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Apostila de Produção de Textos

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Prévia do material em texto

1 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO 
 de 
 
 
 
 
 
 
Mariana – ICHS 
 
 
2 
 
 
Esta apostila foi elaborada com o objetivo de complementar a bibliografia 
básica da disciplina “Produção de Textos”. Por meio de exercícios e propostas 
de produção de textos, este material visa a orientar o aluno quanto ao 
desenvolvimento de habilidades de leitura e de escrita, no âmbito acadêmico e 
profissional. 
É importante ressaltar que a leitura desta apostila não substitui a leitura de 
textos básicos, presentes na bibliografia da disciplina, e de outros textos que 
poderão ser sugeridos durante o semestre letivo. 
De acordo com o plano da disciplina, trabalharemos, na unidade I, uma 
reflexão acerca dos conceitos de língua, linguagem e texto, observando 
aspectos ligados à norma culta e às variedades linguísticas da língua 
portuguesa. Abordaremos também aspectos ligados às condições de produção 
e de recepção de textos, destacando restrições de ordem situacional, como os 
interlocutores e suas relações, o contexto social e histórico das interações, as 
condições materiais e comunicacionais envolvidas nas interlocuções de um 
modo geral. Destacaremos também restrições de ordem cognitiva, a exemplo 
dos objetivos e expectativas dos interlocutores, da atividade inferencial, dos 
conhecimentos prévios (de mundo e lingüístico), necessários à produção e à 
recepção de um texto. 
Na unidade II, trabalharemos com os conceitos de textualidade, com 
enfoque nos princípios de coesão e coerência, intertextualidade e polifonia, a 
fim de analisarmos a produção e recepção de textos, do ponto de vista de sua 
materialidade linguística. 
Na unidade III, focalizaremos os processos de construção discursiva da 
argumentação, abordando as condições de produção e as estratégias discursi 
vas utilizadas em textos argumentativos, a exemplo do artigo de opinião, do 
editorial, do fórum de discussão e da carta de leitor. 
Na unidade IV, que será desenvolvida parcialmente em concomitância com 
as três primeiras, nos dedicaremos à dimensão prática do curso, ou seja, à 
produção de textos em sala e, eventualmente, em casa, abordando, sobretudo, 
os gêneros acadêmicos, enfatizando a leitura e a produção de esquemas, 
resumos e resenhas, com vistas a desenvolver habilidades de documentação 
de leitura, de síntese crítica e de gestão de vozes por meio do trabalho de 
citação. 
 
 
3 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 PRODUÇÃO DE TEXTOS I 
Professor: Paulo Henrique A. Mendes 
Código 
LET712 
Departamento 
LETRAS 
Unidade 
ICHS 
Carga Horária 
Semanal 
Teórica 
02 
Prática 
02 
N
o
 de Créditos 
03 
Duração/Semana 
15 
Carga 
Horária 
Semestral 
60 horas 
EMENTA: Estudo dos conceitos de texto, textualidade, textualização, coesão, coerência . 
O texto argumentativo. Leitura de textos de opinião. Prática de produção de textos, com 
ênfase nos gêneros acadêmicos. Resumo. Resenha. 
 
 
OBJETIVOS: 
 Possibilitar ao aluno conceber teórica e operacionalmente o processo de leitura e produção 
de textos como uma das dimensões que compõem o objeto de estudo/trabalho do curso de 
letras. 
 Desenvolver e/ou refinar no aluno habilidades de leitura e produção de textos que lhe 
permitam constituir-se como produtor e receptor ‘competente’ de diferentes tipos de textos, 
com ênfase sobre gêneros discursivos mais recorrentes no universo acadêmico, tais como 
resumo, resenha, entre outros. 
 
 
MÉTODOS DIDÁTICOS: 
Diagnóstico das habilidades de produção e leitura de textos, a fim de verificar as diretrizes a 
serem seguidas na abordagem do objeto de estudo; aulas expositivas e seminários sobre os 
textos lidos; exercícios interativos de leitura e produção de textos, contemplando os fatores 
constitutivos das condições de produção e interpretação; leitura e produção de gêneros 
acadêmicos. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
Unidade 1 
1.1. Da língua ao texto: uma abordagem enunciativa da linguagem 
1.2. Variação, norma e adequação linguística do texto oral ou escrito 
1.3. Conceito de texto: condições de produção/recepção, estratégias e efeitos de sentido 
 
Unidade 2 
2.1. Princípios de textualidade: processos enunciativos e estratégias de textualização 
2.2. Coerência e coesão textual 
2.3. Intertextualidade e polifonia 
Unidade 3 
3.1. Gêneros discursivos e argumentação 
3.2. Letramento e gêneros acadêmicos 
3.3. Gestão de vozes, posicionamento crítico e construção da autoria 
3.4. O trabalho da citação. Tipos de citação. Citação X plágio 
 
4 
 
 
Unidade 4 
4.1. Leitura e produção de parágrafos, com vistas ao desenvolvimento da capacidade de 
estruturação de períodos e de organização tópica. 
4.2. Leitura e produção de artigos de opinião, cartas de leitor e comentários de fórum de 
discussão, tematicamente orientados em função de determinadas condições de produção. 
4.3. Produção e apresentação de esquemas de textos lidos no curso, visando à habilidade de 
filtragem e articulação conceitual. 
4.4. Leitura e produção de resumos de textos lidos no curso, enfatizando a capacidade de 
filtragem/articulação conceitual e de gestão das vozes (pontos de vista). 
4.5. Leitura e produção de comentários e resenhas de textos teóricos, com ênfase na capacidade 
de argumentação crítica e de gestão das vozes (pontos de vista). 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
ANTUNES, I. Análise de Textos – fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola, 2010. 
COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011. 
ELIAS, Vanda Maria; KOCH, Ingedore Villaça. Ler e escrever – estratégias de produção 
textual. São Paulo: Contexto, 2010. 
EMEDIATO, Wander. A fórmula do texto – redação, argumentação e leitura. São Paulo: 
Geração Editorial, 2012. 
ILARI, Rodolfo., BASSO, Renato. O português da gente – a língua que estudamos, a língua 
que falamos. São Paulo: Contexto, 2009. 
KOCH, Ingedore G. V; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 
2012. 
KOCH, Ingedore. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997. 
MACHADO, Ana Raquel. et al. Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
_____________. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
SILVA, Ana Virgínia. Recursos linguísticos em resenhas acadêmicas e a apropriação do 
gênero. Curitiba: Appris, 2011. 
 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. 
_________. Muito além da gramática – por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São 
Paulo: Parábola Editorial, 2007. 
FARACO, C. A.; TEZZA, C. Prática de texto para estudantes universitários. Petrópolis: 
Vozes, 1992. 
FIORIN, J. L. Lições de texto. São Paulo: Ática, 2000. 
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 
2003. 
GNERRE, M. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
KOCH, I. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1998. 
_______. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2011. 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Os materiais abaixo indicados são sugestões que lhe fazemos para futuras aquisições, 
visando à composição de sua biblioteca particular de obras de consulta e referência 
quanto à norma padrão da língua escrita, o que é de grande valia para o profissional de 
qualquer área de conhecimento. Vale destacar, no entanto, que, mesmo de posse desses 
títulos, no momento da escrita é necessária a adequação do gênero textual à situação 
comunicativa(interlocutores envolvidos, objetivo pretendido, conteúdo abordado etc.), 
o que significa considerar mais do que o uso da norma padrão. 
Bom proveito! 
 
