Buscar

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO AV1 HIST. DO DIREITO

Prévia do material em texto

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO PARA AV1 – HISTÓRIA DO DIREITO 
1) Por que Portugal nasceu das armas? 
Resposta: 
Após a perda de territórios para os mouros vindos de África, os resistentes juntaram-se 
na região das Astúrias na Galiza, para se defender dos mouros. Contudo, o seu objetivo 
não era apenas defender os territórios que lhes restavam mas sim conquistar os 
territórios que haviam perdido e foi isso que fizeram. 
O Rei Afonso VI de Leão e Castela deu o exemplo, envolvendo-se arduamente nas lutas 
contra os mouros lutas estas que haveriam de ser bem sucedidas, pelo que os resistentes 
conquistaram mais territórios.Todavia, Afonso VI de Leão e Castela sentia que as suas 
terras estavam em perigo, por isso, dividiu os territórios e entregou a cargo de Henrique 
de Borgonha a parte correspondente atualmente ao norte de Portugal. 
O conde D. Henrique, um lutador ávido e inteligente, continuou na sua incessante busca 
de mais território, travando inúmeras batalhas com os mouros até a sua morte. Ficou a 
governar este condado a sua esposa, D. Teresa, porém, passado algum tempo, esta 
pensava em casar com um fidalgo galego, Fernão Peres, colocando assim em risco a 
independência em relação aos espanhóis deste condado. 
Desta forma, aos 14 anos, Afonso Henriques, filho de D. Henrique e D. Teresa, arma-se 
cavaleiro e enfrenta a mãe pelos interesses que julgava serem melhores para o seu país. 
Ganhou esta batalha, satisfazendo assim todos os portucalenses que requeriam a 
independência do condado. 
Após vencer a sua mãe na batalha de S. Mamede em 1128, o agora D. Afonso 
Henriques continua as investidas contra os mouros e até contra os espanhóis, pela luta 
dos territórios. Alargando cada vez mais os territórios para sul, o rei vence batalha atrás 
de batalha contra os mouros, incluindo na importante batalha de Ourique, a qual declara 
a independência do Condado Portucalense, dando origem ao Reino de Portugal. 
2) O que foi a Bula Papal Inter Coetera e o Tratado de Tordesilhas? 
Resposta: 
Bula Inter Coetera 
Proclamada pelo Papa Alexandre VI, a Bula Inter coetera dividia o mundo entre 
portugueses e espanhóis. Fora traçada uma linha imaginária que passava a 100 léguas da 
costa das ilhas de Cabo Verde. O que estivesse a oeste seria espanhol e o que ficasse a 
leste, seria português. 
Tratado de Tordesilhas 
Sabendo que no Oceano Atlântico havia muitos territórios a serem explorados, os 
portugueses pediram que fosse feita uma nova divisão, ajustada aos seus interesses. 
Novamente o Papa Alexandre VI mediou a discussão e modificou a distância que a 
linha passaria de Cabo Verde. Agora não seriam mais 100 léguas e sim 370 léguas, o 
que permitia mais mobilidade aos portugueses na exploração do Atlântico. 
3) Quais as características da expansão marítima portuguesa? 
Resposta: 
 
