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Aterro Sanitario e Biorremediação end

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Formas de Disposição de Resíduos
Aterro Sanitário e
Biorremediação
 Docente: Kléber Ramon.
Discentes: Kíssila Barbosa, Lucas Louzada.
 
Caratinga-MG
Maio/2017
Introdução
	Os resíduos decorrentes das atividades humanas, tem-se acumulado e poluído o meio ambiente naturalmente estável, fazendo que esses recursos se tornem cada vez mais degradados, escassos e tendo um alto custo.
	Como meio de tratar ou tentar reverter tal quadro, algumas medidas vem sendo tomadas dentre elas temos: Aterro sanitário, sendo um espaço destinado a deposição final de resíduos sólidos, provenientes de residências, indústrias, hospitais, construções. Seguindo o principio da engenharia de confinar os resíduos em uma menor área possível, deve ser impermeabilizado, tendo o seu acesso restrito, tendo a quantidade de lixo controlada e conhecer que tipos de resíduos estão sendo depositados.
E a biorremediação, que consiste geralmente em processo biológico, utilizando microrganismos tais como fungos, plantas, para degradar compostos poluentes, permitindo a recuperação de ambientes degradados.
Desenvolvimento
Formas de Disposição de Resíduos
 	Aterro sanitário é a técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos á saúde pública e á segurança, minimizando os impactos ambientais (IPT,1995). Sendo um método que utiliza o principio da engenharia para confinar resíduos sólidos á menor área possível e reduzi-los ao menor volume possível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão do trabalho ou a intervalos menores, se necessário (IPT, 1995).
	 Os aterros sanitários geralmente possuem as configurações a seguir: Setor de preparação, setor de execução e setor concluído. O que não significa que todos os aterros irão agir da mesma maneira, eles podem desenvolver esses setores concomitantemente em várias áreas, já outros de menor porte desenvolvem cada setor por vez.
	Na preparação da área basicamente, são realizadas a impermeabilização e o nivelamento do terreno, as obras de drenagem para captação do chorume para conduzi-lo ao tratamento, além das vias de circulação. As áreas limítrofes do aterro com o intuito de diminuir a poluição visual e diminuir o mau odor, devem apresentar cerca viva.
	Na execução os resíduos são separados de acordo com suas características e antes de serem depositados todo o rejeito é pesado, para que se tenha o controle da quantidade suporte do aterro. Rejeitos que produzem material percolado (chorume) são revestidos por camada selante, para isso a base do aterro deve ser impermeabilizada com material adequado, geralmente argila, solo compactado e/ou material sintético especial, esses materiais tem como objetivo impossibilitar a passagem do percolado ou chorume para solo ou subsolo, evitando contaminação do solo e lençol freático, seja por metais pesados ou por excesso de material orgânico. 
	Quando se atinge a capacidade de disposição dos resíduos em um setor do aterro, esse é revegetado, com os resíduos sendo depositados em outro setor. Ao longo das disposições e mesmo após a conclusão dos setores do aterro, os gases produzidos pela decomposição dos rejeitos, devem ser queimados e os percolados devem ser captados. Como obras complementar, deve-se realizar obras de drenagem das águas pluviais.
	Após a conclusão do uso dos setores, o seu monitoramento deve ser contínuo e permanente, acompanhando a captação do percolado, e das obras de drenagem, avaliando o sistema de queima dos gases e a eficiência do sistema de revegetação.
 	Mediante a tantos processos que envolvem a implantação de um aterro, deve-se escolher o local ideal, para a sua implantação, visando a preservação do meio ambiente e o bem estar da população. Os estudos para a seleção do local para a disposição de resíduos envolvem uma equipe multidisciplinar para considerar, desde os parâmetros relacionados ao meio físico e ao meio ambiente, até aspectos socais econômicos e imobiliários.
Nesse sentido, Cunha e Consoni (1995) definem 5 etapas que devem ser realizadas em estudos para seleção de locais de disposição, que são as seguintes:
Diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos na região de estudo e prognóstico da situação futura;
Estudo geológico-geotécnico e ambiental para seleção de áreas;
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima);
Projeto de viabilidade técnica e econômica do aterro; e,
Estudo e definição de órgão gestor do empreendimento.