HOUAISS, Antônio & VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário 
Houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
(Elaborado no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco 
de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda.). 
Disponível em versão impressa ou digital, O dicionário Houaiss 
foi desenvolvido por uma equipe formada por mais de 150 
especialistas - 
 
 
 
 
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do 
Português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2001. 
Esta Gramática é uma descrição do português atual em sua 
forma culta, ou seja, da língua como a têm utilizado os 
escritores brasileiros, portugueses e africanos do Romantismo 
para cá, como privilégio concedido aos autores de nossos dias. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
Rodolfo Ilari e Renato Basso, seguindo uma tradição iniciada 
nos anos 1920 por Mário de Andrade e Amadeu Amaral, 
oferem-nos, em O português da gente, um estudo da língua 
que nós falamos e que pouco a pouco vai conquistando seus 
direitos. Este é um livro para ler, estudar e discutir, na sala de 
aula e fora dela. (Mário A. Perini) 
 
 
A Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, de José Carlos 
de Azeredo, oferece as informações necessárias para quem 
quer entender mais o português e comunicar-se melhor. Trata 
da língua de maneira clara e incorpora o uso já estabelecido da 
escrita. Oferece também ferramentas para interpretação e 
redação de texto. Apresenta todas as variedades como formas 
válidas de expressão, tendo como foco a variedade padrão da 
língua, a norma culta, cujo emprego é requerido na maior parte 
das situações formais. 
 
 
LIVROS GRÁTIS!! 
Um guia de bibliotecas virtuais 
Domínio Público, Brasiliana, Arquivo do Estado de São Paulo: essas e outras 
bases de dados reúnem milhares de clássicos da literatura. No site, você 
navega por um guia com os melhores acervos vrituais para ler e baixar. 
Como acessar? 
Digite na busca acervos virtuais públicos. 
Fonte: Revista Nova Escola n. 251, abril de 
2012. 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
FORMA SENTIDO 
 ortografia, pontuação e 
acentuação 
? 
 coerência e contradição 
 [ ] estruturação sintática 
 inadequação vocabular 
 
 
colocação pronominal, 
concordância e regência 
 argumentação 
 
 
 
 
 articulação conceitual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
8 
 
 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS: Nesta unidade, trataremos de conceitos básicos para se tornar 
um bom produtor e leitor de textos, tais como: língua, linguagem, texto, variação 
linguística. Para começar a refletir sobre tais conceitos, leia os textos 1 e 2, presentes no 
ANEXO I: 
Texto 1: Conceito de língua, linguagem e texto (Solange Bonomo Assupção). 
Texto 2: O que é linguagem. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Educação. 
Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Subsídio à Proposta 
Curricular ao ensino de Língua Portuguesa. São Paulo. SE/CENP, 1988. 
 
 Para aprofundar a sua reflexão, vejamos os posicionamentos de dois linguistas 
acerca de algumas noções básicas sobre o nosso objeto de estudo, apresentados em 
entrevistas publicadas na obra Conversas com Linguistas (2003)
1
. 
 
JOSÉ LUIZ FIORIN 
 
O que é língua? 
 
“Olha... isso é uma coisa difícil, porque cada vez mais eu tenho dúvidas a respeito do 
que seja a língua por causa da complexidade. Veja, não me satisfazem definições como 
instrumento de comunicação, ou como um sistema ordenado com vistas à expressão do 
pensamento, nada disso. Eu penso, na verdade, que linguagem humana é a condensação 
de todas as experiências históricas de uma gramática, ela tem um léxico, eu não estou 
negando isso, mas, para mim, o aspecto mais relevante a verificar é que a língua é, de 
certa forma, a condensação de um homem historicamente situado. Uma língua é isso.” 
 
Qual a relação entre língua, linguagem e sociedade? 
 
“A língua é uma maneira particular pela qual a linguagem se apresenta. A linguagem 
humana é essa faculdade de poder construir mundos. Isso para mim é o relevante. A 
linguagem dá ao homem uma possibilidade de criar mundos, de criar realidades, de 
evocar realidades não presentes. E a língua é uma forma particular dessa faculdade de 
 
1 CORTEZ, Suzana; XAVIER, Antônio Carlos. Conversas com lingüistas. São Paulo: Parábola, 2003. 
 
9 
 
criar mundos. A língua, nesse sentido, é a concretização de uma experiência histórica. 
Ela está radicalmente presa à sociedade, quer dizer eu não nego a existência de um 
sistema de regras gramaticais, eu não estou negando isso, isso é evidente. Mas digo que, 
para o meu trabalho, o que profundamente me interessa é exatamente essa vinculação da 
língua com a sociedade, como a língua foi condensando todas as experiências de uma 
dada comunidade humana.” 
 
INGEDORE KOCH 
 
O que é língua? 
 
“Olha, essa pergunta é muito difícil de responder, porque eu vejo a língua 
simultaneamente como um sistema e como uma prática social. Eu não consigo dissociar 
essas duas coisas. A língua é um sistema, ela é um conjunto de elementos inter-
relacionados em vários níveis, no nível morfológico, no nível fonológico-morfológico, 
sintático. Mas ela só se realiza enquanto prática social, quer dizer, os seres humanos nas 
suas práticas sociais usam a língua e a língua só se configura nessas práticas e é 
constituída nessas práticas.” 
 
Qual a relação entre língua, linguagem e sociedade? 
 
