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Habeas Corpus Preventivo em Ação de Execução de Alimentos

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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
	FABRÍCIO DA COSTA SILVA, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o n°..., com RG n°..., expedido pelo... OAB n°...com endereço profissional na Rua...n°...Cidade..Estado...CEP..., com endereço eletrônico..., vem em favor de MATILDE , brasileira, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o n°..com RG n°... expedido pelo...residente e domiciliada na Rua...n°...Estado...CEP..., com fulcro no artigo 5°,LXVIII, CRFB/88 c/c artigo 648, I, CPP, impetrar
HABBEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
contra ato ilegal/abusivo do JUIZ 1° VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL-RJ, expondo e requerendo o que segue:
I-DOS FATOS
	Matilde..., está sendo executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, menor, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital, Matilde foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses inadimplidos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família. Ocorre que Matilde está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. 
II-DOS FUNDAMENTOS
	Ante o exposto acima é evidente e cabível a propositura da ação em favor da paciente pelo fato de estar na iminência de ter cerceado seu direito de locomoção, diante da abusiva decisão do Juiz da 1° Vara de Famíia da Comarca da Capital, sendo certo que todo cidadão que tiver ameaçado o seu direito constitucional de ir e vir, pode se levar de medida de habbeas corpus, conforme previsto no artigo 5°, LXVIII, CRFB/88, para ver amparado o seu direito.
	Ademais, por se tratar de medida constitucional garantidora do direito de locomoção, a propositura deste remédio é legitimiado à qualquer cidadão em defesa do paciente, não sendo, portanto, peça processual privativa do advogado, em que pese no caso em tela, estar a paciente, devidamente patrocinada.
	Cabe ressaltar que encontra-se no polo passivo a autoridade coatora que promoveu o ato ilegal/abusivo que determinou a prisão da paciente.
	Quantto à abusividade do ato, tal feito decorre da inobservância do artigo 5°, LXVII. Crfb/88 que apenas permite a prisão do devedor de alimentos quando o inadimplemento se der de forma voluntária e inescusável.
No entanto, a paciente comprova por meio de documentos anexados á presente que está inadimplente com a pensão alimentícia por absoluta impossibilidade de pagamento.
Haja vista seu grave estado de saúde, pois se encontra em recuperação de profunda depressão, acarretando a impossibilidade do exercício de atividade laborativa, somando ao desemprego que vem assolando o país, diante da grave crise econômica.
Assim, em que pese estar a paciente em recuperação de seu quadro de saúde, vem a mesma se esforçando para se inserir no mercado de trabalho, sem, contudo obter êxito a mais de um ano.
Portanto, resta comprovado que a paciente encontra-se inadimplente, não por vontade própria, deixando assim de se enquadrar no art. 5º, LXVIII CF\88 que autoriza a prisão do devedor, estando ainda, amparada pelo art. 528, §2ºCPC, que impede o decreto de prisão quando demonstrada a impossibilidade absoluta por parte do devedor.
Assim, embora os arts. 991 e 528 § 3º do CPC e o art. 5º,LXVIII CF\88, estabeleçam a possibilidade de prisão por dívida, a paciente justifica a sua impossibilidade, devendo prevalecer a dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, III da CF\88, sendo resguardado o direito constitucional de locomoção da paciente, pelo que aguarda pela concessão da ordem.
Neste sentido vem entendo a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal declarou a nulidade de decreto de prisão expedido pelo juiz da 3ª Vara de Família e Sucessões do Foro de Santo Amaro, da Comarca de São Paulo, em ação de execução de alimentos. A relatora Ministra Cármen Lúcia, não conheceu do Habeas Corpus (HC) 131554, mas votou pela concessão da ordem de ofício por entender que a Constituição só permite a prisão por dívida decorrente de prestação de alimentos quando o não pagamento da pensão é voluntário e inescusável – e, no caso, o devedor demonstrou que não o fez por não ter condições para tal.

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