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[URSS] A Grande Guerra Patriótica 1941 1945

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Chikov/Riabov 
 
 
 
 
 
 
 
A Grande Guerra Patriótica 
da URSS (1941-1945) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edições Nova Cultura 
2ª edição 
2018 
 
 
 2018 – NOVACULTURA.info 
Autorizamos que o conteúdo deste livro seja utilizado ou reproduzido 
em qualquer meio ou forma, seja impresso, digital, áudio ou visual por 
movimentos de massas, organizações, sindicatos, associações, etc. 
 
Edições NOVA CULTURA 
www.novacultura.info/selo 
 
O selo Edições Nova Cultura foi criado em julho de 2015, por ini-
ciativa dos militantes da UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA, 
com o objetivo de promover e divulgar o marxismo-leninismo. 
 
CHUIKOV. V.I., RIABOV. V.S. A Grande Guerra Patriótica da URSS (1941-
1945). 2ª Edição. 2018. 
 
Conselho Editorial: União Reconstrução Comunista 
 
 
ESSA OBRA É LICENCIADA POR UMA LICENÇA CREATIVE COMMONS 
Atribuição – Uso Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil. 
 
É permitido: 
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obra – criar obras derivadas 
 
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termos da licença desta obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nada é mais precioso que Moscou 
Nas batalhas, permanecemos fortes e corajosos 
Pois Moscou está em nossos corações 
Nossa resistência é heroica e invencível 
Nossa cidade permanecerá de pé como o aço 
Juramos varrer desta terra todos os invasores 
 
da canção soviética “Marcha dos Defensores de Moscou” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 
 
 
Apresentação ........................................................................................ 13 
 
Introdução ............................................................................................ 15 
 
 
A GRANDE GUERRA PATRIÓTICA DA URSS (1941-1945) 
 
1941: O fracasso da estratégia de guerra relâmpago .................. 33 
1942: o começo da virada radical ................................................. 44 
1943: A Wehrmacht à beira da catástrofe ..................................... 55 
1944: Vitórias decisivas ................................................................ 67 
1944-1945: A grande missão libertadora ..................................... 79 
1945: A grande vitória .................................................................. 90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
13 
Apresentação 
 
 
O selo Edições Nova Cultura, criado pela União Re-
construção Comunista, publica A Grande Guerra Patriótica da 
URSS (1941-1945), do historiador V. S. Riabov, com introdu-
ção do Marechal V. I. Chuikov, condecorado duas vezes como 
Herói da União Soviética, que comandou importantes bata-
lhas durante o conflito da Segunda Guerra Mundial. 
Um registro útil para conhecer de maneira didática os 
fatos que se sucederam durante a Segunda Guerra Mundial 
quando o povo soviético se levantou para a defesa da pátria, 
guiado pelo camarada Stalin, contra os invasores da horda 
hitlerista e pelos interesses de toda a humanidade progres-
sista antifascista. Como o grande comandante do Exército 
Vermelho afirmou “a finalidade desta Guerra Patriótica de 
todo o povo contra os opressores fascistas não se reduz uni-
camente à conjuração do perigo que que caiu sobre nosso 
país, mas implica também a ajuda a todos os povos da Europa 
que sofrem sob o jugo do fascismo alemão”. 
A vitória do país da Revolução de Outubro sobre a Ale-
manha fascista representou um grande acontecimento na luta 
dos povos contra o imperialismo, modificou a configuração 
da geopolítica mundial no pós-guerra, impulsionou as lutas 
anticoloniais na América Latina, Ásia e África e tornou-se um 
glorioso marco na história da humanidade progressista, que 
até hoje necessita ser sempre exaltado. Como camarada Pe-
dro Pomar, dirigente histórico do Partido Comunista do Bra-
sil, em artigo publicado em 1949, bem definiu “nós a devemos 
à alta classe dos seus comandantes, quadros militares educa-
dos e forjados na grande escola do patriotismo soviético, do 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
14 
Partido de Lenin e de Stalin, na ciência militar mais avançada 
de nossos dias, a ciência militar soviética. E sobretudo, nós 
devemos a vitória ao gênio do camarada Stalin, que foi seu 
artífice principal, que é a maior encarnação viva das qualida-
des do povo soviético, do regime socialista e do seu Partido, 
e o herdeiro e continuador do grande Lenin”. 
Ainda que os meios de comunicação e a historiografia 
da burguesia tente dissimular e minimizar o papel decisivo do 
Exército Vermelho e do povo soviético na vitória sobre o III 
Reich, tentando fazer parecer que o desembarque das tropas 
aliadas na Normandia foi mais importante do que a vitória so-
viética em Stalingrado, nada apagará o grande mérito da 
União Soviética na decisiva luta contra o fascismo. A publica-
ção desta obra é uma contribuição para que essa tentativa de 
engano siga como fracasso. 
Ainda que tenha sido escrito no período final do revi-
sionismo que ascendeu após o XX Congresso, não faz ne-
nhum ataque à figura do camarada Stalin, ainda que esteja 
longe de dimensionar corretamente o papel fundamental des-
te na vitória sobre o fascismo. Há ainda uma certa dedução 
estranha ao marxismo-leninismo sobre a falta de capacidade 
de chineses e coreanos para vencer os militaristas japoneses, 
ainda que obviamente o papel do Exército Vermelho neste 
processo tenha sido de grande importância, posição que tam-
bém se explica pelas divergências sino-soviéticas ocorridas 
após o Grande Debate. Contudo, feitas estas ressalvas, a obra 
cumpre seu papel de registro histórico da Grande Guerra Pa-
triótica. 
 
 
UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA 
 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
15 
Introdução 
 
Jamais será derrotado um povo em que a maioria dos 
operários e camponeses conheceram, sentiram e com-
preenderam que defendiam seu poder soviético, o po-
der dos trabalhadores, que lutavam por uma causa cu-
jas vitórias asseguraria a eles e a seus filhos a possibi-
lidadede disfrutar de todos os bens da cultura, de to-
das as criações do trabalho humano. V. I. Lenin 
 
