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Apostila Saude da mulher

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
SAÚDE DA MULHER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPIRITO SANTO 
2 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
http://s2.glbimg.com/yKWUjhuffkguY4ikoHvCS4QilHM=/s.glbimg.com/og/rg/f/original/2014/05/26/logo-
saudemulher2-01.jpg 
 
A saúde-doença é um processo determinado pelas condições sociais, 
econômicas, culturais e políticas de cada sociedade, variando no tempo e no 
espaço. As condições que determinam esse processo configuram diferentes padrões 
de adoecimento e morte das populações ou subgrupos populacionais, conforme 
suas características de sexo, faixa etária, etnia, classe social, etc. 
Partindo deste conceito, pode-se dizer que a saúde da mulher é também um 
processo social e histórico. E os fatores que contribuem para a determinação da 
saúde ou dos agravos associados à sexualidade e à reprodução humanas vão além 
da condição biológica de homens e mulheres. Em todo esse processo destacam-se 
as relações de gênero, ou seja, o sistema de poder, de valores, de crenças que 
definem padrões de masculinidade e feminilidade, que estruturam e organizam as 
3 
 
3 
 
relações entre homens e mulheres, definindo comportamentos, atitudes e posições 
no mundo. 
Pode-se dizer que as desigualdades nas relações de gênero contribuem para 
a configuração de padrões de adoecimento e morte específicos para homens e 
mulheres em cada região, país ou cultura. Entre as consequências dessas 
desigualdades, recaem sobre a população feminina a sobrecarga de trabalho 
doméstico e os maiores prejuízos para a saúde, em particular para a saúde sexual e 
reprodutiva, assim como para o desempenho de atividades privadas ou públicas. 
A melhoria das condições de saúde das mulheres está associada diretamente 
às suas possibilidades de exercer os direitos sexuais e reprodutivos, que incluem: 
 O direito à vida, à liberdade e integridade pessoal; 
 O direito à informação e educação sexual; 
 O direito à atenção proteção da saúde; 
 O direito ao planejamento da família; 
 O direito a sexualidade prazerosa e saudável; 
 O direito à vida privada e à vida em família; 
 O direito a não discriminação por motivo de sexo ou idade; 
 O direito de homens e mulheres a participar da criação dos filhos 
com igual responsabilidade 
Pela importância na promoção da igualdade social e do exercício da 
cidadania, a perspectiva de mudança nas relações de gênero e exercício de direitos 
deve ser levada em conta na elaboração, implantação e avaliação de políticas de 
promoção e atenção integral à saúde da mulher. Nesse sentido, as políticas devem 
visar à promoção de direitos, a ampliação do acesso a serviços de saúde de 
qualidade por um número cada vez maior de usuárias, e a inclusão dos homens em 
atividades historicamente consideradas femininas ou voltadas para esta população. 
Nesse processo deverão estar incluídos os principais interessados: mulheres, 
homens e adolescentes, para que as instituições que os acolhem valorizem o seu 
papel; possibilitem a tomada de decisões compartilhadas entre usuários e 
prestadores de serviços; levem em conta as demandas específicas de cada sujeito e 
4 
 
4 
 
a maneira como deseja ser cuidado. Isso significa transformar os serviços públicos 
ou privados de assistência à saúde em instituições amigáveis, eliminar possíveis 
barreiras que dificultam a implantação das ações de saúde reprodutiva, contribuindo 
para maior impacto das media propostas. 
Várias experiências estão sendo desenvolvidas pelos países cooperantes, o 
que dá relevância à troca de conhecimentos, tecnologias, informações, processos 
gerenciais e experiências de controle social no campo da saúde reprodutiva. 
 
PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS À 
SAÚDE DA MULHER 
 
https://lh3.googleusercontent.com/-8kG7D3wSPBw/VYBo3gurPfI/AAAAAAAAAPk/ZSi1INWQKzQ/s640/blogger-
image-1042383286.jpg 
 
Dentre os diferentes problemas de saúde, a população feminina é 
particularmente afetada pelos problemas que identificamos a seguir: 
a) Elevadas taxas de mortalidade materna. Indicador síntese, que nos ajuda 
a medir o grau de desenvolvimento de uma sociedade, revelando as condições 
5 
 
5 
 
econômicas e sociais, grau de instrução, dinâmicas familiares e culturais e, 
sobretudo, a acesso a serviços de saúde e a qualidade desta oferta. 
b) Alta incidência e prevalência da violência doméstica e sexual - a 
violência sexual é um dos principais indicadores da discriminação de gênero contra 
a mulher. Praticada principalmente pelos parentes e protegida pelo silencio da 
família e circunstantes, a violência tem um efeito devastador na saúde física e 
mental das vítimas. Além das doenças sexualmente transmissíveis, das mutilações e 
incapacidades de graus variados, é frequente a síndrome da desordem do stress 
pós-traumático que provoca uma grande desorganização da vida pessoal e 
profissional da mulher. Quando iniciada na infância, as meninas ficarão muito mais 
expostas a comportamentos e situações de risco como abandono de casa, 
prostituição, drogas, criminalidade e outras violências. 
c) Doenças sexualmente transmissíveis e HIV/Aids - as consequências 
das DST são mais graves sobre as mulheres do que sobre os homens. Elas podem 
causar complicações da gravidez, danos e morte fetal, abortamentos e partos 
prematuros, infecções congênitas, infertilidade, câncer cervical, septicemia. Além 
disso, elas contribuem para o aumento do risco da infecção pelo HIV. 
d) Abortamento em condições de risco – o aborto é uma das principais 
causas de mortalidade materna e este problema está associado principalmente a 
ausência de orientações e métodos seguros para evitar a gravidez indesejada ou 
não planejada. A gravidez segue sendo percebida como de responsabilidade 
exclusiva das mulheres. A oferta de serviços de planejamento familiar que facilitem a 
participação e inclusão dos homens e adolescentes, com estímulo à paternidade 
responsável ainda representam experiências isoladas sem nenhum impacto sobre o 
problema como um todo. Além disso, problemas culturais e informações distorcidas 
ou desatualizadas sobre os métodos de alta eficácia e contracepção de emergência 
constituem barreiras para a aceitação e prática da anticoncepção. 
e) Elevada mortalidade por doenças crônico-degenerativas, em particular, 
pelo câncer de colo de útero e de mama. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer 
(INCA) estima a ocorrência de 216.035 novos casos de câncer e 58.610 óbitos por 
esta causa na população feminina. O câncer de mama e o câncer de colo de útero 
6 
 
