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HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS E A ESPECIFICIDADE DA NORMA

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HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS E A ESPECIFICIDADE DA NORMA. 
I. A teoria da hierarquia das normas jurídicas é um sistema de escalonamento das normas, proposto por Hans Kelsen, jurista alemão do século passado, que também é chamada de "Pirâmide de Kelsen".
Tal teoria é amplamente usada, sendo que vários Ordenamentos Jurídicos, de vários Países, estruturaram o sistema jurídico interno com base neste escalonamento. 
No Brasil, a Pirâmide de Kelsen é de fácil visualização, quando olhamos para o sistema jurídico pátrio:
CF
Emendas Constitucionais 
Leis complementares, Leis ordinárias,Medidas Provisórias e leis delegadas.
Decretos
Resoluções, Resoluções, Instruções Normativas, Portarias etc.
A estrutura criada por Kelsen consagra a supremacia da Norma Constitucional e estabelece uma dependência entre as normas escalonadas, já que a norma de grau inferior sempre será válida se, e somente se, fundar-se nas normas superiores.
Vejamos os conceitos de cada norma exposta na Pirâmide de Kelsen para total compreensão da ordem que foi estabelecida:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Tem seu fundamento na Soberania Nacional, o seja, na independência e exclusividade de resolução de questões internas, e organização político-jurídica do país.
Certo é também que a CF emana desta mesma soberania: é ela que elaborada pelo Poder Constituinte Originário, que é a expressão máxima da soberania, já que é ele o Poder que instaura originariamente o Estado e a Ordem Jurídica da Sociedade Política, criando este novo Estado e rompendo por completo com a ordem precedente.
O Poder Constituinte Originário é formado com esta tarefa:
Romper com a Ordem vigente e instaurar Novo Estado.
Após o cumprimento desta tarefa, o Poder Constituinte é dissolvido, até que haja motivos político- sociais para nova reunião, que acarretará nova CF.
Quanto aos assuntos de que trata a CF, ela é a lei fundamental, já que organiza os elementos essenciais do Estado, quais sejam: regular a forma do Estado, a forma de seu governo, os modos de aquisição e exercício do Poder, estabelecendo quais são seus órgãos e seus limites de ação, além dos direitos e garantias fundamentais dos homens e cidadãos.
Eis porque ela ser o cume da Pirâmide de Kelsen:
Ela é a expressão do Poder organizacional, estatal que emana do povo e para ele é feita por seus representantes eleitos.
LEIS COMPLEMENTARES.
Há discussão entre os juristas se elas estão acima ou ao lado das leis ordinárias, na Pirâmide de Kelsen.
Não há consenso e sequer tendência mais marcante que outra sobre o assunto. 
Certo é que quem defende que a lei complementar está acima da lei ordinária, tem os seguintes argumentos: - a Lei Complementar tem um processo de aprovação, no Congresso Nacional, mais rigoroso, já que ela deverá ser aprovada mediante quorum com a maioria absoluta (art. 69 CF/88); sobre sua matéria (o assunto de que trate) esta está taxativamente expressa na CF, em diversos artigos, ao longo de todo o seu corpo legal.
O importante é que não existirá Lei Complementar sobre assunto que não seja elencado na CF.
LEIS ORDINÁRIAS.
Já explicando o que elas são, concluiremos o argumento de quem entende que a lei complementar está acima da Lei Ordinária.
Lei Ordinária tem como requisito de aprovação quorum em maioria simples, desde que presentes na sessão a maioria absoluta de membros (art. 67 CF/88) e sua matéria é "residual", ou seja, ela só poderá tratar de assunto que tenha sido "deixado de lado" pela Lei Complementar, que seria então "mais importante".
Por outro lado, àqueles que defendem que ambas estão no mesmo patamar de hierarquia, os argumentos são o de ser indiferente o "quorum" de votação, já que o órgão que as elabora é o mesmo - Congresso Nacional - Poder Legislativo - e, sobre a matéria de que tratem irá se falar em "resíduo" para a Lei Ordinária só porque o Poder Constituinte, quando quer que o assunto seja regulado pela Lei Complementar é claro, e é omisso quando for Lei Ordinária a reguladora, mas na há critério de importância maior ou menor entre os assuntos.