O tempo passa muito rápido. Como ficam mais velhos 
os veteranos da Grande Guerra Patriótica do povo soviético 
contra os agressores fascistas! E quanto mais se distanciam 
na história os acontecimentos daqueles terríveis anos, tanto 
mais preciosos ficam marcados em nossa memória, tanto 
mais evidente se torna sua importância histórica. 
A nefasta agressão da Alemanha fascista contra a URSS 
colocou nosso país em uma situação extremamente difícil. No 
início da guerra, a União Soviética estava atrasada em relação 
ao agressor: em efetivos, quantidade e qualidade de arma-
mentos e material de guerra, em experiência combativa, em 
reorganização da economia para as necessidades da guerra, 
em poderio do potencial industrial. 
A enorme superioridade do agressor, ainda que em ca-
ráter provisório, deu a princípio a possibilidade de conquistar 
grandes êxitos militares. Para efetuar a nefasta agressão, sem 
declaração de guerra, a Alemanha fascistas e seus satélites 
concentraram ao longo das fronteiras ocidentais da União So-
viética 190 divisões totalmente mobilizadas, inclusas 33 divi-
sões de tanques e veículos motorizados. Uma agrupação tão 
colossal que jamais havia se formado na história de todas as 
guerras. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
16 
Quando começa a agressão à URSS, a Alemanha fas-
cista havia subjugado praticamente todos os Estados da Eu-
ropa. A maioria destes sucumbiram sob os golpes da Wehr-
macht hitlerista e uma parte tornam-se satélites da Alemanha. 
Todo o potencial econômico do continente europeu estava a 
serviço da gigantesca máquina de guerra do agressor. Depois 
da queda de Dunquerque em maio de 1940, a Inglaterra dei-
xou de ser para a Alemanha um adversário sério. No verão de 
1940, a Grã-Bretanha dispunha apenas de 26 divisões para a 
defesa da metrópole. Como posteriormente reconheceu W. 
Churchill, bastaria para Hitler 150 mil soldados para ocupar a 
Inglaterra. 
Às gigantescas hordas do inimigo se opuseram as for-
ças, consideravelmente menores, das tropas soviéticas que 
estavam localizadas nas regiões militares ocidentais da URSS. 
O fato não somente consistia em que as tropas soviéticas per-
diam quantitativamente ante o inimigo em número de efetivos 
e material de guerra, mas também estavam dispersas e dis-
tantes das fronteiras a uma distância de 200 a 400 quilôme-
tros, e ainda mais: uma grande parte destas tropas, postas em 
estado de alerta, se viu sob massivos golpes das forças áreas 
e terrestres do inimigo, entrando em combate sobre a marcha, 
com unidades dispersas e em linhas de defesa despreparadas 
para estas operações do ponto de vista da engenharia. A avi-
ação nazista assestou contundentes golpes sobre as bases 
áreas soviéticas, destruindo no primeiro dia de guerra 1200 
aviões de combate. A superioridade numérica do inimigo no 
ar era algumas vezes maior. Foi precisamente a grande dife-
rença em forças e meios o que permitiu as tropas dos agres-
sores avançar rapidamente e ocupar um vasto território. 
Há muito tempo se demonstrou irrefutavelmente que 
a Alemanha fascista levou a cabo a agressão armada contra a 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
17 
União Soviética sem motivo algum. Entre a URSS e a Alema-
nha estava em vigor o pacto de não-agressão. Todos os com-
promissos derivados deste pacto foram cumpridos escrupu-
losamente pela URSS, tanto que o governo da Alemanha na-
zista nunca apresentou nenhuma reclamação a nosso país. 
Por mais estranho que pareça, na Europa Ocidental e 
nos EUA aparecem até hoje em dia livros, artigos em revistas 
e jornais, cujos autores tentam justificar a agressão da Ale-
manha nazista à União Soviética. Inclusive chegam à afirma-
ções monstruosas de que a única culpada da invasão nazifas-
cista foi a URSS. Assim, por exemplo, o historiador norte-
americano M. MacClosky tenta demonstrar que a política da 
URSS nos anos do pré-guerra tinha “caráter de conquista”; 
por isso Hitler, “lutando contra os ingleses no Ocidente, não 
pode resignar-se com a expansão russa”. Outro historiador 
estadunidense afirma que Hitler somente se adiantou ao ata-
que das tropas soviéticas à Alemanha. 
Há uma verdade indiscutível de que nos anos anterio-
res a guerra a União Soviética lutou incansavelmente pela ma-
nutenção e pela consolidação da paz. Com este fim, a URSS 
apresentou na Liga das Nações inúmeras propostas absoluta-
mente concretas, entre elas a do desarme geral. Não obstante, 
os países capitalistas não apoiaram estas iniciativas pacíficas, 
diluindo-as em intermináveis e estéreis debates. A União So-
viética exortou também insistentemente aos governos da In-
glaterra e da França a organizar a defesa coletiva, a adotar 
medidas para fechar o caminho dos agressores fascistas, 
posto que a agressão da Alemanha ameaçava também muitos 
países da Europa Ocidental. Em agosto de 1939, nas vésperas 
da agressão da Alemanha à Polônia, nas sessões das missões 
militares da URSS, Inglaterra e França, os representantes so-
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
18 
viéticos apresentaram um plano concreto de operações mili-
tares conjuntas contra a Alemanha, no caso desta iniciar uma 
guerra contra os países europeus. Durante estas conversa-
ções houve um fato sem precedentes na prática das relações 
internacionais: as delegações dos países ocidentais chegaram 
a Moscou sem receber dos seus governos nenhum tipo de po-
der. Este paradoxo tem somente uma explicação: as missões 
militares chegaram a URSS não para manter conversações efi-
cientes, mas para mascarar a política hipócrita dos seus go-
vernos, que no discurso lutavam pela manutenção da paz, 
mas na prática instigavam Hitler a agredir à União Soviética. 
O Governo da URSS se convenceu então de forma definitiva 
que Inglaterra e França não desejavam opor-se à agressão da 
Alemanha fascista. Os falsificadores da história não querem 
recordar estes fatos históricos e fingem que estes nunca exis-
tiram. Tal é a natureza de classe dos falsificadores burgueses 
da história. 
Em 3 de julho de 1941, Stalin pronunciou pela rádio 
um discurso no qual expôs o documento programático fun-
damental, elaborado pelo Comitê Central do Partido Comu-
nista (bolchevique) da União Soviética, de organização da luta 
contra a invasão nazifascista. As palavras de ordem levanta-
ram pelo Partido: “Tudo para a frente, tudo para a vitória!” e 
“Nossa causa é justa, o inimigo será derrotado, a vitória será 
nossa!” tornaram-se um verdadeiro chamado combativo que 
determinou todos os pensamentos e ações do povo soviético 
na frente, na retaguarda e inclusive nos territórios ocupados. 
A inquebrantável convicção do nosso povo na vitória 
sobre o inimigo se baseava na consideração profunda da su-
perioridade política, econômica e moral do regime socialista 
sobre o capitalista, na consideração das possibilidades com-
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
19 
bativas das Forças Armadas Soviéticas que defendiam os in-
teresses vitais dos trabalhadores, a liberdade e independência 
da Pátria socialista. Desde o primeiro até o último dia da 
Grande Guerra Patriótica, o Partido Comunista foi a força mo-
triz que inspirou e organizou todo o povo soviético na frente, 
na retaguarda e nos territórios ocupados para a luta sem 
quartel contra as hordas nazistas. Os cálculos de Hitler e de 
sua camarilha de isolar o povo soviético de sua força dirigente 
e motriz, o Partido Comunista, sofreram um rotundo fracasso. 
Inclusivenas zonas ocupadas do território soviético, na pro-
funda clandestinidade atuavam organizações do Partido, que 
dirigiam atividades combativas dos destacamentos e unida-
des de guerrilheiros, organizavam a resistência ativa de toda 
a população frente as forças de ocupação e, com isto, levavam 
ao fracasso as medidas econômicas e políticas destas. 
Na frente as organizações do Partido atuavam em to-
das as unidades e subdivisões militares. Eram precisamente 
os comunistas a grande força que unia as massas de soldados 
não filiados ao Partido, cimentava suas fileiras, inspirava a re-
alizar façanhas na luta sagrada pela liberdade e pela honra de 
sua Pátria socialista. Os comunistas sempre cumpriam as 
missões mais importantes e perigosas. 
Na conflagração contra os agressores fascistas morre-
ram dois milhões de comunistas. Cinco milhões de soldados, 
marinheiros, sargentos, oficiais e generais ingressaram nas 
fileiras do Partido durante a Grande Guerra Patriótica. Uma 
característica singular constituía o fato de que o maior fluxo 
de solicitações encaminhadas às organizações do Partido da 
frente pedindo o ingresso nas fileiras do Partido, foi recebido 
em regra, antes do início das ofensivas desencadeadas pelas 
tropas soviéticas ou nas horas mais difíceis das operações de-
fensivas. “Quero ir ao combate sendo comunista”, escreviam 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
20 
os valorosos defensores da Pátria em seus pedidos. Todos sa-
biam que a entrada no Partido dos comunistas lhes proporci-
onaria um único privilégio: ser o primeiro a lançar-se em um 
ataque audaz, ao encontro de uma rajada de fogo inimigo e 
cumprir as tarefas mais difíceis e mortalmente perigosas. As-
sim foi em todos os setores da frente soviética-alemã. E isto 
é o maior testemunho do imenso prestígio que gozava o Par-
tido Comunista entre as massas do povo soviético. Os solda-
dos, da mesma forma que milhões de trabalhadores da reta-
guarda soviética, expressavam sua abnegação ilimitada à sa-
grada causa de defender a Pátria socialista das hordas crimi-
nosas do fascismo alemão e de consolidar o comunista na 
terra dos sovietes. A coesão monolítica de todo o povo ao re-
dor do Partido se converteu em uma das razões da nossa 
grande vitória sobre a Alemanha fascista. 
A história das guerras jamais conheceu uma abnega-
ção e um heroísmo em massa iguais aos manifestados pelos 
soldados e oficiais soviéticos nos cruéis combates contra os 
agressores fascistas. Precisamente por isto o plano hitlerista 
de “guerra relâmpago” sofreu um fracasso já nos primeiros 
dias da invasão nazifascista na URSS. Durante um mês luta-
ram os guardas de fronteira e unidades de tropas de campo 
que se encontravam na pequena guarnição fronteiriça, Forta-
leza de Brest. As tropas nazistas já haviam avançado centenas 
de quilômetros até o Leste, enquanto que pequenos grupos 
de soldados soviéticos continuavam lutando heroicamente, 
rechaçando com desdém as reiteradas exigências de capitula-
ção feitas pelos hitleristas. A fortaleza de Brest se converteu 
em um brilhante símbolo da firmeza e valentia inquebrantá-
veis dos soldados soviéticos e, com toda justiça, lhe foi ou-
torgado o honroso título de “fortaleza heroica”. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
21 
As altas qualidades morais e combativas dos soldados 
soviéticos foram reconhecidas inclusive por nossos inimigos. 
Assim, por exemplo, o general fascista E. Buttlar escreveu 
após a guerra: “como resultado da resistência tenaz dos rus-
sos, já nos primeiros dias de combate as tropas alemãs sofre-
ram tais perdas em homens e técnica, que eram consideravel-
mente superiores as conhecidas por nós nas experiências das 
campanhas realizadas na Polônia e no Ocidente. Era total-
mente evidente que a forma de realizar as operações militares 
e o espírito combativo do inimigo não se pareciam em nada 
com o que os alemães haviam encontrado em suas ‘guerras 
relâmpagos’ anteriores”. 
Pude tomar parte de muitas batalhas extremamente 
duras e mortalmente perigosas. Nunca poderei esquecer da 
grande batalha de Stalingrado, na qual estive no comando do 
62º Exército, transformado mais tarde no 8º Exército da 
Guarda. Nesta batalha o general alemão Paulus dispunha de 
forças e meios para realizar operações militares, incluindo ar-
tilharia, tanques e aviões, consideravelmente superiores em 
número. As tropas soviéticas se encontravam literalmente en-
curraladas contra a margem direita do Volga. Já não havia lu-
gar algum para posicionar nossa artilharia e foi preciso mover 
suas posições de tiro para além do rio. Inclusive o posto de 
comando do nosso exército se encontrava sob o fogo de todo 
tipo de armas do inimigo. Em tais dificilíssimas condições os 
soldados e oficiais do exército lançaram a palavra de ordem: 
“depois do Volga não existe terra para nós”. Isto significava 
que todos nós preferiríamos morrer nestes encarniçados 
combates, antes de passar à margem oposta do Volga. E não 
passamos! Como se sabe, a batalha culminou com o cerco e 
a derrota total do exército fascista de 330 mil homens. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
22 
Como explicar tão altas qualidades morais e combati-
vas dos soldados soviéticos? Na historiografia militar bur-
guesa existem um sem fim de raciocínios acerca disto. O que 
não inventam os pseudocientistas burgueses! Não são poucas 
as conjecturas sobre o tal caráter “enigmático” e “desconhe-
cido” do homem russo. Estas conjecturas pseudocientíficas 
ignoram outro fato indiscutível, de que na guerra lutaram não 
somente russos, mas também milhões de filhos e filhas de to-
das as nações e nacionalidades da nossa grande Pátria. Al-
guns historiadores burgueses chegam a absurdas invenções 
acerca da “inaptidão psicológica” dos soviéticos que, em seu 
parecer, são indiferentes à vida e à morte, por isso cumprem 
cegamente as ordens dos seus chefes sem se preocupar-se 
com sua vida. 
Estes e outros raciocínios não tem nada em comum 
com a realidade. “O convencimento da justeza da guerra – es-
crevia V. I. Lenin, ao analisar a marcha da guerra civil – e a 
consciência de que é necessário sacrificar sua vida para o bem 
dos seus irmãos, eleva a moral dos soldados e os faz suportar 
incríveis dificuldades. Isto se explica pelo fato de que cada 
operário e camponês, chamado às fileiras, sabe qual é sua 
causa e derrama conscientemente seu sangue para o triunfo 
da justiça e do socialismo”. 
A alta consciência política, a compreensão dos justos 
objetivos da Grande Guerra Patriótica, o ódio mortal aos in-
vasores fascistas, que convertiam a terra soviética invadida 
em palco de um cruel extermínio em massa da população pa-
cífica, do saque e destruição das riquezas nacionais, servia de 
base ao heroísmo e à abnegação dos soldados soviéticos. Es-
tes mananciais inesgotáveis engendravam façanhas produti-
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
23 
vas excepcionais entre os operários, kolkhozeanos e especia-
listas da retaguarda, que abasteciam a frente com todo o ne-
cessário para a derrota das hordas inimigas. 
Por suas qualidades morais e combativas: firmeza e 
abnegação na luta, fidelidade sem limites a sua Pátria e ódio 
inextinguível ao inimigo, os soldados soviéticos estavam 
muito acima dos soldados fascistas. Os soldados e oficiais da 
Wehrmacht hitlerista estavam bastante bem treinados do 
ponto de vista militar. Não obstante, privados de objetivos no-
bres e justos, e lutando pela realizando dos planos misantro-
pos e de rapina do fascismo alemão e dos autênticos donos 
da Alemanha, que levarama poder o fascismo, não podiam 
possuir, e de fato não possuíam, altas qualidades morais e 
combativas. Por isto, cedo ou tarde, sua combatividade, o 
mito da “invencibilidade” da Wehrmacht deveria ser reduzido 
a cinzas. E foi assim que aconteceu! 
É inestimável o papel do Partido Comunista na rees-
truturação da economia do país, transformando-a e apropri-
ando-a conforme as necessidades da guerra, na criação de 
uma economia nacional de guerra bem organizada. Nos quin-
quênios anteriores à guerra, como resultado do intenso tra-
balho criador do povo soviético, na economia da URSS se pro-
duziram gigantescas modificações. Contudo, nas vésperas da 
agressão à União Soviética, a Alemanha fascista tinha recur-
sos econômicos e militares consideravelmente maiores. Neste 
aspecto, a Alemanha superava a União Soviética de 1,5 a 2 
vezes. 
Não obstante, a organização socialista da economia 