6 
 
representam as principais causas de mortalidade por câncer entre mulheres, 
seguidos do câncer de cólon, reto e estômago. 
No mundo, o câncer de mama figura entre as primeiras causas de morte por 
câncer em mulheres. Até o momento não existem medidas de prevenção primária 
para a doença. Porém estudos observacionais indicam que é possível reduzir o risco 
de câncer de mama com mudanças de hábitos: redução do tabagismo, uso de 
álcool, obesidade e sedentarismo. 
 
http://www.geraldoresende.com.br/media/images/5000/5000/tmp/400x333x4-
531ba5d81ffa8ab4b769bf5e6af9c3057197c6f7d73dd.jpg 
 
O câncer de mama é diagnosticado tardiamente em cerca de 60% dos casos 
e mudar essa situação é um desafio necessário, pois a detecção precoce aumenta 
significativamente a sobrevida das mulheres que são acometidas pela doença. 
O câncer de colo, diferentemente do câncer de mama, pode ser prevenido 
com medidas de fácil execução e de baixo custo. Mas não basta introduzir a ofertados exames preventivos na rede assistencial, é preciso mobilizar as mulheres mais 
vulneráveis a comparecem aos postos de saúde. No Brasil, a busca do Papanicolau 
7 
 
7 
 
parece estar associada a outras demandas de saúde reprodutiva, pois o maior 
número de mulheres que realizam o exame estão abaixo de 35 anos de idade, 
enquanto o risco para a doença aumenta a partir dessa idade. 
A prevenção do câncer ginecológico e fatores de risco, assim como o 
diagnóstico precoce e o tratamento requerem a implantação articulada de medidas 
como sensibilização e mobilização da população feminina; investimento tecnológico 
e em recursos humanos, organização da rede, disponibilização dos tratamentos e 
melhoria dos sistemas de informação. 
f) Gravidez na adolescência – este problema está associado a questões 
culturais, como a dificuldade das famílias em lidar com a orientação sexual dos 
adolescentes e aceitação da atividade sexual nesta faixa etária, barreiras para a 
anticoncepção; práticas culturais, e também a violência sexual. Na literatura sobre o 
tema há estudos que demonstram uma associação importante entre o abuso sexual, 
as relações incestuosas e a gravidez na adolescência. 
g) Dificuldade de acesso aos métodos anticoncepcionais – os governos 
não têm conseguido implantar estratégias adequadas de fornecimento dos métodos 
anticoncepcionais para a população. Identifica-se problemas na produção, controle 
de qualidade, aquisição, logística de distribuição, manutenção da oferta e 
capacitação de gerentes e profissionais de saúde. Isso tem resultado numa oferta 
assistemática, insuficiente para atender a demanda e excludente, com maior 
prejuízo das mulheres oriundas camadas mais pobres e das áreas rurais. Por outro 
lado a exclusão dos homens do processo de anticoncepção reitera os papéis 
tradicionais de maternidade a cargo da mulher e impede os homens de assumirem 
sua responsabilidade paternas. Uma vez que o único método reversível disponível 
para a população masculina é o preservativo, que oferece dupla proteção, sua 
ausência nos serviços de saúde aumenta o risco de infecção pelas doenças 
sexualmente transmissíveis e HIV/Aids. 
h) Precariedade da assistência materna – apesar da tecnologia disponível 
um grande número de mulheres não tem acesso ao parto hospitalar, as parteiras 
tradicionais não recebem treinamento adequado nem materiais para melhoria de sua 
prática em domicílio. Os modelos de assistência são marcadamente 
8 
 
8 
 
intervencionistas e pouco humanizados, com privilegio da cesárea em detrimento do 
parto normal. Os serviços carecem de treinamentos e pessoal capacitado para o 
trabalho em equipe, o que resulta na fragmentação do atendimento, aumento dos 
riscos maternos e perinatais. A atenção ao puerpério na é uma preocupação do 
setor saúde e as mulheres não parecem ter a dimensão de sua importância, 
procurando os serviços mais para avaliação das crianças do que para revisão de 
parto ou orientação ao planejamento familiar e nutricional. As mulheres em com 
abortamento incompleto frequentemente são expostas a julgamentos morais e 
chegam a receber tratamentos pouco humanitários ou mesmo considerados como 
atos de violência institucional, como curetagens sem anestesia ou longas esperas, 
sangrando e aumentando os riscos de morte materna por infecção ou hemorragias. 
 
http://i.ytimg.com/vi/A7xeuWcf6Bs/maxresdefault.jpg 
i) Carência de serviços de atenção integral a vítimas de violência 
doméstica e sexual – a atenção à vítima de violência não faz parte da formação 
dos profissionais de saúde nem dos cursos de especialização voltados para a 
atenção a mulher. A dificuldade de lidar com o assunto tem relação com o medo dos 
profissionais pelo desconhecimento em relação às leis e sistema de segurança e 
justiça; às dificuldades de romperam com a idealização do núcleo familiar, 
considerada a base da sociedade e por isso intocável; assim como pelas 
dificuldades pessoais em lidar com o assunto, seja por incapacidade técnica, por 
falta de recursos e equipamentos sociais como abrigos e moradias protegidas, ou 
9 
 
9 
 
ainda por identificação com a vítima, pois a prevalência da violência doméstica e 
sexual é tão elevada que frequentemente encontramos profissionais de saúde 
envolvidos nestas situações. 
 
QUALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE DA 
MULHER 
 
http://www.acerteisaude.com.br/acertei/conteudo/files/2013/11/logo_CampanhaSaud
eMulher_nov13.jpg 
 
A estruturação e organização da rede de saúde nos três níveis de saúde, 
assim como as ações comunitárias e de prevenção primária são tão importantes 
quanto o grau de qualidade que ela pode oferecer. Desta qualidade depende o 
impacto desejado para controle dos problemas identificados, assim como a 
satisfação e o empoderamento da clientela. 
Para conceituação da qualidade do atendimento integral à saúde da mulher 
pode-se levar em conta, pelo menos, os seguintes elementos: 
10 
 
10 
 
 Acesso da população aos serviços de saúde nos três níveis de 
assistência; 
 Acolhimento humanitário em todos os níveis da assistência, 
buscando-se a orientação da clientela sobre os problemas apresentados e 
possíveis soluções, assegurando-lhe a participação nos processos de decisão 
em todos os momentos do atendimento e tratamentos necessários; 
 Definição da estrutura e organização da rede assistencial, 
incluindo a formalização dos sistemas de referência e contra referência que 
possibilitem a continuidade das ações, a melhoria do grau de resolubilidade 
dos problemas e o acompanhamento a clientela pelos profissionais de saúde 
da rede integrada; 
 Disponibilidade de recursos tecnológicos e uso apropriado de 
acordo com os critérios de evidência científica e segurança da clientela; 
 Capacitação técnica dos profissionais e funcionários envolvidos 
nas ações componentes dos programas de saúde reprodutiva para uso da 
tecnologia disponível, acolhimento humanizado e práticas educativas voltadas 
a comunidade; 
 Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais 
educativos; 
 Disponibilidade de informações e orientação da clientela, 
familiares e da comunidade sobre a promoção da saúde reprodutiva, assim 
como os meios de prevenção e tratamentos dos agravos a ela associados; 
 Estabelecimento de mecanismos de avaliação continuada dos 
serviços com participação da clientela. 
A implantação de redes integradas com qualidade assistencial implica na 
avaliação continuada das políticas de saúde. Para isso é fundamental o 
recolhimento de dados para construção e análise de indicadores que permitam aos 
gestores monitorar o andamento das ações, o impacto sobre os problemas tratados 
e a redefinição de estratégias ou ações que se fizerem necessárias. 
 
