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Sistemas de Saúde: Cuba, Inglaterra, França, EUA e Canada. 1. Cuba: O governo de Cuba se orgulha de o país ter se tornado referência internacional em saúde. Autoridades cubanas informam que há médicos do país principalmente na Bolívia, na Venezuela, no Peru e no Brasil. Pelos dados oficiais, em Cuba há 6,4 médicos para mil habitantes. No Brasil, o Ministério da Saúde mostra que existe 1,8 médico para mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é 4 médicos. Depois da revolução de 1959, Cuba iniciou um processo de reformas no sistema de saúde que resultaram num serviço gratuito e universal de cuidados de saúde. Considerado um direito humano para todos os cidadãos, a Saúde em Cuba é uma prioridade nacional. As políticas de Saúde em Cuba dão especial relevo à prevenção, cuidados primários, no trabalho com as comunidades, através da interação e participação dos cidadãos. Tal levou a uma elevação dos mais importantes indicadores de Saúde, apesar de todas as dificuldades económicas. Com o colapso do bloco socialista e o agravamento do embargo económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos, o progresso que Cuba manifestava nos últimos 30 anos na área da Saúde Pública foi afetado, mas o sector continuou a ser financiado pelo Estado cubano, existindo mesmo um aumento orçamental durante a crise económica. Enquanto Cuba emergia do turbilhão económico dos anos 90, o Sistema de Saúde Cubano (SSC) começou a partilhar a sua experiência com diversos países em desenvolvimento, criando sinergias que se continuam a desenvolver na atualidade, tanto no que respeita a cuidados médicos, como em investigação e educação médica. A cooperação médica internacional é uma das principais características do sistema, e, desde 1963 mais de 130000 profissionais de saúde cubanos trabalharam voluntariamente no estrangeiro. Atualmente, existem 36770 profissionais de saúde a trabalhar em 70 países através de diversas modalidades de cooperação. O SSC é especialmente interessante devido aos seus indicadores de país desenvolvido numa economia de país em desenvolvimento, demonstrando, assim, a importância de um compromisso politico com os cuidados primários e a prevenção, e contrariando o preconceito amplamente instituído de que um sistema de saúde universal de alta qualidade é sempre dependente de um enorme investimento financeiro. Nas últimas cinco décadas, após o triunfo da Revolução em 1959, a medicina cubana atingiu avanços notáveis em várias áreas. Este artigo propõe um resumo cronológico, separado por temas, desses avanços. O desenvolvimento de novos fármacos, a educação sanitária da população, a criação de hospitais e policlínicas e o acesso gratuito ao atendimento médico para toda a população são alguns dos fatores centrais analisados. O aumento do número de profissionais na área médica também possibilitou a aproximação dos serviços básicos e preventivos (vacinação) para todos os setores da população. Na mesma linha, e respondendo aos valores humanitários da Revolução, as campanhas solidárias realizadas pelos médicos cubanos são exemplo mundial de solidariedade. Fontes: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/19944/1/Sistema%20de%20Sa%C3%BAde%20Cubano%20-%20final.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142011000200008 2. Inglaterra: NHS (National Health Service) é o nome do sistema de saúde público na Inglaterra, o equivalente ao SUS do Brasil. Emprega 1.3 milhões de pessoas, atende a 1 milhão de pacientes a cada 36 horas e é considerado a maior estrutura de saúde pública do mundo. Devido ao seu tamanho gigantesco e complexidade, a qualidade dos serviços prestados poderá variar dependendo da região onde se mora. O NHS é frequentemente criticado pela mídia britânica, mas as pesquisas mostram que a maioria da população inglesa se diz satisfeita com o atendimento recebido. Tem direito à atendimento gratuito: Residentes legais com residência permanente; Refugiados; Estudantes matriculados em curso de no mínimo 15 horas semanais e com visto de estudante válido por mais de seis meses, e seus familiares; Solicitantes de asilo e Pessoas com permissão de trabalho (work permit) Turistas e estudantes com menos de seis meses de curso devem providenciar um seguro de saúde internacional antes de deixar o Brasil para cobrir eventuais custos com despesas médicas. Qualquer pessoa, incluindo aí