“Eu já falei para você o que eu entendo por língua. Agora linguagem eu acho algo mais 
amplo. Linguagem é para mim a capacidade do ser humano de se expressar através de 
um conjunto de signos, de qualquer conjunto de signos. Então, eu acredito numa 
linguagem pictórica, numa linguagem sonora, numa linguagem verbal etc. Então, 
linguagem é todo meio de expressão do ser humano através de símbolos. E a sociedade 
nessa relação é essencial. Sem sociedade não há língua. A língua se configura através 
das práticas sociais de uma sociedade, de uma comunidade. Então, a língua se configura 
dentro do meio social, como expressão do meio social, lugar de interação entre os 
membros de uma sociedade e nesse lugar de interação é que se constituem as formas 
lingüísticas e todas as maneiras de falar que existem numa determinada época, numa 
determinada sincronia.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
Com base nos pontos de vista apresentados acima, analise os exemplos a seguir 
e elabore um comentário de um ou dois parágrafos. 
 
Exemplo1: 
 
 
Exemplo 2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
1) Leia e reflita sobre a interação comunicativa presente na tirinha abaixo: 
 
 
 
 
Adaptado da tirinha de Adão Iturrusgarai) 
 
1- De acordo com a tirinha, o personagem Otto não consegue entender o que o primo da 
Aline está dizendo. Por que isso acontece? Que elementos lingüísticos presentes na fala 
do primo dificultaram a compreensão de Otto? 
 
2- Transforme a fala do primo, no segundo quadro, adequando-a ao padrão culto da 
língua portuguesa? 
 
3- Depois da transformação da linguagem caipira, no segundo quadro, você acha que a 
compreensão da tirinha continua a mesma? Justifique. 
 
 
LEMBRE-SE: o uso da língua variaconforme a situação de comunicação em que o 
texto está inserido (e-mail, relatório acadêmico, notícia, etc.), os participantes 
envolvidos (médico, professor, adolescente, etc.), os objetivos subjacentes ao texto 
(informar, opinar, entreter, convencer etc. Portanto, não convém dizer que um 
determinado uso da língua está certo ou errado, pois tudo dependerá de uma série de 
fatores interdependentes e não somente de um determinado padrão de uso ou mesmo 
dos preconceitos que circulam na sociedade com relação às várias formas de 
comunicação. 
O importante é saber usar a melhor forma (oral, escrita, formal ou informal) de acordo 
com situação de comunicação, a fim de ser o mais bem sucedido possível em suas 
interações cotidianas. 
A nossa maneira de falar faz parte da nossa identidade, pois revela boa parte de nossas 
características, tais como, a nossa idade, sexo, profissão, grau de escolaridade, região de 
nascimento e isso deve ser respeitado. Porém, é importante aprendermos a utilizar a 
linguagem formal em algumas de nossas interações, como é o caso dos textos do 
universo acadêmico-profissional, das entrevistas de emprego, dos textos jornalísticos, 
etc. 
 
 
 
12 
 
 
Como forma de ajudá-lo(a) a ler e a compreender os conteúdos propostos na 
Unidade 1, propomos, a seguir, algumas sugestões de atividades, orientando a leitura do 
artigo de Marcos Bagno, abaixo transcrito. Considere-as como um roteiro de trabalho, 
um possível caminho para compreender o texto e os conceitos ali discutidos. 
 
a) Em primeiro lugar, faça uma leitura do artigo abaixo. Para aproveitá-la melhor, 
vá ‘dialogando’ com o texto. Grife as partes que julgar mais importantes com 
caneta marca-texto (Não vá manchar tudo de amarelo fluorescente!!), tome 
notas nas bordas, assinale com ponto de interrogação quando surgir uma dúvida 
em algum trecho específico, use o ponto de exclamação para assinalar uma 
passagem importante, circule palavras ou expressões etc. 
 
 
http://www.ceale.fae.ufmg.br/noticias_ler_coluna.php?txtId=182, acesso em 
12/07/2011. 
 
Os dois lados dos "erros de português" 
 
Marcos Bagno 
 
Uma das conseqüências da concepção normativo-prescritiva da língua foi o 
surgimento, há mais de 2.300 anos, da velha doutrina do erro, tão arraigada em nossa 
cultura. Evidentemente, não se trata propriamente de “língua”, mas de uma idealização 
nebulosa de correção lingüística, à qual se dá geralmente o problemático nome de 
“norma culta”. Essa “norma culta” acaba sendo identificada, no senso comum e na 
prática pedagógica tradicional, com a própria noção de “língua portuguesa” ou de 
“português”, numa equivocada sinonímia de graves conseqüências para o indivíduo e 
para a sociedade: o uso que não está consagrado nessa “norma culta” (o uso que não 
está abonado nas gramáticas normativas e nos dicionários) simplesmente “não existe” 
ou “não é português”. Esse modo de conceber os fatos de linguagem condena ao 
submundo do não-ser determinadas manifestações lingüísticas não-normatizadas, 
rotuladas automaticamente de “erro” — e, junto com as formas lingüísticas 
estigmatizadas, condena-se ao silêncio e à quase-inexistência as pessoas que se servem 
delas. 
Ora, já está mais do que comprovado que, do ponto de vista exclusivamente 
científico, não existe erro em língua — o que existe é variação e mudança, e a variação 
e a mudança não são “acidentes de percurso”: muito pelo contrário, elas são 
constitutivas da natureza mesma de todas as línguas humanas vivas. Além disso, as 
línguas não variam/mudam nem para “melhor” nem para “pior”, elas não “progridem” 
nem se “deterioram”: elas simplesmente (e até obviamente, eu diria) variam e mudam... 
O português brasileiro, por exemplo, não vai nem bem nem mal, ele simplesmente vai, 
isto é, segue seu impulso natural na direção da variação e da mudança (que, insisto, são 
simplesmente variação e mudança, e nada têm a ver com “progresso” ou “decadência”). 
Desse modo, tudo aquilo que é classificado tradicionalmente de “erro” tem uma 
explicação científica perfeitamente demonstrável. A noção de erro em língua é 
inaceitável dentro de uma abordagem científica dos fenômenos da linguagem. Afinal, 
 