Os portugueses foram os primeiros europeus a se lançar ao mar no período das Grandes 
Navegações Marítimas, nos séculos XV e XVI. No presente texto iremos abordar os 
motivos do pioneirismo português na conquista dos oceanos. 
O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes 
Navegações foi a progressiva participação lusitana no comércio europeu no século XV, 
em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no 
intuito de comercializar com diferentes partes do mundo. 
A centralização monárquica portuguesa aconteceu ainda no século XIV com a 
Revolução de Avis, Portugal foi considerado o primeiro reino europeu unificado, ou 
seja, foi o primeiro Estado Nacional da história da Europa. Além do fato da unificação 
portuguesa, a Revolução de Avis consolidou a força da burguesia mercantil que, 
conforme vimos acima, investiu pesadamente nas Grandes Navegações. 
Estudiosos como Diegues (2010), Tengarrinha (2001) e Silva (1989) que analisaram 
Portugal nos séculos XV e XVI, afirmaram também que os portos de boa qualidade que 
eram existentes no país influenciaram bastante no processo do pioneirismo português. 
Outro motivo não menos fundamental que os outros expostos, que ajudou no processo 
do empreendimento português, foi o estudo náutico realizado na Escola de Sagres, sob o 
comando do astuto infante D. Henrique, o navegador (1394-1460). 
A Escola de Sagres foi consolidada na residência de D. Henrique e se tornou uma 
referência para estudiosos como cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros 
entre outros. Iniciando o processo de conquistas pelos mares, os portugueses no ano de 
1415 dominaram Ceuta, considerada primeira conquista dos europeus durante a 
Expansão Marítima. 
O principal objetivo que os navegadores portugueses desejavam alcançar era dar a volta 
no continente africano, ou seja, realizar o périplo africano. Desta maneira, Portugal foi 
conquistando várias concessões na África. No ano de 1488, Bartolomeu Dias, 
navegador português, havia conseguido chegar ao Cabo da Boa Esperança, provando 
para o mundo que existia uma passagem para outro oceano. Finalmente, no ano de 
1498, o navegador português Vasco da Gama alcançou as Índias; em 1500, outro 
navegador lusitano, Pedro Álvares Cabral, deslocou-se com uma grande frota de 
embarcações para fazer comércio com o Oriente, acabou chegando ao chamado ‘Novo 
Mundo’ - o continente americano. 
Com o desenvolvimento dos estudos marítimos (Escola de Sagres), os portugueses se 
tornaram grandes comerciantes, prosperando e produzindo novas embarcações e 
formando grandes navegadores. Portugal se transformou em um dos mais importantes 
entrepostos (armazém de depósito de mercadorias - que esperam comprador ou que se 
vão reembarcar) comerciais durante as Grandes Navegações Marítimas. 
4) Explique como a Coroa Portuguesa organizou o sistema de Capitanias Hereditárias 
no Brasil colonial. 
Resposta: 
O sistema de capitanias hereditárias é um sistema de controle administrativo colonial 
que marcou a história da colonização portuguesa no Brasil. A partir do ano de 1530, o 
governo português passou a voltar os seus interesses políticos e econômicos para as 
terras brasileiras. Contudo, isso exigia a instalação de algum modelo de administração 
que fosse capaz de assegurar a posse portuguesa sobre o território e, ao mesmo tempo, 
tornar o Brasil uma colônia lucrativa. 
Foi buscando resolver esse problema que os portugueses implantaram no Brasil o 
sistema de capitanias hereditárias, em 1534. Nesse sistema, Portugal realizava a divisão 
das terras brasileiras em longas faixas que partiam do litoral até alcançar os limites do 
Tratado de Tordesilhas. Assim, cada faixa de terra era considerada uma capitania. Cada 
capitania tinha um responsável por ela, que era escolhido pelo rei de Portugal, e 
ganhava o título de donatário. 
O donatário tinha o direito de utilizar a capitania doada por Portugal e, ao mesmo 
tempo, a obrigação de ocupar o território e organizar atividades que fossem lucrativas. 
Eles também poderiam repassar o direito de uso da capitania para o seu filho. Era por 
esse motivo que ela também era chamada de hereditária. Entretanto, a posse continuava 
com a Coroa e, por tal razão, o donatário não poderia vender ou comprar uma capitania. 
A razão de Portugal utilizar esse modelo administrativo para ocupar o Brasil se dava por 
conta da falta de recursos financeiros e funcionários para que ele mesmo controlasse as 
terras diretamente. Sendo assim, o sistema de capitanias hereditárias garantia a 
exploração econômica da colônia sem que fosse necessário desembolsar grandes 
quantidades de dinheiro. Portugal tinha apenas o trabalho de fiscalizar e arrecadar os 
impostos que lhe eram de direito. 
Mesmo com todas essas motivações e um modelo já organizado, o sistema de capitanias 
hereditárias não atingiuo sucesso esperado. Não raro, os donatários nomeados pela 
Coroa nem chegaram a pisar em terras brasileiras, mostrando receio e desinteresse em 
abandonar seus negócios em Portugal para se lançar a uma nova aventura do outro lado 
do Oceano Atlântico. 
Os donatários que chegaram a assumir sua capitania e se mudar para o Brasil também 
enfrentaram sérias dificuldades. A grande extensão das capitanias e o desconhecimento 
do território dificultavam o processo de dominação. Por outro lado, a falta de incentivos 
do governo de Portugal tornava a missão dos donatários ainda mais complicada. Por 
fim, devemos também salientar a presença e a resistência das populações indígenas, que 
se sentiam injustiçadas com a ocupação promovida pelos portugueses. 
Ao mostrar claros sinais de ineficiência, o sistema de capitanias hereditárias foi 
progressivamente substituído pelo Governo Geral. As duas únicas exceções do grande 
fracasso desse modelo foram notadas nas capitanias de São Vicente (atual estado de São 
Paulo) e Pernambuco. Nessas duas regiões, o sistema prosperou graças aos rápidos 
lucros obtidos pela exploração da cana de açúcar que era exportada para a Europa. 
Somente no ano de 1759, sob as ordens do marquês de Pombal, que o sistema de 
capitanias foi completamente extinto dando lugar somente ao Governo Geral. 
 
