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MANDADO DE SEGURANÇA (1)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS – UEMG
GRADUAÇÃO EM DIREITO
DIREITO CONSTITUCIONAL I
MANDADO DE SEGURANÇA
PROFª: ADRIANA FLEURY
ALUNOS: CÁSSIA CAROLINE
DOUGLAS RODRIGUES
FABIANA MONTANHER GUEDES
JÉSSICA COELHO GOMES FERREIRA
JÉSSICA TAYNÁ OLIVEIRA CAMPOS
JOSÉ ELMO LIMA
LUCAS EVANGELISTA RODRIGUES
ABRIL/2018
FORMA TRATADA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O RECONHECIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Foi pela Carta Maior de 1934 que o Mandado de Segurança (ou ainda remédio constitucional subsidiário) ganhou caráter Constitucional, momento este em que restringi o alcance da teoria brasileira do Habeas Corpus advindos da CF/1926. Trata-se de remédio constitucional e está devidamente regulamentado por norma infraconstitucional. Somente a Constituição Federal de 1937 foi omissa a esse dispositivo, tido como remédio Constitucional Subsidiário. Este reconhecimento de efetividade, voltou a ter vigor na fundamentação da constituição de 1946 e continuou em vigor em todas as outras Cartas Constitucionais. Remédios constitucionais são, medidas utilizadas com o intuito de tornar certo o exercício dos direitos. Sua definição se dá como sendo, um remédio jurídico com natureza de ação civil, que garante a pessoa física ou jurídica, anular ato ilegal que violou seu direito, ou ainda bloquear a execução de ameaças contra esses direitos, sendo este líquido e certo ou na concepção de Pedro Lenza (2015, p. 1.244): “... é uma ação constitucional de natureza civil, qualquer que seja do ato impugnado, seja ele administrativo, seja ele jurisdicional, criminal, eleitoral, trabalhista etc.” A nossa Magna Carta CF/88, faz referência expressa desta Ação Constitucional em seu Art. 5, LXIX, que reza da seguinte forma: 
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público”.
Destacamos perceptivelmente que são quatro os requisitos do mandado de segurança:
	ação ou omissão por parte do Poder Público
	ilegalidade ou abuso de poder
	lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo
	direito não protegido por habeas corpus nem habeas data
Desta forma notadamente se demonstra que o Mandato de Segurança busca invalidar atos de autoridade ou a supressão de certas omissões no âmbito administrativo, que geram danos e perdas a direitos líquido e certo (direitos fáceis de demonstrar, comprovar) por efeitos da ilegalidade ou abuso de poder. Podemos tentar elucidar o exposto através de uma citação da seguinte maneira: em um concurso público ao qual se expressa o direito a vagas para Deficientes Públicos, um indivíduo que tenha disputado a vaga neste sistema e tenha sido classificado, venha a perder sua vaga por uma desclassificação injusta, tendo este apresentado provas de que sua deficiência se encaixa para a obtenção da vaga, pode e deverá entrar com Mandado de Segurança, pois este tem comprovado seu direito líquido e certo(fundamentado documentalmente na petição inicial) sendo usurpado por ato ilegal da parte pública, ato público.
Enfim, este remédio constitucional foi previsto em quase todas Constituições, como supracitado, e teve suas regras gerais regulamentadas por vários dispositivos, sendo atualmente prevista e regulada pela LEI N.12.016, de 07.08.2009 que iremos tratar adiante neste nosso objeto de trabalho. 
CONCEITO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
Consiste em garantia constitucional a um direito líquido e certo não amparado pelo “habeas data” nem pelo “habeas corpus”, este é seu conceito base ao qual, podemos instruirmos na busca da defesa de direitos movidos coletivamente ou individualmente. O mandado de segurança será concedido quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Sendo tido como subsidiário porque quando não couber habeas corpus (tutela de locomoção) ou habeas data (tutela de informação) somente a partir disso caberá Mandado de Segurança.