imigrantes em situação irregular (ilegais), tem direito ao atendimento de emergência gratuito (1) em qualquer hospital caso sofram um acidente ou estejam passando mal. Basta se dirigir ao setor de emergência de qualquer hospital (A&E – Accidents and Emergency Department) ou em um “Walk-in centre” para ser prontamente atendido. Se você tem dificuldade em se expressar em inglês, vá com algum conhecido que possa te ajudar na tradução ou solicite um tradutor, pedido esse que dependerá da disponibilidade de um no momento do atendimento. Caso não tenha condições de se locomover, ligue para o serviço de emergência discando 999 e uma ambulância irá te transportar para o hospital mais próximo. (1) Se o seu problema médico for considerado grave, precisar de internação e você estiver em situação irregular, é provável que você tenha que pagar por todos os serviços prestados a partir da internação no hospital. Registro no General Practicioner (GP): Assim que chegar na Inglaterra e tiver um endereço fixo, procure o GP mais próximo de onde você mora. A maneira mais simples é ir no site do NHS e digitar o seu Post Code (CEP) para obter uma lista dos GPs da região. Ligue para marcar uma consulta e verificar quais os documentos necessários para fazer o registro. Após preencher um cadastro, um médico te atenderá para um exame de rotina onde você deve declarar se tem ou teve algum problema de saúde. Pronto, você receberá um cartão com o número do registro pelo correio e as portas do NHS estarão abertas para você. O GP será seu “médico de família” ou o seu “clínico geral”. Se tiver qualquer tipo de problema é só marcar uma consulta com o seu GP. Para problemas mais complexos, o GP te encaminhará para um médico especialista. Diferentemente do sistema brasileiro onde você vai direto ao médico especialista, aqui você precisa primeiro passar pelo GP que fará uma avaliação para verificar a gravidade do problema, que em algumas vezes pode ser resolvido por ele mesmo. Caso necessite de remédios, o GP ou médico especializado te dará as receitas médicas necessárias. Em linhas gerais, idosos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com baixo rendimento não pagam por medicamentos, logo verifique se você é isento. A taxa para cada receita é fixa em £7.20 que você paga e obtém direto em qualquer farmácia. Farmácias: A maior rede de farmácias é a Boots que está presente em toda parte do país. Embora nem sempre tenha o melhor preço, terá praticamente tudo o que você possa ou não precisar. Além dela há também a Superdrug e Lloyds Pharmacy. Há farmácias situadas dentro dos grandes supermercados como Tesco e Asda. E complementando há as farmácias de bairro. É importante notar que as farmácias daqui não vendem remédios que precisam de receita sem a receita médica como no Brasil. Antibióticos, por exemplo, só podem ser obtidos com a receita médica. Há, no entanto, uma variedade imensa de remédios genéricos disponíveis nas prateleiras para a maioria dos problemas comuns que você poderá comprar sem necessidade da receita médica. Em relação ao preços dos remédios (sem contar os que são prescritos pelo GP que custam £7.20), a diferença de preço entre as farmácias geralmente não varia muito, mas se você precisa de um medicamento muito caro, pesquise bem e verifique a possibilidade de o seu GP te passar uma receita médica. Quem está vindo para a Inglaterra eestá sob medicação mas não tem o direito a se registrar em um GP, venha com estoque suficiente para o período de sua permanência. Caso você tenha conseguido se registrar, leve o seu medicamento para o GP, explique o problema e peça pela prescrição de um equivalente. Aos que estão acostumados com os remédios do Brasil, é possível encontrar aqui medicamentos tão bons como os do Brasil ou até melhores e com sorte até mais baratos. Camisinhas são facilmente encontradas nas farmácias mas também podem ser obtidas gratuitamente em alguns postos de saúde. Para outros métodos anticoncepcionais, marque uma consulta com o seu GP para discutir a melhor opção para o seu caso. Anticoncepcionais são gratuitos pelo NHS. Para quem está habituado a pagar uma fortuna todo mês pela pílula anticoncepcional no Brasil, vale a pena ter que ir ao GP para pegar a receita médica. Você então retira em qualquer farmácia sem custo algum. Plano de saúde particular: São tão caros como os do Brasil. No entanto, grande parte da população acaba recorrendo ao “bom e velho