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A Realidade da Inclusão Social - Objeto

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MACAÉ: A INEFICIÊNCIA DO ESTADO NUMA CIDADE ANARQUICAMENTE URBANIZADA
OBJETO
A ausência de intervenção por parte do Estado no crescimento acelerado de uma cidade gera nela uma urbanização anárquica. Não havendo acompanhamento do governo quanto ao aumento contínuo do número de habitações num Município, à constante expansão quantitativa da população flutuante (movida pela oferta de empregos) de uma cidade, quanto à especulação imobiliária e à expansão periférica de uma área urbana, caoticamente subsiste uma cidade e seus moradores e “freqüentadores”. É esse o quadro em que se encontra o Município de Macaé, localizado no interior do estado do Rio de Janeiro.
Macaé é um lugar um tanto quanto curioso para se observar a existência de um planejamento urbano ineficiente - ou, de fato, a ausência de um plano. Afinal, como é possível ler na “placa de boas vindas” localizada em sua fronteira litoral, o Município é considerado “a capital brasileira do petróleo”. Desde a década de 70, com a descoberta do petróleo na plataforma continental na Bacia de Campos e a conseqüente chegada da Petrobrás, a cidade e sua população - tendo-se em vista que esta é de 200.000 habitantes aproximadamente, sendo 30.000 população flutuante, trazida pela oferta de empregos - vieram crescendo consideravelmente, as construções (tanto de casas, prédios e condomínios, quanto de diversas empresas - nacionais e multinacionais - ligadas à economia petrolífera, hotéis e estabelecimentos comerciais em geral) se expandindo desordenadamente, de modo que não houve, junto a isso, investimento por parte do governo municipal na infra-estrutura básica da cidade.
Considerando-se os indicadores municipais de Macaé (Anexo 1) e o orçamento previsto para 2008 de R$ 868 milhões vindos dos royalties, é alarmante constatar que, ainda assim, a cidade não conta com sistema de esgoto eficiente em muitos de seus bairros, sendo que de muitas pessoas é cobrada taxa de esgoto ainda que elas não contem com uma rede referente a este; grande parte de suas vias, ainda que asfaltadas, são esburacadas e desniveladas; não tem um sistema de escoamento de água eficiente, de modo que diversos bairros, como o Sol y Mar e o Parque de Tubos, ficam alagados em época de chuva; de tempos em tempos, há falta de água em diversos bairros, como o Riviera Fluminense, devido ao ainda um tanto precário abastecimento de água (quanto a
isso, levar-se em conta: as obras por parte da Prefeitura de Macaé com vista à ampliação deste em 33% para dois “novos” bairros - Nova Holanda e Nova Esperança); existe ocupação desordenada do território por parte dos setores desfavorecidos - sendo estes, em geral, compostos por pessoas que não atendem à demanda qualificada de empregos na cidade e afetados pelo alto custo de vida em Macaé; etc.
É interessante ainda observar o fato de que, recentemente, a cidade passou a contar com um Plano Diretor, de acordo com a lei nº 10.257 de 2001, denominada Estatuto da Cidade, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal. Esse Plano, apesar de ter sido construído com a participação de parte da população, não teve sua produção largamente divulgada, podendo ter havido defasagem quanto aos interesses dos habitantes não-ouvidos. Além disso, ainda hoje não é do conhecimento de muitas pessoas a existência de tal Plano Diretor, que envolve planejamentos do uso do território urbano e rural da cidade de Macaé.
Assim, competências elementares Estatais em Macaé não têm sido devidamente concretizadas. Seguem algumas disposições da Constituição Federal que devem ser levadas em consideração quanto a essa afirmação:
CF, Art. 23: “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios1:
(...)
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
(...).”
CF, Art. 30: “Compete aos Municípios:
(...)
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
(...)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
(...).”
(Constituição da República Federativa do Brasil, 1988)
Cada um desses incisos está, “aparentemente”, sendo desrespeitado frente aos macaenses - e talvez até mesmo pelos macaenses, por uma falta de mobilização dos mesmos.