Constitui este em ferramenta de liberdades cíveis e políticas, já que permite a defesa dos cidadãos de atos ilegais ou praticados com abuso de poder. Mandado de segurança, ainda vale frisar, é uma ação de rito sumaríssimo, ou seja, simples e rápida de processos como o do trabalho, com o qual defende-se a pessoa que sofrer ilegalidade ou abuso de poder ou receio de sofre-la, oriundo de autoridade pública ou nos casos em que se é delegado a terceiros, não amparado por habeas corpus ou habeas data, para proteger o direito liquido, certo e incontestável do impetrante, podemos nos valer deste remédio constitucional. Maria da Sylvia Zanella De Pietro assim conceitua: 
“mandado de segurança é a ação civil de rito sumaríssimo pela qual a pessoa pode provocar o controle jurisdicional quando sofrer lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus nem Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder” (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella / Direito Administrativo. 1999, p. 612). 
A LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA
 A Lei nº 12.016/2009 entrou em vigor três anos após a Lei do Processo Digital nº 11.419/2006. A partir dela, o mandado de segurança tem nova disciplina legal. O Decreto Lei disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras providências, a lei 12.016/2009 (Lei Ordinária) 07/08/2009 por Luiz Inácio Lula da Silva, sendo Decreto Lei. Sua origem é do EXECUTIVO, a fonte D.O.U. de 10/08/2009, P. 2, referenda por Ministério da Justiça - MJ; advocacia-geral da união – AGU, contendo 29 artigos dos quais houve vetos nos termos da mensagem 642, de 07/08/2009 - D.O.U. de 10/08/2009, P. 4: veto parcial, partes vetadas: Parágrafo Único do ART. 5° e PAR. 4° do ART. 6°.
A Lei Nº 12.016, de 7 de Agosto de 2009 trata de assuntos como: disciplinamento, concessão, mandado de segurança, individualização, pessoa física, pessoa jurídica, hipótese, ilegalidade, abuso de poder, abuso de autoridade. Esta Lei é a utilizada atualmente, porém esta substituiu a Lei 1.533/51 que disciplinou o Mandado de Segurança por 60 anos em nosso país, todavia engana-se aqueles que pensam que a nova lei veio inovar a Lei 1.533/51, na realidade está sofreu críticas e objeto de vários questionamentos nos ADIs, e pelos doutrinadores e jurista na área competente, salvo a inovação ao que compete materia da previsão de tutela de segurança coletiva e por algumas modificações pontuais, Podemos citar o objeto da restrição do uso do mandamus, frente a ato de que caiba recurso administrativo previsto no art. 5º, inc. I. Perdeu; o legislador, a oportunidade de vislumbrar o posicionamento consolidado da mais alta Corte, que admite o cabimento do mandamus nessa hipótese. Lembramos há tempo que vale entender o contexto do termo Mandamus que é assim como no writ of certiorari o termo em latim corresponde a "we wish to be informed"(queremos ser informados), o termo mandamus em writ of mandamus corresponde à expressão "we command" (ordenamos). Portanto, a título de conhecimento, enquanto o mandado de segurança é o nome de uma ação no nosso sistema, o writ of mandamus é o termo dado à ordem judicial. O pedido do impetrante (applicant) é chamado petition for writ of mandamus e não apenas writ of mandamus, lembrando que sempre faz-se necessário a análise do contexto em que encontra-se inserido esta expressão.
Tanto o é que, a Súmula nº 429 do Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1964), editada ao tempo da vigência da Lei nº 1.533/51, contém o seguinte enunciado: “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade”.
Lembramos há tempo que, vale entender o contexto do termo Mandamus que é assim como no writ of certiorari o termo em latim corresponde a "we wish to be informed"(queremosser informados), o termo mandamus em writ of mandamus corresponde à expressão "we command" (ordenamos). Portanto, a título de conhecimento, enquanto o mandado de segurança é o nome de uma ação no nosso sistema, o writ of mandamus é o termo dado à ordem judicial. O pedido do impetrante (applicant) é chamado petition for writ of mandamus e não apenas writ of mandamus, lembrando que sempre faz-se necessário a análise do contexto em que encontra-se inserido esta expressão. 