nacional do país permitiu utilizar muito melhor e mais plena-
mente suas possibilidades para satisfazer as necessidades da 
frente em comparação com a Alemanha nazista e seus satéli-
tes. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
24 
Sob a direção das organizações do Partido, os traba-
lhadores levaram a cabo um imenso trabalho de mobilização 
de todas as possibilidades da economia, da indústria, agricul-
tura, transporte, construção, recursos laborais para aumentar 
ao máximo a fabricação de armamentos e material de guerra, 
para abastecer de víveres a frente e a retaguarda. Graças aos 
enormes esforços de todo o povo soviético, a reestruturação 
da economia nacional de acordo com as necessidades da 
guerra já havia sido cumprida em meados do ano de 1942. 
Desde março deste ano se iniciou um rápido incremento de 
toda a produção industrial, de armamentos e munições. Po-
rém, a Alemanha fascista ainda possuía uma base militar e 
industrial consideravelmente maior do que a URSS. Mas a in-
dústria soviética já produzia material de guerra e armamentos 
em quantidades maiores que a indústria da Alemanha. Em um 
ano de guerra, a União Soviética, produziu, em média, cerca 
de 24 mil tanques e peças de artilharia autopropulsadas, 27 
mil aviões de combate, mais de 24,4 mil canhões de 75 mm e 
maior calibre, 86,9 mil morteiros, enquanto que a Alemanha 
produzia cerca de 13,4 mil tanques e canhões autopropulsa-
dos (de assalto), mais de 19,7 mil aviões de combate, 11,2 mil 
canhões, 17 mil morteiros. Assim se revelou a enorme supre-
macia da economia socialista sobre a capitalista. 
A superioridade da economia soviética permitiu ao 
país em guerra iniciar trabalhos de restauração da economia, 
saqueada e destruída pelos fascistas, imediatamente após ex-
pulsar o inimigo das zonas ocupadas. O programa de traba-
lhos primordiais para a liquidação das graves consequências 
da ocupação fascista foi aprovado em 23 de agosto de 1943 
pela disposição do Comitê Central do Partido Comunista e do 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
25 
Conselho de Comissários do Povo da URSS “medidas imedia-
tas para o reestabelecimento da economia nacional nas zonas 
libertadas da ocupação nazista”. 
Ao final da guerra, nas zonas libertadas se conseguiu 
reestabelecer a produção industrial aproximadamente em um 
terço, em comparação com a do ano de 1940. Foram recons-
truídos 85 mil kolkhozes, sovkhozes e estações de máquinas 
e tratores. As áreas de semeadura no território libertado al-
cançaram 72% da superfície semeada antes da guerra. 
Os invasores fascistas deixaram desabrigadas cerca de 
25 milhões de pessoas. A gente se abrigou nos porões das ca-
sas destruídas e em cavernas. Durante os anos 1943-45, nas 
cidades e povoados de operários foram construídas casas 
com uma superfície habitável total de 25 milhões de metros 
quadrados, enquanto que 1,4 milhões de casas foram cons-
truídas novamente e restauradas nas zonas rurais. Nenhum 
país do mundo pode jamais levar cabo em plena guerra um 
programa de trabalhos de reconstrução tão colossal. Esta ta-
refa somente pode ser concretizada em nosso Estado socia-
lista. 
É impossível encontrar em nosso país uma região, co-
marca ou república cuja população não oferecesse voluntari-
amente, de suas poupanças, enormes quantidades de di-
nheiro para o Fundo de Defesa do país. Eis aqui alguns dados 
tomados somente do ano de 1944. 
Os trabalhadores da Sibéria e do Extremo Oriente 
aportaram ao Fundo de Defesa cerca de 1,4 bilhão de rublos 
em moeda e mais de 1,3 bilhão de rublos em obrigações dos 
empréstimos do Estado: os trabalhadores do Turcomenistão, 
280 milhões de rublos e mais de 7,3 toneladas de prata; os 
trabalhadores da Moldávia, 30 milhões de rublos e 1200 mil 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
26 
puds (1 pud equivale a 16,3 kg) de pão; no Azerbaijão levan-
taram 295 milhões de rublos em moeda, 15,5 quilos de ouro 
e quase uma tonelada de prata; na Armênia, 215,7 milhões de 
rublos; 29 bilhões de rublos foram levantados no ano menci-
onado a título de empréstimo de guerra. No total, desde o 
princípio do enfrentamento até maio de 1944, os soviéticos 
entregaram ao Fundo de Defesa mais de 14 bilhões de rublos 
em moeda, 4 bilhões de rublos em obrigações de empréstimos 
do Estado, grande quantidade de ouro, prata e objetos de va-
lor. Nestes fatos se revelou também o nobre patriotismo dos 
homens soviéticos, seu anseio de ver aproximar-se ao má-
ximo a derrota das hordas inimigas. Nenhum país, dos parti-
cipantes da Segunda Guerra Mundial, conheceu patriotismo 
igual. 
As guerrilhas e o trabalho clandestino do Partido no 
território soviético ocupado pelas tropas hitleristas, respon-
diam por completo aos objetivos e tarefas principais do nosso 
país na Grande Guerra Patriótica. Na forma, conteúdo e pro-
porções deste movimento que atuava na retaguarda do ini-
migo, se revelou tudo o que caracteriza a URSS com sua uni-
dade moral e política da sociedade, a amizade inquebrantável 
dos povos, o patriotismo socialista e o internacionalismo do 
povo. Isto se evidencia nos seguintes dados: no início do ano 
de 1944 mais de 30% dos guerrilheiros eram operários, cerca 
de 41% kolkhozeanos e cerca de 29% empregados. Uma dé-
cima parte dos guerrilheiros era composta por mulheres e ou-
tra grande parte pela juventude. A composição nacional dos 
guerrilheiros personificava o caráter plurinacional da União 
Soviética. Desta maneira, nas unidades de guerrilheiros no 
território da Ucrânia ocupada participavam representantes de 
62 nacionalidades e povos da URSS. No total, durante os anos 
do conflito tomaram parte na guerra de guerrilhas mais de 1,1 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
27 
milhão de efetivos. Isto é uma porcentagem muito grande de 
participação da população no movimento guerrilheiro. 
A luta abnegada dos patriotas soviéticos mantinha os 
invasores em constante tensão e medo, minando a capaci-
dade combativa das tropas nazistas. Ch. Dixon e O. Heilbrunn, 
investigadores ingleses, destacaram que as perdas hitleristas, 
ampliadas pela guerra de guerrilhas travada no território so-
viético, não apenas podem ser calculadas pelo número de sol-
dados e oficiais mortos ou feridos, mas também pela quanti-
dade de armamentos perdidos. “A isto – escreviam eles – deve 
acrescentar a perda da capacidade combativa e da força de 
choque do exército alemão, perda cuja importância é muito 
difícil quantificar com cifras. O principal consiste na queda 
considerável da moral dos soldados alemães que levavam a 
cabo uma guerra em um país, onde cada pessoa podia tornar-
se um guerrilheiro e cada pequeno barulho umsinal para o 
início de um ataque guerrilheiro”. 
Os invasores fascistas causaram ao povo soviético 
enormes danos e indescritíveis sofrimentos. As bestas nazis-
tas devastaram, queimaram e converteram em ruínas 1.710 
cidades e povoados, mais de 70 mil aldeias, 32 mil empresas 
industriais, 98 mil kolkhozes e 1.876 sovkhozes, destruíram 
65 mil quilômetros de ferrovias, enviaram à Alemanha 16 mil 
locomotivas, 428 mil vagões e saquearam uma enorme quan-
tidade de outros bens materiais. Como resultado destes sa-
ques e arbitrariedades, o País dos Sovietes perdeu cerca de 
30% das riquezas nacionais criadas no transcurso de dezenas 
de anos de intenso trabalho criador do povo. A quantidade 
total de perdas e danos sofridos pela União Soviética como 
resultado da agressão fascista constituem uma soma colos-
sal: 2,6 trilhões de rublos em moeda de 1941. Para comparar, 
recordemos que o orçamento estatal da URSS no ano de 1982 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
28 
em receita foi de 341,97 bilhões de rublos. Qualquer outro Es-
tado capitalista, que tivesse sofrido tão catastróficos prejuí-
zos, teria mergulhado em um grande atraso e sofrido sob o 
jugo de outros países mais poderosos. Precisamente isto foi o 
que aconteceu com alguns países da Europa Ocidental. 
Os hitleristas estão amaldiçoados para sempre por to-
dos os povos amantes da liberdade que sofreram a ocupação 
fascista. Contudo, apesar de toda a monstruosidade, ainda 
encontramos intercessores “piedosos” que cada vez mais 
com maior frequência e insistência intervém nas páginas da 
imprensa burguesa para “limpar a aura” da Wehrmacht hitle-
rista das acusações supostamente infundadas, de ter come-
tido atrocidades contra a população civil, com falsas “de-
monstrações” de que tais crimes jamais ocorreram e que não 
são senão “invenções da propaganda soviética”. 
No Ocidente há, todavia, “historiadores” que ao invés 
de desnudar os crimes sangrentos cometidos pelo Alto Co-
mando alemão, começam a “argumentar” que estas atrocida-
des não foram cometidas pelos soldados hitleristas, mas pe-
las tropas aliadas da coalizão antifascista. A este tipo de calu-
niadores perversos pertence um tal Alfred M. de Sayes, o qual 
qualifica a si mesmo como historiador norte-americano, ju-
rista, especialista em direitos humanos, doutor da Universi-
dade de Harvard. Ignoramos sua competência em relação a 
tão ampla gama de conhecimentos, mas trata-se de um em-
pedernido antissoviético e um zeloso advogado dos resquí-
cios do fascismo alemão como testemunha seu sujo livreto 
“Os anglo-americanos e o massacre dos alemães”. Baseando-
se nos “documentos” da propaganda de Goebbles, cuja infâ-
mia é conhecida por todo o mundo, este “historiador” escreve 
sobre tudo das “atrocidades” das tropas soviéticas, suposta-
mente cometidas durante os combates travados no território 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
29 
da Alemanha fascista. Este apologista ianque trata de envene-
nar com este vil libelo a consciência dos cidadãos da RFA e de 
outros países do mundo com o hediondo veneno do antisso-
vietismo, de inflamar o povo da RFA contra os povos do 
grande país que, ao custo de incríveis sacrifícios e sofrimen-
tos, deu um aporte decisivo para a derrota da Alemanha hitle-
rista, para a salvação de toda a humanidade da escravidão 
fascista. 
Após terminar vitoriosamente a Grande Guerra Patrió-
tica, o povo soviético se reintegrou ao trabalho pacífico cria-
dor. Para poder cumprir os grandiosos programas da constru-
ção comunista, este povo necessita da paz e luta com toda 
insistência pela consolidação da mesma em todo o globo ter-
restre. Já em março de 1951, o Soviete Supremo da URSS ado-
tou a Lei de Defesa da Paz. Segundo esta lei, a propaganda da 
guerra, quaisquer seja sua forma, é considerada como um 
abominável crime contra a humanidade e as pessoas culpadas 
de propaganda da guerra devem entregar-se aos tribunais 
como perigosos delinquentes. 
No XXVI Congresso do PCUS foram promulgadas novas 
proposições da União Soviética que são uma continuação or-
gânica do Programa de Paz elaborado nos XXIV e XXV Con-
gressos do PCUS. No informe do Comitê Central do PCUS ao 
XXVI Congresso do Partido se constata: “hoje não existe uma 
tarefa mais importante no plano internacional para nosso 
Partido, para nosso povo e para todos os povos de nosso pla-
neta que salvaguardar a paz. Ao defender a paz trabalhamos 
não somente para a atual geração, não somente para nossos 
filhos e netos, mas trabalhamos para a felicidade de dezenas 
de gerações futuras”. 
V. I. Chuikov 
Marechal da URSS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A GRANDE GUERRA 
PATRIÓTICA DA URSS (1941-1945) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
1941: O fracasso da estratégia de guerra relâmpago 
A Grande Guerra Patriótica do povo soviético contra os 
agressores fascistas começou em condições difíceis da Se-
gunda Guerra Mundial, cujas chamas já ardiam na Europa, 
sendo parte integrante e seu acontecimento principal. As cha-
mas desta guerra, desencadeada no outono do ano de 1939 
pelo bloco de Estados fascistas (Alemanha, Itália e Japão), 
com a conivência dos imperialistas dos Estados Unidos, In-
glaterra e França, se aproximaram, em 1941, das fronteiras da 
URSS. Ao derrotar em 1940 a França e outros Estados da Eu-
ropa Ocidental, a Alemanha hitlerista assegurou sua reta-
guarda oeste e reforçou consideravelmente seu poderio mili-
tar. Ficaram à sua disposição, enormes recursos econômicos 
e militares dos numerosos países que invadiu. O Comando 
Supremo da Wehrmacht dispunha do armamento, equipa-
mentos e equipes de 180 divisões francesas, tchecoslovacas, 
inglesas, belgas, holandesas e norueguesas. 
Quase 6,5 mil empresas industriais dos países ocupa-
dos da Europa Ocidental produziam, em 1941, armas, muni-
ções e equipes para o Alto Comando alemão. Mais de 3 mi-
lhões de operários estrangeiros trabalhavam para a indústria 
da Alemanha. 
A economia dos Estados satélites da Europa também 
estava posta a serviço da colossal máquina de guerra de Hi-
tler: Romênia cobria 60% das necessidades de petróleo; Hun-
gria fornecia matéria-prima para a fundição de alumínio e co-
mestíveis; Bulgária, produtos alimentícios; a matéria-prima 
estratégica chegava de Portugal, Espanha e Turquia. 
O plano estratégico de agressão à URSS foi minuciosa-
mente elaborado pelo Estado Maior alemão e codificado com 
o nome de “Barbarossa”, e aprovado por Hitler em dezembro 
de 1940. Baseando-se neste foi preparado o chamado plano 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
geral “Ost”, cuja cruel encarnação constituía o programa de 
aniquilação à sangue e fogo do Estado soviético, do extermí-
nio da maioria dos seus povos, deixando vivos uns 14 milhões 
na qualidade de escravos para os colonizadores fascistas. A 
realização destes canibalescos projetos tinha que se dar pelo 
método da “guerra relâmpago” que tanto êxito trouxera às 
hordas hitleristas no Ocidente e iludiu ao generalato nazista. 
Evidentemente, este era um plano irrealizável, de caráter a-
ventureiro, que partia da subestimação das forças da União 
Soviética. Contudo, os dirigentes nazistas se prepararam es-
crupulosamente para a guerra no Leste. Estes alimentavam 
singular esperança na força de choquedos grandes agrupa-
mentos de tanques, apoiados por uma potente aviação. 
Para a agressão à União Soviética, junto com a Alema-
nha se preparavam também todos os Estados do bloco fas-
cista-militar – Itália, Finlândia, Romênia e Hungria. As tropas 
dos Estados que entravam neste bloco contavam com 10,4 
milhões de efetivos, 90.250 peças de artilharia e morteiros, 
6.677 tanques e canhões autopropulsados, 13.691 aviões de 
combate, 459 embarcações de guerra dos tipos principais, en-
tre eles 260 submarinos. Em uma determinada etapa da 
guerra teve a intenção de entrar em conflito com a URSS o 
Japão militarista, cujas tropas terrestres, 50 divisões, encon-
travam-se próximas da fronteira soviético no Extremo Ori-
ente. As Forças Armadas da União Soviética contavam ao ini-
ciar a guerra (junho de 1941) com 5.373 mil homens, mais de 
6.700 canhões e morteiros, 1.861 tanques, mais de 2.700 avi-
ões militares de novos tipos, 276 embarcações de guerra dos 
principais tipos, incluso 212 submarinos. O primeiro escalão 
estratégico das tropas soviéticas, ao longo das zonas frontei-
riças ocidentais, contava com 2.680 mil homens, 37.500 ca-
nhões e morteiros, 1.475 tanques e 1.540 aviões militares de 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
novos tipos. A custódia das fronteiras soviéticas estava a 
cargo das unidades e destacamentos de guarda-costeiras e 
tropas do interior com cerca de 100 mil homens. 
Possuindo considerável superioridade de forças, que 
em muitas direções era de 3 a 4 vezes, e favorecidas pelo fator 
surpresa da agressão, as hordas germano-fascistas consegui-
ram nas primeiras horas de guerra, assestar golpes demolido-
res sobre as regiões militares fronteiriças. 
Conforme o determinado pelo plano “Barbarossa” as 
gigantescas concentrações das Forças Armadas alemãs foram 
espalhadas ao longo da fronteira oeste da União Soviética 
para empreender uma ofensiva, em três direções estratégicas: 
a de Leningrado (o Grupo de Exércitos “Norte”), a de Moscou 
ou principal (o Grupo de Exércitos “Centro”) e a de Kiev (o 