IPT (1995) apresenta um fluxograma para a decisão sobre a disposição de resíduos, tendo como finalidade avaliar a situação dos município e direcionar sobre as decisões para a escolha do local ideal para a deposição dos rejeitos.
Figura 01
Fluxograma, segundo IPT (1995).
A análise do fluxograma nos permite quatro alternativas possíveis de saída, sendo elas: 
Remediação de lixão: compreende o processo que tem como objetivo reduzir, o máximo, os impactos negativos causados pela disposição inadequada do lixo urbano no solo, considerando – se a decisão de terminar a operação no local.
Transformação de lixão em aterro sanitário: Alternativa recomendada nos dias atuais, tratando-se de processo que possibilita a recuperação gradual da área degradada pelo lixo, desde que haja espaço suficiente para o armazenamento dos resíduos durante um longo prazo.
Estudo para viabilização de áreas para instalação de aterro sanitário: Compreendem uma sequencia de atividades para identificação e analise da aptidão para a instalação de aterros.
Projeto de aterro sanitário em áreas novas: refere-se ao conjunto de critérios, dados e elementos que devem ser considerados na concepção da instalação de um aterro.
	 A escolha de um local ideal para a instalação de um aterro sanitário tem impactos positivos, pois gera menores gastos com preparo (cortes, drenagem, infra-estrutura), menores riscos ambientais, pois será escolhido local com menor fragilidade ambiental, garantia de barreira natural à migração de poluentes, terá recursos naturais impactados em menor expressão, com isso terá uma menor oposição popular, por fim um menor custo operacional, pois terá maior disponibilidade de materiais de uso no empreendimento, tais como solo, cascalho, sistema de monitoramento menos complexa, uso das forças naturais: lei da gravidade.
 	A instalação de aterros sem critérios técnicos bem definidos e adequados, posteriormente podem acarretar uma série de problemas ambientais. Dentre eles pode-se citar a falha na impermeabilização da base (aterro/ lagoa de tratamento do chorume), sendo causada pela impermeabilização do solo de forma incompatível com o percolado, ou até mesmo uma má compactação.
Para definição das opções dos locais possíveis para instalação do aterro sanitário é necessária a avaliação de certos critérios, dentre eles podem ser enumerados os seguintes, segundo IPT (1995).
Tabela 1:
	DADOS NECESSÁRIOS
	CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS
	
	Recomendada
	Recomendada com restrições
	Não-Recomendada
	Vida Útil
	Maior que 10 anos
	(10 anos, a critério do órgão ambiental)
	Distância do Centro Atendido
	Maior que 10 km
	10-20 km
	Maior que 20 km
	Zoneamento Ambiental
	Áreas sem restrições no zoneamento ambiental
	Unidades de conservação ambiental e correlatas
	Zoneamento Urbano
	Vetor de crescimento mínimo
	Vetor de crescimento intermediário
	Vetor de crescimento máximo
	Densidade Populacional
	Baixa
	Média
	Alta
	Uso e Ocupação das Terras
	Áreas devolutas ou pouco utilizadas
	Ocupação intensa
	Valorização da Terra
	Baixa
	Média
	Alta
	Aceitação da população e de entidades ambientais não-governamentais
	Boa
	Razoável
	Inaceitável
	Distância aos cursos d’água (córregos, nascentes, etc.)
	Maior que 200 m
	Menor que 200 m, com aprovação do órgão ambiental responsávelTressoldi & Consoni (1998) destacam que os valores apresentados nessa tabela, tais como distância, cursos d´água, profundidade do nível d´água e condutividade hidráulica do subsolo deve ser entendida como uma orientação preliminar, devendo ser considerados os parâmetros e características de cada local e município, para determinar esses valores para cada caso.
Biorremediação
	A Biorremediação promove a descontaminação de uma área impactada através de técnicas naturais, utilizando microorganismos (bactérias, fungos e leveduras) para degradar substâncias ou compostos perigosos aos seres humanos e transformá-los em substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade.
Existem dois tipos de biorremediação:
Biostimulation - que fornece nutrientes às populações de microorganismos, aumentando sua população, promovendo o crescimento e consequentemente o aumento da atividade metabólica na degradação de contaminantes.