Valendo-se salientar que, ao analisarmos cada um dos 29 artigos contemplados em seu texto constitucional podemos perceber pequenas e significativas nuances de alteração mas,nada que afete de agravo essa inovação ou faça cena significativa. Perda do direito de demandar o réu sobre o mesmo objeto da ação quando o autor abandona o processo. Notamos claramente que no texto da nova Lei, a expressão perempção, não foi muito bem colocada no dispositivo desta, pois a Lei fala em perempção da liminar, e não da ação. Vale anotar ainda que, a partir da Lei 12.016/2009 a perempção passou a ter mais um conteúdo de significação relacionado com a tutela de urgência denominada liminar. Mas o veto das outras leis e suas anulações vem descrito no art.29 de 2009, que revoga-se:
“Art. 29. Revogam-se as Leis 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3º da Lei 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1º da Lei 6.071, de 3 de julho de 1974, o artigo 12 da Lei 6.978, de 19 de janeiro de 1982, e o artigo 2º da Lei 9.259, de 9 de janeiro de 1996.”
ESPÉCIES DO MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança e um remédio constitucional o qual está exposto na Constituição República Federativa do Brasil em seu Artigo 5º, inciso LXIX, em favor de proteger direito líquido e certo, o qual não está amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, onde sua impetração ocorre no momento em que houver ilegalidade por parte de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercícios de atribuições do poder público.
O mandado de segurança possui duas formas diferentes de classificações, quais sejam repressivo ou preventivo. O repressivo surge em matéria para a impetração contra a ilegalidade ou abuso de poder, o qual já atingiu um direito líquido e certo, com o objetivo da cessação da eficácia da conduta ilegal ou abusiva, já o preventivo surge antes que a ilegalidade ocorra, onde o impetrante demonstre receio a uma ameaça concreta ao direito líquido e certo sofrida pela parte coatora, ou seja o preventivo surge em favor de ameaça sofrida por meio do impetrante.
“Artigo 5°, inciso XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;” 
DIREITO LÍQUIDO E CERTO
Pedro Lenza assim conceitua direito líquido e certo:
"O direito líquido e certo é aquele que pode ser demonstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem a necessidade de dilação probatória. Trata-se de direito manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração.”
Desta forma Direito líquido e certo e que no momento de sua impetração já está apto para o ajuizamento do juiz, o qual é facilmente comprovado através de documentos tratados como provas documental, os quais não apresente incertezas por parte dos fatos narrados pelo declarante, sendo assim não seria necessário por parte do juiz uma avaliação mais extensa. 
Ainda assim Direito líquido e certo possui um caráter complexo onde sua matéria de direito por mais complexa e difícil que se apresente, pode ser apreciada em mandado de segurança onde este corresponde mais a prova construída do que o direito em si, pois o mandado de segurança só pode ser impetrado se houver as certeza dos fatos comprovados nos autos do processo, tendo assim a comprovação de que o ato de impetração defendeu um direito líquido e certo. 
PRAZO PARA IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança tem que ser impetrado no prazo de 120 dias a contar da ciência do ato, o qual está ligado a ação em favor de afronta de direito líquido e certo, pelo impetrante. Sendo assim o termo inicial do prazo decadencial começa a fluir, a partir da data em que o ato do Poder Público, seja formalmente divulgado em diário oficial.
A Lei 12.016 do mandado de segurança dispõe em seu art. 23 o seguinte:
“O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.” 
Desta forma o ato impugnado do declarante está a ser contado a partir da publicação oficial, onde este ato não pode ser interrompido e nem suspenso uma vez iniciado, ainda sim que este não esteja expresso na Constituição Federal a afixação de prazo determinado por lei ordinária não contraria a Constituição federal.