5) Explique o Pacto Colonial. 
Resposta: 
O chamado Pacto Colonial foi como ficou conhecido a relação de comércio entre a 
metrópole e suas colônias no período das colonizações europeias, na Idade Moderna. 
Ocorreu ao longo dos séculos XV, XVII e XVIII, de uma forma geral, dentro do 
chamado Antigo Sistema Colonial, onde as Américas eram colônias, sendo dominadas e 
exploradas pelas metrópoles europeias: Espanha, Portugal, França e Inglaterra. Assim, o 
Novo Mundo passou a ser fonte de abastecimento de sua economia. 
Para entender o pacto colonial é preciso entender a lógica do mercantilismo que foi a 
maneira com que a Coroa Portuguesa conseguiu maiores ganhos, atraindo para si a 
maior quantidade possível de metais preciosos, alcançando esse objetivo através de 
medidas protecionistas como a proibição da entrada de bens manufaturados 
estrangeiros, estimulando a exportação de manufaturas para alcançar uma balança 
comercial favorável e, assim, ter lucro. 
“O papel das colônias era contribuir para a autossuficiência da metrópole, 
transformando-se em áreas reservadas de cada potência colonizadora, na concorrência 
com as demais.”, segundo o historiador Boris Fausto em seu livro “História do Brasil”. 
(FAUSTO, 1996, p. 55) 
O Pacto Colonial consistia no “exclusivismo”, o que significava que a colônia só 
poderia comercializar com a sua metrópole ou para os mercadores que convinham a 
Portugal. Essa era uma medida para impedir que os navios estrangeiros 
comercializassem os produtos para vender e lucrar na Europa. Importante ressaltar 
também que a metrópole tinha reserva sobre o mercado brasileiro. Também era uma 
forma de impedir que produtos que a metrópole não produzia chegasse nas colônias. 
Ainda segundo o historiador Boris Fausto, “Em termos simplificados, buscava-se 
deprimir, até onde fosse possível, os preços pagos na colônia por seus produtos, para 
vendê-los com maior lucro na metrópole." (FAUSTO, 1996, p. 56) 
Assim, Portugal, a metrópole, conseguia obter grandes lucros. E esse “exclusivismo” 
tinha algumas formas como arrendamento, exploração direta pelo Estado e criação de 
companhias privilegiadas de comércio. É importante ressaltar que foi através deste 
aspecto que o Brasil se tornou totalmente refém e dependente da coroa portuguesa. Foi 
o exclusivismo o grande motivo para a transferência das riquezas do Brasil para 
Portugal. 
Os preços dos produtos poderiam ser impostos pelos mercadores portugueses, sendo o 
que eles achassem melhor, mas essa prática era evitada afim de não desestimular os 
colonos a continuarem produzindo já que haviam vindo de Portugal para tentar construir 
uma vida melhor, tornando-se ricos. O excedente econômico, uma parte pelo menos, era 
dividida para que os colonos reinvestissem na produção colonial e para sustentar seus 
luxos. 
Muito importante ressaltar que a produção na colônia era realizada pela mão de obra da 
população nativa, ou seja, dos indígenas, e, posteriormente, pelos escravos negros 
vindos da África. 
Como afirmado anteriormente, o Pacto Colonial foi uma prática que vigorou não só em 
Portugal e na Espanha, mas também na Inglaterra e suas colônias americanas. E foi um 
dos principais motivos de revoltas dos colonos que acabou levando ao processo de 
Independência dos Estados Unidos, assim como no caso português. 
Diversos produtos fizeram parte desse sistema de exploração como o pau-brasil, a cana-
de-açúcar e minérios (ouro). O fim dessa relação ocorreu somente em 1808 com a vinda 
da família real para o Brasil, quando D. João assinou uma Carta Régia onde o Brasil 
deixava de comercializar somente com Portugal. 
 