Os argumentos são estes.
MEDIDAS PROVISÓRIAS E LEIS DELEGADAS.
Aqui, mais uma vez está aberta a discussão sobre, entre as duas formas legislativas, haver hierarquia ou não. Não obstante, certo é que tanto Medidas Provisórias quanto Leis Delegadas estão abaixo de Leis Ordinárias e Leis Complementares, na hierarquia legal. 
. MEDIDA PROVISÓRIA - art. 62 CF/88: São atos do Presidente da República que serão feitas em caso de relevância e urgência.
As Medidas Provisórias terão força de lei e serão submetidas ao Congresso Nacional para que se tornem formalmente leis.
LEIS DELEGADAS - art. 68 CF/88:
São leis, desde seu nascedouro, que são elaboradas pelo Presidente da República quando e, somente quando, o Congresso Nacional lhe delegue a função legislativa. 
A Lei Delegada, por ser excepcional dentro do sistema jurídico, tem como a Medida Provisória (relevância e urgência) requisitos rígidos quanto à matéria sobre a qual poderá dispor.
É o mesmo artigo 68 da CF que elenca os assuntos que podem ser objeto de uma lei delegada. 
O elenco é taxativo. Se entre a Medida Provisória e a Lei Delegada há hierarquia é discutível.
Certo é que ambas, como já foi dito, encontram-se abaixo das Leis Ordinárias e Leis Complementares e obviamente da CF. E é simples entender o porquê: tanto Medida Provisória como Lei Delegada emanam do Poder Executivo - Presidente da República - são portanto fruto de "poder legiferante anômalo".
É que o poder de fazer leis - o Poder legiferante - é próprio do Poder Legislativo. 
O poder Executivo tem o encargo de administrar a Nação, enquanto o Poder Judiciário tem o poder de, fazendo uso do que o Poder Legislativo produziu exercer a tutela dos direitos violados.
São os três poderes da República - independentes, mas harmônicos.
Em casos excepcionais, as funções do Legislativo serão então, em parcela mínima, transferidas para o Poder Executivo, que fará assim Medidas Provisórias e Leis Delegadas, por isso o nome "anômalo" e por isso o baixo grau hierárquico.
Ademais, há sempre clara a dependência do Poder Legislativo: ele ou delega o poder ou tem o poder de "veto".
RESOLUÇÕES:
São os instrumentos com os quais haverá regulamentações de matérias dentro dos limites de ação de cada uma das Casas do Congresso Nacional, isoladamente.
É que as casas- Senado e Câmara - cada qual, possui um rol especifico de atribuições que serão só suas, dentro de todas aquelas que o Congresso Nacional, como um todo, possui, e que são paralelas às suas atividades legiferantes.
Estas atribuições estão na CF (art. 51 as da Câmara e 52, as do Senado). As resoluções são os meios que serão usados para o exercício destas ações não legiferantes. 
Além destas hipóteses de Resoluções há a descrita no § 2º do art. 68 da CF: 
Resolução é a forma com a qual o Congresso faz a delegação - da lei delegada - de parcela de poder legiferante ao Presidente da República.
Diante das conceituações acima expostas, encontramos a hierarquia proposta por Kelsen: a norma máxima é a CF já que dela todas as outras devem emanar e claro, devem nela buscar sua inspiração, como condição sine qua non de existência de sua validade. 
 A última colocação a ser feita no presente tópico diz respeito a "especificidade da norma". 
Segundo a teoria da especificidade da norma.
Ao caso que se apresenta à solução, para o jurista, deverá se aplicar a norma mais específica. 
Explico: O Ordenamento todo, sendo esquematizado em graus de escalonamento hierárquico, segue, como exposto no item I,uma escada de validade sendo a norma inferior necessariamente obediente á norma superior, na Pirâmide de Kelsen.
Caso a norma inferior desafie as suas superiores, ela não é recepcionada pelo Ordenamento, sendo desconsiderada.

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