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INTRODUÇÃO A ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA Prof. Msc. Brena Peleja Vinholte INTRODUÇÃO A ANESTESIOLOGIAVETERINÁRIA INTRODUÇÃO A ANESTESIOLOGIAVETERINÁRIA O QUE É ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA??? Estudos dos fármacos e técnicas anestésicas - Ciência; COMO SURGIU?? Ervas medicinais, magias, orações; EVOLUÇÃO Século XIII – Raimundno Lulio ou Doctor Illuminatus – vitríolo doce; Século XV – Paracelsus – fluído anestésico - “ácido sulfúrico suave”; INTRODUÇÃO A ANESTESIOLOGIAVETERINÁRIA EVOLUÇÃO 1730 – Frobenius – Éter sulfúrico; 1844 – Horace Wells – Óxido Nitroso; 1846 – William Thomas Green Morton – Notoriedade ao éter; 1847 – Edward Mayhew – éter em animais; 1852 – George Dadd – éter e clorofórmio em animais; 1860 – Albert Niemann – Cocaína – anestesia local; Século XX – domínio das técnicas intravenosa e inalatória; Século XI – atenção a qualidade da analgesia – Bem-estar; TERMINOLOGIA ANESTESIOLOGIA Estudos dos fármacos e técnicas anestésicas; Em Medicina Veterinária foi criada em 1846 (Inglaterra); ANESTESIA Estado reversível; Ausência de resposta do SNC ao estímulo doloroso; Geral ou local; Ideal: mínimos efeitos adversos; TERMINOLOGIA ANALGESIA Ausência de transmissão, modulação, percepção e resposta ao estímulo doloroso; Local de efeito: medula espinhal, encéfalo (hipotálamo, tálamo, córtex); ANESTÉSICO Define fármacos, técnicas e equipamentos utilizados em anestesiologia; TERMINOLOGIA HIPOALGESIA Diminuição da sensibilidade aos estímulos lesivos; HIPERALGESIA Sensibilidade aumentada aos estímulos lesivos; TRANQUILIZAÇÃO (NEUROLEPSIS) “Calmo”, “tranquilizado”; Permanência da consciência; Não envolve analgesia; TERMINOLOGIA SEDAÇÃO Maior depressão do SNC; Alguma analgesia (dependendo do fármaco); Associação fármacos (opiódes + tranquilizantes); NEUROLEPTOANALGESIA Sedação + analgesia profunda; Requer associações de fármacos; Opióides + sedativos ou tranquilizantes; TERMINOLOGIA HIPNOSE Sono artificial, com moderada depressão do SNC; Paciente é facilmente despertado; NARCOSE Sedação profunda, “coma”, intoxicação; Não é facilmente acordado; TERMINOLOGIA ANESTESIA GERAL Perda total da consciência (narcose); Ausência de respostas a estímulos dolorosos (analgesia); Injetável ou volátil; Narcose + analgesia + relaxamento muscular (Anestesia cirúrgica); TERMINOLOGIA ANESTESIA LOCOREGIONAL Anestesia em uma parte localizada (infiltração local/epidural); Interrupção da condução nervosa pelo(s) nervo(s) sensitivo(s) da região; Geralmente associada a outras formas de depressão do SNC; ANESTESIA DISSOCIATIVA Anestesia capaz de dissociar o córtex cerebral de modo seletivo, promovendo analgesia, imobilização e catatonia porém, sem perda dos reflexos protetores; TERMINOLOGIA ANESTESIA INTRAVENOSA Anestesia geral promovida exclusivamente por agentes administrados por via intravenosa; ANESTESIA INALATÓRIA Anestesia geral promovida pela administração de agentes voláteis; INDICAÇÕES Contenção e manipulação; Exames auxiliares (radiografia); Cirurgias; Controle da convulsão; Eutanásia; PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-ANESTÉSICOS PERÍODO PRÉ-ANESTÉSICO Intervalo de tempo entre a indicação anestésica e o momento de inicia-la; Avaliação pré-anestésica do paciente Classificada quanto a duração: 1. Período destituído de urgência: pacientes com bom estado de higidez. PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-ANESTÉSICOS 2. Período de extrema urgência: dispensa praticamente qualquer cuidado pré- anestésico. Conduta rápida, segura e eficiente; Choque, cesariana, hemorragia abundante, convulsão; 3. Período de relativa urgência: pacientes de alto risco e é onde existe condições de melhores exames. Hidratação; Controle das grandes funções e demais cuidados que se fizerem necessários antes da anestesia; PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-ANESTÉSICOS PERÍODOTRANSANESTÉSICO Intervalo de tempo que vai desde o início da anestesia propriamente dita até o início da recuperação. Fase que requer maior atenção e expectativa por parte do anestesista, com principais cuidados no: 1. Paciente – zelar e vigiar os reflexos pertinentes ao plano anestésico desejado e, observar o posicionamento adequado do paciente, e evitar posturas prejudiciais a este. 2. Aparelho –Vigiar o funcionamento adequado do aparelho de anestesia PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-ANESTÉSICOS PERÍODO PÓS-ANESTÉSICO É o intervalo de tempo que vai desde o início da recuperação até o reestabelecimento total da consciência e dos parâmetros fisiológicos. 