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1 Anotações de “Blogging http://englishnowhere.blogspot.com : ensinando inglês (sem distância) para surdos” SOUSA, Camila de Souza e. Blogging http://englishnowhere.blogspot.com : ensinando inglês (sem distância) para surdos. (Dissertação). Uberlândia, 2009. Eloá T. C. R. Moraes INTRODUÇÃO • Ensino-aprendizagem da língua inglesa por meio de blog habilidades de leitura e escrita dos alunos surdos • Blog: “endereço de consulta e de participação continuada”. Segundo a autora, no blog há a possibilidade da junção de possibilidades de interação que a internet proporciona. Segundo Moran (2004), essa troca de informações online possibilita conexões linguísticas, geográficas e interpessoais. • O estudo de uma LE é também o estudo da cultura a que a língua pertence (Silva e Tavares, 2006), sendo assim possível estabelecer conexões entre a própria cultura e a cultura alvo. • Ensino-aprendizagem de línguas mediado pelo computador: Paiva (2001) afirma que a internet propicia ambientes de interação e troca. • Internet diminuição de barreiras espaciais e temporais. Tavares (2005) questiona se o uso do espaço digital realmente proporciona um lugar de mudança e inovação ou se apenas reproduz a sala de aula tradicional. Tavares e Silva (2006) afirmam, ainda, que o meio digital possibilita ao aluno a escolha do meio que mais atende suas necessidades. As autoras apontam ainda a importância da autonomia para saber explorar as possibilidades existentes. • Hipertexto conjunto de informações textuais combinadas com outros tipos de informações (img, som), organizadas de maneira a permitir uma leitura não linear (links). • Hipermodalidade “relação dentro de uma estrutura hipertextual de unidades de informação de natureza diversa” • Damázio (2007) aponta que o estudo referente à educação escolar do aluno surdo mostra não só os limites e possibilidades deste aluno, mas também as dificuldades e preconceitos por eles enfrentados desafio • Processo de inclusão: necessita do apoio dos professores/profissionais que saibam a Libras para auxílio nas escolas • Telepresença (Minsky, 1979): supressão da distância e fronteira física por meio de mediações tecnológicas. • Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e o decreto de nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. 2 • Importância da língua inglesa e a viabilização de ferramentas que trabalhem as habilidades de leitura e escrita objetivo de verificar a eficácia de tais ferramentas • Participantes da pesquisa alunos do CAS prova do vestibular • Utilização dos comentários no blog, questionários e avaliação dos trabalhos realizados • Paiva (2003) nos documentos oficiais do PCN há a minimização da importância das habilidades oral e auditiva em línguas estrangeiras, visto que uma pequena parcela da população chegará a fazer uso destas. Soares (1999) oralismo, tornando o professor do surdo em um terapeuta da fala. Justificativa para o enfoque nas habilidades de leitura e escrita: tempo e quantidade de alunos na sala de aula. • “ensinando inglês (sem distância)” abordagem inclusiva e autônoma • english now here ou english nowhere • não há correção diferenciada das provas dos alunos surdos no vestibular Libras como L1 • objetivo da pesquisa: investigar as possíveis contribuições do ambiente virtual (blog) como ambiente de ensino-aprendizagem de língua inglesa para alunos surdos. CAPÍTULO 1 • pela lei, pessoa surda é aquela com perda auditiva e que interage por meio de experiências visuais, manifestada pelo uso da Libras • exclusão escolar e educação especial: a exclusão da pessoa com deficiência é vista em todos os setores da sociedade, principalmente nas escolas. Terminologia e tratamento: portadora de deficiência, pessoa especial/com necessidades especiais • Libras como L1 do surdo brasileiro • Capovilla (2001): “língua define um povo. Linguagem, um indivíduo.” • Língua oficial pela UNESCO: é consagrada por lei, ou apenas a língua utilizada por costume. Língua(s) falada(s) no território. • Oralismo leitura labial. • “Para o sujeito surdo existem duas formas de se comunicar: a considerada língua materna aprendida desde o nascimento como sendo a L1 desses falantes, a Libras e a outra língua a L2 que no caso dos surdos brasileiros se aplica o português” (p.26) • Goldfeld (2001): o surdo deve ser bilingue: deve adquirir como língua materna a língua de sinais, considerada a língua natural dos surdos • “A não oferta da linguagem de sinais ao sujeito surdo pode ter graves consequências para o seu processo de aprendizagem e integração ao meio” (p. 26) • Importante: Datilologia (configuração das mãos que reproduz o alfabeto) e Expressão facial (auxilia na compreensão do sentido) 3 • Documento de acessibilidade e direitos humanos dos surdos feito pela comunidade surda do Rio Grande do Sul educação, formação do professor (ouvinte e surdo) repercussão positiva com importantes conquistas o