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APRENDA A LER EM PÚBLICO Reinaldo Polito Muitas pessoas acham que ler em público é simples, já que basta transmitir o texto que está pronto no papel. Posso garantir, entretanto, que a leitura se constitui na técnica mais difícil e complexa para o orador comunicar uma mensagem. Ao longo dos últimos 30 anos, tenho treinado pessoas das mais diferentes atividades para falar com desembaraço e confiança diante da platéia. Essa experiência me permitiu constatar que é muito raro encontrar alguém que saiba ler em público de maneira correta e eficiente. A maioria não se dá conta de como deverá se dedicar para ter o domínio total da técnica da leitura. A não ser que você já tenha alguma experiência, precisará de pelo menos cinco horas de exercícios para desenvolver uma leitura de boa qualidade. Ao pesquisar os motivos que levam as pessoas a ter tanta dificuldade com essa técnica de comunicação, entre as causas mais relevantes pude observar duas que se destacam: A primeira é que a maioria teve poucas chances de ler em público. Se você pensar bem, vai concluir que falamos de improviso desde o primeiro ano de vida. Entretanto, as chances de ler em voz alta diante de um grupo de ouvintes são bem mais reduzidas. Alguns passam a vida toda sem nenhuma oportunidade de ler em público A outra causa é que além de, normalmente, as pessoas não terem experiência suficiente para ler em público, quando precisam recorrer a esse recurso de comunicação se apresentam sem critérios técnicos adequados. Embora a técnica seja complexa e exija treinamento, as orientações que você deve seguir para aprender a ler bem em público são bastante simples. Cuidado - comece agora mesmo a se aprimorar na leitura em público. Se você esperar o momento em que tenha necessidade de ler, talvez a circunstância impeça que se prepare de for- ma conveniente. Observe quais os pontos mais importantes para tornar a leitura em público eficiente: Mantenha contato visual com os ouvintes Tenha em mente que a mensagem deve ser transmitida para os ouvintes. Por isso, não fi- que olhando para o texto o tempo todo, como se estivesse conversando com o papel. Durante as pausas prolongadas e nos finais de frases, olhe para os ouvintes e demonstre com essa atitude que as informações estão sendo transmitidas para eles. Cuidado também para não olhar sempre para as mesmas pessoas. Distribua a comunica- ção visual olhando ora para um lado, ora para outro. Assim, todos se sentirão incluídos no ambi- ente. Uma boa dica para você não se perder, enquanto olha para os ouvintes, é marcar a linha de leitura com o dedo polegar, pois ao voltar para o texto saberá exatamente onde parou. Outro defeito que aparece com freqüência é o de tirar os olhos do texto, mas em vez de olhar para os ouvintes o orador olha para o teto, revirando os olhos como se estivesse em transe. Mantenha o papel na altura correta Se você deixar o papel muito baixo, terá dificuldade para enxergar o texto. Se, entretanto, deixar muito alto, esconderá seu rosto da platéia. Por isso, procure deixar a folha na parte superi- or do peito, para ler com mais facilidade e não se esconder do público. Considere também que, se o papel estiver muito baixo, você terá que abaixar muito a ca- beça para ler e levará muito tempo para retornar, olhar e ver as pessoas. Deixando a folha na parte superior do peito, bastará levantar um pouco a cabeça para tirar os olhos do texto e já estará mantendo a comunicação visual com os ouvintes. Falando em não abaixar a cabeça, ao digitar o texto procure usar apenas os dois terços superiores da página, deixando o terço inferior em branco. Esse cuidado permitirá um contato visual mais tranqüilo e suave, já que para ver as pessoas bastará apenas levantar os olhos, sem movimentar muito a cabeça. Faça poucos gestos Se a gesticulação na fala de improviso, sem papel nas mãos, deve ser moderada, na leitu- ra, essa moderação dos gestos deve ser ainda maior. Exceto nos casos em que a mensagem exigir expressão corporal mais ativa, como nas cir- cunstâncias de grande emoção, ao ler uma página, de maneira geral, você poderá se limitar a meia dúzia de gestos. É melhor que você faça poucos gestos, que destaquem as informações mais relevantes com convicção e firmeza, do que demonstrar hesitação e insegurança soltando repetidamente a mão do papel e retornando depressa, como se estivesse arrependido de ter feito aquele gesto. Como a falta dos gestos não trará tanto prejuízo ao resultado da apresentação, se você for muito inexperiente e encontrar dificuldade para gesticular, será melhor que não gesticule. Fique o tempo todo segurando a folha com as duas mãos. Aqui você poderia perguntar: mas, Polito, se a falta do gesto não prejudica tanto o resul- tado da leitura, por que gesticular? A falta do gesto não prejudica a apresentação a ponto de comprometer