 
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ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
http://images3.minhavida.com.br/imagensConteudo/16130/consultaed_16130_250_3
75.jpg 
 
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do 
modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes 
multiprofissionais em unidades básicas de saúde. 
As equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido 
de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. 
Atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, 
reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde 
desta comunidade. 
A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as 
equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente 
definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS. 
A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizadordo SUS, 
condicionada pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Brasil. 
A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de gestores 
estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994, apresentou um 
crescimento expressivo nos últimos anos. 
 A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um 
processo que permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no 
âmbito dos municípios e pela capacidade de produção de resultados positivos nos 
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indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida. 
A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde 
tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de 
atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis 
assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de 
saúde das populações assistidas às equipes saúde da família. 
 
 
 
PROGRAMA DOS AGENTES 
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE 
 
 
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) é hoje 
considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, 
este pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família. 
No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e 
orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde. 
Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas 
situações distintas em relação à rede do SUS: 
a) ligados a uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da 
Saúde da Família; e 
b) ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da 
equipe multiprofissional. 
Atualmente, encontram-se em atividade no país 204 mil ACS, estando 
presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios 
altamente urbanizados e industrializados. 
 
 
 
 
13 
 
13 
 
 
EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
http://aprece.org.br/wp-content/uploads/2015/08/sa%C3%BAdedamulher.jpg 
 
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca 
permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os 
integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de 
Saúde. 
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 mil a 4 
mil e 500 pessoas ou de mil famílias de uma determinada área, e estas passam a ter 
corresponsabilidade no cuidado à saúde. 
A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, 
nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: 
- como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de 
saúde; 
- por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua 
responsabilidade; 
- por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; 
- por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar 
atividades de educação e promoção da saúde. 
- por estabelecer vínculos de compromisso e de corresponsabilidade com a 
população; 
14 
 
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- por estimular a organização das comunidades para exercer o controle social 
das ações e serviços de saúde; 
- por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e a tomada de 
decisões; 
- por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias estabelecidas com 
diferentes segmentos sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que 
transcendem a especificidade do setor saúde e que têm efeitos determinantes sobre 
as condições de vida e saúde dos indivíduos-famílias-comunidade. 
 
 
A DESCRIÇÃO DA CLIENTELA DA USF 
 
A descrição da Unidade na Estratégia de Saúde da Família é feita através da 
definição da área de abrangência da unidade e do cadastramento da população que 
reside nesta área. 
Deve ser levada em conta a acessibilidade com os seguintes aspectos: 
- geográfico – distância a ser percorrida até a unidade e existência de 
barreiras geográficas a serem transportadas; 
- funcional – tipo de serviços pela unidade de saúde, seus horários de 
funcionamento e sua qualidade; 
- cultural – inserção do serviço nos hábitos e costumes da população; 
- econômico – disponibilidade do serviço a todos os cidadãos. 
 
TERRITORIALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA USF 
 
Para o processo de territorialização é necessário: 
1. Construir a análise das condições de vida e saúde da população escrita à 
USF; 
2. Realizar mapeamento da área e das micro áreas; 
3. Realizar o planejamento local das atividades. 
 
 
 
15 
 
15 
 
COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE 
DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
http://www.sjc.sp.gov.br/pmsjc_imagens/conteudo/201106151322562a87a4b0-be6b-4ec1-
99a5-2b35654c8af4g.jpg 
 
As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um 
enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. 
Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório 
dentário e um técnico em higiene dental. 
 
ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO 
- Prestar assistência aos indivíduos sob sua responsabilidade; 
- Valorizar a relação médico-paciente e médico-família como parte de um 
processo terapêutico e de confiança; 
- Oportunizar os contatos com indivíduos sadios e doentes, visando abordar 
os aspectos preventivos e de educação sanitária; 
- Empenhar-se em manter seus clientes saudáveis, quer venham às consultas 
ou não; 
- Executar ações básicas de vigilância epidemiológica e sanitária em sua área 
de abrangência; 
- Executar as ações de assistência nas áreas da atenção à criança, ao 
adolescente e ao idoso, realizando também atendimentos de primeiros cuidados nas 
urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais, entre outros; 
16 
 
16 
 
- promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente seja 
mais saudável; 
- discutir de forma permanente, junto a equipe de trabalho e comunidade – o 
conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases legais que os 
legitimam; 
- participar do processo de programação e planejamento das ações e da 
organização do processo de trabalho das USF. 
 
 
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO 
 
- Executar, no nível de suas competências, ações de assistência básica de 
vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao 
adolescente, à mulher, ao trabalhador e ao idoso; 
- Desenvolver ações para capacitação dos ACS e auxiliares de enfermagem, 
com vistas ao desempenho das suas funções junto ao serviço de saúde; 
- Oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando 
promover a saúde e abordar os aspectos de educação sanitária; 
- promover a qualidade e contribuir para o meio ambiente torne-se mais 
saudável; 
- Discutir de forma permanente, junto a equipe de trabalho e comunidade o 
conceito de cidadania enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os 
legitimam; 
- Participar do processo de programação e planejamento das ações e da 
organização do processo de trabalho nas unidades de saúde da família. 
 
Em 28 de março de 2006, foi aprovada a Portaria Nº 648, da Política 
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para 
a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o 
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). 
 