NHS” por confiar nos serviços prestados ou por não ter condições de bancar um plano privado. Existem vários planos, porém o mais conhecido de todos é o Bupa. Antes aderir a qualquer plano de saúde particular, certifique-se do que tem e não tem direito, já que às vezes vale mais a pena utilizar os serviços disponíveis pelo NHS. Maternidade: O NHS cobre todo atendimento desde o pré-natal até o pós-parto gratuitamente para quem é registrado. A primeira consulta deve ser feita com o GP que te indicará para o hospital local (você poderá mudar caso prefira um outro hospital). Há muitas mães brasileiras que resolvem ir para o Brasil para o parto, com medo da má reputação das maternidades inglesas. Isso também ocorre com mães oriundas de outros países europeus onde o serviço de saúde público é melhor do que o inglês. Mas há também quem resolva encarar o serviço oferecido pelo NHS. Algumas não tem problema algum, outras acabam traumatizadas. Cada caso é um caso e vai depender da sua escolha pessoal. Dentista: Quem está registrado no NHS tem acesso a tratamento dentário a preços reduzidos. Idosos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com baixo rendimento não pagam por tratamento. Verifique no site do NHS onde achar um dentista mais próximo e que esteja aceitando novos pacientes. Experiência pessoal: GPs – Quando fiz minha primeira consulta com o meu atual GP há cinco anos atrás, não fiquei com uma boa impressão, talvez por preconceito meu, já que ele é indiano e certamente já passou dos 60 anos. O atendimento foi curto e frio. O consultório fica numa casa localizada há cinco minutos de distância de onde eu moro. Tem uma recepção, uma sala para o médico e outra para a enfermeira, bem diferente do consultório do meu clínico geral em São Paulo onde eu pagava um plano de saúde particular. Hoje sei que aqui não devemos esperar nem por um aperto de mão ou por qualquer pergunta relacionada a sua vida pessoal, tipo como vai a família. No NHS, não há tempo para esse tipo de coisa. Sempre que preciso ir ao GP, a sala de espera está lotada com pacientes que marcaram consulta ou precisam de atendimento urgente. Hoje me considero uma pessoa de sorte por ter esse GP como meu médico. Se o atendimento é seco, ele nunca falhou comigo. Fui descobrir depois que ele foi condecorado pela Rainha Elizabeth II com um OBE (Officer of the British Empire) pelos serviços prestados à saúde pública. Maternidade: Quando fiquei grávida do meu filho em 2007, fui encaminhada ao Newham Hospital na zona leste de Londres que fica a quinze minutos da minha casa. Mesmo sabendo da má reputação tanto das maternidades do NHS em geral como daquele hospital em particular, resolvi ter meu parto ali mesmo por questões práticas. Enfrentei muita fila de espera para cada exame pré-natal e quando fui ao hospital para o parto, era claro que o lugar estava superlotado e havia escassez de recursos para manutenção e limpeza das alas. Acabei tendo que passar por uma cesariana de emergência devido a uma pequena complicação mas meu filho nasceu sem qualquer problema. Fui relativamente bem atendida e levando em conta as condições do hospital não tenho do que reclamar. Alguns dias após o nascimento, recebi visitas das midwives (enfermeiras) em casa que vêm para checar se tanto você como o bebê estão bem. Depois disso, somos encaminhadas para as health visitors, que irão acompanhar o desenvolvimento do bebê assim como checar se as vacinações estão em dia e se há qualquer problema. Plano de saúde particular: A empresa onde eu trabalho paga um plano de saúde básico para mim e para a minha família no valor de £175 por mês, sendo que eu pago apenas o imposto decorrente do benefício. É um benefício opcional que felizmente até hoje nunca precisei usar. Acho que vale a pena ter a tranquilidade de saber que estamos cobertos se houver algum problema mais grave. O plano funciona como um seguro de carro: custos até £100 são pagos do próprio bolso e acima disso o seguro paga. Maternidade e odontologia não são cobertos pelo plano básico. Para ter acesso aos serviços disponíveis, você precisa ir ao seu GP e pedir uma carta te indicando para uma consulta. Dentista: Nunca precisei ir ao dentista na Inglaterra. Visito o meu dentista sempre que vou ao Brasil de férias. Meu marido precisou recentemente consertar uma coroa e teve que ir a um dentista local. O problema foi resolvido, custou pouco, mas ele achou as condições