13 
 
nenhuma ciência pode considerar a existência de erros em seu objeto de estudo (os 
erros, falhas e equívocos podem ocorrer nas metodologias de pesquisa, nos 
procedimentos de análise, na elaboração de construtos teóricos, nos preconceitos de 
natureza ideológica que o cientista pode assumir consciente ou inconscientemente, mas 
não no objeto em si). 
No entanto, mesmo que tenhamos tudo isso muito claro, é preciso sempre 
lembrar que, do ponto de vista sociocultural, o “erro” existe, e sua maior ou menor 
“gravidade” depende precisamente da distribuição dos falantes dentro da pirâmide das 
classes sociais, que é também uma pirâmide de variedades lingüísticas. Quanto mais 
baixo estiver um falante na escala social, maior número de “erros” as camadas mais 
elevadas atribuirão à sua variedade lingüística (e a diversas outras características sociais 
dele). O “erro” lingüístico, do ponto de vista sociológico e antropológico, se baseia, 
portanto, numa avaliação negativa que nada tem de lingüística: é uma avaliação 
estritamente baseada no valor social atribuído ao falante, no seu poder aquisitivo, no seu 
grau de escolarização, na sua renda mensal, na sua origem geográfica, nos postos de 
comando que lhe são permitidos ou proibidos, na cor de sua pele, no seu sexo e outros 
critérios e preconceitos estritamente socioeconômicos e culturais. Por isso é que, muitas 
vezes, um mesmo suposto erro é considerado como uma “licença poética” quando surge 
num texto assinado por um autor de renome ou na fala de um membro das classes 
privilegiadas, e como um “vício de linguagem” ou um “atentado contra a língua” 
quando se materializa na fala ou na escrita de uma pessoa estigmatizada socialmente. 
 Do ponto de vista estritamente lingüístico, não existe diferença funcional (nem, 
muito menos, erro) entre dizer os menino tudo veio e os meninos todos vieram, mas do 
ponto de vista social a regra é avaliada negativamente e rotulada de “erro”, rótulo que, 
automaticamente, é aplicado a todas as demais características físicas e psicológicas, 
bem como a todos os outros comportamentos sociais do falante que se serve dela. 
Tem havido muitos equívocos no tratamento da questão do “erro” gramatical. 
Poderíamos classificar esses equívocos em dois grandes grupos. No primeiro, estão as 
atitudes das pessoas que, fascinadas pelos avanços da pesquisa científica, se limitam a 
considerar os “erros” exclusivamente do ponto de vista lingüístico e negam totalmente 
sua existência, uma vez que todos os fenômenos divergentes da norma-padrão 
codificada podem e devem ser explicados à luz de teorias lingüísticas consistentes. No 
segundo grupo, estão as atitudes daquelas pessoas que só consideram o ponto de vista 
sociocultural e se deixam comover por uma boa intenção baseada na ilusão de que o 
domínio da tal “norma culta” permite “ascensão social”: assim, elas têm consciência de 
que o não-respeito às formas gramaticais normatizadas pode ser prejudicial ao futuro do 
indivíduo que as desobedece, e acreditam que é preciso substituir essas formas não-
normatizadas pelas formas canônicas, que gozam de prestígio na sociedade. 
Ora, não podemos perder de vista a “dupla personalidade” daquilo que 
tradicionalmente se chama de “erro”. O erro é uma moeda, e como toda moeda, ele tem 
duas faces: uma face lingüística e uma face sociocultural. Como já disse, do ponto de 
vista estritamente lingüístico não existe erro na língua, uma vez que é possível explicar 
cientificamente toda e qualquer construção lingüística divergente daquelaque a norma-
padrão tradicional cobra do falante. Mas, do ponto de vista sociocultural, o erro existe, 
sim, e não podemos fingir que não sabemos do peso que ele tem na vida diária dos 
falantes. É na face sociocultural dessa moeda que está impresso o valor que se atribui ao 
suposto “erro”. 
Uma das tarefas de um ensino de língua mais esclarecido seria, então, discutir os valores 
sociais atribuídos a cada variante lingüística, enfatizando a carga de discriminação que 
pesa sobre determinados usos da língua, de modo a conscientizar o aluno de que sua 
 
14 
 
produção lingüística, oral ou escrita, estará sempre sujeita a uma avaliação social, 
positiva ou negativa. 
 
b) Depois de ‘dialogar’ (tomar notas, marcar trechos lidos, etc) com o texto, faça 
um parágrafo, posicionando-se com relação aos dois lados dos “erros de 
português” apresentados por Bagno. 
 
PARA SABER MAIS! Leia fragmentos dos textos: ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. 
O português da gente. São Paulo: Contexto, 2009 e CASTILHO, Ataliba T. Nova 
gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010. ANEXO I 
 
Finalizando o comentário sobre variação linguística, vejamos os dois textos abaixo: 
 
Texto 1 
 
A Peda de Oro 
 
Tinha um viúvo que tinha treis rapaz e o pai já era bastante avançado na idade, já num 
trabaiava mais. Os treis rapaz dentro de casa era muito obidiente do pai. Intão fazia 
lavora e tudo... 
Um dia os rapaz ta lá trabaiano na roça e passo um home. Chego ‘sim, oiô ês: 
- Bom dia! 
- Bom dia! 
- Uai! 
- Ta trabaiano, né, os minino? 
- É, nós ta trabaiano aqui, mas nosso pai ta bastante avançado na idade, coitado, num 
pode fazê mais nada. Agora nós é que trata dele. Nós faz tudo pa meu pai. O home 
assunto ‘ sim. Falo: 
- ó, ocês é besta, moço! Ces ta pa saí pó mundo, pocês trabaiá, arrumá suas vida. Se 
ocês ficá mais seu pai toda vida, cês num ‘ruma nada. Cês fica só dentro de casa 
trabaiano pa seu pai, cês num ruma nada procês não. E dispidiu dês e saiu. 
O rapaz suntô aquilo. 
- Ô, moço, aquel’home é que ta certo. Se nós ficá aqui só trabaiano, tratano de nosso 
pai, nós num ruma nada não. Nós vamos saí. É mesmo como ele falo. Dipois que nós 
saí, de num achá nós, ele dá o jeito dele. 
Antão saiu os treis rapaz, deixo o veio. Viajano, viajano, viajano... Chego num artura, 
passano assim dentro da mata. Deu um grito lá dento da mata. Deu um grito lá e ês cá. 
- Ôooo” 
- Cá ôooooo! Se ocês qué vê o laço do capeta, vem aqui! 
Mais o rapaz assunto assim, um conformo cuns os Oto. 
- Ô, moço, vamo lá pa nós vê de que jeito que é esse laço do capeta. 
Antão entro todos treis na mata. Lá vai, lá vai, lá vai... Foi quês deu cum home, o 
mesmo home que tinha tido mais ês lá na roça. 
- Ó, aqui essa peda de oro aqui procês, ó. É procês, cês treis aí. Se ocês ficá lá mais seu 
pai, cês arrumava fortuna? Arrumava de jeito ninhum. Isso aí é seus. Ah! Dexa os rapaz 
luitá pa pega a peda. Pelejava, pelejava, a peda num saía do chão. O Oto vinha, luitava 
cum a peda, luitava. Nada! A peda tava queta no chão. Ês foi luitao, cuessa peda, foi 
luitano cuessa peda, foi, um peso ‘sim. Falô: 
- Ô, moço, se nós bebesse uma cachaça, nós pegava essa peda. 
 