Súmula 632 Supremo Tribunal Federal:
“É Constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança.”
O MANDADO DE SEGURANÇA E SUA NATUREZA JURÍDICA
Podemos dizer que a natureza jurídica do mandado de segurança significa a sua essência ou seja, aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo. Sendo assim, grande parte da doutrina leciona tratar-se o instituto de ação constitucional de natureza civil. De acordo com isso, faz importante conhecer as definições dadas por alguns juristas como forma de buscar melhor compreensão a cerca do assunto.
Segundo Alexandre de Moraes, a natureza jurídica do mandado de segurança é definida por "uma ação constitucional, de natureza civil, cujo objeto é a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público." Ainda nesse sentido, explica que “o artigo 5º da Lei nº 1.533/51, ainda, exclui o cabimento da ação: a) quando houver recurso administrativo com efeito suspensivo; b) contra decisão ou despacho judicial; c) para ação na qual ainda haja recurso eficaz; d) contra ato disciplinar, a menos que praticado por autoridade incompetente ou com inobservância de formalidade essencial.”
Para José da Silva Pacheco, em importante observação, esclarecendo atinente à natureza jurídica, trata-se o instituto de: 
“mandamento judicial para ordenar ou determinar a remoção dos óbices ou sustar os seus efeitos, a fim de fluir, sem empecilho, direitos líquidos e certos. Trata-se de sentença mandamental, determinativa, ordenativa, obrigatória e cumprível de imediato sem nova ação, como ocorre com a sentença condenatória.”
Pontes de Miranda leciona que: A prestação jurisdicional, no mandado de segurança, é de mandamento. O juiz ou tribunal manda; o que ele manda já é conteúdo dessa prestação: manda que se tenha como existente, ou como não-existente, alguma relação jurídica, que a autoridade pública teve como inexistente, ou por existente, contra a Constituição, ou contra a lei; manda que se tenha como constituído, ou por desconstituído, algum ato jurídico, porque contra a Constituição, ou contra a lei, a autoridade pública, ou o teve por inconstituível, ou como constituído; manda que se emposse, ou que se desemposse, ou que se reintegre, ou que se destitua algum funcionário público, ou pessoa que foi ofendida, ou cujo atendimento pela autoridade pública, contra a Constituição ou contra a lei, ofenderia a outrem.
Já de acordo com por Teixeira, Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Professor da Universidade Federal de Minas Gerais, “o mandado de segurança apresenta-se como ação civil, de natureza contenciosa, subordinando-se à disciplina do processo civil quanto aos pressupostos e condições”.
Entretanto, considerando algumas particularidades, notar-se-ão algumas características, principalmente aquelas que se referem ao “objeto ao procedimento sumário e ao requisito do direito líquido e certo, violado por ato abusivo (comissivo ou omissivo) da autoridade pública”. (Teixeira, 1987, p. 46).
LEGITIMIDADEATIVA E PASSIVA
LEGITIMAÇÃO ATIVA: É o mesmo que impetrante e legitimado ativo. Não é nada mais que o agente que detém o direito líquido e certo e que não pode ser aparado pelo Habeas corpus, tampouco pelo Habeas data. 
Pode-se dizer que são detentores de direito líquido e certo as:
Pessoas físicas, brasileiras ou não, domiciliadas no Brasil ou não, as pessoas jurídicas;
Os órgãos públicos despersonalizados com capacidade processual (são instituições integrantes da estrutura da administração direta não possuindo personalidade jurídica) à exemplo: Presidência da República, Câmara, Senado, Tribunais, TCU, PF, Receita Federal, ABIN;
A universalidade de bens e direito, que quanto aos bens se refere à pluralidade de bens singulares reunidos pela vontade do dono para determinada destinação unitária e quanto à universalidade de direito , diz respeito ás relações jurídicas titularizadas pela mesma pessoa possuindo valor econômico.( Espólio – conjunto de direitos e deveres pertencentes à pessoa falecida SILVA, 2008. ; Massa falida – acervo de bens, direitos e obrigações do falido lei 11.101/05; Condomínio- Propriedade ao mesmo tempo e sobre o mesmo bem, de mais de um proprietário, SILVA,2008.) 