Grupo de Exércitos “Sul”). Os hitleristas iniciaram a guerra 
subitamente, atacando covardemente a União Soviética. Du-
rante os combates travados nas zonas de fronteira, os ale-
mães fascistas pretendiam cercar e aniquilar as principais for-
ças do Exército soviético, para apoderar-se rapidamente dos 
importantes centros da URSS e acabar vitoriosamente a 
guerra antes da chegada do inverno. Em 22 de junho de 1941, 
a guerra, como uma enorme catástrofe nacional, caiu sobre o 
pacífico povo da URSS. Este dia, ao amanhecer, as tropas na-
zifascistas irromperam de surpresa no território da nossa Pá-
tria. Conjuntamente com a Alemanha entraram na guerra os 
exércitos da Hungria, Finlândia, Romênia e, posteriormente, 
Itália. 
Seguindo o chamamento do Partido Comunista, ao 
uníssono do seu coração, todo o povo soviético se alçou na 
sagrada e decidida luta contra o feroz e desleal inimigo. O Co-
mitê Estatal de Defesa (CEO), órgão extraordinário que se for-
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
mou nos primeiros dias da guerra sob a presidência do Secre-
tário Geral do Comitê Central do PC(b) da URSS, J. V. Stalin, 
exercia a direção do partido e estatal do país, concentrando 
em suas mãos toda a plenitude do poder e encaminhando os 
esforços da frente e da retaguarda a um objetivo comum: a 
derrota do inimigo. O Partido e o Komsomol enviaram seus 
melhores filhos à frente, quadros experimentados e dirigentes 
das organizações partidárias, sindicais, dos Sovietes e da ju-
ventude. No total, no primeiro meio ano de guerra, se incor-
poraram às Forças Armadas 1,1 milhão de comunistas e 2 mi-
lhões oriundos do Komsomol. Esta medida desempenhou im-
portante papel na elevação do espírito combativo e moral en-
tre a tropa, no fortalecimento da disciplina e firmeza. 
Nenhum outro país do mundo, à exceção da URSS, po-
deria ter suportado e rechaçado os ataques da gigantesca má-
quina militar fascista. O povo soviético entrou intrepidamente 
na luta mortal contra o odioso inimigo, não tremeu, não bai-
xou sua cabeça. Os chamamentos do Partido converteram-se 
em seu lema de combate: “Morte aos invasores fascistas!” 
“Tudo para a frente, tudo para a vitória!”. 
Mas já nos primeiros dias do conflito, o inimigo se de-
parou com uma resistência tenaz, verdadeiramente heroica 
dos soldados soviéticos e da população das regiões das fron-
teiras. Nem sequer uma só posição, nem sequer um só povo-
ado foi cedido sem uma encarniçada luta e sangrentos com-
bates. Os agressores sofreram grandes perdas em homens e 
em material bélico. Os guardas da fronteira, armados so-
mente com armas leves, lutavam contra as hordas nazistas 
até a última bala. Vários postos fronteiriços que contavam 
apenas com 40 ou 50 homens fizeram frente ao exército fas-
cista durante 2 ou 3 dias, ainda que o Alto Comando hitlerista 
houvesse planejado derrotá-los em 15 ou 30 minutos. Todo o 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
mundo conhece a epopeia da defesa heroica da fortaleza de 
Brest. Exemplo excepcionais de heroísmo em massa, de fir-
meza e de valor foram manifestados pelos soldados soviéticos 
e a população civil defendendo as cidades de Liepaja, Tallin, 
Shiauliai e Peremyshl. 
Durante um mês, as tropas do 80º Exército rechaçaram 
os encarniçados ataques do inimigo na linha de defesa Pi-
arnu-Tartu-Lago Chudskoie. Até 27 de agosto, lutaram a pe-
quena guarnição de Tallin e, junto com ela, os operários ar-
mados da capital estoniana. Somente em 21 de outubro, os 
hitleristas conseguiram ocupar as ilhas do arquipélago de 
Moonsund, cuja guarnição seguia repelindo os ataques inimi-
gos, enquanto a frente de defesa das tropas soviéticas já se 
encontrava a 400 km ao Oeste, nas proximidades de Lenin-
grado. Os soldados da 28ª divisão de tanques, enviada pelo 
coronel D. Cherniakovski (que mais tarde, a partir de 1944, 
seria condecorado duas vezes Herói da União Soviética, gene-
ral do exército e comandante em chefe da 3ª Frente da Bielor-
rússia), em 24 de junho tomaram totalmente um regime mo-
torizado do inimigo que se encontrava próximo da fronteira 
oeste da Lituânia. A 9ª brigada independente antitanque do 
coronel N. I. Polianski, nos combates travados de 22 a 26 de 
junho na direção de Shiauliai, destruiu cerca de 300 tanques 
fascistas. O soldado A. F. Serov, com uma peça de artilharia 
do 6360º regimento desta brigada, em um só combate, em 23 
de junho, abateu 11 tanques. 
Nos primeiros dias da guerra, as tropas motorizadas 
soviéticas assestaram um contundente golpe de contra-ofen-
siva aos agrupamentos de tanques do inimigo concentrados 
na região das cidades ucranianas de Dubno, Lutsk, Brodi e 
Rovno. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
Como resultado deste golpe, foi detida a ofensiva das 
hordas nazistas até Kiev. 
Semelhantes façanhas e heroicas proezas sucediam a 
cada dia em todos os setores da vasta frente soviético-alemã. 
Estes acontecimentos esfriavam o ardor beligerante dos es-
trategistas fascistas, lhes obrigando a penas pensar no que 
poderia acarretar a aventura empreendida. Em particular, um 
dos altos dirigentes da Alemanha fascista, chefe do Estado 
Maior da Wehrmacht, o general F. Halder, anotou em seu di-
ário em 24 de junho de 1941: “vale ressaltar a tenacidade de 
algumas unidades russas no combate. Houveram casos que 
guarnições de defesa se explodiam junto com as fortalezas, 
para não querer cair prisioneiros”. Cinco dias mais tarde, Hal-
der volta assinalar: “a informação recebida da frente confirma 
que os russos lutam por todaparte até o último homem”. 
Cruentos combates aconteceram também no ar. Os pi-
lotos soviéticos se engajaram com firmeza e valentia em com-
bates contra os fascistas, aplicando com frequência a arma 
própria dos homens de espírito forte – o auto sacrifício aéreo. 
No primeiro dia da guerra, os pilotos I. Ivanov, P. Riabtsev, L. 
Butelin, D. Kokorev, A. Danilov e muitos outros, após esgotar 
suas munições, arremetaram suas aeronaves contra os aviões 
inimigos. Um exemplo imortal de sacrifício foi demonstrado 
pela tripulação do avião bombardeiro pilotado pelo capitão N. 
Gastelo, comunista que lançou seu avião em chamas contra 
um comboio de caminhões, cisternas de gasolina e tanques 
do inimigo. No final de junho, defendendo a cidade de Lenin-
grado, arremeteram contra aviões inimigos os pilotos S. Zdo-
rovtsev, M. Zhukov, P. Jaritonov; foram os primeiros na guerra 
a quem foi concedido o título de “Heróis da União Soviética”. 
Nossos marinheiros lutavam valentemente. Em 22 de junho, 
os marinheiros da Frota do Mar Negro rechaçaram todos os 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
furiosos ataques da aviação fascista contra Sebastopol. No 
norte das tropas terrestres, fortemente apoiadas pelos mari-
nheiros da Frota do Norte, rechaçaram todas as operações 
empreendidas pelo inimigo para apoderar-se de Murmansk e 
de cortar a ferrovia que unia esta cidade a Leningrado. Os ma-
rinheiros do Báltico, que viram em uma situação extrema-
mente difícil, deram exemplos de heroísmo em massa. Junto 
com as tropas terrestres e a população civil, defenderam ab-
negadamente os portos de Liepaja e Tallin, para evitar que o 
inimigo tomasse as principais forças da Frota e as conduziram 
a Kronstadt, o que tornou possível reforçar a defesa de Lenin-
grado. O fácil “passeio” das hordas nazistas pela terra sovié-
tica, assim como aconteceu no Ocidente, fracassou. Em me-
nos de um mês de combates, perderam cerca de 100 mil sol-
dados e oficiais, quase a metade dos tanques que entraram 
em combate e cerca de 1.300 aviões. Também a URSS, que foi 
obrigada a entrar na guerra em condições extremamente 
ruins, sofreu grandes perdas. O Partido Comunista e o Go-
verno traçaram um programa preciso de mobilização de todas 
as forças do povo para derrotar o inimigo. Suas principais po-
sições foram refletidas no discurso pronunciado por J. V. Sta-
lin no rádio em 3 de julho de 1941. Toda a vida do país sovié-
tico se reorganizou de acordo com as necessidades da guerra. 
Adquiriu importância primordial a tarefa de reforça intensa e 
constantemente as fileiras do Exército Vermelho e de equipá-
lo com armamento e material de guerra. Na mobilização geral 
nos primeiros meses do conflito, foram convocadas mais de 5 
milhões de pessoas. Em um curto período de tempo se forma-
vam novas unidades e agrupamentos. 
No fracasso do plano hitlerista de “guerra relâmpago” 
desempenharam papel importante os heroicos defensores de 
Leningrado, Minsk, Smolensk, Kiev, Odessa, Sebastopol, Tula 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
e Moscou. Dificuldades e sofrimentos extraordinários surgi-
ram diante dos defensores da cidade de Lenin. Demonstrando 
abnegação sem limites, eles puderam frear consideráveis for-
ças inimigas, no momento em que estas estavam empenhadas 
em abrir caminho até Moscou via Smolensk. 
A batalha de Smolensk, uma das maiores no verão de 
1941 teve excepcional importância. Se desenvolveu em uma 
extensa frente com a participação de grandes contingentes de 
tropas. Foi uma batalha extremamente sangrenta. O inimigo 
não conseguiu abrir “as portas até Moscou” de um só golpe, 
ainda que sua superioridade em número de efetivos e de ar-
mas fosse visível. Esta batalha custou caro ao agressor. Nos-
sas tropas detiveram aqui, no espaço de dois meses, uma po-
tente agrupação do inimigo que tentava abrir caminho para 
Moscou. O plano “Barbarossa” e o plano estratégico de 
“guerra relâmpago” sofreram o primeiro fracasso. No fulgor 
da batalha de Smolensk nasceu a Guarda soviética, formada 
por suas primeiras quatro divisões que se destacaram por sua 
máxima capacidade combativa. Na batalha de Smolensk, o 
Exército Soviético foi equipado com uma arma magnífica: os 
lança-foguetes reativos (“katiushas”), cuja primeira bateria 
experimental independente do capitão da Guarda, I. Fliorov, 
assestou os primeiros golpes demolidores ao invasor. Esta 
bateria escreveu as primeiras páginas nos anais da heroica 
história combativa desta nova arma. Difíceis combates defen-
sivos foram travados no verão e no outono do primeiro ano 
da conflagração no sul do país. Páginas brilhantes nas crôni-
cas dos gloriosos combates escreveram os defensores de Kiev, 
Odessa e Sebastopol. Os combates nos acessos à capital da 
Ucrânia duraram mais de dois meses. As perdas sofridas pelo 
Exército Soviético eram graves, mas o inimigo também pagou 
caro a tomada de Kiev. Durante 73 dias, os defensores de 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
Odessa resistiram com firmeza e abnegação insuperáveis aos 
ataques das hordas nazistas. Os defensores de Sebastopol de-
ram exemplo de assombrosa valentia e heroísmo em massa. 
Por 250 dias e noites, sem descanso, mantiveram sangrentos 
combates. 
A título de comparação, vale a pena citar que a Dina-
marca opôs resistência à agressão fascista por apenas um dia; 
Bélgica, 19 dias; França, 44 dias de intensivas atividades da 
Wehrmacht; Noruega, 2 meses. O fascismo alemão esperava 
derrotar a URSS com o mesmo ritmo “relâmpago”. Para a con-
quista de Moscou, aprovou um novo projeto (operação “Tu-
fão”), no transcurso do qual o Alto Comando da Wehrmacht 
pensava derrotar as tropas soviéticas nas cercanias da capital, 
abrindo caminho para sua ocupação, o extermínio total de 
sua população e conversão da cidade em gigantescos amon-
toados de escombros. 
Em outubro e novembro de 1941, o inimigo empreen-
deu duas grandes ofensivas contra Moscou. Na primeira, uti-
lizaram 74 divisões de capacidade combativa (inclusas 22 de 
tanques motorizados), ou seja, 1,8 milhão de soldados e ofi-
ciais. Na segunda, utilizaram 51 divisões. 
Façamos mais uma comparação. Em 12 de junho de 
1940, o 18º Exército alemão, com somente 4 divisões de in-
fantaria, ultrapassou o rio Sena, a aproximadamente 70 km, a 
noroeste de Paris. Em 14 de junho, favorecidos pela traição 
dos dirigentes reacionários da França, a soldadesca nazista já 
marchava pelas ruas da capital francesa. 
Na defesa de Moscou, a querida capital do país, os 
combatentes soviéticos manifestaram firmeza lendária. Um 
brilhante exemplo disto é a façanha de 28 combatentes da di-
visão de infantaria sob ordens do general I. V. Panfilov. Em 16 
de novembro, rechaçando os ataques do inimigo à parada de 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
Dubosekov, estrada de Volokolamsk, este pequeno grupo de 
soldados, encabeçado por V. G. Klochkov, instrutor político 
de companhia, entrou em combate desigual contra várias de-
zenas de tanques do inimigo. As palavras pronunciadas pelo 
comunista Klockov: “Rússia é grande, mas não há como re-
troceder. Atrás de nós está Moscou!”, alentaram os intrépidos 
soldados. A maioria deles caiu no campo de batalha, mas os 
hitleristas não puderam abrir caminho pela linha de defesa. 
Nos combates defensivos de Moscou, o Exército Sovi-
ético deu grandes exemplos de valentia e resistência, concre-
tizou um inusitado heroísmo em massa. Dezenas de peque-
nas e grandes unidades e milhares de soldados e oficiais de 
todas as armas esbanjaram extraordinário valor na luta con-
tra o inimigo. Todo o país admirava as façanhas dasdivisões 
da Milícia Popular e das brigadas da Marinha. Os hitleristas 
perderam no céu da capital 1.300 aviões, cifra que demonstra 
o destemor dos pilotos soviéticos e a eficácia da força antiaé-
rea, unidas ao patriotismo e ao ódio ao invasor. Os defensores 
de Moscou produziram grandes perdas às hordas fascistas. As 
possibilidades ofensivas do inimigo se esgotavam e as forças 
do Exército Soviético se incrementavam. Este fato permitiu ao 
Comando soviético preparar a poderosa primeira contraofen-
siva, desde o início da conflagração, então absolutamente 
inesperada pelo adversário. Esta contra-ofensiva começou em 
5 de dezembro em uma frente muito ampla, de Kalinin até 
Elets, e culminou com uma brilhante vitória. Os campos nas 
imediações de Moscou estavam cobertos por cadáveres de 
soldados e oficiais inimigos, de amontoados de material de 
guerra destroçados e abandonados sob pânico. Foram derro-
tadas 38 divisões fascistas (entre estas, 11 de tanques), as de-
mais sofreram enormes danos e foram rechaçadas a cerca de 
100 a 250 km da capital. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
O plano nazista de ocupação de Moscou foi frustrado. 
Os defensores da capital soviética enterraram o falso mito da 
“invencibilidade” do exército fascista. Pela primeira vez, 
desde o começo da Segunda Guerra Mundial, a Wehrmacht 
alemã sofreu, nos campos de Moscou, uma grande derrota. 
Também fracassou a estratégia de “guerra relâmpago”. Nos 
arredores de Moscou despontou o alvorecer da nossa futura 
vitória. Era o começo da virada radical no curso da guerra. 
A vitória das forças soviéticas nos subúrbios de Mos-
cou teve uma imensa importância militar, política, moral e in-
ternacional. Ela levantou estado de ânimo do povo soviético 
e inspirou a milhões de patriotas dos países ocupados da Eu-
ropa a ampliar a luta contra os invasores fascistas. O espírito 
moral das tropas inimigas se debilitou. No Processo de Nu-
remberg por crimes de guerra foi perguntado ao Marechal de 
campo Keitel sobre quando havia começado a compreender 
que o plano “Barbarossa” estava condenado ao fracasso, ao 
que ele respondeu com somente uma palavra: “Moscou”. 
A frustação do plano de “guerra relâmpago”, o desen-
volvimento de novas forças do Exército Soviético, o fortaleci-
mento da retaguarda do país e a criação da potente coalizão 
antihitlerista dos Estados, é o balanço principal dos primeiros 
seis meses da Grande Guerra Patriótica. Já então se manifes-
tou o caráter aventureiro dos planos agressores da Alemanha 
fascista. Mas o povo soviético e suas Forças Armadas tinha a 
sua frente inúmeras dificuldades e sacrifícios incalculáveis. 
Não obstante, os soviéticos já estavam firmemente seguros da 
inevitável e catastrófica derrota da Alemanha hitlerista, da vi-
tória definitiva sobre o fascismo. 
 