do consultório muito precárias. Fonte: http://brasilcomz.wordpress.com/2009/07/27/o-sistema-de-saude-na-inglaterra/ 3. França: O sistema de saúde francês é obrigatório e universal, abrangendo 100% da população francesa, estimada em 60,4 milhões de pessoas. Na França, a saúde é regida por um regime de quase gratuidade. As pessoas tem um cartão eletrônico, o Cartão de Seguridade Social, que cobre uma alta porcentagem dos gastos de saúde. Com ele, paga-se nos hospitais as intervenções cirúrgicas, os tratamentos, as internações, os médicos e os remédios. Segundo o regime, a sociedade paga uma procentagem e o resto é assumido pelo Estado. Nas farmácias, os remédios são pagos com esse cartão a partir de uma porcentagem que varia conforme o medicamento. As pessoas enfermas podem ver seus gastos com medicamentos garantidos em até 100% pelo Estado ou só pagar uma porcentagem dos mesmos. As crises, os planos de austeridade e os déficits de caixa da Seguridade Social reduziram nos últimos anos, ao mesmo tempo, a lista de medicamentos reembolsáveis e os percentuais. Já existe um setor de medicina privada, mas o Estado conserva, mesmo aí, um papel tutelar e organizador por meio de uma série de agências estatais que administram e controlam os dois setores, público e privado. O eixo essencial do sistema de saúde francês se baseia em um princípio inamovível: a proteção social é obrigatória. Isso implica que o Estado assuma uma alta porcentagem do que a socieade gasta em saúde: a média global de cobertura oscila entre 72% e 73%, o que representa 60% dos gastos em medicamentos, 90% dos gastos hospitalares, 34% dos gastos odontológicos e 62% dos gastos com médicos. Tudo isso é por conta do Estado. O papel público está perfeitamente retratado nestes percentuais, assim como no que a saúde representa em termos de emprego: cerca de 8% da população ativa trabalha no setor da saúde, ou seja, cerca de dois milhões de pessoas. A eficácia do sistema pode ser verificada por alguns números. Um informe da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do final do ano passado, colocou a França nos primeiros postos quanto à qualidade da atenção médica: a expectativa de vida chega sos 84,4 anos (só o Japão está acima, com 86 anos) e a mortalidade infantil se situa em 3,8%, uma das mais baixas dos 34 países que integram a entidade. Há uns 20 anos, um densodebate envolve aqueles que querem reduzir os gastos de saúde e mudar a própria raiz do sistema e aqueles que defendem sua permanência. Essa linha de ruptura passa, evidentemente, pela esquerda e a direita, o igualitarismo histórico da França e o liberalismo moderno que quer reduzir o papel do Estado e transferir muitas de suas prerrogativas para mãos privadas. Entre 1997 e 2007 os gastos estatais no setor da saúde aumentaram 27%. A crise do sistema financeiro internacional acentuou os déficits da Seguridade Social francesa: em 2009, esse déficit chegou a 20 bilhões de euros, cerca de 27 bilhões de dólares. O Estado segue gastando em saúde 11% do PIB, enquanto que 15% dos gastos públicos correspondem à saúde, o nível mais elevado depois dos Estados Unidos. Os planos de austeridade se traduziram por menos médicos nos hospitais, esperas mais prolongadas, períodos de internamento nos hospitais menos prolongados, uma racionalização complicadíssima do acesso aos médicos e, sobretudo, aos especialistas, e uma redução significativa dos medicamentos reembolsáveis pelo sistema global. Isso deu lugar à aparição de associações e fundos complementares privados que, mediante previas cotizações, compensam o que o Estado deixou de pagar. Apesar disso, a França conserva um avanço considerável no que diz respeito à proteção da saúde e ao financiamento das enfermidades. Em regra geral, a contribuição financeira dos pacientes se situa em cerca de 7% contra 19% para o resto dos países da OCDE. A igualdade segue sendo a filosofia central de um sistema que tem conseguido sobreviver apesar da ofensiva ultra- liberal. Fonte: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Sistema-de-Saude-frances-ainda-e-exemplo-mas-sofre-com-a-crise/5/17577 4. EUA: Os Estados Unidos não têm um sistema público de cobertura universal na área de saúde. Cerca de 46 milhões de pessoas nos EUA não têm plano de saúde. Como não existe um Sistema Único de Saúde (SUS) no país, significa que, se essas pessoas ficarem doentes, precisarão vender o carro ou hipotecar a casa para