OBJETIVOS
Macaé encontra-se então, vista por um olhar inicialmente superficial, numa situação um tanto quanto delicada frente a todas as questões já citadas. O senso comum põe em evidência os problemas de Município, porém cabe analisá-los de modo mais profundo para que seja possível chegar-se a respostas concretas. A cidade carece disso já faz tempo e o esclarecimento da população a respeito de sua situação é importante.
Para tal esclarecimento, diversas perguntas se mostram necessárias. Primeiramente, tendo-se em vista as dificuldades enfrentadas pelos habitantes frente à ineficiência da rede de esgotos na cidade e uma possível falta de atenção da Prefeitura com relação aos problemas habitacionais enfrentados por pessoas de baixa renda, cabem duas perguntas: existem programas do governo municipal quanto à construção/regularização de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (competência Municipal que, como já mostrado, consta na própria Constituição Federal)? Se sim, esses programas têm sido efetivados? Pois a existência unicamente de nada serve à população...
Continuando a idéia de esclarecimento para os moradores e ”freqüentadores” (população flutuante) – mesmo que estes últimos talvez não se importem tanto assim com a situação da cidade – de Macaé, cabe continuar “batendo na tecla” do parágrafo anterior com a seguinte questão: no Município, a ocupação territorial tem sido acompanhada pelo Estado ou as especulações imobiliárias têm se dado livremente unicamente por parte do mercado? Visto que o alto custo de vida em Macaé concerne também aos altos preços imobiliários, favorecendo a uns poucos e desfavorecendo a muitos. E mais... Se até mesmo um Plano Diretor existe na cidade, um mínimo de ordem deveria existir.
Dito isso, que venham as respostas!
METODOLOGIA
Como metodologia pretende-se analisar o Plano Diretor da Cidade de Macaé para identificar os dispositivos que visam o ordenamento da cidade. Em seguida será feito um levantamento através da pesquisa em arquivos de jornais para identificar conflitos locais que ilustrem o desacordo com as posturas municipais.
Será feito um enquadramento destas situações com o ordenamento jurídico vigente e buscar-se-á indicar omissões, ilícitos e outros elementos de destaque de uma eventual inadequação das normas ao mundo e vice-versa.
Por fim, cabe entrevistar agentes públicos – vereadores, administradores e outros – sobre o universo descrito anteriormente para buscar construir respostas mais adequadas ao mundo e aos sentimentos do pesquisador
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MONTEIRO, Maria Izabel. Água: Macaé em festa para inauguração de obras. Disponível em: <http://www.macae.rj.gov.br/noticias/mostranot.asp?id=13109>. Acesso em 26/11/2008.
AGOSTINHO, Francisco Mancebo. Impactos do Petróleo e Royalties. Disponível em: <http://www.agem.sp.gov.br/pdf/Apresentacao%20-%20Associacao%20Comercial%20de%20Macae%20-%20Impactos%20do%20Petroleo%20-%202008.pdf>. Acesso em: 26/11/2008.
MONTEIRO, Maria Izabel. Macaé vai atender toda população com tratamento de esgoto. Disponível em: <http://www.macae.rj.gov.br/noticias/mostranot.asp?id=3169>. Acesso em 26/11/2008.
População cobra tratamento de esgoto. Disponível em: <http://www.cmmacae.rj.gov.br/?service=news&interface=details&id=142>. Acessoem 02/12/2008.
NETO, Artur de Freire Pires. Transformações sócio-espaciais no Norte-Fluminense: da cana de açúcar aos hidrocarbonetos. Disponível em: <http://www.ence.ibge.gov.br/pos_graduacao/mestrado/dissertacoes/pdf/2005/artur_de_freitas_pires_neto_TC.pdf>. Acesso em 02/12/2008.
BRASIL. Constituição (1988). GIANULO, Wilson. 2008. Vademecum referenciado de direito. São Paulo: Jurídica Brasileira. 3ª ed.
BRAGA, Janira. Plano Diretor deve estar sintonizado com recursos orçamentários, afirma Riverton. Disponível em: <http://www.macae.rj.gov.br/noticias/mostranot.asp?id=5746>. Acesso em: 26/11/2008.

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