o objetivo da mensagem, mas é evidente que gestos harmoniosos, coerentes e ex- pressivos serão importantes para tornar a leitura ainda mais eficiente. Em outras palavras. A gesticulação na leitura é boa. Mas, enquanto você não souber ges- ticular, é melhor não correr riscos. Faça marcações Pequenas marcações no texto podem facilitar a interpretação da mensagem. Use, por exemplo, traços verticais antes das palavras para indicar o momento de fazer pausas mais expres- sivas, e traços horizontais embaixo das palavras que mereçam maior destaque. Observe que essas marcações não coincidirão necessariamente com a pontuação gramati- cal. Por exemplo, nessa frase que você acabou de ler, se você fizesse uma pausa depois da pala- vra "marcações", poderia dar mais expressividade à leitura. E se você tremer? Até oradores muito experientes chegam a temer quando precisam ler diante do público. Se você também costuma sentir tremores nas mãos, uma boa saída é usar folhas de gramatura mais encorpada. Somente pelo fato de saber que, com as folhas mais grossas os pequenos tremo- res não serão percebidos, você irá se comportar com mais tranqüilidade e, provavelmente, não tremerá. Não se canse de treinar Você não pode ter preguiça para treinar. Para exercitar, selecione textos de jornais ou de revistas, faça marcações para ajudar na interpretação e treine com auxílio de uma câmera de ví- deo - na falta desse equipamento, faça os exercícios na frente de um espelho. Dê atenção especial às pausas expressivas, à comunicação visual e aos gestos. Um texto para ser bem lido e interpretado necessita de pelo menos quinze ensaios, pois somente aí é que conseguirá soltar-se do papel com tranqüilidade e se comunicar de forma efici- ente com os ouvintes. Não se esqueça, entretanto, de que para você ter domínio total da técnica precisará daquelas cinco horas que comentei no início. Cuidado também para não ensaiar muito a ponto de decorar a mensagem e se esquecer de olhar para o papel. Se este fato ocorrer, diante da platéia, pelo menos finja que está lendo. Situações em que a leitura é recomendável A leitura deve ser reservada para circunstâncias especiais como: Pronunciamentos oficiais; Textos muito técnicos que não possam conter erros; Discursos de posse de presidentes de entidades, pois esse é o momento em que apre- sentam as bases da sua administração e não devem, portanto, improvisar; Discursos de despedida de presidentes de entidades, pois ao deixar o cargo, de manei- ra geral, fazem um levantamento das suas realizações; Agradecimentos de homenagens feitas a grupos, especialmente quando a mensagem representar a filosofia das pessoas, ou o discurso tiver de ser distribuído para a im- prensa; Discursos de oradores de turma, pois nesse momento estãorepresentando a vontade de todos os colegas formandos; Além dessas situações e de uma ou outra que poderia ser acrescentada, a leitura deveria ser substituída por outros recursos, que tratarei nesta coluna em outra oportunidade. SUPERDICAS DA SEMANA 1. Para facilitar a identificação de cifras, misture números com palavras. Por exemplo, fica mais fácil ler 38 milhões, do que 38.000.000, ou trinta e oito milhões; 2. Encerre sempre a página com ponto final. Frases incompletas no final da página o obrigarão a se apressar na busca do complemento da informação na página seguinte; 3. Numere as folhas com números bem visíveis para não se perder; 4. Deixe as folhas soltas, sem clipes ou grampos; 5. Use um corpo de letra de acordo com sua capacidade de enxergar, mesmo que para isso seja obrigado a usar muitas folhas; 6. A tipologia minúscula de letras possui desenhos mais fáceis de ler do que a maiúscu- la. Por isso, use corpo de letra grande com tipologia minúscula; Reinaldo Polito é mestre em ciências da comunicação, palestrante e professor de expressão verbal. Escreveu 15 livros que venderam mais de 1 milhão de exempla- res. NÃO ATROPELE A GRAMÁTICA AO FALAR Reinaldo Polito Você fala "fazem três anos" ou "faz três anos"? "Éramos em cinco" ou "Éramos cinco"? Pois é, deslizes primários como esses podem jogar por terra uma carreira profissional construída durante uma vida inteira com muito sacrifício. Vale a pena dar uma olhada em algu- mas questões gramaticais que podem ser aperfeiçoadas até com facilidade. Não sou professor de português. Não me sinto qualificado para exercer essa atividade tão complexa, difícil e desafiante. Por outro lado, por sorte, tenho grandes amigos que são craques no ensino da nossa lín- gua, como o professor Pasquale Cipro Neto, um dos mais competentes mestres nessa matéria em todo o país e a professora Edna Barian Perrotti, autora do excelente "Superdicas para Escrever Bem Diferentes Tipos de Texto". Sempre que tenho dúvidas recorro a eles. Tive bons professores de português e aprendi muito também com os revisores dos meus livros. Tenho todas as revisões bem