Reivindicações e ideias de acessibilidade da pessoa surda nos diversos seguimentos da sociedade o Ainda não é realidade em todas as escolas brasileiras • O que é tecnologia? o Belloni (2006): “tecnologia é um conjunto de discursos, práticas, valores e efeitos sociais ligados a uma técnica particular num campo particular”. A tecnologia não faz sentido sem saber como utilizá-la o Ministério da Ciência e Tecnologia do governo: meios para a produção de conhecimento de uso próprio, educacional ou profissional, fazendo parte do cotidiano o Novas tecnologias relativização o Corrêa (2001) os recursos tecnológicos são mutáveis e quem determina seu uso é o sujeito • “Novas” tecnologias: com relação a quê? A quem? Complexidade em determinar o “nova” o O importante não é se a tecnologia é nova ou velha, mas sim o uso que o professor faz dela • Miranda (2007): tecnologia educativa e o acreditar que tecnologias em sala de aula vão mudar o modo de ensino não basta introduzir uma tecnologia em sala de aula, tem que haver uma reflexão sobre o que torna a aprendizagem efetiva • Blog, wiki, website • Web 2.0: internet como plataforma • “Partimos do pressuposto de que não há uma boa ou má atividade, senão uma boa ou má aplicação dada a essa atividade pelo professor, portanto esse tem que ser consciente do seu público-alvo e do enfoque a ser dado ao material que será utilizado. O que permite dizer se um material é bom ou não para uso escolar é o enfoque que o professor dá a ele. Portanto, abordamos o uso do material de uma forma que favoreça e facilite as atividades de ensino do professor e de aprendizagem por parte de nossos alunos” (p.36). • Textos autênticos: permite uma aproximação com os textos que são encontrados fora da sala de aula, permitindo ao aprendiz inferir generalizações por ser uma forma não-pedagógica de uso da linguagem • A internet possibilita trocar interativas e autênticas, sendo assim, o professor assume o papel de facilitador, não mais como detentor de conhecimento e os alunos passam a assumir uma posição de aprendizagem colaborativa • “Aprende-se uma língua estrangeira utilizando-a efetivamente para comunicar com interlocutores reais” (p.38) e com a internet pode-se criar um ambiente que propicie o uso real da língua o autonomia 4 • Inclusão/exclusão: é necessária a compreensão da diferença excluídos por algumas condições e incluídos por outras. “Ser diferente é ser aquele que destoa do padrão normal de comportamento de uma determinada sociedade ou aquele que é comparado com o todo, com a massa?” (p. 40). A inclusão é um direito de exigir o que é justo • Aprendizagem da língua materna escrita se coloca na mesma posiçãoda aprendizagem de uma língua estrangeira escrita diferente da fala. Até a aprendizagem da escrita, as crianças muitas vezes transpõem a fala na escrita, sujeitas à penalizações • Abordagem comunicativa (Widdowson, 1990): aquisição da linguagem de maneira funcional, evitando regras e tarefas que não condizem com o uso natural da língua. A abordagem comunicativa, segundo Fonseca (2007) pressupõe o uso de materiais autênticos. A utilização do blog como plataforma de aprendizagem proporciona atividades relevantes de real interesse do aluno, capacitando-o a fazer uso da língua-alvo. A abordagem comunicativa está ligada ao conhecimento implícito já adquirido. Richter (2000) afirma que boa parte do que o aluno aprende não é explicitamente ensinado a ele. • A leitura vai além da decodificação das palavras, e para isso precisamos fazer uso de nosso conhecimento de mundo, entendendo o contexto em que determinado texto foi produzido. Para os alunos surdos, a autora se propôs a fazer uso de recursos midiáticos para que eles pudessem interagir melhor com o texto. leitura não linear (hipertexto) • Os meios digitais modificaram o que era entendido por texto • Lévy (1996): o hipertexto possibilita o leitor ser autor por não ter a necessidade de seguir uma ordem pré-estabelecida. “O hipertexto subverte a relação entre autor e leitor” (p.43) • As redes digitais desterritorializaram o textos, sendo assim, não há mais “um” texto, mas sim textos em movimento, e assim a possibilidade de acrescentar vozes ao texto o Kleiman (2004): modelos de leitura interativa • Ciberespaço: novas formas de ler, escrever, pensar e aprender • NETIQUETA: regras de convivência na internet • Valente (2001): o computador é um recurso flexível, permitindo -se moldar de acordo com as necessidades do indivíduo, permitindo uma educação especial e não a reprodução dos métodos tradicionais • Os meios digitais vem sendo aprimorados com o tempo: maior qualidade de som e imagem, por exemplo. Esses recursos foram instaurados de forma gradativa na educação e ainda assustam alguns professores. Com o advento de tais tecnologias, o aluno não é mais um ser passivo • O vídeo: ferramentas síncronas (Skype) ou assíncronas (YT). Utilidade no ensino-aprendizagem, principalmente do aluno surdo: apoio visual