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Imunidade Tumoral Câncer Câncer: Importante problema de saúde em todo mundo Causa importante de morbidade e mortalidade - Crianças e adultos 8.8 million cancer related deaths 2017 *diagnóstico tardio Câncer Proliferação descontrolada de clones de células maligninamente transforamadas Tumores: Nem todo tumor é câncer. Tumor: aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. Câncer Letalidade de tumores malignos: - Atividade proliferativa desregulada - Resistência à morte por apoptose - Capacidade de invadir os tecidos e realizar metastase para outros locais Sistema imune x Câncer Conceito: Vigilância imunológica Macfarlane Burnet (década 1950) Função fisiológica do sistema imune: reconhecer e destruir clones de células transformadas ANTES que eles se tornem tumores e que destrua os tumores DEPOIS de formados Indivíduos imunocomprometidos + incidência de alguns tipos de tumores Sistema imune x Câncer Mecanismos: imunidade inata e adaptativa * Desenvolvimento de estratégias de imunoterapia contra câncer Sistema imune x Câncer Células tumorais derivam de células do hospedeiro • Antígenos próprios ??? Provocam respostas imunológicas! Tumor Linfócitos T Células NKs Macrófagos Linfonodos drenantes Macrófagos Linfócitos ATIVADOS • Alguns tipos de câncer: presença do infiltrado – melhor prognóstico • Melanona, cólon, mama Sistema imune x Câncer Primeiras evidências que tumores induzem respostas imunológicas: Estudos de tumores transplantados (década 1950) Resposta adaptativa Linfócitos T Especificidade e memória Sistema imune x Câncer Falhas nas respostas imunológicas – Frequente!!! - Tumores derivam de células do hospedeiro * Fracamente imunogênicos - Tumores espontâneos são diferentes dos induzidos por vírus oncogênicos, substâncias carcinogênicas: +forte! - Crescimento rápido e disseminação do tumor superam a capacidade do sistema imune em controlar o tumor (precisa eliminar todas as células transformadas) - Mecanismos de evasão dos tumores Sistema imune x Câncer Fase de eliminação Imunoedição Fase de escape Sistema imune reconhece e destrói células tumorais em potencial Células tumorais sofrem modificações ou mutações que objetivam a sua sobrevivência Células tumorais acumularam mutações suficientes para enganar o sistema imune Antígenos tumorais Desafio: Identificação dos antígenos (vacinas) Classificação - Padrão de expressão: Antígenos específicos de tumores Expressos em células tumorais, mas não em células normais - Exclusivos de um único tipo de tumor - Compartilhado por tumores Antígenos associados a tumores - Expressos em células normais e tumores * Expresão aberrante, desregulada de um determinado antígeno Antígenos tumorais 1. Produtos de genes mutados Oncogenes e genes supressores de tumor mutados Necessário para transformação maligna ou manutenção * Mutações pontuais, deleções, translocações cromossômicas, inserções de genes virais – Proto-oncogenes, genes supressores - Produzem proteínas diferentes das células normais - Via processamento MHC-I (síntese endógena) - Via processamento MHC-II (fagocitose célula tumoral morta) Ativação células T CD4 e T CD8 Antígenos tumorais 1. Produtos de genes mutados Oncogenes e genes supressores de tumor mutados • Mutações de Ras (10% carcinomas humanos) • Mutações de p53 (50%) • Rearranjo Abl/Bcr (LMC) – translocação 9-22 Antígenos tumorais 1. Produtos de genes mutados Outros genes – diversas proteínas próprias mutadas Tumores induzidos carcinogênos/radiação (mutam mtos genes aleatoriamente) ao contrário do espontâneo Muitas dessas mutações não contribuem para o fenótipo maligno mas podem ativar o sistema imune - Via processamento MHC-I (síntese endógena) Ativação células T CD8 Antígenos tumorais 2. Proteínas celulares não mutadas anormalmente expressas Proteínas celulares normais que são expressas anormalmente em células tumorais - Célula normal: baixos níveis da proteína - Célula tumoral: superexpressão Ex. Tirosinase (envolvida na biossíntese da melanina – expressa em melanócitos e melanomas) Ativa resposta de T CD4 e T CD8 – Desenvolvimento de Vacinas Antígenos tumorais 2. Proteínas celulares não mutadas anormalmente expressas Proteínas celulares normais que são expressas anormalmente em células tumorais Ex: Antígenos câncer-testiculares (+ 40 famílias) Predominantemente expressos em células testiculares normais, como também em diferentes tipos histológicos de cânceres. Não expressos em células somáticas. * MAGE: testículos, melanomas, câncer bexiga, mama, próstata, etc * Placenta Ovários Antígenos tumorais 3. Antígenos de vírus oncogênicos Vírus de DNA Epstein-Barr vírus (EBV) – linfomas células B, carcinoma naso- faríngeo Papilomavírus humano (HPV) – carcinoma cervical Antígenos virais presentes no núcleo, citoplasma, membrana plasmática das células tumorais – Bastante imunogênicos * Acomentem pacientes imunocomprometidos (HIV, transplantados) Antígenos tumorais 4. Antígenos oncofetais Antígenos expressos em fetos em desenvolvimento, células cancerosas e não em tecidos adultos Papel nas respostas imunes ??? Biomarcadores Ex. Antigeno carcino embrionário (CEA) α-fetoproteína (AFP) CEA Proteína de membrana Intestino, pâncreas, fígado: 6 m gestação Carcinoma cólon, pâncreas, estômago e mamas - Aumento sérico – persistência/recorrência tumor * Inflamação tb aumenta AFP Glicoproteína circulante Saco vitelínico e fígado fetal Substituída pela albumina - Carcinoma hepatocelular - Tumor céls germinativas - Presença ou recorrência * Cirrose hepática Respostas imunes contra tumores Mecanismos: Imunidade inata e adaptativa Respostas imunes contra tumores Mecanismos da imunidade inata Células NK In vitro: Destroem células tumorais com expressão reduzida de MHC-I na superfície e com ligantes para receptores de ativação das células NK - Tumor: MIC-A, MIC-B, ULB – ligantes do NKG2D (Ativação) - Tumor opsonizado com IgG – FcγRIII NK (Ativação) - Citocinas IFN- γ, IL-12, IL-15, IL-2 estimulam NK Respostas imunes contra tumores Mecanismos da imunidade inata Macrófagos - Inibição do crescimento e disseminação - Promoção do crescimento Macrófagos M1 Liberação enzimas lisossômicas ROS NO TNF- Fator de necrose tumoral * Trombose vasos do tumor Macrófagos M2 Fator cresc. endotelial vascular TGF-beta * Angiogênese tumoral Respostas imunes contra tumores Mecanismos da imunidade adaptativa Linfócitos T Linfócitos T citotóxicos (CD8) Peptídeos derivados de antígenos tumorais associados a MHC-I Para alguns tumores: melhor prognóstico quanto mais CTL Respostas imunes contra tumores Mecanismos da imunidade adaptativa Linfócitos T Linfócitos T citotóxicos (CD8) Ativação da célula T CD8 Célula tumoral não apresenta coestimulação (2 sinal)– não ativa direto a T CD8 CD: Apresentação cruzada Fagocitose célula tumoral Conteúdo da vesicula vai para citosol Mecanismos ??? Entra na via MHC-I Respostas imunes contra tumores Mecanismos da imunidade adaptativa Linfócitos T Linfócitos T CD4 Função: menos clara - Citocinas para ativação eficiente das células T citotóxicas - Citocinas (IFN-γ, TNF): aumentam expressão de MHC-I no tumor e aumenta sensibilidade a lise por CTL - Citocinas ativam macrófagos M1 Respostas imunes contra tumores Mecanismos da imunidade adaptativa Anticorpos Dados in vitro, pouco in vivo Antígenos superfície célula tumoral - Ativação do sistema complemento - ADCC (macrófagos, NK) Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos e extrínsecos Entender os mecanismos de evasão: - Prevenir a evasão - Aumentar a imunogenicidade do tumor - Maximizar as respostas imunes do hospedeiro Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos de evasão tumoral • Perda da expressão de antígenos Alta taxa de mitose e instabilidade genética = Mutações, deleções em genes de antígenos tumorais • Diminuição da expressão de MHC-I Diminui síntese das cadeias, moléculas envolvidas no processamento de antígenos (TAP, proteassomo) Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos de evasão tumoral • Inacessibilidade aos antígenos tumorais Antígenos de superfície celular ficam escondidos – moléculas do glicocálice (mucopolissacarídeo) Mascaramento antigênico Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos de evasão tumoral • Maioria das células tumorais não expressa moléculas coestimuladoras ou MHC-II Apresentação por CD para CD4 Apresentação cruzada para CD8 Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos de evasão tumoral • Induz engajamento de moléculas inibitórias CTLA-4 APC captura células tumorais – ausência de coestimulação B7 APC – CTLA-4 alta afinidade linfócito T (Inibição) Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos de evasão tumoral • Engajamento de receptores de morte • FAS-L (tumor) • FAS (linfócito) TUMOR Evasão dos tumores Mecanismos intrínsecos de evasão tumoral • Secreção de moléculas imunossupressoras pelas células tumorais TGF-β: inibe proliferação e as funções efetoras dos linfócitos e macrófagos Evasão dos tumores Mecanismos extrínsecos de evasão tumoral Diversas populações celulares suprimem a imunidade antitumoral • Macrófagos – M2 Macrófagos associados a tumores promovem o crescimento tumoral e a invasividade pela alteração do microambiente tumoral e pela supressão das respostas de células T IL-10, PGE2, arginase: inibe ativação e funções efetoras céls T Fatores de crescimento: angiogênese TGF-β, VEGF Evasão dos tumores Mecanismos extrínsecos de evasão tumoral Diversas populações celulares suprimem a imunidade antitumoral • Células T reguladoras Número aumentado em pacientes com tumores Infiltradas em alguns tumores * Depleção em camundongos: aumenta imunidade e reduz crescimento tumoral Evasão dos tumores Mecanismos extrínsecos de evasão tumoral Diversas populações celulares suprimem a imunidade antitumoral • Células supressoras derivadas da linhagem mieloide (MDSC) Recrutadas da MO e se acumulam nos tecidos linfóides, sangue e tumores = Suprimem resposta antitumorais MDSC Grupo heterogêneo Precursores de CD, monócito, Nθ Recrutados por mediadores (tumor) - Inibição macrófagos - Inibição células T - Geração Treg Imunoterapia para tumores Tratamentos: morte das células tumorais – Efeitos graves nas células normais em proliferação Respostas imunológicas – específicas para antígenos tumorais - Entender os mecanismos imunológicos envolvidos - Identificar antígenos tumorais Imunoterapia para tumores Tipos de imunoterapia A imunoterapia é classificada em ativa e passiva, de acordo com as substâncias utilizadas e os seus mecanismos de ação. Na imunoterapia ativa, substâncias estimulantes e restauradoras da função imunológica (imunoterapia inespecífica) e as vacinas de células tumorais (imunoterapia específica) são administradas com a finalidade de intensificar a resistência ao crescimento tumoral. A imunoterapia específica pode ser autóloga ou heteróloga. Na imunoterapia passiva ou adotiva, anticorpos antitumorais ou células mononucleares exógenas são administradas, objetivando proporcionar capacidade imunológica de combate a doença. Imunoterapia para tumores Imunização com antígenos tumorais • “Vacinação”: tem que tratar, não é preventiva – erradicar tumor Uma das primeiras tentativas: antígenos tumorais purificados + adjuvantes: Ainda está sendo experimentada Imunoterapia para tumores Terapia celular com células dendríticas Mais recente: Células dendríticas incubadas com o antígeno tumoral/transfectadas - Injetadas no paciente * Aprovado: Câncer de prostata avançado Imunoterapia para tumores Vacinas contra vírus oncogênicos - Imunização preventiva com antígenos virais ou vírus vivo atenuado Imunoterapia para tumores Indução de Coestimuladores Potencializar a ativação das células T * Ponto positivo: não precisa saber exatamente qual o antígeno Amostra do tumor, cultivo, transfecção dos genes de interesse, irradiação e transferência das células Imunoterapia para tumores Citocinas Potencializar a ativação das células T * Ponto positivo: não precisa saber exatamente qual o antígeno Células tumorais - transfecção de genes de citocinas (* Pacientes: Não obtiveram sucesso) Administração sistêmica das citocinas CITOCINA REJEIÇÃO TUMORAL EM ANIMAIS EXPERIMENTOS CLÍNICOS TOXICIDADE IL-2 SIM Melanoma, retal, cólon (eficácia limitada) Permeabilidade vascular, choque, edema pulmão IFN-α NÃO Melanoma Febre, fadiga TNF ADM.LOCAL Sarcoma, melanoma Sindrome choque septico Imunoterapia para tumores Estimulação inespecífica do sistema imunológico - Administração de substâncias inflamatórias (P.ex: BCG) Ativar macrófagos, funcionam como adjuvantes Usada atualmente em câncer bexiga M. bovis atenuado Imunoterapia para tumores Imunoterapia passiva com células Transferência adotiva de células (T, NK) contra o tumor Resposta rápida, porém não é duradoura! Imunoterapia para tumores Imunoterapia passiva com anticorpos Atualmente: mais de 100 anticorpos anti-tumor sendo avaliados Imunoterapia para tumores Imunoterapia passiva com anticorpos Bloqueio da sinalização de fatores de crescimento Imunoterapia para tumores Imunoterapia passiva com anticorpos Problemas: Fonte dos anticorpos (P.ex: camundongos) - Rápida eliminação Perda da antigenicidade do tumor Imunoterapia para tumores Imunoterapia passiva com anticorpos acoplados Moléculas tóxicas (imunotoxinas) Radioisótopos Drogas antitumorais Imunoterapia para tumores Imunoterapia passiva com anticorpos acoplados Dificuldades: - Especificidade (não ligar em outras células) - Quantidade suficiente deve alcançar o tumor - Restrição ao ambiente tumoral Imunoterapia para tumores Ascaridil Infecções virais Imunoparvum IMUNOESTIMULANTES
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