1. Imediato: tempo variável, no qual se mantém cuidado para o animal não se machucar em canis, baias, solos e objetos. Vigilância constante até o reestabelecimento completo – animal em estação. Nesse período ficar sem alimento, sem água e em ambientes calmos. 2. Mediato ou tardio: mais tardio e sequencial ao imediato. Ligado a deficiências orgânicas do paciente que causam dificuldade na metabolização do anestésico ou a trauma cirúrgico intenso.Acompanhar periodicamente. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE IMPORTÂNCIA E OBJETIVO Informar o cliente verbalmente sobre os riscos envolvidos; Termo de responsabilidade por escrito (cliente); Avaliação física; História clínica; Exames laboratoriais; Classificação de risco; AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Espécie Raça Sexo Idade Peso AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Doberman Pinscher – problemas de coagulação – anticoagulante prévio Schnauzer miniatura (principalmente fêmea) – podem apresentar arritmias cardíacas – ausculta atenciosa e ECG prévio; Galgos – não devem ser anestesiados com tio barbitúricos – mais suscetíveis a complicações anestésicas com estes fármacos (recuperação prolongada e excitação durante a recuperação); AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Braquiocefálicos – são mais suscetíveis aos efeitos dos derivados fenotiazínicos – doses mínimas – ideal é não utilizar!!! As raças braquiocefálicas como o Buldog e o Pug, com frequência apresentam obstruções anatômicas das vias aéreas superiores; Cuidado com uso de MPA depressores da função respiratórias (opióides) – atenção!!! AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE ANAMENSE DETALHADA Utilizar perguntas que exijam respostas completas Sinais e sintomas nos últimos dias Patologias anteriores Patologias concomitantes Anestesias anteriores Foi anestesiado alguma vez? Como voltou da anestesia? Alergia a medicamentos? Toma algum medicamento? AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Abordar sistemas Cardiopulmonar Faz exercícios os caminhadas? Cansaço fácil? Tosse com frequência? Tem secreção? Neurológico Desmaia ou convulsiona? Biotransformação (hepático/renal) Água? Apetite? Vômitos? Urina e fezes? AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Exame físico Temperamento Condição geral do paciente – peso, estado nutricional Animais muito obesos em geral tem algum grau de insuficiência cardíaca e podem apresentar dificuldades respiratórias, principalmente quando posicionadas em decúbito dorsal. Animais com peso corporal e percentual de gordura abaixo do normal têm menor volume para distribuição do anestésico. Cuidado com a dose!!!AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Cardiovascular Auscutação cardíaca Pulso arterial Tempo de preenchimento capilar Pulmonar Auscutação pulmonar Presença de estertores e secreção AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Valores de referência – FC Valores de referência - FR Espécie/adulto Batimentos cardíacos/min Cães 70-120 Gatos 120-240 Equinos 28-40 Bovinos 60-80 Caprinos 95-120 Ovinos 90-115 Espécie/adulto Movimentos respiratórios/min Cães 18-36 Gatos 20-40 Equinos 8-16 Bovinos 10-30 Caprinos 20-30 Ovinos 20-30 AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Valores de referencia TC Espécie/adulto Temperatura retal (°C) Cães 37,5 – 39,2 Gatos 37,8 – 39,2 Equinos 37,5 – 39,2 Bovinos 37,8 – 39,2 Caprinos 38,6 – 40 Ovinos 38,5 - 40 AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Digestório Palpação abdominal Diarreias ou vômitos Metabólico e endócrino Diabetes, hipo ou hipertireoidismo Tegumentar AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Denominação Coloração Significado Pálida Esbranquiçada anemia Congesta ou hiperêmica Avermelhada da permeabilidade vascular Cianótica azulada Transtorno na hematose Icteríca amarelada hiperbilirrubinemia AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Exames complementares Exames pré-operatórios: de acordo com a idade, procedimento, espécies e co- morbidades. Recentes: máximo 7 dias. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE QUAIS EXAMES SOLICITAR? ASA Até 6 meses 6 meses a 6 anos Maior de 6 anos I e II Hematócrito / PT / Glicose Hematócrito / PT / Ur / Cr Hematócrito / PT / Ur / Cr / ECG / Urinálise III Hemograma / PT/ Glicose / Ur / Cr / Urinálise Hemograma / PT/ Glicose / Ur / Cr / ALT / FA/ AST / GGT / Urinálise Hemograma / PT/ Glicose / Ur / Cr / ALT / FA/ AST / GGT / Urinálise / Na / K / Ca IV e V Hemograma / PT/ Glicose / Ur / Cr / ALT / FA/ AST / GGT / Urinálise / Na / K / Ca Hemograma / PT/ Glicose / Ur / Cr / ALT / FA/ AST / GGT / Urinálise / Na / K / Ca, Hemogasometria e Lactato Hemograma / PT/ Glicose / Ur / Cr / ALT / FA/ AST / GGT / Urinálise / Na / K / Ca, Hemogasometria e Lactato AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE ASA (AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS) ASA TIPO DE PACIENTE CARACTERIZAÇÃO I Aparentemente hígido Procedimentos eletivos como ovariossalpingoisterectomias, orquiectomias, conchotomias II Paciente com doença sistêmica leve Neonatos e geriátricos (<8 semanas ou >10 anos), gestantes, obesos, cardiopatas compensados, infecções localizadas III Paciente com doença sistêmica moderada Desidratação moderada e hipovolemia, anorexia, caquexia, anemia, fraturas complicadas, hérnia diafragmática, pneumotórax IV Paciente com doença sistêmica grave Choque, uremia, toxemia, desidratação severa, hipovolemia e anemia severa, síndrome dilatação-torço gástrica, doenças cardíacas e renais descompensadas V Moribundos sem expectativa de vida, com ou sem cirurgia nas 24 horas Falência de múltiplos órgãos, choque, traumas cranianos E Emergência (deverá ser acrescentada no estado físico do paciente) I ao V AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE Estabilização do paciente Jejum (variável em função da espécie, peso, ASA) Pequenos animais Sólido 12 horas e absoluto – 2 horas Equinos Absoluto 12 horas Bovinos ½ sólido 48 horas e absoluto 24 horas Pequenos roedores e aves Absoluto máximo 3 horas Coelhos e similares Absoluto 6 horas PLANEJAMENTO DA ANESTESIA Avaliar o procedimento cirúrgico Duração Grau de dor Porte Estado geral do paciente Fármacos e equipamentos disponíveis AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE ANESTESIAR OU ESTABILIZAR O PACIENTE?? Tomada de decisão AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE CADA PACIENTE É ÚNICO!!! Anestesia não é receita de bolo Deve ser individualizada para cada paciente/situação Pacientes especiais: Geriátricos, cardiopatas, Oncológicos, renais, filhotes e neonatos Animais >8 semanas capacidade de metabolização de fármacos; Animais idosos e muito jovens – dificuldade de manter a temperatura corporal e compensar eventuais alterações de pressão e frequência cardíaca e respiratória AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE FICHA DE ANAMNESE ANESTESIOLÓGICA Todos os dados encontrados durante avaliação física, tanto aqueles fornecido pelo proprietário, quanto os conseguidos pela avaliação física devem ser devem ser repassados para o prontuário do animal, que deverá permanecer arquivado na clínica para reavaliações futuras e para manter o histórico do animal. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE TÉRMINO DA AVALIAÇÃO RISCO ANESTÉSICO AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA DO PACIENTE PRÓXIMO PASSO? ANESTESIAR!!!!! EXERCÍCIO Argus, canino, raça Pit Bull, 1,5 anos, será submetido à castração, pois apresenta temperamento agressivo. No hemograma apresenta leucopenia, trombocitopenia discreta, + hemoparasitose, demais exames normais. Resposta: ASA 2 EXERCÍCIO Pipoca, felina, 3 anos, foi atropelada há 3 dias. Apresenta hemograma com discreta leucocitose, ALT e GGT discretamente elevados. Demais exames normais. Histórico de hipotireoidismo. Será submetida a cirurgia de osteossíntese. Resposta: ASA 3 EXERCÍCIO Belinha, 5 anos, mestiça de York com chiuaua, 2kg, serásubmetida à OSH de conveniência. Paciente apresenta todos exames normais. Resposta: ASA 1
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