 
 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
1942: o começo da virada radical 
O segundo ano de guerra na frente soviética-alemã foi 
bastante tenso. Se iniciou com uma ofensiva geral do Exército 
Soviético em uma frente muito ampla por sua extensão: do 
Noroeste do país até o Mar Negro. Mas naquele momento a 
situação das forças soviéticas era desfavorável. A ofensiva foi 
seguida por um longo período de penosos combates defensi-
vos e retirada de nossas tropas em direção ao Volga e ao Cáu-
caso. Não obstante, o fim do ano trouxe uma boa notícia: o 
cerco e a derrota das hordas hitleristas em Stalingrado, que 
encheu de grande alegria o povo soviético. No curso da ofen-
siva geral empreendida pelas tropas soviéticas haviam sido 
derrotadas cerca de 50 divisões nazistas e em algumas dire-
ções o inimigo foi rechaçado a 100-350 km. Foram libertadas 
dezenas de cidades e milhares de aldeias e povoados. Desde 
o início da guerra, as perdas totais somente das tropas terres-
tres da Alemanha fascista superaram 1,1 milhão de homens. 
Ademais, as tropas soviéticas destruíram grande quantidade 
de material bélico. 
No flanco sul da frente soviética-alemã seguia a he-
roica defesa de Sebastopol. Seus valorosos defensores isola-
dos das tropas soviéticas por terra e bloqueados por mar, re-
chaçavam obstinadamente os intermináveis ataques dos fas-
cistas, causando-lhes enormes perdas. 
Em 18 de maio de 1942, o vice-almirante F. S. Oktia-
brski, comandante em chefe da Zona de Defesa de Sebasto-
pol, recebeu a ordem do Estado Maior Geral que ditava a ado-
ção de uma série de medidas para anular qualquer novo ata-
que à cidade pelas tropas nazistas. Para uma melhor coorde-
nação das operações militares, a Zona de Defesa de Sebasto-
pol, a Frota militar do Mar Negro, a Flotilha militar de Azov e 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
a Circunscrição militar do Cáucaso, foram subordinadas a re-
cém-formada Frente do Cáucaso do Norte. 
No início de junho, os números da tropa nesta zona de 
operações eram de 106 mil homens, 600 peças de artilharia e 
morteiros, 38 tanques e 53 aviões de combate concentrados 
nos aeródromos de Sebastopol. Para o assalto à cidade o Alto 
Comando alemão concentrou um grande agrupamento de 
forças: cerca de 204 mil soldados e oficiais, 2.045 peças de 
artilharia e morteiros, 450 tanques e cerca de 600 aviões de 
combate. 44 navios de guerra, inclusos 6 submarinos, bloque-
avam a cidade pelo mar. Uma esquadrilha especial de 150 
bombardeiros foi destinada precisamente para assestar gol-
pes contra navios soviéticos que transportavam à cidade cer-
cada tropas, armamentos e víveres. 
Em 2 de junho, os fascistas iniciaram a preparação da 
artilharia e a força área de assalto. Um mar de fogo caiu in-
cessantemente durante cinco dias e noites sobre as posições 
dos defensores de Sebastopol. Em 7 de junho, a infantaria e 
os tanques do inimigo se lançaram ao ataque. Os defensores 
da cidade com valor e tenacidade inquebrantáveis rechaça-
vam os furiosos ataques do inimigo, superior em número. A 
situação era cada vez mais periclitante. Munições, alimentos 
e água potável tornavam-se cada vez mais escassas. O Co-
mando da Frente do Cáucaso do Norte não tinha condições 
de prestar-lhes a ajuda necessária de forma eficaz. 
Em 30 de junho, pela noite, quando já se havia esgo-
tado as munições, os víveres e a água, foi recebida a ordem 
do Quartel General para retirar-se em direção a costa. O res-
tante da guarnição foi evacuado ao Cáucaso. Uma parte dos 
defensores conseguiu romper o cerco, abrindo caminho para 
as montanhas, onde se uniu aos destacamentos guerrilheiros. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
A defesa de Sebastopol durou oito meses e entrou para 
a história da Grande Guerra Patriótica como uma de suas pá-
ginas mais brilhantes. Sua importância política e militar foi 
enorme. Na primavera e no verão do ano de 1942, na frente 
soviética-alemã se desenvolveu uma tenaz luta para apode-
rar-se da iniciativa estratégica. 
A Wehrmacht fascista já não podia realizar a ofensiva 
ao longo de toda a linha da frente, pois para isto já não dis-
punha nem de forças, nem de meios militares. É por isto que 
o Comando fascista decidiu transportar o centro de gravidade 
das operações militares ao Sul, às regiões economicamente 
importantes do Donbass, do curso inferior do Don e do Volga, 
e do Cáucaso. 
Aqui se concentrou um forte agrupamento inimigo que 
dispunha de 37% das divisões de infantaria e cavalaria e de 
53% das unidades blindadas e motorizadas do total das tro-
pas da frente soviética-alemã. Este agrupamento estava com-
posto por 97 divisões, inclusas 10 blindadas e 8 motorizadas, 
que contavam com 900 mil homens, 1.200 tanques e canhões 
deassalto, mais de 17 mil peças de artilharia e morteiros, 
apoiados por 1.640 aviões de combate. Lhes fazia oposição 
tropas soviéticas aproximadamente iguais em número de ho-
mens e de tanques, mas que dispunham de quantidade con-
sideravelmente menor de artilharia e aviação. Além disto, a 
preparação das tropas soviéticas começou com atraso e já 
não havia tempo para concluí-la, fato que facilitou para que 
as tropas hitleristas rompessem nossas defesas e entrassem 
com bastante rapidez em meio ao rio Don. 
Os estrategistas nazistas esperavam obter uma vitória 
relativamente fácil com a operação ofensiva no Sul do país. 
Hitler até declarou que, pelo visto, não havia nenhuma neces-
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
sidade de que no combate entrassem todas as unidades des-
tinadas a apoiar aquela operação. “A resistência dos russos – 
declarou no Quartel General da Wehrmacht em 24 de junho –
, pode revelar-se muito fraca. Por isto é necessário pensar 
também na realização de uma ofensiva pelo Grupo de Exérci-
tos ‘Centro’. ” 
A gloriosa batalha de Stalingrado é um dos aconteci-
mentos mais importantes da Grande Guerra Patriótica e de 
toda a Segunda Guerra Mundial. Se divide em dois períodos: 
o defensivo, de 17 de julho a 19 de novembro de 1942, e o 
ofensivo, de 19 de novembro de 1942 a 2 de fevereiro de 1943. 
A batalha durou seis meses e meio. Nela participaram por am-
bas partes mais de 2 milhões de homens e uma imensa quan-
tidade de material de guerra foi utilizado. 
Durante os primeiros dois meses da batalha se desen-
volveram encarniçados combates no Don e posteriormente na 
própria cidade. O Comando hitlerista lançou contra Stalin-
grado forças colossais: o 6º Exército, que em seu tempo havia 
conquistado a França, e o 4º Exército encouraçado, assim 
como outras unidades e numerosa força aérea. A superiori-
dade do inimigo em número de efetivos e armas era enorme. 
A medida em que iam desenvolvendo-se os combates nas 
imediações de Stalingrado, cada vez mais forças se lançaram 
ao fragor da batalha, entre elas o 8º Exército italiano e o 3º 
romeno. 
O Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) 
da URSS, o Governo soviético e o Alto Comando Supremo to-
mavam todo tipo de medida para organizar a resistência. Foi 
então criada a Frente de Stalingrado (com o general A. I. Eri-
omenko como Comandante em Chefe), que foi reforçado com 
os exércitos que se encontravam na região do Don e do Volga, 
e também com os 62º, 63º e 64º Exércitos que chegavam da 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
reserva do Quartel General. Ao Comando da frente foi subor-
dinada a Frota militar do Volga. Porém, faltavam forças para 
organizar uma sólida resistência em uma frente que se esten-
deu por mais de 500 quilômetros. 
As tropas soviéticas rechaçavam com firmeza a furiosa 
arremetida do inimigo. Não obstante, o grosso das forças hi-
tleristas, após cruentos combates, rompeu a defesa da Frente 
de Stalingrado, cruzou os rios Don e Chir e se lançou em di-
reção ao Volga. A situação tornou-se extremamente crítica. 
Naqueles dias difíceis para nossa Pátria, o Partido Comunista 
se dirigiu às tropas com o seguinte chamado: “Nem um passo 
atrás!” Este imperativo determinou o conteúdo de toda a ati-
vidade política e organizativa do Partido na frente. Como re-
sultado, em um prazo bastante curto, aumentou-se conside-
ravelmente a capacidade combativa das tropas soviéticas, sua 
firmeza e destreza militar. 
São incontáveis os exemplos de coragem e audácia de-
monstrados por nossos combatentes nas cercanias de Stalin-
grado e na própria cidade. O povoado Ketskaia foi teatro de 
uma heroica façanha realizada por quatro antitanquistas da 
33ª divisão da Guarda, P. Baloto, I. Aleinikov, F. Belikov e P. 
Samoilov, que fizeram frente a 30 tanques alemães, destru-
indo 15 deles e saindo ilesos deste combate normal. Outro 
exemplo de heroísmo ímpar foi dado por um grupo de solda-
dos da 40ª divisão da Guarda, comandados pelo guarda-ban-
deira V. D. Kochetkov. Durante dois dias rechaçaram os ata-
ques dos tanques e da infantaria hitlerista na aldeia de Du-
bovoe. Dos 16 heróis, ficaram vivos quatro: o próprio Kochet-
kov, gravemente ferido, assim como seus companheiros de 
luta M. P. Stepanenko, VA. Chirkov e M. A. Shuktomov. Ao es-
gotar as munições, cumprindo seu deve perante a Pátria, se 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
arrojaram com punhados de granadas sob os tanques fascis-
tas. O inimigo foi detido. 
Em meados de agosto, foram travados combates nos 
subúrbios da cidade. Estes a cada dia tornavam-se mais 
cruéis. Em 23 de agosto, algumas unidades fascistas conse-
guiram penetrar até o Volga na zona de Rinok, ao norte de 
Stalingrado. Para lá foram mandados com toda urgência re-
forços, entre estes o destacamento unificado de marinheiros 
e vários destacamentos de operários. Em sua ânsia de chegar 
o quanto antes até o Volga em uma extensa margem, os fas-
cistas não cessaram os bombardeios aéreos de Stalingrado 
nem por sequer um minuto: somente em 23 de agosto, a avi-
ação fascista fez duas mil incursões. Os soldados da defesa 
antiaérea e os pilotos soviéticos repeliam com toda coragem 
os sucessivos ataques da aviação nazista. Em um só dia, 23 
de agosto, derrubaram 90 aviões inimigos. Não foram poucos 
os casos quando os soldados da defesa aérea tiveram que tra-
var combates não somente contra os aviões, mas também 
contra os taques e a infantaria do inimigo, como aconteceu 
nas imediações da cidade de Moscou. Por exemplo, os solda-
dos do 1077º regimento de artilharia antiaérea, comandado 
pelo tenente-coronel V. E. Guerman, durante dois dias des-
truíram 83 tanques, 20 aviões e aniquilaram 15 caminhos com 
infantaria inimiga. Na luta pelo povoado de Kotluban se des-
tacaram por sua valentia os soldados da companhia de me-
tralhadoras da 35ª divisão da Guarda que era comandada pelo 
capitão Rubén Ruíz Ibarrurí, filho da célebre comunista espa-
nhola Dolores Ibarrurí, a Passionaria. Incentivados pela au-
dácia do seu chefe, os combatentes rechaçavam com coragem 
os ataques dos nazistas. Rubén Ruíz caiu mortalmente ferido. 
Lhe foi outorgado, postumamente, o título de “Herói da União 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
Soviética” e ergueu-se um monumento na praça dos Lutado-
res Caídos, em Stalingrado (hoje Volvogrado), onde foi enter-
rado. Em meados de setembro, os exércitos fascistas empre-
enderam o furioso assalto à Stalingrado. Os combates já ocor-
riam na própria cidade e estas árduas lutas duraram por dias 
e noites durante dois meses seguidos. O peso principal caiu 
então sobre os soldados do 62º Exército do general V. I. Chu-
ikov e o 64º Exército do general M. S. Shumilov. 
No fogo da batalha revelaram grande firmeza as 13ª e 
37ª divisões da Guarda comandadas pelos generais A. I. Ro-
dimtsev e V. G. Zholudev; as 95ª, 112ª, 138ª e 308ª divisões de 
fuzileiros comandadas pelos coronéis V. A. Gorishni, L. E. Er-
molkin, I. I. Liudnikov e L. N. Gurtiev; a 84ª brigada de tanques 
sob comando do coronel S. F. Gorojov, e muitas outras. 
Cem mil soldados de infantaria da marinha defende-
ram a cidade de Stalingrado. Muitos marinheiros imortaliza-
ram seus nomes com feitos assombrosos. Em suas fileiras, 
um posto de honra pertence a um membro do Komsomol, M. 
Panikaja, marinheiro do Oceano Pacífico. No fim de setembro, 
ele atravessou o Volga junto com seu 883º regimento da 193ª 
divisão e defendeu com seus companheiros de regimento o 
povoado de Krasni Oktiabr quando os tanques nazistas (no-
vamente) atacavam as posições do regimento,M. Panikaja 
lançava contra eles garrafas com líquido inflamável. Aconte-
ceu que uma de suas garrafas foi atravessada por uma bala e 
o líquido inflamável o envolveu em chamas instantanea-
mente. Ardendo como uma tocha, Panikaja, sem perder a se-
renidade, saltou da trincheira, aproximou-se do tanque ini-
migo e com uma segunda garrafa o incendiou. O jovem herói 
entregou sua vida para a defesa da cidade na margem do 
Volga, para nossa justa causa e para nossa grande Pátria. 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
A firme decisão dos soldados soviéticos de defender 
Stalingrado do inimigo era inquebrantável. Sobre isto expres-
sou de maneira feliz o famoso franco-atirador Vasili Zaitsev, 
anteriormente operário da cidade de Kolomna: “depois do 
Volga não há terra para nós”. Também é parte da história da 
heroica epopeia de Stalingrado a defesa da Casa do sargento 
Ya. F. Pavlov e da Casa do tenente N. E. Zabolotni, casas que 
entraram para a história com os nomes destes chefes das pe-
quenas unidades que as defendiam. Estas unidades eram for-
madas por soldados de distintas nacionalidades, mas todos 
defendiam a gloriosa cidade sem poupar suas forças, até o 
último suspiro. 
Em meados de novembro, foi finalizada a etapa defen-
siva da batalha de Stalingrado. Em quatro meses de encarni-
çados combates, o inimigo sofreu enormes perdas: cerca de 
700 mil soldados e oficiais, entre mortos e feridos, mais de 
1.000 tanques, mais de 2.000 peças de artilharia e 1.400 avi-
ões. A heroica defesa de Stalingrado confundiu todos os pla-
nos do inimigo. Para os hitleristas se aproximavam dias difí-
ceis. Já durante os dias da dura batalha defensiva, o Alto Co-
mando Supremo soviético havia elaborado o plano de contra-
ofensiva para derrotar ao inimigo, ao que se deu o nome con-
vencionado de “Urano”. Conforme este plano, se intentaria 
assestar golpes fortes e profundos aos flancos do agrupa-
mento de exércitos inimigos, atacando impetuosamente em 
direções convergentes a Kalach, para cercar e derrotar os 6º 
e 4º Exércitos blindados alemães e as unidades que lhes ser-
viam de apoio. Isto anunciava o começo de amplas operações 
ofensivas do grupo de frentes soviéticas em toda a direção 
Sul. A realização desta operação estava a cargo de três fren-
tes: Sudoeste (Comandante em Chefe, N. F. Vatutin), do Don 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
 
