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1. Os direitos fundamentais de primeira dimensão são aqueles que outorgam ao indivíduo direitos a prestações sociais estatais, caracterizando-se, na maioria das vezes, como normas constitucionais programáticas. Falsa. São os direitos de segunda geração que consistem em prestações sociais do Estado e, na maioria das vezes, caracterizam-se por ser normas programáticas, os direitos de primeira dimensão correspondem aos direitos e liberdades individuais. 2. A retirada de um dos sócios de determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Verdadeira. Os direitos fundamentais aplicam-se também às relações privadas. Trata-se da aplicação dos princípios constitucionais que protegem a pessoa humana nas relações entre particulares. Seu fundamento está no art. 5º, § 1º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual as normas que definem direitos fundamentais têm aplicação imediata. 3. As normas que prevêm direitos fundamentais de abstenção do Estado são, em sua maioria, normas não autoaplicáveis, dependendo de desenvolvimento legislativo para produzirem todos os seus efeitos. Falso. As normas consagradoras de direitos fundamentais são, de regra, normas auto-aplicáveis, conforme dispõe o art. 5º, § 1º, da CF; entretanto, cabe lembrar que, segundo o STF, nem todos os direitos fundamentais têm aplicabilidade imediata. 4. O fenômeno da colisão dos direitos fundamentais não é admitido como possível no ordenamento jurídico brasileiro, já que a Constituição não pode abrigar normas que conduzam a soluções contraditórias na sua aplicação prática. Falso. Podem sim colidir, nesse caso se utilizará o principio da concordância ou harmonização para definir qual ira preponderar, não há contradição entre direitos fundamentais, pois não se excluem, apenas colidem num caso concreto. 5. Apesar de o art. 5°, caput, da Constituição Federal de 1988 fazer menção apenas aos brasileiros e aos estrangeiros residentes, pode-se afirmar que os estrangeiros não residentes também podem invocar a proteção de direitos fundamentais. Verdadeiro. A partir do momento em que o constituinte positivou o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III), pretendeu-se atribuir direitos fundamentais a todos os seres humanos, independentemente de nacionalidade. Assim, mesmo os estrangeiros (ou estrangeiras) que estejam no país apenas de passagem – fazendo turismo, por exemplo – podem ser titulares dos direitos fundamentais previstos na Constituição. Naturalmente, eles também podem fazer uso de todos os instrumentos processuais de proteção a esses direitos, salvo naqueles casos em que a própria Constituição limitou o exercício. 6. O direito fundamental à vida, por ser mais importante que os outros direitos fundamentais, tem caráter absoluto, não se admitindo qualquer restrição. Errada. Os direitos e garantias individuais não tem caráter absoluto, toda norma de direito fundamental é relativa, passível de limitação. 7. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. Errada. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. O espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais. 8. Os direitos humanos são direitos ligados à liberdade, igualdade e dignidade, consagrados no plano internacional, enquanto os direitos fundamentais são consagrados no plano constitucional. Verdadeira. Pode-se dizer que os direitos humanos, também chamados de direitos do homem pelos autores anglo-americanos e latinos estão consagrados em um plano internacional, fazendo parte de tratados e convenções. Já os direitos fundamentais são os direitos humanos consagrados na Constituição de cada país. 9. Os direitos fundamentais não têm caráter patrimonial e, portanto são indisponíveis, inegociáveis e intransferíveis. Verdadeira. São direitos que não podem ser desertados, no entanto existe a possibilidade da sua não atuação, onde pode se optar por sua execução, conforme capacidade de exercício. 10. Por maior que seja o período de não exercício do direito fundamental, a pessoa nunca irá perdê-lo, sendo a prescrição um instituto jurídico que somente atinge a exigibilidade dos direitos de caráter patrimonial. Verdadeira. Os direitos fundamentais não estão sujeitos à prescrição, ou seja, não se perdem com o decorrer do tempo. Entretanto, há direitos que podem ser prescritos, como é o caso da propriedade que poderá ser atingida pela usucapião quando não exercida. Por não estarem sujeitos à prescrição, os direitos fundamentais podem ser agregados a outros direitos, sem que isso os afete de qualquer forma, não permitindo que os direitos já adquiridos sejam prejudicados ou eliminados. 11. O STF considera que a naturalização expressa ordinária gera efeito público subjetivo, sendo o ato do chefe do poder executivo da União considerado vinculado, ou seja, o presidente da república não pode negar a naturalização. Falso. é importante observar que, nas hipóteses elencadas na alínea [a] naturalização ordinária), ainda que preenchidos os requisitos legais e constitucionais estabelecidos, não existe obrigatoriedade na concessão da naturalização por parte do Presidente da República. Trata-se, pois, de um ato discricionário do Chefe do Executivo, em razão de representar um ato de soberania do mesmo. Sendo decretada a naturalização por parte do Presidente da República, a formalização se dará pela Justiça Federal da região respectiva. Ao final, o indivíduo receberá seu certificado de naturalização que produzirá seus efeitos a partir do dia de sua entrega (ex nunc). 12. Os direitos e garantias fundamentais estão previstos de forma taxativa na Constituição Federal. Errado. São previstos de forma exemplificativa. Conforme o art. 5º § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 13. Os direitos fundamentais se estendem aos estrangeiros, porém, alguns direitos não se aplicam a toda e qualquerpessoa, pois existem para satisfazer o homem conforme sua específica posição social, admitindo-se um tratamento desigual para alcançar a ética discursiva. Certa. Legislação é clara ao dizer que os estrangeiros terão os mesmos direitos dos brasileiros, com exceção das previsões constitucionais e legais, dispostas na CF e no Estatuto do Estrangeiro. 14. Considerando a nacionalidade originária, o Brasil adotou o critério misto, pois admite tanto o critério territorial quanto o critério sanguíneo. Verdadeiro. O Brasil admite como condição para se adquirir nacionalidade o critério "jus solis" e o "criterio jus consanguini". ART 12, inciso I, II, III. 15. Os direitos individuais têm um caráter negativo, pois exigem do Estado uma abstenção e não uma atuação positiva. Verdadeiro. Os direitos de primeira dimensão assumem essa forma,os direitos de primeira dimensão seriam, na classificação de Jellinek, os direitos de defesa do indivíduo em face do Estado. Direitos que têm um caráter negativo. Que vão exigir uma abstenção por parte do Estado. São os chamados direitos de liberdade, essencialmente individuais. Afirmação correta. 16. (0,5 ponto) Disserte sobre a Teoria da Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais e explique como o ordenamento jurídico brasileiro recepcionou o tema. Trata-se da aplicação dos princípios constitucionais que protegem a pessoa humana nas relações entre particulares. Seu fundamento está no art. 5º, § 1º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual as normas que definem direitos fundamentais têm aplicação imediata. No Brasil é ampla a aceitação pela brasileira da teoria da eficácia direta dos direitos fundamentais aplicado nas relações privadas, sendo que tal reconhecimento também foi evidenciado pela jurisprudência pátria, uma vez que o Supremo Tribunal Federal, bem como o Tribunal Superior do Trabalho já colacionaram no bojo de seus acórdãos a aplicação imediata dos direitos fundamentais nas relações privadas.
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