 
17 
 
17 
 
NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA 
PORTARIA Nº 154, DE 24 DE JANEIRO DE 
2008 
 
http://www.unimedlondrina.com.br/img/pages/gestantes/principal.jpg 
 
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família são uma iniciativa que vai ampliar onúmero de profissionais vinculados às equipes do Saúde da Família (SF). 
Os núcleos reunirão profissionais das mais variadas áreas de saúde, como 
médicos (ginecologistas, pediatras e psiquiatras), professores de Educação Física, 
nutricionistas, acupunturistas, homeopatas, farmacêuticos, assistentes sociais, 
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Esses 
profissionais atuarão em parceria e em conjunto com as equipes do Saúde da 
Família. 
O objetivo dos núcleos é ampliar a abrangência e o escopo das ações da 
atenção básica, complementando o trabalho das equipes do SF. Podem ser 
instituídos dois tipos de Nasf: Nasf 1 e Nasf 2. 
O Nasf 1 deve ter, no mínimo, cinco profissionais de diferentes áreas. Cada 
núcleo deverá estar vinculado a, no mínimo, oito e, no máximo, 20 equipes do SF. 
O Nasf 2 deve ter, no mínimo, três profissionais de diferentes áreas, estar vinculado 
a, no mínimo, três equipes do SF e só poderá ser implementado um núcleo por 
município. 
18 
 
18 
 
O município precisa ter densidade populacional abaixo de 10 habitantes por 
quilômetro quadrado, de acordo com os dados do IBGE de 2007. Por mês, o 
ministério repassará R$ 6 mil a cada Nasf 2 implementado. 
Os Nasf devem: 
- desenvolver atividades físicas e práticas corporais; 
- proporcionar educação permanente em nutrição; 
- contribuir para a ampliação e valorização da utilização dos espaços públicos 
de convivência; 
- implementar ações em homeopatia e acupuntura para a melhoria da 
qualidade de vida; 
- promover ações multiprofissionais de reabilitação para reduzir a 
incapacidade e deficiências, permitindo a inclusão social; 
- atender usuários e familiares em situação de risco psicossocial ou doença 
mental; 
- criar estratégias para abordar problemas vinculados à violência e ao abuso 
de álcool; 
- e apoiar as equipes do SF na abordagem e na atenção aos agravos severos 
ou persistentes na saúde de crianças e mulheres, entre outras ações. 
 
A IMPLEMENTAÇÃO DO NASF 
 
Para implementar o Nasf, o município deve elaborar projeto, contemplando o 
território de atuação, as atividades que serão desenvolvidas, os profissionais e sua 
forma de contratação com especificação de carga horária, identificação das equipes 
do SF vinculadas ao Nasf, e a unidade de saúde que credenciará o Nasf. 
O projeto deverá ser aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde e pela 
Comissão Intergestores Bipartite de cada estado. 
 
 
19 
 
19 
 
RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS 
GESTORAS EM ATENÇÃO BÁSICA 
 
Federal 
- Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica; 
- Co-financiar o sistema de atenção básica; 
- Ordenar a formação de recursos humanos; 
- Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da 
atenção básica; 
- Manter as bases de dados nacionais. 
 
Estadual 
- Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu 
território; 
- Regular as relações intermunicipais; 
- Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu 
território; 
- Co-financiar as ações de atenção básica; 
- Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu 
território. 
 
Municipal 
- Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território; 
- Contratualizar o trabalho em atenção básica; 
- Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e 
gerência); 
- Co-financiar as ações de atenção básica; 
- Alimentar os sistemas de informação; 
- Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão. 
 
20 
 
20 
 
SAÚDE E DOENÇA 
 
http://www.soduvidas.com/wp-content/uploads/2011/12/mulher.jpg 
Conceitos de Saúde e de Doença 
A “saúde” pode ser conceituada de maneira simplista como “ausência de 
doença” ou, mais elaboradamente, como “saúde é um completo estado de bem-
estar físico, mental e social e não meramente ausência de doenças”, conforme feito 
pela OMS. 
É evidente que a saúde e doença não são completamente excludentes, na 
medida em que as doenças progridem de acordo com determinados padrões. 
A- Padrões de progressões das doenças 
São cinco as categorias principais, de progressão das doenças: 
a) evolução aguda, rapidamente fatal; 
b) evolução aguda, clinicamente evidente e com rápida 
recuperação na maioria dos casos; 
c) evolução sem alcançar o limiar clinico; 
21 
 
21 
 
d) evolução crônica, que se exterioriza e progride para êxito letal 
após longo período; 
e) evolução crônica, com períodos assintomáticos entremeados de 
exacerbações clínicas. 
B – Duas concepções de história natural da doença 
As características de determinada doença podem ser facilmente analisadas 
durante a evolução do processo. Tal referencial convencionou-se chamar “história 
natural”, sendo que é considerada natural por não haver intervenção do homem. 
Normalmente, são utilizadas duas óticas para estudo da história natural de 
determinada doença: a partir dos serviços e a partir da comunidade. 
 
1. Visão da doença, a partir dos serviços 
Comumente “história natural” é empregada como “investigações clínicas” que 
se presta a promover informações sobre a evolução de determinando evento, ou 
seja descrevem o “curso clinico”. 
Tais pesquisas que, normalmente ocorrem com a demanda de assistência 
médica especializada, consistem no acompanhamento de um determinando número 
de pacientes diagnosticados com a mesma doença, como ocorreu no caso da febre 
amarela em que mil pacientes foram observados durante 20 anos. 
 
2. Visão da doença, a partir da comunidade 
Neste caso a busca por paciente não é exclusivamente sob demanda , é feita 
uma busca de paciente na comunidade. 
É possível descartar como objetivo principal deste estudo populacional-
territorial é a medicina preventiva, uma vez que é capaz de analisar a fase “pré-
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patologica” evidenciando diversos graus de risco e uma ocorrência de variedade de 
estado. 
Outros pontos a serem destacados são as taxas de morbidade e mortalidade 
geradas com bastante precisão. 
 
C. Fases da história natural em quatro fases 
 
 Fase inicial (ou suscetibilidade) 
 Na fase inicial ainda não há doença propriamente dita. No entanto, já se 
constatam condições que favorecem o aparecimento em decorrência dos fatores 
de riscos ou de proteção. 
Como exemplo de prevenção nesta fase, destaca-se a eliminação dos 
fatores de risco ou alteração da sua intensidade. 
 
 Fase patológica pré-clínica 
 Este momento, inicia-se como processo patológico e vai até o 
aparecimento de sintomas ou sinais da doença, podendo evoluir para a cura ou 
progredir para a fase da doença. 
O exemplo apresentado diz respeito à prevenção na fase pré-clínica, ou 
seja, rastreando triagem. Neste caso há um rastreamento de indivíduos enfermos 
ou em risco na população sadia e, através de testes, reduz-se gradativamente a 
quantidade de indivíduos efetivamente doentes, proporcionando maior cobertura 
populacional de serviços de saúde, protegendo o maior número de pessoas, com 
menor esforço. 
 