guardadas. Quando recebia meus originais "rabiscados" pela revisão da editora, mandava encadernar para usar como fonte de consulta. Como já escrevi 15 livros, deu para formar uma boa biblioteca com esse material. É muito difícil escrever um texto sem dar pelo menos uma escorregadela. De vez em quando, escapa uma daquelas bem caprichadas. Esses deslizes quase nunca passam despercebi- dos, pois conto também com a ajuda dos leitores, que sempre me alertam para as incorreções nos artigos. Talvez, no final, você me mande um e-mail perguntando: "Polito, esse erro que encontrei no seu texto não faz parte da 'coleção de livros que você mandou encadernar'"? Tomara que esse fato não ocorra. Mas, se o erro aparecer, vamos rir juntos. Entretanto, vou deixar a preocupação gramatical com textos escritos para os meus amigos professores de português e perambular por uma praia que me é mais familiar: a importância das regras gramaticais na comunicação oral. Você poderia questionar: Mas as regras gramaticais não são as mesmas para falar e para escrever? Sim. E não. Citando novamente o professor Pasquale, a comparação que ele faz da língua com as roupas do nosso armário é ótima para esclarecer a importância da adequação da nossa linguagem. Temos roupas diferentes para as mais diversas ocasiões, e usamos uma ou outra depen- dendo da circunstância. Com a língua não é diferente. Se tivermos de apresentar um projeto acadêmico, a lingua- gem deverá ser própria para a academia. Se fizermos uma exposição na empresa, os termos do mundo corporativo serão os mais apropriados. Se estivermos conversando com um grupo de amigos, a comunicação solta, do cotidiano, sem muita preocupação com acertos ou desvios gra- maticais é a mais indicada. Podemos ter o mesmo raciocínio também quando nos referimos à gramática para a comu- nicação escrita e para a oral. Se cometermos um ou outro pecado lingüístico na comunicação falada, provavelmente não seremos encaminhados para o cadafalso. Entretanto, um deslize na comunicação escrita não será visto com a mesma benevolência, já que houve condições para ler, reler e providenciar as correções. Mesmo assim, descuidos grosseiros na comunicação oral podem ser um desastre para a imagem e a reputação de uma pessoa. É um sinal evidente da sua falta de formação e de preparo. Uma indicação explícita de que houve uma lacuna no seu processo de educação. Há uma corrente de estudiosos que pensa de forma diferente. Julgam que essa preocupa- ção não passa de perfumaria. Não concordo. Mas, como são autoridades nesse tema, preciso mencionar esse ângulo distinto da questão. Ao longo dos anos, notei um fato curioso com a comunicação dos meus alunos: alguns negligenciam as regras gramaticais quando falam, mas não quando escrevem. O nervosismo, a pressão de estar diante do público, a ansiedade são fatores que tiram a tranqüilidade e podem predispor ao erro. Com base nessas observações, colecionei os deslizes gramaticais mais freqüentes na co- municação oral. Como são incorreções muito evidentes e facilmente identificadas, não custa na- da fazer uma avaliação para constatar se você, até por descuido, não está cometendo alguns des- ses deslizes. 1. "Fazem muitos anos" que este erro ocupa o primeiro lugar no pódio Não é conveniente, por exemplo, dizer "fazem três anos, fazem muitos anos". A explicação para essa questão gramatical é simples. Quando o verbo "fazer" se refere a tempo ou indica fenômenos da natureza deve permanecer na terceira pessoa do singular, porque é impessoal, não tem sujeito e, por isso, não pode ser flexionado. Portanto, mais apropriado seria dizer: Faz três anos que ocupo o cargo de diretor na em- presa. Faz oito meses que parei de fumar. A mesma regra pode ser aplicada para o verbo haver quando usado no sentido de existir. Por exemplo: Havia manchas em todas as roupas, e não "haviam manchas em todas as roupas". Houve comentários favoráveis à proposta, e não "houveram". 2. A segunda posição vai para haja visto De acordo com as minhas anotações, o segundo deslize gramatical de maior incidência na comunicação oral é o uso de "haja visto" no lugar de "haja vista". A expressão haja vista não varia, pois sua formação ocorre com a terceira pessoa do im- perativo do verbo haver acrescida de vista, um substantivo feminino. Exemplo: Haja vista as notícias de corrupção estampadas nos jornais. 3. Mim tem presença garantida no pódio Explique melhor "para mim entender". O terceiro deslize gramatical mais freqüente na comunicação oral possui uma peculiaridade bastante curiosa: a maioria que desconsidera essa regra sabe como deveria falar, mas o hábito é tão automatizado que quando as pessoas se dão conta já escapou. É mais fácil entender do que pôr em prática. O "eu" deve ser usado antes do verbo porque nesse caso ele funciona como sujeito do infinitivo. Só se usa o "mim" quando não houver um verbo depois do "para", como neste exemplo: Ele trouxe a roupa para mim. Também em casos em que se completa o sentido de adjetivos, como difícil e impossível, o certo é para mim, porque já não haverá sujeito. Está difícil para mim aceitar esse acordo com os fornecedores. É quase impossível para mim manter esse nível de produção. Como eu disse, essa é uma questão delicada. Se você for uma das vítimas dela, arregace as mangas para uma longa contenda, pois dá trabalho se livrar de um erro que participa natural- mente da comunicação. 