagem, pois eles se confundem, não sendo possível distingui-los, isto é, assumem a mesma função. Já em Dom Casmurro, a subjetividade está contida no enfoque da infidelidade, tema polemico à época. Por concluso, a afirmativa do enunciado denota a existência de uma pluralidade de sujeitos, onde o sujeito autor e o sujeito leitor figuram como responsáveis pelo nascimento de uma obra literária, de um livro, situando no espaço e no tempo, tendo seu discurso construído a partir de quem fala, na presença do outro, pois um complementa o outro. Referência Bibliográfica: - Literatura Brasileira IV: volume 1/Henrique do Coutto...[et al.] – Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2015. http://www.scielo.br/pdf/bak/v10n2/2176-4573-bak-10-02-0073.pdf https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/memorias-postumas-de-bras-cubas-analise-da-obra- de-machado-de-assis/ https://www.resumoescolar.com.br/literatura/resumo-machado-de-assis/ http://machadodeassis.net/download/numero05/num05artigo03.pdf
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