(Comandante em Chefe, general K. K. Rokossovski) e de Sta-
lingrado (Comandante em Chefe, general A. I. Eriomenko). Os 
generais G. K. Zhukov e A. M. Vasilevski, sendo representantes 
do Quartel General do Comando Supremo, tinham que reali-
zar a coordenação das operações das frentes mencionadas. 
As tropas destas frentes contavam com 1 milhão e 106 mil 
homens, 1.463 tanques, 15,5 mil canhões e morteiros, 1.350 
aviões, enquanto que o inimigo tinha 1 milhão e 11 mil sol-
dados e oficiais, 675 tanques e peças de assalto, 10,3 mil ca-
nhões e morteiros, 1.216 aviões. Como se vê, naquele mo-
mento as forças eram praticamente iguais. Mas, precisamente 
aqui, manifestou-se o alto grau da arte militar dos chefes e 
comandantes soviéticos, o ímpeto combativo e a maestria dos 
soldados e oficiais, assim como suas elevadas qualidades mo-
rais e políticas. 
O 19 de novembro de 1942 é uma data memorável, 
tanto na história da batalha de Stalingrado, como de toda a 
guerra em geral. Neste dia, começou a potente contra-ofen-
siva das tropas soviéticas que culminou em uma brilhante vi-
tória. As tropas que avançavam na parte norte e sul da cidade 
romperam a defesa do inimigo e, em 23 de novembro, se uni-
ram na zona Kalach-Sovietski, cercando a maior parte do 
agrupamento fascista. Neste cerco estava o principal agrupa-
mento nazista, constituído por 330 mil soldados e oficiais dos 
6º e 4º Exércitos blindados, juntamente com seu Comando 
encabeçado pelo Marechal de Campo, Paulus. Todos as ten-
tativas do Comando alemão de libertar do cerco suas divisões 
fracassaram completamente. Os dias deste agrupamento es-
tavam contados. 
No fim de dezembro de 1942, a situação das zonas que 
se encontravam entre os rios Volga e Don mudou radical-
mente a favor das tropas soviéticas. Se criava a possibilidade 
 