4. A pessoa fica "meia chateada" quando comete esse erroE é para ficar mesmo, pois se há uma incorreção que tira uma pessoa do pedestal é usar meia no lugar de meio quando se referir a um adjetivo. Nesse caso, quando equivale a mais ou menos, um pouco, meio é um advérbio e por isso não pode variar. Portanto, esse erro de gramática deixa a imagem da pessoa meio prejudicada, e não meia prejudicada. Lembre-se de que meia só é usado quando equivale a metade: meia garrafa, meia carga... 5. Quando ele vir ao seu encontro vai ser uma tristeza! Esse erro puxa o tapete das pessoas o tempo todo. É impressionante como confundem o verbo vir com o verbo ver no futuro do subjuntivo (precedido de se ou quando). Para não errar, lembre-se de que o verbo vir exige a forma vier. "Quando ele vier para o trabalho..." - e não: Quando ele vir... "Se os jogadores vierem para o treino..." - e não: Se os jo- gadores virem... Por outro lado, o verbo ver exige a forma vir. Assim sendo, devemos usar: "Quando a professora vir o aluno" - e não: "Quando a professora ver o aluno". "Se os consultores virem o diagnóstico" - e não: "Se os consultores verem..." 6. Há diferença entre "ir de encontro a" e "ir ao encontro de" É bastante comum confundirem o significado de "ir ao encontro de" com o de "ir de en- contro a". "Ir ao encontro de" significa estar a favor, concordar, comungar da mesma opinião. Enquanto "ir de encontro a" significa estar contra, discordar, não partilhar a mesma opinião. Por esse motivo, diga: As decisões foram ao encontro dos nossos interesses (a favor). As medidas governamentais não podem ir de encontro às necessidades da população (contra). 7. Muitas incorreções gramaticais, menas essa Essa não dá nem para comentar. Em todo caso, lá vai uma explicação rápida e resumida - menos é palavra invariável, portanto não existe a palavra menas, por mais feminino que seja o substantivo. 8. Aqui no final, algumas rapidinhas que podem ser perigosas Há cinco anos atrás é redundância Ou você usa há cinco anos, ou cinco anos atrás, mas não há cinco anos atrás. Um plus a mais também Plus é um advérbio de origem latina que significa mais. Portanto, pare nele, sem o a mais. Não troque nenhum por qualquer Não use qualquer em orações negativas no lugar de nenhum. Assim, diga: Não temos nenhuma chance de perdoá-lo, e não: Não temos qualquer chan- ce de perdoá-lo. Apesar de ser título de livro famoso, ainda continuam dizendo éramos em seis no lugar de éramos seis Não use a preposição "em" entre o verbo e o numeral. Diga: Éramos cinco, íamos quatro no trem. E não: Éramos em cinco, íamos em quatro no trem. Ele está a par ou ao par? As informações são diferentes. A par significa informado, ciente, e é uma expressão usa- da com o verbo estar. Por exemplo: Não estava a par do que ocorrera. Ao par, por sua vez, signi- fica título ou moeda do mesmo valor. Por exemplo: Com as últimas medidas tomadas pelos mi- nistros, o câmbio ficará ao par. E, só para lembrar, devemos pronunciar: Canhota (nhó), clitóris (tó), fluido (úi), gratuito (úi), ibero (bé), ínterim (ín), Nobel (bél), rubrica (brí), ruim (ím). Deixei aqui apenas algumas pílulas de uma lista que cabe confortavelmente em um livro. O objetivo deste texto foi o de chamar a atenção para o cuidado que devemos ter com algumas questões gramaticais que poderiam ser corrigidas com um pouco de observação e prática. Se você não comete nenhum desses erros, parabéns. Agora, se percebeu que precisa de aprimoramento, comece já a estudar. É um aprendizado valioso para a vida toda. SUPERDICAS DA SEMANA Elimine erros gramaticais grosseiros para falar ou escrever; Tenha sempre à mão uma boa gramática da língua portuguesa; Aprenda a consultar corretamente os dicionários; O corretor do computador alerta para alguns erros de gramática; Entretanto, cuidado para não aceitar todas as sugestões sem análise; CONVERSAS PARALELAS Reinaldo Polito Que atitude você deve tomar se estiver fazendo uma apresentação e algumas pessoas conversam em voz alta atrapalhando o andamento da exposição? Nos últimos meses, tenho tratado nesta coluna de vários temas que envolvem comporta- mento e conduta. Fiquei impressionado com a quantidade de e-mails de professores se dizendo impotentes diante da falta de respeito e de consideração dos alunos em sala de aula. Alguns co- mentaram que ao tentar impor um pouco de ordem para