23 
 
23 
 
Fase clínica 
Aqui a doença já está em estado adiantado. No entanto, há diferentes 
graus de acometimento do organismo, podendo variar desde leve até aguda ou 
crônica. 
Nesta fase uma pequena porcentagem dos afetados procura o sistema 
formal de atendimento impossibilitando a formação de estatísticas realistas. 
A atuação pode ser curativa ou preventiva como, por exemplo, no caso do 
infarto agudo do miocárdio que são utilizados recursos terapêuticos com intuito 
de limitar a área enfartadae, por outro lado, tornam-se medidas para prevenir a 
ocorrência de novos infartos. 
 Fase de incapacidade residual 
No caso de sequelas é necessária a reabilitação de cunho físico, 
psicológico ou social visando à capacidade residual da pessoa afetada após a 
estabilização clínica. 
 
2. Utilidade da divisão da história natural em fases. 
 
O propósito de segmentar a história natural em fases é enquadrar os 
indivíduos em diferentes categorias, em função dos riscos e danos à saúde que 
apresentem, bem como para localizar ações preventivas e curativas em diversos 
momentos. 
 
 Em nível individual 
De acordo com as condições apresentadas por cada pessoa é possível 
diagnosticá-la com sadia, doente ou portadora de sequela 
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24 
 
 Em nível coletivo 
O objetivo aqui é conhecer o estado de saúde da população classificando 
os indivíduos sadios ou doentes gerando, desta forma, dados estatísticos que 
devem ser interpretados cuidadosamente, tendo em vista que não representam 
um retrato fiel das doenças que incidem na população. 
 
D. Etiologia e prevenção 
 
1. Etiologia 
 
 Etiologia na fase patológica 
Nesta fase, encontram-se os processos que ocorrem em época ainda 
anterior à resposta biológica inicial do organismo. 
 
 Etiologia na fase patológica 
Nesta fase, encontram-se os processos que ocorrem no interior do corpo 
humano e que e sucedem a partir da resposta orgânica inicial. 
 
2. Prevenção 
A prevenção também se apresenta em duas etapas: primárias e 
secundária. 
25 
 
25 
 
Levando-se em consideração que o problema pode ser de natureza 
coletiva ou individual, o tratamento deve der diferenciado em função das fases de 
saúde ou de doença. 
 
III. Classificação das medidas preventivas 
 
http://projecao.net/site/wp-content/uploads/2013/05/SA%C3%9ADE-DA-
MULHER.jpg 
São consideradas “medidas preventivas” todas aquelas utilizadas para 
evitar doenças ou suas consequências, bem como a que destinam, a interromper 
o processo da doença que já se instalou no organismo humano. 
As seguintes classificações de medidas preventivas são adotadas: 
A. Medidas inespecíficas e específicas 
São extensamente utilizadas. As medidas inespecíficas, também 
chamadas de gerais ou amplas, têm o objetivo de promover o bem-estar das 
pessoas. Já as específicas ou restritas dizem respeito às técnicas para lidar com 
cada dano em particular. 
 
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26 
 
B. Prevenção primária, secundária e terciária 
 
1. Prevenção primária 
As ações primárias são ampliadas em fase anterior ao inicio biológico da 
doença, trata-se da “prevenção da ocorrência”. É o caso, por exemplo, de 
educação para a saúde. 
 
2. Prevenção secundária 
“Ações ocorrem no período patológico da doença, visando a „prevenção da 
evolução” na tentativa de fazê-lo regredir, não afastando do seu caráter curativo. 
 
3. Prevenção terciária 
O objetivo da prevenção terciária é atenuar a invalidez e promover o 
ajustamento a condições intermediáveis diante das sequelas. Trata-se da 
reabilitação. 
C. Cinco níveis de prevenção 
As três fases de prevenção desdobram-se em cinco níveis, como veremos 
a seguir: 
 Primeiro nível – Promoção da saúde: engloba as ações 
destinadas a manter o bem-estar, sem visar a nenhuma doença em particular. 
Exemplos das principais ações são: 
- educação sanitária; 
- alimentação e nutrição adequadas. 
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 Segundo nível – Proteção específica inclui medidas para impedir 
o aparecimento de determinada afecção ou de um grupo de doenças afins. 
Exemplos das principais ações são: 
- vacinação; 
- exame pré-natal. 
 Terceiro nível - Diagnóstico e tratamento precoce; trata-se da 
identificação do processo patológico antes do aparecimento de sintomas. 
Exemplos das principais ações são: 
- exame periódico de saúde; 
- intervenções médicas ou cirúrgicas precoces. 
 
 Quarto nível- Limitações do dano: Como próprio termo indica, 
significa limitar as lesões e evitar os retardar o aparecimento de 
complicações. Neste momento, já surgiram os sinais e sintomas 
denunciadores da doença. Exemplos das principais ações são: 
- acesso facilitado a serviços de saúde; 
- tratamento médico ou cirúrgico adequados. 
 
 Quinto nível- Reabilitação: Visa prover suporte físico, mental e 
social favorecendo a completa reintegração da pessoa na família, no trabalho 
e na sociedade. Exemplos das principais ações são: 
- terapia ocupacional; 
- treinamento do deficiente. 
 
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 Sinonímia 
 
A prevenção tem o objetivo de evitar o estagio seguinte da doença e o 
fator tempo é determinante, ou seja, quanto mais precocemente as medidas 
forem instituídas, melhores as chances de êxito. 
Assim, é possível estabelecer uma correlação entre o termo prevenção e 
as classificações das medidas preventivas. No sentido de prevenção primária, o 
significado é afastar a doença, no de prevenção secundária, cura; e, em relação 
à prevenção terciária, reabilitação. 
 D. Medidas universais, seletivas e individuais 
1. Medidas universais 
 Recomendadas a todas as pessoas como, por exemplo, dieta 
balanceada. 
 
2. Medidas seletivas 
Aconselhadas a grupos específicos identificados por alguma característica 
marcante (faixa etária, sexo, ocupação, etc.). 
3.Medidas individuais (ou indicadas caso a caso) 
Aplicadas no caso de condições que colocam o individuo em alto risco de 
desenvolvimento futuro para a doença. 
 
IV. Modelos para representar fatores etiológicos 
 
29 
 
29 
 
A. Cadeia de eventos 
A representação é feita em forma sequencial. É expressa nos modelos 
simples nos quais são expressos os eventos mais significativos sendo, por 
conseguinte, concisa e clara. 
 
 Ênfase na figura do agente das doenças 
Normalmente, a representação da cadeia está centrada na figura do 
agente e segue a sequência “fonte de infecção-micróbio-indivíduo suscetível”. 
 
 Tipos de agente 
Diversas são as maneiras de classificar os agentes (biológicos e não-
biológicos, animados e não-animados, etc.), sendo certo que suas características 
estão relacionadas à sua capacidade de produzir alterações no organismo 
humano. 
 