pagar as contas do hospital. Despesas médicas são o principal motivo de falências pessoais no país. Os EUA são os piores em termos de “eficiência, equidade e resultados”. Para começar, pelo lado da oferta, a concorrência entre médicos praticamente não existe. O mercado de médicos é artificialmente cartelizado. Para ser médico, você tem de ser aceito pelo conselho profissional da categoria, o qual tem interesse em manter baixo o número de médicos, pois isso eleva artificialmente seus salários. Adicionalmente, um médico tem de adquirir diversos tipos de licenças, sem as quais ninguém pode exercer a medicina. A criação de hospitais também sofre o mesmo tipo de regulamentação, o que dificulta o surgimento de hospitais baratos que poderiam concorrer com os já estabelecidos. Já as seguradoras de saúde são, em sua grande maioria, proibidas pelo governo de concorrer entre si além das fronteiras estaduais. Várias seguradoras não podem ofertar seus serviços em mais de um estado do país. Há alguns programas financiados pelo governo, como o Medicare, destinado a pessoas com mais de 65 anos, ou o Medicaid, para pessoas de baixa renda (o governo paga os hospitais e médicos que atendem o beneficiário). Veteranos das Forças Armadas também estão cobertos por um programa do governo, assim como crianças de famílias pobres que não se enquadram nas exigências do Medicaid. A maioria dos americanos, porém, precisa adquirir seu próprio plano de saúde, seja por meio de seus empregadores ou por conta própria. Então grande parte da população está em um buraco negro. Muitos estão em uma faixa intermediária (não são tão pobres para receber o Medicaid, nem tão idosos para o Medicare), não têm plano de saúde no emprego e não conseguem pagar um privado. No caso dos planos de saúde privados, há variações nas regras e no valor a ser pago. Em alguns casos, por exemplo, o segurado tem de pagar parte do tratamento médico para depois ser ressarcido pela seguradora. Aqueles que não têm cobertura de saúde só são atendidos gratuitamente em emergências. Os segurados ou têm dinheiro para pagar um plano privado ou têm um emprego que oferece um plano de saúde. Nos EUA, as empresas podem despedir grávidas e até pessoas com câncer. Ter um plano de saúde tampouco garante que a pessoa não terá de pagar por seus tratamentos médicos. A maioria dos planos estabelece um limite de gastos anual e, em seguida, uma franquia que o seguro só começa a reembolsar depois que o paciente paga sua contrapartida. Os planos também podem se recusar a fazer seguro para pacientes com histórico de doença crônica ou pré-existente. Para completar, o sistema de saúde é uma bomba-relógio para as contas públicas. Os gastos com saúde crescem a uma taxa superior à inflação. Os EUA são o país que mais gasta com saúde - US$ 7 per capita, ou 16% do PIB -, mas está em 37º lugar em qualidade de atendimento, ao lado da Eslovênia, segundo o ranking da Organização Mundial de Saúde. Para que os 46 milhões de cidadãos sem plano de saúde passem a ter um, o governo precisará gastar US$ 1 trilhão ao longo de dez anos. O dinheiro viria de uma gestão mais eficiente do Medicare e do Medicaid e de um aumento de impostos sobre quem ganha mais de US$ 250 mil por ano. Fonte: http://internacional.estadao.com.br/noticias/america-do-norte,entenda-sistema-de-saude-dos-eua-exclui-46-milhoes,431943 5. Canadá: O Canadá tem hoje um sistema de saúde muito popular, mas não foi fácil instalá-lo. Ele foi conquistado a duras penas pelo povo depois de muitos anos de luta e nenhum político canadense se atreve a propor a sua extinção. A beleza do sistema canadense, o Medicare como é chamado, está na sua simplicidade. Não confundir o Medicare canadense com o Medicare americano que é também um seguro federal mas só para os cidadãos acima de 65 anos de idade. No Medicare canadense todos contribuem e por isso mesmo todos têm acesso à saúde. Os riscos são divididos por toda a cidadania. Nesse sistema não existem exclusões por idade, enfermidades pré existentes ou perda de seguro com a troca de empregos. Os empregadores nada têm a ver com o sistema de saúde que se organiza diretamente em torno do cidadão sendo gerenciado pelos governos provincianos. Não existem tratamentos diferenciados que dependem da classe social ou do tipo do plano ou seguro saúde. E, mais importante, não existe um sistema de atendimento para quem pode e um outro para quem não tem pode pagar. Os