unindo movimento e imagem CAPÍTULO 2 (metodologia de pesquisa) 5 • Abordagem qualitativa com enfoque interpretativo (Tanaka e Melo, 2001) • Análise das atividades realizadas e coleta de material pelo blog • Auxílio do intérprete Libras-Português em sala de aula • “o mundo do aluno surdo é visual” (p. 54), portanto o uso do blog como ambiente de aprendizagem possibilita o trabalho com vídeos, imagens e movimentos • Notas de campo • Cenário de pesquisa: treze exercícios de leitura e escrita on-line no total o Aulas no laboratório do ILEEL o Primeiro semestre de 2007: coleta de dados para análise • Plataforma blogger acesso ao público • Descrição visual do blog • Websites de apoio (Interesting Websites): material de apoio e dicionários • Perfil dos participantes da pesquisa: oito participantes (17-30 anos) surdos; intérprete. • Perfil da pesquisadora: graduada em Letras-Inglês (UFU), mestranda na Faculdade de Educação • Coleta de dados: produções do alunos pelo blog e questionários respondidos por escrito • Interesse dos alunos em participar de um curso on-line de língua inglesa CAPÍTULO 3 (análise dos dados) • Aula zero: explicação do curso • Aula 1: body language o Importância da linguagem corporal o Anotação dos alunos do vocabulário relacionado: facial expression, gesture, body language, sign language (links no blog ao lado de imagens) • Aula 2: A or AN o Abordagem instrumental e exercícios on-line • Aula 3: books o Site com histórias interativas para os alunos escolherem uma história para contar. O site possuía som, mas era acompanhado de legenda. Os alunos não gostaram muito do dicionário inglês/inglês proposto pela professora, recorrendo à intérprete • Aula 4:the no-tail cat story o Contrastar a história com a realidade, respondendo algumas perguntas propostas pela professora • Aula 5: The little red riding hood story 6 o História da Chapeuzinho Vermelho em Libras, e em seguida a leitura da história em inglês. A atividade era escolher o vocabulário correto sem ter que recorrer ao texto • Aula 6: Hello and goodbye o Assistir vídeo de alunos se apresentando e fazer comentários. Comentários de professores de diversos países. Utilização de conhecimento prévio da língua para interação. • Aula 7: American Sign Language o Comparação dos alfabetos. Reforço de vocabulário já visto. • Aula 8: Days, dates and months o Vídeo com legenda explicando os meses; site com os dias da semana. Atividade de colocar em ordem e completar as letras que faltam • Aula 9: numbers o Vídeo sobre números seguido de atividades. Os alunos escreviam no caderno os números. • Aula 10: write your own story o Site que cria personagens e suas histórias. As histórias foram enviadas para a professora por email para postagem no blog • Aula 11: fake newspapaer clipping o Criação de uma notícia de jornal com base em um modelo • Aula 12: producing a vídeo o Gravação de um pequeno vídeo dos alunos se apresentando • Aula 13: let’s go to the zoo o Utilização de um site: aprendizagem dos nomes e exercícios. Leitura de textos sobre animais • Atividades de leitura e escrita: língua inglesa para fins específicos o Material de consulta estruturado, porém possibilita possibilidades diversas de consulta • “É extremamente importante a aquisição da língua de sinais desde a mais tenra idade para que uma pessoa surda consiga um bom rendimento escolar, principalmente na escrita, uma vez que a língua de sinais funciona como suporte” (p.90) • Cabe à escola conhecer a diferença linguística dos alunos e proporcionar meios caminhos para a aprendizagem. A Libras para o aluno surdo possibilita um aparato linguístico de base par a aprendizagem de outras línguas, principalmente a modalidade escrita de línguas orais • Recorrência à tradução por parte dos alunos: tanto em português quanto em Libras • Vygostky (1997) a mediação é atividade típica da cognição humana • A maioria dos alunos do curso nasceram na época de utilização de tecnologias digitais resultados positivos • “Acreditamos que a aprendizagem dos alunos tenha resultado de uma combinação de fatores: o suporte e o incentivo por meio da tecnologia, a presença da intérprete e o incentivo constante da professora em 7 relação ao aprendizado de uma “nova” língua, permitiram o entrosamento dos aprendizes com o meio garantiram a aprendizagem dos alunos” (p. 95) • Viabilidade do ensino de leitura e escrita para pessoas surdas por meio da web • Queiroz (1987): depoimentos pessoais • Uso de vídeos trabalhar a questão visual dos alunos surdos • Participação da intérprete: alívio e angústia • Problemas na aplicação dos questionários • Importância do lúdico CONSIDERAÇÕES FINAIS • “(...) concluímos que os nossos objetivos foram alcançados, pois os alunos conseguiram realizar as atividades virtuais propostas, apresentando algumas mudanças em seu processo de leitura e escrita em inglês e em suas habilidades computacionais” (p.103).
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