 Utilidade do modelo em cadeia de eventos 
O valor didático deste modelo é evidente, na medida em que ajuda a 
compreender as relações entre os agentes e o homem e confere a noção de que 
a prevenção da doença pode ser realizada pelo rompimento de um dos elos da 
cadeia. 
Por outro lado, o modelo não é o suficiente para representar toda a 
realidade do processo saúde-doença. 
 
B. Modelos ecológicos 
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1. Tríade ecológica : agente, hospedeiro e meio ambiente 
De acordo com esse modelo as características do agente, do hospedeiro e 
do meio ambiente deve ser estudadas no caso de agravos à saúde. 
O modelo sofre crítica no caso de doenças em que não se conhecem os 
agentes específicos e são explicados por um complexo de fatores associados, 
como é o caso da doença coronariana. 
 
2. Dupla ecológica: hospedeiro e meio ambiente 
O processo da doença, neste caso, é estudado com base no hospedeiro e 
no meio ambiente. 
 
 Utilidades dos modelos ecológicos 
A seguinte esquematização se presta a orientar o processo saúde-doença: 
 
a) A analise do processo da doença. 
Os agravos à saúde podem ser investigados em relação a seus fatores 
determinantes, localizados no homem ou no meio ambiente. 
 
b) A localização racional das intervenções. 
As ações também podem estar dirigidas ao homem ou meio ambiente. 
Seguem algumas possíveis intervenções organizadasem função do 
hospedeiro e do meio ambiente a que se dirigem. 
 
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1. Fatores do hospedeiro (o homem) 
 
http://www.suadieta.com.br/Content/Img/QJOQRP.jpg 
a) Herança genética 
Muitas doenças ou predisposições a elas são transmitidas de pais para 
filhos. O patrimônio genético é visto como um potencial pré-determinado, que 
desenvolverá em função das oportunidades. 
 
 Epidemiologia genética 
A epidemiologia genética é um campo de estudo em desenvolvimento que 
se presta a investigar com maior profundidade a interação entre genes e meio 
ambiente, tendo em vista que mesmo diante da possibilidade de resposta do 
organismo a agressões externas, alguns indivíduos postos de maneira 
semelhante desenvolve doenças e outros não. 
 
b) Anatomia e fisiologia do organismo humano. 
O organismo humano apresenta resistência às agressões em decorrência 
de suas características. Aos mecanismos inespecíficos sobrepõem-se outros, de 
imunidade específica, ligada á presença de anticorpos. 
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Além disso, o processo de crescimento, de desenvolvimento, de 
maturação e de envelhecimento das pessoas faz variar a proteção dada pelos 
mecanismos biológicos. 
 
c) Estilo de vida 
Normalmente, pessoas próximas possuem estilos de vidas semelhantes. 
 
 Controle social e autocontrole 
O controle social pode se estender como a uniformização de padrões de 
comportamento. É chamado “controle social”. 
A fiscalização dos comportamentos pode se dar de forma formal ou 
informal, com forme o grau de formalidade dos prêmios sanções. Outra 
classificação é que o controle pode ser interno (autocontrole), ou externo, quando 
manifestado por demais pessoas. 
 
 Prevenção através da mudança do estilo de vida 
Os hábitos de conduta são capazes de influenciar diretamente a saúde de 
cada indivíduo, bem como o surgimento ou não de doenças. É o caso das 
doenças de transmissão sexual, por exemplo. 
Assim sendo, estende-se que as mudanças de hábitos são meios eficazes 
de prevenção destas doenças e os ditos “estilos de vida” representam fatores de 
risco auto-inflingidos que, teoricamente, podem ser alterados. 
 
 
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 Linha de pesquisa 
As linhas de pesquisa se prestam a esclarecer os aspectos ainda 
obscuros de determinadas doenças. 
 
2. Fatores do meio ambiente 
O meio ambiente também desempenha seu papel no processo saúde-
doença e refere-se tanto ao habitat natural quanto ao construído pelo homem 
São classificados em: 
 
a) Ambiente físico 
É evidente a influência do ambiente físico para facilitar ou dificultar a vida 
do homem. Para comprovar tal afirmativa basta analisarmos alguns exemplos, 
como: as grandes secas, inundações e terremotos. 
Da mesma forma que o homem tem logrado êxito em controlar alguns dos 
fatores físicos, tem gerado consequências deletérias sobre o meio ambiente. 
b) Ambiente biológico 
O meio ambiente biológico é representado pelos seres vivos existentes na 
terra e podem ser agentes, vetores e reservatórios de doença. 
Neste ambiente, o homem também exerce controle, e, assim como, no 
ambiente físico apresentar efeitos desejáveis e indesejáveis. 
 
 
 
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c) Ambiente social 
Este é o componente social dos fatores do meio ambiente (relacionados 
às características sociais, econômicas, políticas e culturais). 
Tendo em vista que pessoas e até mesmo comunidades não tem o 
mesmo nível, ou seja, são desiguais em relação em nível de ocupação, 
oportunidades de trabalho, saúde, saneamento ambiental, as medidas curativas 
e preventivas devem levar em consideração tais aspectos. 
 
C. Rede de causas 
Outro modelo utilizado é o modelo da rede, segundo o qual é levado em 
conta a natureza multicausal dos agravos à saúde. 
Se um fato for controlado ou eliminado a tendência é a redução da 
incidência da doença. A contrario senso, com a permanência dos fatores a 
tendência é o surgimento de novos casos. 
Também é possível verificarmos a “competição de risco” que ocorre 
quando o fator é controlado ou eliminado, mais outros permanecem, não sendo 
possível determinar o resultado. 
D. Múltiplas causas- múltiplos efeitos 
Podem ocorrer também situações em que determinadas ou múltiplas 
causam estejam condicionadas a mais um efeito. É o caso, por exemplo, de fumo 
associado a gases de veículos a motor, associado à exposição ocupacional a 
asbestos. 
 
 
 
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E. Abordagem sistêmica da saúde 
Neste modelo, leva-se em consideração os “sistemas", ou seja, o conjunto 
de elementos conectados entre si por alguma forma de relação coerente. 
Cabe, neste caso, analise do sistema, bem como suas relações internas 
ou externas. 
 
1. Causas diretas e indiretas dos problemas de saúde 
Um mesmo sistema de observação pode apresentar causar direta e 
indireta. Normalmente, os investigadores da área da saúde sentem-se mais 
confortáveis em indicar causas diretas, ou seja, aquelas localizadas mais 
próximas aos efeitos. 
 