LEGITIMAÇÃO PASSIVA: É o mesmo que legitimado passivo ou impetrado. É a autoridade coatora, ou seja, responsável pela ilegalidade ou abuso de poder sendo autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público. 
De acordo com o disposto no art. 6º, §3º da lei 12,016/09, a autoridade coatora é aquela na qual tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para sua prática. 
No art., 1º, §2º, há a disposição de que são equiparadas às autoridades representantes ou órgãos de partidos políticos e administradores de entidades autárquicas (Anatel, INSS, INCRA...), assim como dirigentes de pessoas jurídicas ou pessoas naturais de atribuições de poder público (Ex.:Reitor de universidade particular) somente no que disser respeito a essas atribuições.
Já em seu §2º do mesmo artigo, disserta que não cabe mandado de segurança contra os atos da gestão comercial praticado pelos administradores de sociedade econômica mista (empresa resultado da união estado e entes privados. Ex.: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Petrobrás e Eletrobrás).
PROCESSOS NA JURISPRUDÊNCIA DE MANDADO DE SEGURANÇA 
-ALUNA QUE IMPETROU UM MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA O REITOR DA UNIVERSIDADE NA QUAL ESTUDAVA.
CASO : TJ-MG DIAMANTINA – PROCESSO Nº 1.0216.040685-9/0001 
Impetrante: KARINE EDWIRGES FARNEZI
Impetrado: REITOR DA UNOPAR- UNIÃO NORTE DO PARANÁ DE ENSINO LTDA;
Motivo do Mandado de Segurança: Indeferimento de sua matrícula em 08 de maio de 2006.
IMPETRANTE: Que concorreu em 2005 no Concurso Vestibular, tendo sido aprovada, estando frequentando as aulas desde fevereiro de 2006, que em 08 de maio foi comunicada do indeferimento de sua matrícula ocorrida em janeiro de 2006, após ter frequentado 04 meses de aula sem interrupção; que o motivo do indeferimento segundo a Universidade foi a não comprovação da Conclusão do Ensino Médio; que ao indeferir tardiamente sua matrícula , feriu direito adquirido da impetrante; que apesar de indeferimento continuou assistindo às aulas e prestando as provas finais, tendo sido aprovada; que nesse período obteve a Conclusão do 2º grau em junho de 2006.
Na sentença o juiz indeferiu a liminar e a inicial e decretou extinção do processo sem julgamento de mérito.
A impetrante recorreu. Frisou que o mandado de segurança foi proposto contra o reitor da UNOPAR, apesar de ter domicílio em Londrina-PR, presta seus serviços através do Centro de educação Integrada e também por estar relacionado com o Código de Defesa do Consumidor.
A sentença foi mantida argumentando que foi correta a decisão que decretou a incompetência absoluta da vara cível de Diamantina a efeito. Sustentou que a regra imposta pela lei 1.533/51, atual lei 12.016/09 deve prevalecer não se aplicando à questão do Código de Defesa do Consumidor.
Entendeu se que tal caso seria de competência Federal, com base disposto no art.109, VIII CF/88, uma vez que o Mandado de Segurança foi impetrado contra ato de autoridade federal, sendo assim competente para julgamento federal.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
 CF88, ART. 5°, LXX - O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados”.	
 Assim como mandado de segurança individual, o mandado de segurança coletivo tem o mesmo objetivo que é proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
 Tal qual o “habeas data” o mandado de segurança coletivo, não estava garantindo antes da Constituição Federal de 1988. Ele também é regulado pela lei 12.016 de 7 de agosto de 2009. 