15 
 
O Oto falô: 
- Pois é mesmo, moço. Se nós bebesse uma cachaça, nós pegava essa peda. Ô, moço, 
tem uma venda qui perto. 
Falô: 
-Ô, nós vai em dois lá e fica m aqui oiano a peda. 
Antão saiu dois pá i lá no buteco e fico o Oto oiano a peda. O que fico oiano a peda fez 
um caírco. Falo: 
- Quando ês chega cum a cachaça aqui, deito fogo nês todos dois e mato ês, bebo a 
cachaça e pego a peda pa mim sozin. 
Antão saiu os dois. Quanto tava pa chegá no buteco, um deu vontade d entrá no mato, 
entro no mato, e o Oto foi dipressa lá na venda, compô a cachaça e compô um veneno e 
pÕs dento da cachaça e veio vortano. Topo cum Oto inhante de chegá lá no buteco e 
falo: 
- Uai, moço, ocê já foi lá? 
- Já, moço, fui lá, já comprei, já lá vô vortano. Toma aqui um poco. 
Deu ele a garrafa. Ele viro na boca assim. Quando ele viro na boca assim, ele caiu cum 
a garrafa e tudo. Pulo pa garrafa e bateu a tampa, pôs dento do imbornale e siguiu. 
Falô assim: 
- Chega lá, eu dô a cachaça. A hora quele caí eu vô ficá cuessa peda. 
Intão lá vai, lá vai, lá vai. E o Oto lá no mesmo sintido: 
- Logo quês chegá aqui, eu deito fogo nÊs aqui e bebo a cachaça e eu pego a peda pra 
mim só. 
Aí, quando o Oto foi chegano, deito fogo no Oto, pôs o Oto no chão. Deu um pulo no 
imbornal dipressa e pego a garrafa e viro na boca e assim caiu cum garrafa e tudo. 
Morreu todos treis e a peda de oro fico lá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Texto 2 
 
 
Folha de Minas – Terça-feira, 02 de março de 2003 - Página 12 
 
CADERNO GERAL 
 
Jovens irmãos se matam no Buraco Fundo 
Desconfia-se de envolvimento com o tráfico de drogas 
 
 
Adriana Melo 
 
No domingo, 29 de 
fevereiro, às 
16h30minutos, foram 
encontrados mortos os 
irmãos Galdino, 22 
anos, Gualberto, 24, e 
Guilherme Moreira, 20. 
Os rapazes não traziam 
no corpo escoriações, 
cortes ou quaisquer 
outras marcas que 
indicassem uma briga. 
Foram encontrados 
estirados à beira de uma 
estrada, num lugar 
conhecido como Buraco 
Fundo, próximo à 
cidade de Fé Cega. 
Segundo os habitantes 
da região, o local é 
ermo e dado a aparições 
fantasmagóricas e 
demoníacas. Um dos 
rapazes estava com o 
corpo queimado e 
desconfia-se que tenha 
sido assassinado pelos 
irmãos. 
Segundo o pai dos 
rapazes, eles se 
encontravam fora de 
casa há algumas 
semanas e haviam sido 
aliciados por um 
homem muito suspeito 
para transportar uma 
carta misteriosa. A 
polícia local imagina 
tratar-se de tráfico de 
drogas. Os objetos 
encontrados no local 
onde os corpos foram 
deixados são: uma 
garrafa de cachaça 
vazia, uma caixa com 
palitos de fósforos e 
uma pedra. O homem 
que aliciou os irmãos 
está foragido e suspeita-
se que o mesmo possua 
explicações sobre o que 
aconteceu realmente. 
 
“Eles eram bons 
meninos. Nunca me 
deram trabalho. 
Apenas foram 
ingênuos.” 
 
A polícia iniciou perícia 
no local do crime e 
mandou os três corpos 
para o IML, onde serão 
submetidos à necropsia 
para elucidação do caso, 
uma vez que há suspeita 
de overdose, como 
causa da morte de dois 
dos irmãos. O pai dos 
rapazes mortos, 
Idelfonso Moreira, 
mostrava-se muito 
abalado com a morte 
dos garotos. Depois de 
chorar, ao reconhecer os 
corpos dos filhos, 
declarou: “eles eram 
bons meninos. Nunca 
me deram trabalho. 
Apenas foram 
ingênuos”. O erro dos 
três irmãos foi fatal. 
Segundo o Sr. Idelfonso 
Moreira, os meninos 
foram embora para ver 
a cidade, ganhar 
dinheiro, viver coisas 
novas. Talvez os irmãos 
tenham se envolvido 
com o tráfico de drogas 
e não tenham tido 
estrutura ou maldade 
suficientes para lutar 
com os patifes que 
comandam o crime nas 
grandes cidades. A 
polícia está trabalhando 
no sentido de deslindar 
o mistério e dar uma 
reposta ao pai dos 
rapazes sobre a causa 
dessas mortes, 
aparentemente sem 
sentido. 
 
17 
 
Agora que você já substituiu a dicotomia certo x errado por adequado x inadequado, 
com relação aos textos que circulam na sociedade, é preciso avançar um pouco mais, no 
intuito de desenvolver a sua competência comunicativa, ler e produzir textos adequados a 
situações de comunicação específicas. 
Para ajudá-lo nessepercurso, introduziremos outros conceitos importantes. 
 
 
 
1) As condições de produção e recepção de textos 
Esta noção refere-se aos elementos que condicionam o processo que os interlocutores 
desenvolvem, isto é, as suas estratégias de recepção e produção de textos orais ou escritos. 
Alguns desses elementos são discriminados em função de uma situação de comunicação* 
específica. 
1.1 Objetivo de produção: 
Na produção de textos orais e escritos, o objetivo é aquilo que o autor de um texto 
pretende alcançar, no leitor, através de seu texto. Pode ou não ser consciente. Mesmo que 
um autor não tenha consciência de suas motivações, há algo que, com certeza, deseja 
alcançar escrevendo ou falando: informar, persuadir, polemizar, convencer, refletir, 
lembrar, emocionar, divertir, etc. dependendo da perspectiva teórica, o objetivo do autor é 
também denominado “intenção” ou “efeito buscado”. Os termos também são utilizados em 
estudos sobre a recepção de textos orais e escritos para designar aquilo que o leitor busca ao 
interagir com o outro. 
 