2. Descrição do modelo sistêmico 
A fim de representar figurativamente são construídos modelos com base 
no fato de as causas poderem estar em diferentes sistemas de organização. 
A figura que serve de ilustração é composta por vários círculos de 
diâmetro progressivamente maiores, sendo que cada circulo constitui um sistema 
em si mesmo. 
De acordo com a visão biomédica ou técnica, quanto mais à busca de 
determinantes estiver no centro do circulo/ sistema, maior a redução da 
explicação do evento a aspectos biológicos. 
Já segundo a visão coletiva, holística ou social, quanto mais distante do 
centro, na mesma figura, estiver à explicação mais ela incorpora aspectos 
sociais. 
 
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SAÚDE DA MULHER 
 
http://www.cmbh.mg.gov.br/sites/default/files/imagecache/LightBox/imagens/destaqu
es/cuidados-com-a-saude-da-mulher-81.jpg 
 
A assistência a saúde da mulher está organizada num programa do Ministério 
da Saúde, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Este 
programa prevê a assistência à mulher de forma integrada, abordando-se as várias 
fases de sua vida, da adolescência à menopausa, incluindo a assistência ao pré-
natal, parto e puerpério (ciclo gravídico-puerperal), planejamento familiar (ciclo 
reprodutivo), assistência clínico-ginecológica (prevenção e controle do câncer 
ginecológico e de mama e prevenção das DST) e climatério. O objetivo do programa 
é melhorar as condições de saúde da mulher e reduzir as taxas de morbidade e 
mortalidade maternas. 
Na assistência clínico-ginecológica há especial preocupação com a 
prevenção do câncer de mama e do câncer cérvico-uterino. A ocorrência destes 
tipos de neoplasias expressa a baixa cobertura dos exames preventivos e pouco 
investimento em atividades de educação em saúde. , 
37 
 
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O câncer do colo do útero é uma doença possível de ser prevenida e curada. 
Entretanto, em nosso país representa a segunda causa de óbitos por neoplasia em 
mulheres, pois 70% dos casos diagnosticados já estão em fases avançadas. 
Ressalte-se, ainda, ser uma doença que incide mais em mulheres de baixo nível 
socioeconômico. 
Para reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de colo do útero, o 
Ministério da Saúde desenvolveu o Programa Nacional de Controle de Câncer de 
Colo Uterino – o qual utiliza as estratégias de ações educativas e aumento da 
qualidade dos serviços prestados pelo sistema de saúde. Seu público-alvo são as 
mulheres entre 35 e 49 anos de idade, consideradas como a população de maior 
risco. 
 
http://observatoriofeminino.blog.br/wp-content/uploads/2013/03/mulher1.jpgAs etapas do Programa de Prevenção de Câncer do Colo do Útero (PCCU) 
são: 
– recrutamento, consiste em um conjunto de ações educativas que visam aumentar 
o conhecimento da população-alvo sobre o câncer de colo do útero; 
– descrição detalhada das atribuições de cada profissional no controle e tratamento, 
bem como treinamento e reciclagem constantes dos profissionais; 
– coleta de material para o exame de Papanicolaou (preventivo ou colpocitológico): 
consiste no preparo e orientação prévia da mulher, coleta do esfregaço, 
processamento e leitura do esfregaço no laboratório; 
– avaliação do resultado, tratamento e acompanhamento do tratamento do câncer 
de colo do útero, quando se fizer necessário. 
38 
 
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Este programa, como os demais, é operacionalizado pelas unidades básicas 
de saúde. O câncer de mama é um grave problema de saúde pública, responsável 
por significativo número de óbitos entre mulheres adultas. É, provavelmente, o 
câncer mais temido pelas mulheres, tanto por sua alta frequência como, sobretudo, 
pelo impacto psicológico que provoca, visto envolver negativamente as percepções 
da sexualidade e autoestima. 
A principal e mais efetiva arma que contra ele dispomos é o seu diagnóstico 
precoce mediante realização do autoexame das mamas - procedimento que permite 
à mulher participar do controle de sua saúde, uma vez que possibilita a identificação 
precoce de quaisquer alterações das mamas. As questões referentes à saúde 
reprodutiva da mulher convergem para a abordagem sobre o exercício responsável 
do seu direito reprodutivo, como forma de vivenciar sua sexualidade e ter liberdade 
sobre a escolha de tornar-se mãe ou não. 
O Programa de Planejamento Familiar, do Ministério da Saúde, responsável 
pelo desenvolvimento das ações referentes ao ciclo reprodutivo, orienta-se 
especificamente por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso 
igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da 
fecundidade, inclusive a esterilização voluntária - permitida tanto para homens como 
para mulheres com mais de 25 anos, ou pelo menos com dois filhos, ou quando há 
risco de vida à saúde da mulher ou do concepto. 
As ações básicas previstas neste Programa preconizam, ainda, que sejam 
repassadas informações sobre a anatomia e fisiologia do corpo feminino, métodos 
anticoncepcionais, seu funcionamento, vantagens e desvantagens – tudo isto 
realizado através de metodologia de práticas educativas e acesso a todos os 
métodos, para que a mulher possa fazer a opção que a ela melhor se adeque. 
A assistência à mulher durante as fases do ciclo gravídico-puerperal 
compreende todas as ações previstas no Programa de Assistência Pré- Natal – o 
qual deve ser estruturado com ações clínicas e educativas que visem garantir a 
saúde da mulher e de seu filho. Para operacionalizar essa assistência, há uma 
divisão pautada nas fases do ciclo: pré-natal (gestação), parto e puerpério (período 
até 6 semanas após a gestação). 
O objetivo destas atividades relaciona-se à redução das complicações 
durante a gestação, que podem resultar em óbito materno e/ou fetal. No Brasil, os 
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coeficientes de morte materna são considerados incompatíveis com o nível de 
desenvolvimento do país. Anualmente, cerca de 3.000 mulheres morrem em alguma 
fase do ciclo gravídicopuerperal, o que reflete desvalorização e desrespeito à vida, e 
baixa qualidade dos serviços de saúde. 
 
http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/media_crop/24/public/2
2_-_mulher_maior.jpg 
 