Bioaugmentation - que introduz misturas específicas de microorganismos em um ambiente contaminado ou em um biorreator para iniciar o processo da biorremediação.
Conforme a quantidade de contaminante (alimento) exposto no meio, ele proporcionará ou não um aumento de microorganismos. Quanto mais ¨alimento¨ maior o número de microorganismos presentes. A medida que o contaminante é degradado, a população microbiana vai reduzindo alcançando o nível de estabilidade.
A seguir, vantagens da biorremediação sobre os métodos de remediação convencional em área degradada por contaminantes de petróleo:
Mais barato (biorremediação custa em torno de $200,00 e o bombeamento e o tratamento convencionais chegam a custar milhões de dólares).
Não utiliza água natural tratada, não se remove os compostos atóxicos da água, procedimentos necessários no tratamento convencional de superfície.
Não interfere nas operações que já estão sendo realizadas, podendo ser utilizado em locais de difícil acesso.
Pode ser usada (in situ) em conjunto com o bombeamento (remediação convencional), reduzindo possibilidades de contaminação para os trabalhadores.
 Microorganismos agem na redução dos contaminantes de petróleo transformando-os em subprodutos menos nocivos ao meio.
Porém, a biorremediação apresenta algumas limitações como, por exemplo:
Não é uma solução imediata.
Os locais a serem tratados devem estar preparados para suportar a ação dos microorganismos.
Por fim, para cada tipo de contaminante, indicam-se espécies diferentes de microorganismos para o processo de biorremediação.
Tabela 2:
	 Contaminante 
	 Espécie utilizada
	 Anéis aromáticos
	 Pseudomonas, Achromobacter, Bacillus, Arthrobacter, Penicillum, Aspergillus, Fusarium, Phanerocheate
	 Cádmio
	 Staphlococcus, Bacillus, Pseudomonas, Citrobacter, Klebsiella, Rhodococcus
	 Cobre
	 Escherichia, Pseudomonas
	 Cromo
	 Alcaligenes, Pseudomonas
	 Enxofre
	 Thiobacillus
	 Petróleo
	 Pseudomonas, Proteus, Bacillus, Penicillum, Cunninghamella
As etapas para definição e implementação de um processo de biorremediação, consiste em:
Avaliação da natureza de um ambiente contaminado (solo, água, sedimento)
Caracterização da contaminação (natureza do composto, quantidade, distribuição)
Planejamento do tipo de biorremediação (análises, biológicas, geológicas, geofísicas, hidrológicas)
Decisão por biorremediação – in-situ ou ex-situ.
A Biorremediação pode ser utilizada para descontaminar tanto o solo quanto a água, e se enquadra em duas grandes categorias: in situ e ex situ. Na remediação in situ, o tratamento do solo ou da água subterrânea contaminada é feito no próprio local. É mais eficaz em solos permeáveis, como os arenosos. As medidas biocorretivas ex situ consistem em escavar o solo contaminado ou extrair a água subterrânea por bomba para aplicar o tratamento em outro local. Estas apresentam uma maior versatilidade para o tratamento de grande número de contaminantes e tipos de solo.
Figura 2: Esquema do sistema Biorremediação.
Conclusão
	Tais medidas visão minimizar os impactos decorrentes do desenvolvimento das cidades, que infelizmente por falta de saneamento e conscientização da população dispõe de forma inadequada dos rejeitos provenientes do desenvolvimento de suas atividades. 
Referência
http://brasilescola.uol.com.br/biologia/aterro-sanitario.htm (Acessado: 08/ 05/ 2017).
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/a-biorremediacao-de-lixoes/19449 (Acessado: 08/ 05/ 2017).
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res15.html (Acessado 08/ 05/ 2017).
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res13a.html (Acessado 08/05/ 2017).
http://www2.pelotas.ifsul.edu.br/quimica/Biorremediacao-em-residuos.pdf (Acessado 08/ 05/ 2017).
http://eugestor.com/editoriais/2014/09/biorremediacao-conceitos-e-vantagens/ (Acessado 09/ 05/ 2017).
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/artigo_agropecuario/biorremedibior.html (Acessado 09/ 05/ 2017)
http://www.tecnohidro.com.br/pagina/servicos/lista-de-servicos?detalhe=biorremediacao (Acessado 09/ 05/ 2017).

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