6) Como se organizou a administração do sistema colonial no Brasil? 
Resposta: 
O governo-geral foi um dos modelos de organização administrativa que os portugueses 
estabeleceram no Brasil durante o período colonial. Criado no ano de 1548, o governo-
geral foi criado para substituir um outro modelo de organização administrativa anterior: 
o sistema de capitanias hereditárias. 
Essa substituição aconteceu porque o sistema de capitanias hereditárias não deu certo 
em terras brasileiras. Isso porque muitos portugueses que recebiam as capitanias não 
desejavam se mudar para o Brasil para tomar conta das terras recebidas. Além disso, 
aqueles que chegaram a se mudar para o Brasil, enfrentaram muitas dificuldades para 
conseguir lucrar com a capitania recebida da Coroa de Portugal. 
Como o sistema não deu muito certo, Portugal então passou a centralizar a 
administração da colônia criando o cargo de governador geral. Esse governador era, a 
partir daquele momento, a mais importante autoridade presente no Brasil e tinha a 
função de representar os interesses do rei de Portugal em terras brasileiras. 
Mesmo tendo grandes poderes, sabemos que o governador geral sozinho não daria conta 
de todas as responsabilidades e problemas que envolviam a organização do espaço 
colonial. Foi então que, para melhor cumprir suas atribuições, o Governador Geral 
contava com o auxílio de outros três auxiliares: o provedor-mor, o capitão-mor e o 
ouvidor-mor. 
O provedor-mor tinha a responsabilidade de garantir a arrecadação dos impostos em 
terras brasileiras e cuidar dos gastos que o governo geral tivesse na administração do 
território. O capitão-mor tinha a responsabilidade de organizar as tropas responsáveis 
pela defesa do litoral brasileiro contra as possíveis invasões estrangeiras e os ataques 
das comunidades indígenas presentes no Brasil. Já o ouvidor-mor exercia a função de 
juiz, aplicando as leis e resolvendo os conflitos existentes entre a população colonial. 
O governo-geral foi o modo de organização utilizado por Portugal durante todo o 
período colonial. Durante os séculos XVII e XVIII houve outras formas de divisão do 
território colonial que foram empregadas com o objetivo de facilitar o domínio das 
terras brasileiras. O Brasil chegou por um tempo a ser dividido em duas partes, sendo 
uma com capital na cidade de Salvador e outra com capital na cidade do Rio de Janeiro. 
Logo depois houve outra divisão que colocava a região do Grão-Pará com uma 
administração exclusiva. 
No século XVIII, a capital da colônia foi definitivamente transferida para o Rio de 
Janeiro. Essa decisão teve grande influência da descoberta de ouro nas regiões central e 
sudeste do Brasil. Portanto, a mudança do Rio deJaneiro foi adotada para facilitar a 
arrecadação e o controle dessa riqueza explorada por Portugal na época. 
O governo-geral acabou somente no ano de 1808, quando a Família Real Portuguesa 
chegou ao Brasil. Naquele momento, o Rio de Janeiro se transformou em capital não só 
do espaço colonial brasileiro, mas também do Império Português. Desse modo, a 
necessidade de um governador-geral para representar o rei de Portugal deixava de ser 
necessária para se controlar o território do Brasil. 
7) Caracterize o ciclo do açúcar e o ciclo do ouro no Brasil. 
Resposta: 
1 O Ciclo do Açúcar foi um período da história do Brasil Colonial compreendido entre 
meados do século XVI e meados do XVIII. Neste período, a produção de açúcar, 
voltada para a exportação, nos engenhos do Nordeste brasileiro foi a principal atividade 
econômica. 
 O início do ciclo 
As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram em território brasileiro pelas mãos de 
Martim Afonso de Souza. Sua expedição tinha a função de dar início à colonização do 
território brasileiro, ação desejada pela coroa portuguesa como forma de proteger o 
litoral do Brasil das invasões estrangeiras. 
Neste contexto, Martim Afonso de Souza deu início a produção de açúcar no Brasil em 
1533, através da instalação do primeiro engenho da colônia, na cidade de São Vicente 
(localizada no atual litoral do estado de São Paulo). 
 Principais características do período: 
- A economia do açúcar foi responsável pela consolidação da colonização, através da 
ocupação de parte da costa brasileira. 
- O engenho foi a principal unidade de produção de açúcar no Brasil Colonial. 
- Uso de mão de obra escrava, de origem africana, no plantio e colheita da cana-de-
açúcar, assim como nas várias etapas de produção do açúcar. Os escravos, 
principalmente mulheres, também foram usadas na execução de atividades domésticas. 
- Prevalência das grandes propriedades rurais (latifúndios) no Nordeste brasileiro, com 
forte concentração de terra. 
- Sociedade patriarcal, com poderes político, econômico e social concentrados nas mãos 
dos senhores de engenho. 
- Sociedade estática e estratificada dividida em: Aristocracia rural (senhores de 
engenho); homens livres (comerciantes, artesãos, funcionários públicos, feitores, etc.) e 
escravos (maioria da população do período). 
- Tráfico negreiro como outra importante atividade lucrativa, principalmente para os 
comerciantes e coroa portuguesa. 
 Crise do Ciclo do Açúcar 
A economia açucareira começou a entrar em crise na segunda metade do século XVII, 
com a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro. Empreendedores holandeses 
foram para a região das Antilhas produzir açúcar. Os holandeses se tornaram um forte 
concorrente, pois vendiam o açúcar mais barato na Europa, além de controlarem o 
transporte e comércio do produto. Desta forma, os holandeses conquistaram o mercado 
consumidor europeu, iniciando uma forte crise na economia açucareira no Brasil. 
A crise se acentuou ainda mais em meados do século XVIII, período em que a economia 
brasileira passou a se voltar para o ouro da região das Minas Gerais. A região Sudeste 
passou a atrair investimentos, a capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro 
e o Ciclo do Açúcar chegou ao fim. 
 Curiosidades: 
- Os territórios dos atuais estados da Bahia e Pernambuco foram os locais de maior 
concentração de engenhos de açúcar no Brasil Colonial. Logo, foram as regiões que 
apresentaram maior produção e exportação do produto. 
- No começo do Ciclo do Açúcar (segunda metade do século XVI), muitos senhores de 
engenho utilizaram mão de obra indígena na produção açucareira. Porém, com forte 
oposição dos padres jesuítas, esta opção foi deixada de lado em favor da mão de obra 
escrava africana. 
- Ao contrário da atualidade, o açúcar do período colonial era caracterizado pela 
presença de muitas impurezas. Ele era consumido, principalmente, em formato de 
pequenos torrões. Era um produto muito desejado na Europa, porém, em função do seu 
alto preço, era consumido somente pelos membros da elite. 
 