No puerpério, a mulher deve receber atendimento clínico e esclarecimentos 
sobre o retorno à vida sexual, planejamento familiar, incentivo ao aleitamento 
materno, práticas de puericultura e direitos previstos em lei para as mães que 
trabalham ou contribuem com a Previdência Social. 
Embora recente, a utilização de estratégias voltadas para a assistência no 
puerpério devem ser rotineiramente implementadas, pois neste período há uma 
concentração de morbimortalidade para a mãe, expressa em distúrbios psíquicos, 
infecção vaginal, mastite e doenças circulatórias obstrutivas, entre outros sintomas. 
A assistência à saúde da mulher no climatério, visando promover uma vida digna 
nesta faixa etária, passou a ser uma necessidade devido ao aumento da expectativa 
de vida da população brasileira como um todo - para 75 anos de idade, em média. 
Esta fase do ciclo vital feminino indica que a mulher passou da fase 
reprodutiva, o que não significa o fim de sua sexualidade. É um período de 
transformações e ocorre entre os 40 e 65 anos. O climatério inicia-se gradualmente 
e está associado a uma série de alterações em decorrência da perda de atividade 
dos ovários, causando mudanças metabólicas (modificações das lipoproteínas), 
hormonais (queda progressiva dos níveis de estrogênio), genitais (ressecamento da 
mucosa vaginal) e psicológicas (depressão), por exemplo. 
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Normalmente, não se faz necessário qualquer tratamento para a menopausa, 
mas sim acompanhamento às situações que possam oferecer algum risco à mulher 
ou impliquem perda de sua autonomia e/ou comprometimento de sua integridade 
física (como a predisposição à osteoporose) e emocional (baixa autoestima, receio 
de “não ser mais mulher como era antes”). 
Como o climatério é um período de transição, é importante ressaltar a 
atenção que deve ser dada às questões reprodutivas pelo menos até um ano após a 
menopausa - pois uma gestação nessa fase se caracterizaria em risco de vida tanto 
para a gestante como para o concepto. 
Nesta faixa etária deve-se atentar para o aumento da ocorrência de DST/Aids. 
Por não mais se preocupar com a hipótese de uma possível gravidez, a mulher 
sente-se mais livre para os relacionamentos sexuais, ficando exposta a adquirir uma 
DST/Aids caso não adote comportamento seguro. Outro aspecto é o fato de a 
mulher viver um relacionamento duradouro e estável, o que a faz acreditar que não 
corre o risco de adoecer. Orientá-la nesta fase é sempre um desafio, pois suas 
opiniões já estão formadas, sendo mais difícil mudá-las. 
A assistência à mulher vítima de violência sexual tornou-se uma necessidade 
devido ao aumento, tanto nos espaços urbanos como nos rurais, da violência contra 
homens, mulheres e crianças. A segurança, assim como a saúde, é dever do 
Estado, mas há muitas barreiras para enfrentar tal problema, cujas causas residem 
principalmente nas condições de desigualdade social e falta dos recursos 
necessários para reduzir as desigualdades, e de investimentos na segurança 
propriamente dita. Dentre todas as formas, a violência contra a mulher, tanto física 
quanto sexual, vem se destacando. Muitas vezes, ocorre dentro de sua própria casa, 
realizada por alguém conhecido (pai, marido, irmão, namorado, etc.). 
Ao ser procurado por uma mulher que sofreu violência, o profissional de 
saúde deve estar capacitado nos programas especiais de atenção, para garantir que 
o abuso por ela sofrido gere o mínimo de medo, culpa e baixa autoestima, seja nos 
aspectos físicos seja nos psicológicos. Além disso, o serviço de acompanhamento 
ginecológico e obstétrico das unidades de saúde deve estar estruturado para realizar 
as condutas e os encaminhamentos necessários. 
Durante o atendimento, é importante que os profissionais de saúde envolvidos 
sejam sensíveis às dificuldades que a mulher apresenta para relatar o acontecido, 
41 
 
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havendo inclusive recusa em ser assistida por profissionais do sexo masculino. 
Cabe neste momento reforçamos a necessidade de que seja prestado um 
atendimento humanizado, valorizando as questões subjetivas expressaspela mulher 
(sentimentos, medo, dúvidas, incertezas), procurando proporcionar-lhe algum 
conforto para que possa sentir-se menos constrangida diante de toda a situação em 
que está envolvida. 
 
http://www.unimed.coop.br/portal/conteudo/materias/1271707328004saude%2
0da%20mulher.JPG 
 
A assistência a essa mulher compreende: 
– Atendimento psicológico - a presença de um psicólogo acompanhando o 
atendimento prestado à vítima imediatamente após a agressão, ou durante algum 
período após, além de necessária é muito importante para garantir os resgates da 
identidade e dignidade da mulher, auxiliando-a na superação do sofrimento gerado; 
– Prevenção das DST mais comuns - procurando garantir que a mulher não adquira 
algumas destas doenças, geralmente prescreve- se antibióticos de amplo espectro; 
– Prevenção da hepatite B - deve ser oferecida vacinação contra a hepatite B, além 
da gamaglobulina hiperimune contra a hepatite B (HBIg); 
– Prevenção da infecção pelo HIV - o médico deve prescrever os medicamentos 
antirretrovirais, desde que tomados num período curto (de 24 a 36 horas) após a 
exposição; 
– Contracepção de emergência - recurso utilizado para evitar a ocorrência de uma 
gestação totalmente indesejada, decorrente de um ato de violência sexual. São 
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prescritos hormônios num prazo de até 72 horas após o ocorrido, para impedir a 
implantação, no endométrio, de um possível óvulo fecundado; 
– Alívio da dor e tratamento das lesões - são indicados cremes ou pomadas para 
auxiliar na cicatrização das lesões, e cuidados para que a cliente se sinta menos 
desconfortável após a agressão. Às vezes, faz-se preciso realizar sutura do períneo 
ou vulva, em decorrência da violência do ato sexual;. 
– Apoio laboratorial - é necessário que a vítima de violência sexual seja 
acompanhada para avaliação tanto das repercussões do ato sexual em seu corpo 
como da eficácia do tratamento instituído. Periodicamente, devem ser realizadas 
pesquisas do vírus da hepatite B e do HIV, e sorologia para sífilis; 
– Exame de corpo delito – realizado por profissionais de saúde e por peritos policias, 
com coleta de sêmen e de outros materiais biológicos ou não, como cabelo, tecido 
de roupa e outros vestígios que possam viabilizar a identificação do agressor, 
quando este for desconhecido, constituindo-se em provas do crime. 
Apesar de todas as condutas implementadas, se a mulher vier a desenvolver 
alguma doença decorrente do ato sexual deve ter a garantia de que receberá 
tratamento. Questão fundamental é a gravidez indesejada decorrente de violência 
sexual. Este é um dos poucos casos em que a lei permite a interrupção da gravidez, 
mas é aconselhável que a mulher faça este procedimento com, no máximo, até 20 
semanas de gestação; após este prazo pode vir a ter sérias complicações. Caso 
decida prosseguir com a gestação, a mulher deve ser encaminhada à assistência 
pré-natal. Se não quiser assumir a maternidade da criança, deve ser orientada 
quanto aos mecanismos disponíveis para o processo de adoção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
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