 
 
Procure estabelecer os objetivos de produção/recepção para os textos abaixo: 
 
Texto 1 
Os ingredientes: 
1 copo de arroz 
1 dente de alho amassado ou [muito bem picado]² 
Opcional: 1/6 de uma cebola média, picada 
3 copos de água 
Sal 
10 ml de óleo (de novo, lembre-se: o suficiente pra melar o fundo da panela). 
 
Modo de Preparo 
Enquanto você coloca a água pra ferver, vá descascando e picando (ou amassando, no caso 
do alho) a cebola e o alho. Em outra panela já pré-aquecida de leve, você vai dourar os 
dois (lembre-se da ordem alho-cebola) no óleo. 
Caso você já tenha visto sua mãe lavando o arroz, aqui vai uma informação: eu perguntei a 
uma doutoranda em nutrição e ela me confirmou que não há necessidade em fazer isso. 
 
Objetivo de produção/recepção_______________________________________________ 
*Esse termo se 
refere às 
condições 
linguísticas e 
extralinguística
s que 
organizam 
uma interação 
comunicativa. 
 
18 
 
Texto 2 
 
 
 
Objetivo de produção/recepção_________________________________________ 
 
Texto III 
 
 
Objetivo de produção/recepção__________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Observe a página abaixo, retirada do minidicionário Soares Amora da Língua Portuguesa. 
 
 
 
 
 
Objetivo de produção/recepção__________________________________________ 
 
 
 
 
Leia o texto abaixo. Em seguida, reúna-se em grupo com alguns colegas e aguarde 
as instruções do professor. Esta atividade irá ajudá-lo a refletir sobre estratégias de leitura e 
produção de textos, no que tange aos objetivos projetados pelo autor e pelo leitor. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
A CASA DE EDUARDO 
 Os dois garotos correram até a entrada da casa. “Veja, eu disse a você que hoje era 
um bom dia para brincar aqui, disse Eduardo. “Mamãe nunca está em casa na quinta-feira”, 
ele acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa; os meninos podiam correr no 
jardim extremamente bem cuidado. “Eu não sabia que a sua casa era tão grande”, disse 
Marcos. “É, mas ela está mais bonita agora, desde que meu pai mandou revestir com pedras 
essa parede lateral e colocou uma lareira. Havia portas na frente, atrás e uma porta lateral 
que levava à garagem, que estava vazia exceto pelas três bicicletas com marcha guardadas 
aí. Eles entraram pela porta lateral; Eduardo explicou que ela ficava sempre aberta para 
suas irmãs mais novas entrarem e saírem sem dificuldade. 
Marcos queria ver a casa, então Eduardo começou a mostrá-la pela sala de estar. 
Estava recém pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o som: o barulho 
preocupou Marcos. “Não se preocupe, a casa mais próxima está a meio quilômetro daqui, 
gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao observar que nenhuma casa podia ser 
vista em qualquer direção além do enorme jardim. 
A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar para brincar: os 
garotos foram para a cozinha onde fizeram um lanche. 
Eduardo disse que não era para usar o lavabo porque ele ficara úmido e mofado uma 
vez que o encanamento arrebentara. 
“Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de selos e moedas raras”, disse Eduardo 
enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório, havia três quartos no 
andar superior da casa. 
Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe cheio de roupas e o cofre trancado 
onde havia jóias. O quarto de suas irmãs não era tão interessante, exceto pela televisão com 
o Atari. Eduardo comentou que o melhor de tudo era que o banheiro do corredor era seu, 
desde que um outro foi construído no quarto de suas irmãs. Não era tão bonito como o de 
seus pais, que estava revestido de mármore, mas para ele era a melhor coisa do mundo. 
 
Traduzido e adaptado de Pitchert, J. & Anderson, R. Taking different perspectives 
on a story. Journal of Educational Psychology, 1997, p. 69. 
 
 
1.2) Os interlocutores e suas identidades 
 
 Ao produzir ou ler um texto oral ou escrito, lançamos mão do conhecimento que 
temos sobre nossa identidade. Na linguagem escrita de caráter público (livros, jornais, 
artigos, etc.), em que não podemos contar com a presença física de quem escreveu o texto, 
as identidades, tanto do autor quanto do leitor, referem-se não propriamente às pessoas 
concretas que leem ou escrevem, mas a uma hipótese de leitor ou de autor que construímos, 
através dos conhecimentos e disposições que esperamos que nossos interlocutores possuam 
e de ‘marcas/pistas’ deixadas no texto que produzimos ou lemos. 
Todo texto é produzido por alguém para ser lido/ouvido por alguém, mas nem todas as 
pessoas podem produzir qualquer tipo de texto. Por exemplo, só um sacerdote pode dizer 
“Eu te batizo”. Só um Juiz pode dar uma sentença. Só o presidente da república pode 
sancionar uma lei. Cada situação de comunicação exige que assumamos uma identidade 
específica. Se o mesmo Padre estiver em uma consulta médica, ele se torna paciente. Se ele 
 
21 
 
estiver em uma loja de produtos religiosos, ele se torna um cliente e, em função disso, 
adéqua o seu discurso à situação de comunicação. 
Assim, o grau de formalidade, a entonação, as escolhas lexicais, dentre outros aspectos, 
vão depender das identidades projetadas no discurso e da situação de comunicação em que 
essas identidades se inscrevem. Uma entrevista de emprego exige uma linguagem formal e 
uma postura do candidato que não fazem a menor diferença em uma conversa cotidiana 
entre amigos de infância. Um texto acadêmico, por exemplo, exige ser escrito na norma 
culta, de acordo com normatização técnica apropriada, além de demandar a apresentação de 
termos técnicos da área, citação de fontes de consulta, etc. 
 
 
 
 
 
1) Identifique as identidades projetadas nos textos abaixo. Justifique a sua resposta, 
utilizando marcas linguísticas dos textos. 
 