A Grande Guerra Patriótica da URSS Chuikov/Riabov 
de empreender uma ofensiva em direção a Rostov e de atacar 
pela retaguarda as hordas nazistas que atuavam no Cáucaso. 
A defesa do Cáucaso é uma brilhante página desta guerra. Se 
desenvolvia ao mesmo tempo que a batalha de Stalingrado e 
era parte integrante das operações estratégicas de nossas tro-
pas no Sul do país. 
A ocupação do Cáucaso, a qual nazistas deram grande 
importância, fazia parte dos planos de conquista do fascismo 
alemão. As horas fascistas aspiravam apoderar-se das ricas 
zonas petrolíferas e abrir caminho através do Cáucaso para o 
Próximo Oriente e a Índia. Para ocupar o Cáucaso, o Comando 
alemão elaborou a operação ofensiva “Edelweis” e concen-
trou grandes forças – o Grupo de Exércitos “A”, que contava 
com o 17º Exército de campo, o 1º e o 4º Exércitos blindados 
e o 3º Exército romeno. Estes superavam consideravelmente 
em número nossas tropas do Sul: em 1,5 vezes em efetivos, 2 
vezes em artilharia, 9 vezes em tanques e 8 em aviões. 
Em seus planos, os hitleristas alimentavam as espe-
ranças de que seria possível criar e explorar inimizades na po-
pulação plurinacional do Cáucaso, entre si e com o povo 
russo, e assim provocar a discórdia entre as nacionalidades. 
Mas tais cálculos fracassaram por completo. A amizade fra-
ternal dos povos do Cáucaso com todos os povos soviéticos 
era sólida e inquebrantável, e resistiu às duras provas da 
guerra, saindo desta ainda mais forte. O Comando Supremo 
soviético tomou medidas urgentes para a defesa do Sul do 
país. As Frentes Sul e do Cáucaso do Norte foram agrupadas 
em uma só, sob o nome de Frente do Cáucaso do Norte, co-
mandada pelo Marechal da União Soviética S. M. Budenny. 
Dentro desta se formaram dois grupos de operações: o do 
Don e o de Primorskaia (cada um deles tinha a sua disposição 
três exércitos regulares, um aéreo e um corpo de cavalaria). 
 