 O mandado de segurança coletivo se assemelha também ao mandado de segurança individual no pagamento de custas judiciais, há menos que o impetrante seja beneficiário da justiça gratuita; é necessária a representação por advogado, existe uma formalidade a ser respeitada; legitimados passivos também são iguais ao individual.
 Existem dois pontos que difere o mandado de segurança coletivo do mandado de segurança individual. O mandado de segurança coletivo tem legitimados ativos (impetrantes) definidos na constituição federal, são eles: Partido político com representação no congresso e organização sindical, entidade de classe ou associação regularmente constituída há mais de um ano. O partido político com representação no congresso nacional pode impetrar mandado de segurança coletivo em toda e qualquer situação, já as organizações sindicais, entidade de classe ou associação regularmente constituída há mais de um ano, só pode impetrar em benefício de seus membros. A outra diferença está na natureza do direito líquido e certo protegido são diferentes do mandado de segurança individual onde são protegidos direitos individuais, no mandado de segurança coletivo são protegidos direitos chamados de direitos transindividuais. São direitos pertencentes a uma coletividade de indivíduos, ou seja, pertence individualmente a cada um, mas pertence também a todos indistintamente. 
Exemplo: Os servidores públicos, de Ituiutaba-MG tem tido um desconto indevido na sua folha de pagamento, cada um desses indivíduos tem o direito de buscar a cessação desse desconto, porém nada impede que de modo conjunto, impetre esse mandado de segurança coletivo (por um daqueles legitimados ativos previstos na CF 88 Art. 5°, LXX), para tutela do direito líquido e certo, de todos esses indivíduos. 
REFERÊNCIAS
BORGES, Éverton André Luçardo. Considerações sobre o mandado de segurança e a Lei Federal nº 12.016/09. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 116, set 2013. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13692>. Acesso em abr 2018.
BUENO, Cassio Scarpinella. Liminar em mandado de segurança. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1997. v. 3.
BUENO, Cássio Scarpinella. Mandado de Segurança: Comentários às Leis n. 1.533/51, 4.348/64 e 5.021/66. 3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007. Material da 1ª Aula da Disciplina Direito Constitucional Aplicado, ministrada no Curso de Especialização Tele Virtual em Direito Público – UNISUL – REDE LFG.
BUZAID, Alfredo. Do mandado de segurança. São Paulo: Saraiva, v. 1, 1989.
CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional: Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2015.
CATANDUVA, Camila Campos Vergueiro. A antiga e a nova lei do Mandado de Segurança. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2009-set-22/analise-comparada-entre-leis-mandado-seguranca>.Acesso em 24 de abril de 2018
_____, Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009. Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 10 ago 2009, P. 2. Disponível em<http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.016-2009?OpenDocument>. Acesso em 17 abril 2018.
_____, Lei nº 1.533, de 31 de dezembro de 1951. Altera disposições do Código Do Processo Civil (CPC Antigo - Del 1.608, de 18/09/1939), relativas ao mandado de segurança. Diário Oficial, Brasília, 31 dez 1951. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L1533impressao.htm. Acesso em 19 mar 2013.
DE MORAES, Alexandre. Direito constitucional. – 32. ed. Rev., atual. Até a EC n°91, de 18 de fevereiro de 2016–São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. – 11. ed. – São Paulo: Atlas, 1999.
LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009. Presidência da República, Casa Civil, mandado de segurança.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15ª Edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2011.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. – 19. ed. Rev., atual., ampl.– São Paulo: Saraiva, 2015.
OLIVEIRA, Arruda Guilherme. A proibição da concessão de medida liminar e a ofensa à garantia constitucional da tutela jurisdicional no mandado de segurança. Disponível em <http://www.direitonet.com.br/artigos/x/20/87/2087/>. Acesso em: 17 abril de 2018.
SILVA, Ana Karina Mainardes da. Mandado de segurança: o risco da concessão de medidas liminares irreversíveis. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2798, 28 fev. 2011. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/18586>.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DO BRASIL: SÚMULA n º 632

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