Texto 1 
 
RADICAIS LIVRES E OS PRINCIPAIS ANTIOXIDANTES DA DIETA 
Maria de Lourdes Pires BIANCHI1 
Lusânia Maria Greggi ANTUNES2 
 
RESUMO 
 
Durante a redução do oxigênio molecular, espécies reativas de oxigênio são 
formadas e existe a necessidade permanente de inativar estes radicais livres. Os 
danos induzidos pelos radicais livres podem afetar muitas moléculas biológicas, 
incluindo os lipídeos, as proteínas, os carboidratos e as vitaminas presentes nos 
alimentos. As espécies reativas de oxigênio também estão implicadas nas várias 
doenças humanas. Evidências têm sido acumuladas indicando que uma dieta ricaem antioxidantes reduz os riscos das principais doenças humanas. Esta revisão 
discute a importância dos antioxidantes da dieta sobre as estratégias de defesa dos 
organismos contra os radicais livres. 
Termos de indexação: radicais livres, antioxidantes, dieta, vitaminas. 
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n2/v12n2a01.pdf 
 
 
Resposta:_________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
06/08/2011 
 
gays sem chatice 
 
Acho absurda (ver post anterior) a iniciativa de criar o Dia do Orgulho Hétero. Mas as 
reações ao projeto talvez estejam indo pelo caminho errado. 
Essa coisa de fazer abaixo-assinados, de apelar por um veto do prefeito, me parecem sérias 
demais. 
O bom da Parada Gay é sua leveza, seu espírito de brincadeira. 
Se os adversários do Dia Hétero começarem a ficar chatos e sérios, tudo estará perdido. 
Sou a favor de um boicote pelo humor. 
Pode-se inventar uma série de palavras de ordem cretinas para o evento. Pode-se criar um 
site só de piadas e charges a respeito. 
Pode-se tornar tudo tão ridículo que não valerá a pena para ninguém aderir ao Orgulho 
Hétero. 
Por muito menos do que isso, o movimento do “Cansei”, inventado pela Fiesp, esvaziou-se. 
Militância chata, nunca, por favor. 
Escrito por Marcelo Coelho às 11h47 
 
Resposta:_________________________________________________________________ 
 
http://www2.uol.com.br/josesimao/colunafolha.htm, acesso em 14/08/2011. 
 
América! O cartão estourou! 
 
Com a craise americana, prefiro investir em 
cintos. Cinto muito, mas suas ações 
despencaram. Rarará! 
 
 
 
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E 
olha essa placa na praça da Árvore, aqui em Sampa: "Cuida-se de crianças! Desde que 
não seja mal-educada, corintiana ou que goste de samba". Rarará! 
E encontrei o pai do ano: o jornalista desportivo argentino Walter Rotundo, que 
batizou as duas filhas gêmeas de Mara e Dona! Isso é coisa que se faça com as filhas? 
Se eu tivesse gêmeos, eu ia botar: Ká e Ká! 
E essa expressão "zona do euro" tá errada. Porque o euro tá uma zona! E a crise 
americana? E o Buraco Obama? A craise tá crazy! Americanos em baixa! 
Pedi um americano na padoca e veio sem ovo! Rarará! E o discurso do Obama em 
Wisconsin? Conclusão: acabou o dinheiro, o cartão estourou! Resumo da crise: O 
CARTÃO ESTOUROU! 
E a placa no portão da Casa Branca: "Alugo quartos para estudantes, solteiros, 
republicanos, mexicanos, CORINTIANOS E IRANIANOS". Rarará! E a Bolsa? A Bolsa 
Ioiô! Como disse uma amiga: "Com a queda das bolsas, melhor investir em sapatos". 
Mas eu prefiro investir em cintos. Cinto muito, mas suas ações despencaram. Rarará! 
 
23 
 
E eu já disse que os Estados Unidos viraram um país socialista: querem socializar os 
prejuízos com o resto do mundo! 
E eu tenho a foto de um americano fantasiado de Tio Sam jogado na calçada e com o 
cartaz: "I want you! Pra me emprestar US$ 12 trilhões". 
E a novela "Insensato Coração"! Insensato não é o coração. Insensato é o autor. Não é 
possível! Eu tô apaixonado por Natalie, Douglas, Bibi e a biba que grta: "SUGAR"! E 
adorei a charge do Salvador: "Prenderam algum ministério hoje?". Não se prende mais 
ministro, agora prende logo o ministério! 
E essa: "Americanos fazem fila pra pegar greencard brasileiro". E o site 
Sensacionalista: "Golpe do Baú! Obama deixa Michelle e pede Dilma em casamento". 
Rarará! 
E eu estava no México na Semana Santa quando um americano me disse: "My boss is 
Brazilian! Meu patrão é brasileiro". Aí falei: "Mas não devia ser o contrário, como 
sempre? Patrão americano e funcionário brasileiro?". Resposta: "Não, porque os 
Estados Unidos estão indo pra baixo e o Brasil tá bombando". "Brazil is booming!", foi 
o que ele me disse! Ueba! Nóis sofre, mas nóis goza!Que eu vou pingar o meu colírio 
alucinógeno! 
 
jose_simao@uol.com.br 
 
Resposta:_________________________________________________________________ 
Leia os horóscopos abaixo: 
Horóscopo 1 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Horóscopo 2 
 
 
 
 
26 
 
Horóscopo 3 
 
 
2- Estes horóscopos foram retirados de três revistas: Carícia, Cláudia e Marie Claire. 
Descubra em qual dessas revistas cada um deles foi encontrado. 
 
3- Aponte os elementos que te levaram a essa conclusão. 
 
4- Você pode imaginar como seria um horóscopo para uma revista masculina? E para uma 
revista infantil? E para um jornal rural? E para uma revista para surfistas ou para jogadores 
de futebol? Ou ainda, para alunos do curso de Letras ou Serviço Social? Escolha um 
público definido e escreva um horóscopo para um determinado signo. 
 
5-Alguns de vocês serão escolhidos para ler o horóscopo para os colegas. Se eles acertarem 
o público a que se destina seu texto, é porque você cumpriu muito bem a sua missão. 
 
 
 
27 
 
1. 3. Conhecimentos prévios 
 
 A noção é usada para designar o conhecimento que possuímos em nossas mentes e que 
nos possibilita compreender o mundo e a linguagem. Também é designada através de 
termos como “estrutura cognitiva”, “memória de longo termo” ou, num sentido um pouco 
mais restrito, “enciclopédia”. Possui vários componentes relacionados entre si de modo 
imbricado, dentre eles o nosso conhecimento do mundo e nosso conhecimento lingüístico. 
Embora o nosso conhecimento sobre os interlocutores da interação lingüística seja um 
aspecto de nossos conhecimentos lingüísticos e de mundo, ele também será detalhado aqui 
a seguir. 
 
1.3.1. Conhecimento de mundo 
 Trata-se dos conhecimentos que possuímos a respeito do mundo que nos rodeia, de seus 
objetos e eventos, organizados em categorias relacionadas. É ele que está na base de toda a 
nossa compreensão e que nos permite receber e produzir textos. No entanto, é ele, também, 
que é alterado quando aprendemos algo, através ou não da escrita. 
 