2 O Ciclo do Ouro: Descoberta das minas, crescimento urbano, mudança da capital, 
taxas e impostos, quinto e derrama, revoltas populares. 
No final do século XVII, as exportações de açúcar brasileiro (produzido nos engenhos 
do Nordeste) começaram a diminuir. Isto ocorreu, pois a Holanda havia começado a 
produzir este produto nas ilhas da América Central. Com preços mais baixos e boa 
qualidade, o mercado consumidor europeu passou a dar preferência para o açúcar 
holandês. 
 Crise do açúcar e a descoberta das minas de ouro 
 Esta crise no mercado de açúcar brasileiro, colocou Portugal numa situação de buscar 
novas fontes de renda, pois, como sabemos, os portugueses lucravam muito com taxas e 
impostos cobrados no Brasil. Foi neste contexto que os bandeirantes, no final do século 
XVII, começaram a encontrar minas de ouro em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. 
Portugal viu nesta atividade uma nova fonte de renda. 
 A descoberta de ouro no Brasil provocou uma verdadeira “corrida do ouro”, durante 
todo século XVIII (auge do ciclo do ouro). Brasileiros de todas as partes, e até mesmo 
portugueses, passaram a migrar para as regiões auríferas, buscando o enriquecimento 
rápido. Doce ilusão, pois a exploração de minas de ouro dependia de altos investimentos 
em mão-de-obra (escravos africanos), equipamentos e compra de terrenos. Somente os 
grandes proprietários rurais e grandes comerciantes conseguiram investir neste lucrativo 
mercado. 
 Cobrança de impostos 
 A coroa portuguesa lucrava com a cobrança de taxas e impostos. Quem encontrava 
ouro na colônia deveria pagar o quinto. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição 
(órgão do governo português), que derretia o ouro, transformava-o em barras (com o 
selo da coroa portuguesa) e retirava 20% (um quinto) para ser enviado para Portugal. 
Este era o procedimento legal e exigido pela coroa portuguesa, porém, muitos 
sonegavam mesmo correndo riscos de prisão ou outras punições mais sérias como, por 
exemplo, o degredo. 
 Além do quinto, Portugal cobrava de cada região aurífera uma certa quantidade de ouro 
(aproximadamente 1000 kg anuais). Quando esta taxa não era paga, havia a execução da 
derrama. Neste caso, soldados entravam nas residências e retiravam os bens dos 
moradores até completar o valor devido. Esta cobrança gerou muita revolta entre a 
população. 
Mudança da capital 
 Com a exploração do ouro, a região Sudeste desenvolveu-se muito, enquanto o 
Nordeste começou a entrar em crise. Neste contexto, a coroa portuguesa resolveu mudar 
a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Desta forma, pretendia deixar a 
capital próxima ao novo polo de desenvolvimento econômico. 
 
Desenvolvimento das cidades 
Nas regiões auríferas, várias cidades cresceram e muitas surgiram neste período. A vida 
nas cidades dinamizou-se, fazendo surgir novas profissões e aumentando as atividades 
comerciais, sociais e de trabalho. Teatros, escolas, igrejas e órgãos públicos foram 
criados nestas cidades. Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, Tiradentes e São João Del 
Rei foram algumas das cidades que mais se desenvolveram nesta época. 
 Revoltas 
As cobranças excessivas de impostos, as punições e a fiscalização da coroa portuguesa 
provocaram reações na população. Várias revoltas ocorreram neste período. Podemos 
citar a Revolta de Felipe de Santos, que era contrário ao funcionamento das Casas de 
Fundição. A própria Inconfidência Mineira (1789) surgiu da insatisfação com as 
atitudes da metrópole. Liderados por Tiradentes, os inconfidentes planejavam tornar o 
Brasil independente de Portugal,livrando o país do controle metropolitano. Apesar de 
ter sido sufocada, a Inconfidência Mineira tornou-se o símbolo da resistência brasileira. 
 