que a aula pudesse seguir normalmente foram ameaçados e até agredidos. Infelizmente o comportamento condenável desses jovens é o reflexo da sociedade em que vivemos. Os desmandos, a corrupção, a inoperância da máquina estatal, a violência incontrolá- vel, o péssimo exemplo de alguns que deveriam nos representar são fatores que contaminam e desviam a conduta social. Não adianta os pais cobrarem a ação dos professores se eles mesmos não conseguem educar seus filhos. Largá-los nas mãos dos professores como se eles fossem os únicos responsá- veis pela educação das crianças e dos jovens é um comodismo que precisa ser revisto com ur- gência. Embora essa grave situação mereça nosso repúdio e uma tomada de posição, nesta sema- na quero falar qual deve ser o comportamento do orador diante de pessoas que conversam e atra- palham a concentração dos outros ouvintes. Mas não vou me referir a esses verdadeiros margi- nais que freqüentam salas de aula intimidando os professores. Esse assunto talvez possa ser abordado em outra oportunidade. Neste texto vou falar, se é que seria correto dizer, de ouvintes que apresentam um comportamento mais "normal". Comecei a me preocupar com esse assunto quando ainda era um garotão. Certa vez, ainda quando eu estava no curso básico, ocorreu uma cena que jamais fugiu da minha lembrança. Um colega de classe, ao perguntar, inocentemente, a um companheiro que se sentava ao lado qual a frase pronunciada pelo professor, foi pego em flagrante pelo mestre, que o retirou da sala sem chances de defesa. Fiquei imaginando se alguém teria o direito de expulsar um ouvinte da sala porque con- versou, em vez de prestar atenção à exposição. Sim, tem o direito, mas esse é o último recurso de que dispomos. Antes de tomar uma ati- tude tão extrema, existem alguns passos que precisam ser dados: a. Fale um pouco mais baixo Alguns palestrantes cometem o erro de falar num tom mais intenso quando percebem ruí- dos no ambiente. Essa atitude, além de não resolver o problema, poderá agravá-lo, porque quase sempre passa a existir uma espécie de concorrência, em que o participante no auditório também aumentará o volume da voz. Fale mais alto somente na primeira ou segunda frase, para chamar a atenção. Depois baixe a altura para que a voz da pessoa na platéia sobressaia no ambiente, for- çando-a naturalmente a ficar em silêncio. b. Passe a falar olhando na direção de quem conversa Aqui a situação já começa a ficar delicada. Se o primeiro procedimento -falar mais baixo- não for suficiente, o passo seguinte é olhar com insistência na direção de quem conversa, sempre falando com voz mais baixa. Ao perceber que foi notado, talvez ele se cale. Nesse momento, um sorriso ou brincadeira podem ajudar a solucionar o problema de maneira mais leve e simpática. c. Pare de falar Agora complicou de vez. Praticamente todas as situações poderão ser resolvidas com os dois procedimentos anteriores, mas, se isso não ocorrer, pare de falar e continue olhando na dire- ção daquele que atrapalha a sua exposição. Dificilmente alguém continuaria a se manifestar no auditório sentindo que o orador parou de falar e lhe dirige o olhar. d. Peça que se cale A luz vermelha com indicação de perigo está piscando com insistência.É desagradável ter que chegar a esse estágio. Nesse instante, já se caracterizou uma certa animosidade que nunca interessa a qualquer orador, mas se, depois de todas as tentativas, ainda persistir o problema, não tenha receio, peça que o importunador se cale. e. Retire-o da sala Por mais experiente que seja o orador, a adrenalina deve estar a mil. É o último recurso. Tudo já foi tentado para que a exposição tivesse um rumo normal, mas a pessoa que ainda conti- nua falando não está interessada nas suas palavras e não demonstra nenhum respeito ao ambien- te. É uma espécie de corpo estranho indesejável que precisa ser eliminado. Retire-a da sala. Opa, parado aí. Antes de tomar esta decisão, com certeza você já estará certificado de que possui autoridade para isso. Como é que poderíamos colocar alguém fora da sala se ele é o presi- dente de uma companhia para a qual necessitamos vender nossos serviços?! f. Faça uma pergunta simples É tudo ou nada. Nesse caso, nada mais resta a fazer. O indivíduo continua conversando, atrapalha totalmente a apresentação e não existe autoridade para retirá-lo da sala. Antes de desis- tir, faça uma pergunta bastante simples relacionada com o tema que desenvolve e procure envol- vê-lo pela sua própria resposta. Sabe rezar? Se, depois de todo esse esforço, sentir que as tentativas foram infrutíferas, peça a Deus que o ajude. Se nem Ele ajudar, pare de falar e se retire. Mas isso provavelmente nunca ocorrerá. SUPERDICAS DA SEMANA Fale mais baixo para que a voz do ouvinte que conversa sobressaia na sala; Olhe na direção de quem conversa, sempre de maneira simpática; Pare de falar e continue