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As transformações no mundo do trabalho 
Os neoliberais acusam o Estado de Bem-estar de ser antieconômico, (porque 
provoca crise fiscal), antiprodutivo (porque desestimula o trabalho e o investimento), 
ineficaz (porque favorece o monopólio estatal e a tutela dos interesses particulares) e 
ineficiente (porque elimina as formas tradicionais – família e comunidade – de 
proteção social). Considerado pelos neoliberais como o vilão da crise, o Bem-estar 
Social foi colocado em questão e, por isso, são realizados cortes nas políticas sociais. 
As políticas sociais no neoliberalismo já não são mais para todos como no Bem-estar 
Social. São políticas só para os mais carentes. Visando reduzir os gastos sociais, as 
políticas sociais neoliberais passam a ter um caráter mais pontual, assistencialista e 
compensatório. Só alguns se beneficiam dessas políticas. O Estado não “gasta” mais 
com todos. A lógica não é mais a universalidade, a igualdade, mas sim a equidade: 
“dar mais a quem tem menos”. Esta corresponde a uma estratégia para a manutenção 
da ordem social desigual. 
A crise dos anos 70, no plano econômico, teve como resposta uma série de 
mudanças na esfera da produção e do trabalho, marcando uma nova etapa do 
processo de acumulação do capital. O processo produtivo passa a incorporar cada vez 
mais os avanços da tecnologia como a microeletrônica e a informática. A introdução 
do processo de automação e a substituição da eletromecânica pela eletrônica 
revolucionam e flexibilizam os antigos processos industriais. Ao lado dessas inovações 
tecnológicas, surgem novas formas de organização do trabalho, que incluem: a 
reestruturação das relações hierárquicas e trabalhistas e as novas técnicas de gestão 
da força de trabalho, que provocam, por um lado, a polivalência operária, e de outro a 
intensificação do trabalho. 
Inaugura-se uma forma de organizar a produção e o trabalho que valoriza: o 
trabalho em ilhas ou células de produção, a qualidade, a inovação, a produção com 
estoques mínimos, a diluição dos contornos entre concepção e execução do processo 
de trabalho, colocando em questão o fordismo e introduzindo mudanças fundamentais 
na forma de produzir no mundo inteiro. As mudanças operadas no âmbito da divisão 
técnica do trabalho, relativas à diluição dos contornos entre concepção e execução, 
não significam uma forma de organizar a produção voltada para os interesses dos 
trabalhadores. Os interesses do capital continuam prevalecendo no novo paradigma. 
São essas temáticas que estudaremos a seguir.

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