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Neste aspecto operativo, ao Conselho Militar da frente esta-
vam subordinadas a Frota do Mar Negro e a Frota militar do 
Mar de Azov. O litoral, de Lazarevskoie até Batumi, e os portos 
da Grande Cordilheira do Cáucaso, eram defendidos pelas 
tropas soviéticas da Frente Transcaucásica. As tropas soviéti-
cas, inferiores em número de efetivos e armas, opuseram uma 
resistência tenaz ao inimigo. Os soldados e oficiais soviéticos 
demonstraram nos combates pelo Cáucaso uma inaudita va-
lentia e heroísmo em massa. Fracassaram os planos hitleris-
tas de penetrar rápida e profundamente na região. Nas cerca-
nias da cidade de Grozny e em alguns portos do Cáucaso, se 
viram obrigados a passar para a defensiva. Também era com-
plicada a situação nos arredores de Novorossiisk. Depois de 
sangrentos combates nas ruas da cidade, os soldados dos 18º 
e 47º Exércitos, a Frota de Azov e da base naval da cidade, que 
lutavam com abnegação ímpar, necessitaram abandonar 
grande parte desta, retornando a costa oriental da baía de 
Tsemes, onde se entrincheiraram. 
Os trabalhadores das organizações do Partido Comu-
nista e soviéticas do Cáucaso do Norte, da Georgia, Azerbaijão 
e Armênia, prestavam ao Exército uma considerável e eficaz 
ajuda. Nas repúblicas da Transcaucásia, com o fim de com-
pletar as frentes, foram organizadas, com base nas Milícias 
Populares, 19 divisões nacionais e 211 batalhões de antitan-
ques, que lutaram com audácia

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