olhando na direção de quem conversa; Peça que o ouvinte se cale. Ainda dá para continuar simpático; Retire da sala o ouvinte que conversa. Aja assim sem se alterar; Em todas as situações mantenha o equilíbrio e a simpatia; E SE EU NÃO SOUBER A RESPOSTA? Reinaldo Polito Essa é uma questão recorrente em sala de aula: Polito, como deverei agir se o ouvinte fi- zer uma pergunta e eu não souber a resposta? Quando as pessoas não estão diretamente envolvidas, costumam dizer que nessas circuns- tâncias revelam honestamente não saber a resposta. Entretanto, cuidado para não embarcar nesse barco sem leme, pois uma coisa é o que as pessoas dizem, e outra é o que efetivamente fazem. Fica bonito dizer que a sinceridade deve prevalecer e que, portanto, basta fazer aquela ca- ra de bom cristão e confessar a ignorância na frente do público. Embora essa seja uma das atitu- des que podemos tomar, outras também precisam ser consideradas. Para que você possa avaliar todas as possibilidades de resposta e tenha condições de compreender bem qual a conduta que deverá adotar, vou relacionar antes os motivos que levam um ouvinte a formular uma pergunta. Um ouvinte formula uma pergunta ao orador por vários motivos: a. Por dúvida - quando não compreende bem o que está sendo transmitido. b. Por vontade de aprender - quando assimila as informações fornecidas, mas deseja saber mais sobre o assunto. c. Por necessidade de se destacar no ambiente - quando deseja ser notado pelas outras pessoas que formam o auditório, independentemente de ter entendido ou não o que está ouvindo. d. Para provocar - quando deseja atrapalhar o desenvolvimento da apresentação por causa da hostilidade que nutre contra o tema ou contra o próprio orador. e. Para testar os conhecimentos de quem fala - quando deseja certificar-se da segurança do orador sobre a matéria. Note que a situação é bastante complexa e exige muita reflexão antes de nos decidirmos por um ou outro caminho. Cada circunstância poderá ser contornada de forma diferente, desde que seja possível manter a tranqüilidade e identificar o objetivo da indagação. Atenção - você não é mentiroso, portanto, em todas as situações, nunca invente respostas, pois esse artifício poderá ser percebido pelo auditório, que deixará de acreditar nas suas palavras. Por outro lado, talvez não seja conveniente dizer que não conhece a resposta, porque sua autori- dade poderia ser enfraquecida. Muitos acreditam que a franqueza de dizer "sinto muito, mas não sei a resposta" é reconhecida como grande qualidade, mas quem já se defrontou com episódios semelhantes sabe que isso nem sempre é verdadeiro. Apenas não se devem preocupar muito com as conseqüências dessa afirmação os oradores que possuem larga e inquestionável reputação no campo do assunto de que tratam. Afora estes, antes de utilizar o último recurso - a confissão de que não sabe a resposta -, alguns procedimentos poderiam ser adotados: a. Se conseguir identificar no ouvinte que faz a pergunta alguém que deseja demonstrar conhecimento, destacar-se no ambiente, provocar ou testar seus conhecimentos, uma alternativa que geralmente apresenta bons resultados é devolver a questão ao interlocutor. Por exemplo: "O que você pensa a respeito?" Existe boa possibilidade de receber a resposta da própria pessoa que formulou a pergunta. Se ainda assim a resposta for negativa, isto é, se o ouvinte não souber res- ponder, aja de acordo com a sugestão dada na hipótese seguinte. b. Se perceber que a pergunta tem como origem a dúvida ou a vontade de aprender, pode- rá devolvê-la ao grupo. Por exemplo: "O que vocês pensam desta questão?". Também haverá chances de que alguém possa ajudá-lo com a resposta. Como o tema abordado numa apresenta- ção é familiar a você, uma sugestão da platéia poderá ser suficiente para que se encontre uma saída para o problema formulado. Mesmo que ninguém tenha respondido, haverá uma divisão da responsabilidade com o grupo e, nesse momento, você poderá prontificar-se a pesquisar a solu- ção em nome de todos, preservando assim a sua imagem. Se julgar que a circunstância é desfavorável para adotar uma dessas sugestões e que no transcorrer da exposição poderá encontrar uma saída, avise que em seguida voltará ao tema. Di- ficilmente alguém discordará e você ganha tempo ou para uma resposta mais apropriada ou para depois, a sós com quem fez a pergunta, dizer que irá pesquisar. Agora, se sentir que tais procedimentos não serão convenientes, não hesite em confessar que desconhece a resposta. Veja que antes de revelar que não sabe a resposta há um extenso trajeto a ser percorrido. Tudo dependerá da tranqüilidade que você possa ter e da habilidade em identificar os motivos que levaram o ouvinte a fazer a pergunta. É um longo aprendizado que exigirá paciência, perse- verança e capacidade de observação. SUPERDICAS DA SEMANA Aprenda a identificar os motivos que