poucos planos de saúde com fins lucrativos que existem por lá só podem dar cobertura àquilo que o Medicare não cobre, isso é, cirurgias cosméticas, tratamentos odontológicos em adultos (as crianças têm cobertura até os quatorze anos de idade) e apartamentos melhores em hospitais. O cidadão canadense, com a sua carteira saúde, pode escolher o seu médico. Esse, por sua vez, não é um funcionário público como ocorre na Inglaterra. Ele tem o seu consultório particular e compete com os seus colegas a partir dos bons serviços prestados. O dinheiro do cidadão, coletado na forma de imposto pelo governo federal, é repassado proporcionalmente às províncias. Essas, através de Conselhos de Saúde, com a participação da cidadania, têm uma grande autonomia no planejamento do atendimento, à saúde, determinando prioridades e negociando com as Associações Médicas e hospitais os seus honorários médicos e custos hospitalares. O cidadão de uma província tem cobertura em todas as demais. Ele também tem também cobertura fora do país para os tratamentos não oferecidos dentro do país. É interessante notar que poucos canadenses precisam de sair do país para receberem tratamentos adequados. O Canadá gasta menos com a saúde dos que os Estados Unidos onde o sistema é uma colcha de retalhos dominada pelos planos e seguros saúde com fins lucrativos. Enquantoque o Canadá gasta 9.4% do seu produto nacional bruto com a saúde, os Estados Unidos gastam 14.4%. Os custos administrativos do sistema canadense ficam em torno de 7%, enquanto que nos Estados Unidos eles chegam a 20% incluídos aqui os lucros empresariais. Enquanto que nos Estados Unidos as empresas oferecem seguro saúde aos seus empregados, no Canadá elas não têm nenhum envolvimento com a saúde. Por causa disso os trabalhadores canadenses têm maior liberdade em mudar de emprego, especialmente quando sofrem de doença pré-existente. Claro que o sistema canadense não é perfeito. Mas pergunte ao médico ou ao cidadão canadense se eles querem substituí-lo pelo sistema americano. A resposta será um sonoro não. Aperfeiçoa-lo, sim, o processo político democrático tem se encarregado de torna-lo cada vez mais eficiente e de boa qualidade. Os índices de saúde no Canadá não são inferiores aos Estados Unidos. No geral, os custos da assistência médica no país são cobertos por fundos provenientes do imposto de renda, embora três províncias impõem um imposto fixo a mais (que podem ser removidos em famílias de baixa renda). Aproximadamente 70% dos gastos da assistência médica canadense são cobertos por fundos públicos, com o restante sendo cobertos por fontes privadas - tanto seguradoras privadas quanto pagamentos pessoais por parte dos pacientes. Seguro privado no Canadá existe e é permitido, embora seja limitado pelo governo canadense a cobrir serviços que não são cobertos pela assistência médica pública da província ou território. Sob os termos do Canada Health Act, todas as “pessoas seguradas” - basicamente, todos os residentes legais do país, incluindo imigrantes recentes sem cidadania canadense, possuem o direito de receber “serviços segurados”, sem precisar pagar diretamente pelos serviços. Um cartão de saúde é fornecido pelo Ministério da Saúde de cada província e território para seus habitantes, e todos os clientes servidos devem receber o mesmo nível de cuidado, independente de renda ou cultura. A cobertura de saúde não é afetada pela perda ou mudança de empregos, e o seguro público não exclui pacientes baseados em condições pré- existentes, nem possui limites de cobertura. Medicare não cobre os custos de remédios farmacêuticos. Estes são cobertos por companhias privadas, ou, no caso de clientes idosos ou de baixa renda, por outros programas públicos. Os preços dos remédios são negociados com as distribuidoras pelo governo federal, para regular custos. Médicos familiares são escolhidos pelos pacientes. Caso um especialista seja necessário, ou o paciente deseje ver um especialista, o médico de família pode referir o paciente para um especialista. Especialistas incluem dermatologistas e pediatras. Cuidado preventivo e detecção precoce são considerados importantes, e exames médicos anuais são encorajados, visto que não apenas estendem a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes, mas também diminui os custos da assistência médica. Fonte: http://pw2.netcom.com/~mvp1/canada.htm
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