8) Como se deu a decadência do sistema colonial. 
Resposta: 
 
Para que possamos entender a crise no sistema colonial, precisamos retroceder no 
tempo, mais especificamente, aos séculos XVII e XVIII, época em que ocorreram 
diversas revoluções, tanto na Europa, como na América do Norte, assim como uma série 
de movimentos nativistas foi realizada na colônia portuguesa. 
Nesse período, a Europa era marcada pela ascendência da burguesia ao poder, e vivia-se 
o Século das Luzes, o Iluminismo burguês – filosofia cultuada pelo racionalismo, que 
defendia a liberdade, a igualdade e a felicidade entre os homens, sendo assim, contrário 
ao Antigo Regime. Esse pensamento iluminista contribuiu para que houvesse a 
Revolução Industrial, a Revolução Americana e a Revolução Francesa. 
A Revolução Industrial ocorreu por volta de 1760, na Inglaterra, modificando 
totalmente as relações econômicas, de modo que, os industriais desejassem o fim das 
colônias, para que estas pudessem consumir os seus produtos, além de fornecerem 
matérias-primas baratas, dando início ao capitalismo industrial. 
Com a Revolução Americana no ano de 1770, as Treze Colônias inglesas tornam-se 
independentes, e após longa guerra de independência contra a Metrópole – Inglaterra –, 
os colonos ingleses, das colônias de povoamento, declaram independência no ano de 
1776. 
Outra mudança política ocorrida foi a Revolução Francesa, em 1789, caracterizada pela 
ascensão da burguesia francesa ao poder, favorecendo definitivamente a quebra do 
antigo sistema colonial. 
Essas revoluções e principalmente a independência dos Estados Unidos da América, 
assim como, as ideias iluministas, foram fatores que repercutiram nas colônias 
portuguesas, e, devido aos abusos do fiscalismo português nas regiões auríferas – 
regiões que contém ouro – vários movimentos emancipacionistas foram realizados 
contra os colonos portugueses. 
Um dos principais movimentos emancipacionistas foi a Inconfidência Mineira, em 
1789, e que, apesar de seu caráter idealista, foi a primeira rejeição ao sistema colonial 
português. Outros importantes movimentos emancipacionistas foram a Conjuração 
Baiana ou dos Alfaiates, em 1798; e a Conspiração dos Suassunas, em 1801. 
A crise no sistema colonial decorreu pelo surgimento de novas ideias e pelas 
transformações econômicas e sociais, além do próprio desenvolvimento das colônias – 
resultado do investimento e das explorações realizadas pelos colonizadores –, gerando 
na população colonial, o sentimento de emancipação. 
 
9) Quais os principais fatores e impactos da Assembleia Constituinte de 1823. 
Resposta: 
A partir do momento que D. Pedro se convenceu de que a Independência do Brasil era 
fato irreversível, ainda como príncipe regente, fez uma convocação para uma 
Assembleia Constituinte, no dia 3 de junho de 1822. Essa assembleia não se 
solidificou de imediato, sendo que a sua prática só começou depois de proclamada a 
Independência. O objetivo maior da assembleia era elaborar uma constituição para o 
novo Estado soberano. 
A ideia de um projeto constituinte partiu de Antônio Carlos de Andrada e Silva. A partir 
dessa ideia ficou estabelecido que só teria direito ao voto quem possuísse uma renda 
anual equivalente a 150 alqueires de farinha de mandioca. A Constituição da 
Mandioca, como ficou conhecida, demonstrou o poder e o interesse da elite agrária, 
através do voto censitário, com base na quantidade de terra e na quantidade de 
mandioca plantada. 
Outra característica do projeto foi a manutenção do trabalho escravo e a atribuição dada 
ao governo de zelar pela mão de obra escravista. Nesse período, dois grupos disputavam 
o poder nesse período: o partido português e o partido brasileiro. O partido português 
reivindicava poderes absolutos para D. Pedro I; e o partido brasileiro queria a 
submissão do monarca ao parlamento. José Bonifácio, ministro do Império, tentou 
conciliar o interesse dos dois partidos. 
A divisão dos poderes executivo, legislativo e judiciário constou no projeto da 
constituição, que determinou o predomínio do poder legislativo sobre o executivo, 
ou seja, buscava o fortalecimento da representação nacional na tentativa de limitar 
o poder do Imperador. Isso contrariou profundamente as pretensões absolutistas e 
centralizadoras de D. Pedro I. O próprio prestígio de José Bonifácio foi de encontro aos 
interesses pessoais de D. Pedro I. 
Baseado nesse choque de interesses, o monarca demitiu o ministro e deu um golpe no 
dia 12 de novembro de 1823, apoiado pelos militares, dissociando a Assembleia 
Constituinte. Esse acontecimento ficou conhecido na história do Brasil como a Noite da 
Agonia. Dessa forma, podemos observar que a primeira constituição brasileira não 
nasceu de uma Assembleia Constituinte e sim dos interesses pessoais de um rei. O 
início da vida política do Brasil como Nação independente foi tortuoso. 
 