levam um ouvinte a perguntar; Se a pergunta for muito complexa, há grande chance de o próprio ouvinte saber a respos- ta; Nunca caia na armadilha de inventar respostas, pois poderá ser fatal para sua reputação; Se prometer pesquisar a resposta para uma pergunta, cumpra sempre a promessa; O SENTIDO MAROTO DAS PALAVRAS Reinaldo Polito Uma mesma mensagem poderá ter sentido totalmente distinto, dependendo da maneira como você apresenta as palavras e as frases no momento de se comunicar. Em determinadas circunstâncias, bastará apenas modificar a ordem da informação para que uma mensagem com pouca ou sem nenhuma chance de sucesso se transforme numa argu- mentação poderosa e persuasiva. Veja alguns exemplos que podem ensinar como é possível or- ganizar o pensamento para que a comunicação tenha mais chances de ser vitoriosa. As histórias que vou relatar são interessantes, divertidas e tive o prazer de ouvi-las das próprias personagens envolvidas. São essas aulas espontâneas de comunicação que nos fazemrefletir e nos permitem aprimorar cada dia mais a nossa maneira de falar com as pessoas. A primeira delas é curiosa e verdadeira. Foi contada em sala de aula por um aluno que é juiz de direito. Ele disse aos colegas de curso que no início de sua carreira teve de trabalhar em uma cidade do interior. A localidade era muito pequena e quase todos os habitantes se conheci- am pelo nome. Freqüentavam a mesma praça, o mesmo supermercado e no final de semana, de- pois da missa, iam ao único campo de futebol para se divertir vendo os pernas de pau bater uma bola, ou, segundo o meritíssimo, apanhar dela. As atividades do juiz eram tranqüilas, tirando uma ou outra discussão de vizinhos por causa de divisa de propriedade, quase nunca havia novidade. Um belo dia, durante um julgamen- to, ele precisou usar de muito jogo de cintura para sair de uma saia justa. Para elucidar o caso que estava sendo julgado era preciso saber se o réu tinha ou não o hábito de beber muito. Em determinado momento o juiz se volta para um velho companheiro de bocha, que fora chamado como testemunha, e naturalmente fez a ele uma pergunta, como se es- tivessem batendo papo, tomando uma cervejinha no boteco: - Juarez, conta pra nóis aqui, você sabe se o Zé Antônio bebe muito? Sem se preocupar com o fato de que estava participando de um julgamento, Juarez res- pondeu como se também estivesse conversando na pracinha: - Ó doutor, pra explicar assim de um jeito facinho de entendê, digo que ele bebe que nem nóis. Nem mais, nem menos. O juiz sentindo que estava com uma batata quente nas mãos, virou-se para quem fazia as anotações e orientou com a severidade própria do cargo e da posição que ocupava: -Para que não paire dúvidas sobre essa questão, deve ficar consignado que a testemunha alega que o réu bebe... moderadamente. Esse é um ótimo ensinamento - suavizar as palavras e reinterpretar certas respostas como forma de nos defendermos de situações delicadas e constrangedoras. Assim, em reuniões, ou diante da platéia respondendo a perguntas dos ouvintes, podemos fazer pequenas adaptações que restabelecem o rumo mais apropriado para a apresentação. Essa outra história foi contada por um dos mais brilhantes comunicadores que conheci, o Padre Vasconcelos. Ele foi um dedicado estudioso da comunicação e se tornou famoso em São Paulo, especialmente na região do Paraíso, por suas extraordinárias pregações. Era uma espécie de Padre Marcelo Rossi dos anos 70. Falava rápido e brincava com a platéia o tempo todo. Embora eu tenha ouvido o relato da boca do próprio padre, desconfio que ele, querendo mostrar com bom-humor como as palavras usadas de maneira correta podem ser muito mais persuasivas, tenha dado asas à imaginação e carregado um pouco nas cores. Ele contou que um seminarista, em dia pleno de orações, estava louquinho para dar umas tragadas. Lembre-se de que nos anos 70, cerca de quatro décadas atrás, nem os padres se preocu- pavam muito com o fato de que contar histórias de fumantes era politicamente incorreto. Como o seminarista era obediente e não queria transgredir as rígidas normas que proibiam fumar sem autorização, assim que avistou o bispo dirigiu-se a ele e perguntou: - Reverendíssimo, será que eu poderia fumar enquanto estou rezando? O bispo não pensou duas vezes para negar o pedido do seminarista. No dia seguinte, sem se conformar com a negativa que havia recebido, dirigiu-se ao mesmo bispo e fez a mesma pergunta, com uma pequena mudança no seu pedido: -Reverendíssimo, será que eu poderia rezar enquanto estou fumando? O bispo pensou um pouco e respondeu com o semblante alegre: - Claro que pode, meu filho, seria muito bom se enquanto você estivesse fumando pudes- se rezar. O cuidado com as palavras é procedimento simples, que exige apenas um pouco de aten- ção, e pode ser fundamental para que possamos encontrar boas soluções para os problemas