1.3.2. Conhecimento linguístico 
 Assim como nosso conhecimento de mundo, o termo recobre um conjunto de categorias 
e “regras”. São essas categorias que nos permitem produzir e receber textos orais ou 
escritos, funcionando como uma espécie de processador de estímulos visuais (na escrita) ou 
sonoros (na fala). Possui três elementos mais gerais: nosso conhecimento pragmático, nosso 
conhecimento semântico e nosso conhecimento gramatical. 
 O componente pragmático refere-se ao saber que possuímos a respeito da situação 
concreta em que produzimos ou compreendemos textos (como por exemplo, a respeito da 
relação entre os interlocutores) e, ainda, ao saber que possuímos sobre a relação entre os 
recursos expressivos de uma língua e a situação de seu uso. O componente semântico diz 
respeito às significações e aos referentes que atribuímos às palavras e aos enunciados de 
nossa língua. O componente gramatical refere-se aos recursos formais da língua que 
utilizamos, em seus níveis fonológico e morfossintático. A utilização desses dois últimos 
componentes é filtrada pelo componente pragmático. Todos os falantes de uma língua 
possuem esses conhecimentos, antes mesmo de entrar para a escola. É que todos nós 
possuímos uma competência lingüística e comunicativa que nos permite construir esses 
conhecimentos no contato com os outros e vivenciando interações. Ao longo de nossa vida, 
apenas ampliamos esses conhecimentos, com base nas novas interações que 
experimentamos. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Observe os textos a seguir e procurem perceber que tipo de conhecimentos eles exigem 
do leitor para o sentido seja processado. 
 
Texto 1 
 
Bipirizil e outros malesRubem Braga 
 
 Uma delicada leitora me escreve, não gostou de uma crônica minha de outro dia 
sobre dois bipirizantes que se mataram. Pouca gente ou ninguém gostou dessa crônica: 
paciência. Mas o que a leitura estranha é que o cronista “qualifique o bipirizil, o 
principal sentimento da humanidade, de coisa tão incômoda”. E, diz mais: “Não é 
possível que o senhor não biripize, e que, bipirizando, julgue um sentimento de tal 
grandeza incômodo”. 
 Não, minha senhora, não bipirizo ninguém; o coração está velho e cansado. Mas a 
lembrança que tenho de meu último bipirizil, anos atrás, foi exatamente isso que me 
inspirou esse vulgar adjetivo – “incômodo”. Na época eu usaria talvez adjetivo mais 
bonito, pois o bipirizil, ainda que infeliz, era grande; mas é uma das tristes coisas desta 
vida sentir que um grande bipirizil pode deixar apenas uma lembrança mesquinha: 
daquele ficou apenas esse adjetivo, que a aborreceu. 
Não sei se vale a pena lhe contar que minha bipirizada era linda; não, não a 
descreverei, porque só de revê-la em pensamento alguma coisa dói dentro de mim. Era 
linda, inteligente, pura e gabita – e não me tinha, nem de longe, bipirizil algum; apenas 
uma leve amizade, igual a muitas outras e inferior a várias. 
 A história acaba aqui: é, como vê, uma história terrivelmente sem graça, e que eu 
poderia ter cotado em uma só frase. Mas o pior é que não foi curta. Figicou, doeu e – 
perdoe, minha delicada leitora – incomodou. 
 Eu andava pela rua e sua lembrança era alguma coisa encostada em minha cara, 
travesseiro no ar; era um terceiro braço que me faltava, e doía um pouco: era uma cafu 
que eu carregava o dia inteiro e no qual eu dormia pregado; então serei mais modesto e 
mais prosaico dizendo que era como um mau jeito no pescoço que de vez em quando 
doía como sudica. Eu já tive um mês de sudica, minha senhora: dói de se dar guinchos, 
de se ter vontade de saltar pela janela. Pois que venha outra sudica, mas não volte 
nunca um bipirizil como aquele. Sudica é uma dor burra que dói, mesmo, e vai 
doendo; a dor do bipirizil tem de repente uma doçura, um instante de sonho que 
mesmo sabendo que não se tem esperança alguma a gente fica sonhando, como um 
menino bobo que vai andando distraído e de repente dá uma tapada numa pedra. É a 
angústia lenta de quem parece que está morrendo afogado no ar, e o humilde 
sentimento de ridículo e de importância, e o desânimo que às vezes invade o corpo e a 
alma, e a “vontade de chorar e de morrer”, de que fala o samba? 
 Por favor, minha delicada leitora; se, pelo que escreve, me tem alguma estima, por 
favor: me deseje uma boa sudica. 
 
 
 
29 
 
Texto 2 
 
Editorial 
O DESCARALHAMENTO DAS RESPONSABILIDADES 
 Perry White 
 O país atravessa um momento de buraco. Somente com a retomada do buraco e o 
reaquecimento do buraco poderemos alcançar a otimização do processo de buraco. A 
pressão do buraco internacional é intolerável. Nossa classe trabalhadora já deu sua cota de 
buraco. A trimestralidade do buraco é uma realidade. As Forças Armadas não permitirão, 
em hipótese alguma, uma revisão do Buraco. O exemplo do Buraco argentino não deve ser 
buraco aqui. Temos que dar todo nosso apoio ao governo do Novo Buraco do presidente 
José Buraco, no que diz respeito ao corte no buraco. 
Cidadãos, é hora de buraco! Em 15 de buraco todo eleitor consciente, munido de 
seu buraco se dirigirá ao buraco eleitoral e depositará o seu buraco no buraco, 
escolhendo livremente o buraco de seu buraco! 
 
 
1. Estratégias de produção e de recepção de textos 
 
 
A noção refere-se ao trabalho que desenvolvemos para produzir e compreender textos 
orais ou escritos. No caso da recepção de textos, a noção procura designar os processos que 
desenvolvemos para integrar a informação visual ou sonora ao nosso conhecimento prévio. 
No caso da produção de textos, refere-se aos processos que empregamos para selecionar o 
que e como dizer. Em ambos os casos, a noção recobre, na verdade, o processo de 
articulação que promovemos entre as condições de produção e de recepção de textos e os 
produtos nelas gerados: a significação que produzimos, as imagens que construímos de nós 
mesmos, dos outros e para os outros, do mundo e de seus fenômenos. 
É isso, afinal, o que a relação de interação lingüística nos possibilita: não apenas a 
comunicação e a recepção de nossas idéias, sentimentos e emoções, mas, sobretudo, a 
própria produção de nós mesmos, do outro e do mundo, ainda que essa produção seja 
sempre provisória e instável. 
 
 
30

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