10) Quais as consequências da invasão da Península Ibérica por Napoleão Bonaparte? 
Resposta: 
Napoleão e o Império – Napoleão chegou ao poder através do golpe de 18 Brumário, 
em 1799, que pôs fim à Revolução Francesa ao dissolver o Diretório. A partir disso, foi 
concentrando o poder em suas mãos até que, em 1804, proclamou-se imperador da 
França. 
O Bloqueio Continental – Com a Revolução Francesa havia se iniciado uma longa luta 
entre a França revolucionária e os países absolutistas que se sentiam ameaçados pelo 
seu exemplo. Com a ascensão de Napoleão, essa luta ganhou um novo impulso. Em 
1805, Inglaterra, Prússia, Áustria e Rússia uniram-se pela terceira vez contra a França, 
coligação que Napoleão desfez com relativa facilidade, mas não conseguiu vencer a 
Inglaterra. Esta, graças à sua posição insular e sua poderosa marinha, manteve-se 
intocável. Para fazer face ao poderio britânico, Napoleão decretou o Bloqueio 
Continental em 1806, fechando o continente europeu à Inglaterra. Ele procurou, assim, 
criar toda sorte de dificuldades econômicas, a fim de desorganizar a economia inglesa. 
Todavia, o bloqueio contrariava também os poderosos interesses econômicos do 
continente e, logo de início, encontrou fortes oposições. Outra fragilidade do bloqueio 
encontrava-se no fraco desempenho das indústrias francesas, incapazes de ocupar o 
grande vazio deixado pelo súbito corte do fornecimento britânico. Além disso, os 
produtos coloniais, cuja distribuição era controlada pela Inglaterra, teriam de encontrar 
substitutos adequados. 
 
Portugal e o bloqueio – A economia portuguesa havia muito se encontrava subordinada 
à inglesa. Daí a relutância de Portugal em aderir incondicionalmente ao bloqueio. 
Napoleão resolveu o impasse ordenando a invasão do pequeno reino ibérico. Sem 
chances de resistir ao ataque, a família real transferiu-se para o Brasil em 1808, sob 
proteção inglesa. Começou então, no Brasil, o processo que iria desembocar, 
finalmente, na sua emancipação política. 
 
A Transferência da Corte para o Brasil 
 
O duplo aspecto das guerras napoleônicas – As guerras napoleônicas (1805-1815) 
apresentaram dois aspectos importantes: de um lado, a luta contra as nações absolutistas 
do continente europeu e, de outro, contra a Inglaterra, por força das disputas econômicas 
entre essas duas nações burguesas. 
 
As principais nações continentais - Áustria, Prússia e Rússia - foram subjugadas por 
Napoleão a partir de 1806, em razão da sua imbatível força terrestre. Entretanto, foi no 
confronto com a Inglaterra que as dificuldades tomaram forma, paulatinamente, até 
asfixiarem por completo as iniciativasnapoleônicas. 
 
Em 1806, apesar de o domínio continental estar aparentemente assegurado, a Inglaterra 
resistiu a Napoleão, favorecida pela sua posição insular e sua supremacia naval, 
sobretudo depois da batalha de Trafalgar (1805), em que a França foi privada de sua 
marinha de guerra. 
 
Strangford e a política britânica para Portugal – Sem poder responder negativa ou 
positivamente ao ultimatum francês por ocasião do Bloqueio Continental, a situação de 
Portugal refletia com toda a clareza a impossibilidade de manter o status quo *. 
Pressionada por Napoleão, mas incapaz de lhe opor resistência, e também sem poder 
prescindir da aliança britânica, a Corte portuguesa estava hesitante. Qualquer opção 
significaria, no mínimo, o desmoronamento do sistema colonial ou do que dele ainda 
restava. A própria soberania de Portugal encontrava-se ameaçada, sem que fosse 
possível vislumbrar uma solução aceitável. Nesse contexto, destacou-se o papel 
desempenhado por Strangford, que, como representante diplomático inglês, soube 
impor, sem vacilação, o ponto de vista da Coroa britânica. 
 