de comunicação. SUPERDICAS DA SEMANA Prefira dizer "eu não fui claro", em vez de falar "você não me entendeu"; Dê preferência a "nós precisamos" trabalhar com mais empenho, em vez de "vocês preci- sam"; Verifique como a mesma mensagem pode melhorar o sentido ajustando a ordem das pa- lavras; Observe como políticos e advogados experientes conseguem valorizar suas causas pela ênfase que dão às palavras; EI, EI, VOCÊ SE LEMBRA DA MINHA VOZ? Reinaldo Polito A propaganda do xampu Colorama mostrando uma moça de voz desafinada fez história na publicidade brasileira. É impressionante como depois de tantas décadas ainda tem gente que se lembra do anúncio veiculado pela televisão. Na peça publicitária, a moça de voz esganiçada aparecia fazendo anúncio do xampu. A voz era tão aguda e estridente que num primeiro momento não deu para entender como foi leva- da ao ar. Nunca soube se a participação dela no anúncio se deu por causa de uma vacilada da agência de propaganda, devidamente endossada pelos caciques da Bozzano, que era a empresa anunciante, ou se tudo foi muito bem planejado como preparação para o próximo anúncio. Não posso afirmar, por falta de informações, mas minha intuição diz que foi uma bela pi- sada na bola. E, se foi, a correção merece aplausos. Nesse caso, a emenda ficou muito melhor que o soneto. No anúncio seguinte, lá estava a moçoila toda saltitante entoando com a voz ainda mais descolorida a seguinte mensagem: "Ei, ei, você se lembra da minha voz? Continua a mesma, mas os meus cabelos -quanta diferença!". E no final a mesma moça surgia com voz melodiosa e sedu- tora dizendo: "Quando os cabelos são lindos, tudo é lindo numa mulher". Bingo! Até hoje, passados tantos anos aquela vozinha ridícula ainda está na minha mente. Na minha e na de muita gente, pois basta acionar a espoleta com a frase "a minha voz continua a mesma" e logo aparece alguém para completar "mas, os meus cabelos -quanta diferença!". Não é tão comum, entretanto, encontrarmos pessoas com qualidade vocal tão ruim. Por outro lado, é curioso que mesmo não tendo nenhum problema na voz a maioria das pessoas não gosta de se ouvir em gravação. Mas, se a voz até tem boa qualidade, por que há tanta resistência em ouvi-la gravada? De maneira geral, não morremos de amores pela nossa voz quando a ouvimos reproduzida numa gravação, porque é comum julgarmos que ela tem melhor qualidade. Quando uma pessoa ouve sua própria voz gravada, estranha tanto o som que chega até a afirmar ou que não parece ser ela quem está falando ou que a qualidade do gravador é ruim. Pensamos assim porque, quando falamos, ouvimos o som da voz dentro de nossa cabeça com toda a ressonância produzida pelos ossos. Entretanto, os ouvintes e, da mesma forma, o gra- vador, captam a vibração de uma onda de ar, isto é, um som distinto daquele que nos acostuma- mos a ouvir. Depois de ouvir a própria voz gravada várias vezes, a pessoa vai se habituando e passa a aceitá-la naturalmente. Portanto, se por causa da qualidade da sua voz, você já estava imaginando ser um bom modelo para fazer a propaganda do xampu Colorama, saiba que é quase certo que sua avaliação está equivocada. Faço essa afirmação com segurança porque, assim como ocorre com quase to- das as pessoas, sua voz deve ter mais qualidade do que você supõe. Se, depois de analisar bem, chegar à conclusão de que sua voz não é boa mesmo, o me- lhor que tem a fazer é consultar um fonoaudiólogo para uma avaliação, pois ele é o profissional indicado para dar um diagnóstico correto e sugerir o tratamento apropriado. Entre todos os motivos que prejudicam a beleza da voz, os dois principais são respiração inadequada e mau aproveitamento dos ressoadores. Se você desenvolver uma respiração corretae distribuir melhor o som produzido pelas pregas vocais (vulgarmente chamadas de cordas vocais) na boca, faringe e nariz, que formam os ressoadores, a voz terá beleza e qualidade, tornando-se mais agradável, mais expressiva e comu- nicativa. Vale a pena lembrar também que alguns dos grandes oradores, que se projetaram e conti- nuam se projetando nas mais diferentes atividades, possuem voz feia. Ou será que o ex- presidente Jânio Quadros e o presidente Lula podem ser considerados exemplos de oradores com voz bonita? É evidente que não. Mas, mesmo assim, são pessoas que apesar da voz conquistaram os votos necessários para se eleger. Independentemente da qualidade da sua voz, é importante que ela tenha "personalidade" e que ajude a transmitir credibilidade na sua comunicação. SUPERDICAS DA SEMANA Não se precipite na avaliação da sua voz; É quase certo que sua voz tenha mais qualidade do que você imagina; Adquira o hábito de ouvir sua voz gravada até se acostumar com ela; Se tiver problema na voz, consulte um fonoaudiólogo; Voz feia não tira necessariamente a eficiência da comunicação;
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