Para a Corte de Lisboa colocou-se a seguinte situação: permanecer em Portugal e 
sucumbir ao domínio napoleônico ou retirar-se para o Brasil. Esta última foi a solução 
defendida pela Inglaterra. 
A fuga da Corte para o Brasil – Indeciso, o príncipe regente D. João adiou o quanto 
pôde a solução, pois qualquer alternativa era danosa à monarquia. 
Afinal, a iminente invasão francesa tornou inadiável o desfecho. A fuga da Corte para o 
Rio de janeiro, decidida na última hora, trouxe, não obstante, importantes consequências 
para o Brasil: a abertura dos portos brasileiros a outras nações amigas (curiosamente 
essa não era a Inglaterra), a assinatura de acordos comerciais favoráveis aos ingleses e a 
instalação da Imprensa Régia. 
Desse modo, chegando ao Brasil, D. João estabeleceu a Corte no Rio de janeiro e, em 
1808, decretou a abertura dos portos, pondo fim, na prática, ao exclusivo metropolitano 
que até então restringia drasticamente o comércio do Brasil. 
A Penetração Britânica no Brasil 
 
Breve histórico – Desde a sua formação, Portugal esteve sob permanente ameaça de 
anexação por parte da Espanha, finalmente concretizada com a União Ibérica em 1580. 
A consequência imediata dessa união foi, como vimos, a ocupação holandesa a partir de 
1630. 
Motivado por tais experiências, Portugal adotou sempre uma cautelosa política de 
neutralidade e buscou apoio, quando necessário, na Inglaterra. Logo após a Restauração 
(1640), Portugal foi obrigado a fazer concessões comerciais aos ingleses em troca de 
apoio contra a Espanha e a Holanda. Os tratados de 1641, 1654 e 1661, com a 
Inglaterra, foram produtos dessa concessão que, afinal, acabou resultando na crescente 
dependência de Portugal. Através desses tratados foi aberto à burguesia inglesa o 
mercado colonial português, na condição de nação mais favorecida. 
O mais importante tratado, pelo seu caráter lesivo a Portugal, foi o de Methuen, 
assinado em 1703, em pleno início da mineração no Brasil. O tratado possuía apenas 
dois artigos: 
Artigo 1 °. Sua Sagrada Majestade El Rei de Portugal promete, tanto em seu próprio 
Nome, como no de Seus Sucessores, admitir para sempre de aqui em diante, no Reino 
de Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifício de Inglaterra, como era costume 
até o tempo em que foram proibidas pelas leis, não obstante qualquer condição em 
contrário. 
Artigo 2º. - E estipulado que Sua Sagrada e Real Majestade Britânica, em Seu Próprio 
Nome, e no de Seus Sucessores, será obrigada para sempre, de aqui em diante, de 
admitir na Grã Bretanha os vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo 
algum (haja paz ou guerra entre os Reinos de Inglaterra e de França) não se poderá 
exigir direitos de Alfândega nestes vinhos, ou debaixo de qualquer outro título direta ou 
indiretamente, ou sejam transportados para Inglaterra em pipas, tonéis ou qualquer outra 
vasilha que seja, mais que o que se costuma pedir para igual quantidade ou medida de 
vinho de França, diminuindo ou abatendo terça parte do direito de costume. 
O Tratado de Methuen estipulou, em síntese, a compra do vinho português em troca de 
tecidos ingleses. Esse acordo bastante simples foi, entretanto, altamente nocivo para 
Portugal porque, em primeiro lugar, importava-se mais tecido do que se exportava 
vinho, tanto em termos de quantidade como em valor; em segundo, as manufaturas 
portuguesas foram eliminadas pela concorrência inglesa. Por último, dado o 
desequilíbrio do comércio com a Inglaterra, a diferença foi paga pelo ouro brasileiro. 
Desse modo, o Tratado de Methuen abriu um importante canal para a transferência da 
riqueza produzida no Brasil para a Inglaterra. 
Os tratados de 1810 – Com tempo, a dependência de Portugal se aprofundou e essa foi a 
razão por que D. João finalmente se submeteu às exigências inglesas e se transferiu para 
o Brasil. Em 1810, quando a Corte já se encontrava no Rio de Janeiro, a Inglaterra fez 
D. João assinar três tratados que a favorecia. Um deles era o de Amizade e Aliança o 
outro de Comércio e Navegação e um último que veio regulamentar as relações postais 
entre os dois reinos. 
Do conjunto dos dispositivos, destacavam-se alguns artigos que feriam frontalmente os 
interesses econômicos de Portugal e do Brasil, além da humilhação política que outros 
itens impuseram à soberania lusitana. 
Em um artigo do segundo tratado, por exemplo, a Inglaterra exigiu o direito de extra-
territorialidade. Isso significava que os súditos ingleses radicados em domínios 
portugueses não se submeteriam às leis portuguesas. Assim; esses súditos elegeriam 
seus próprios juízes, que os julgariam segundo as leis inglesas. 
E os portugueses residentes em domínios britânicos gozariam dos mesmos direitos? 
Não. O príncipe regente aceitou, resignadamente, a "reconhecida equidade da 
jurisprudência britânica" e a "singular excelência da sua Constituição”. Inversamente, 
pode-se dizer que a Inglaterra não reconheceu nenhuma equidade na jurisprudência 
lusitana...

Continue navegando