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Ventilação Pulmonar A respiração é dividida em 4 componentes principais: (1) Ventilação Pulmonar, que significa o influxo e efluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares, (2) Difusão de oxigênio, (3) Transposte de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais e suas trocas com as células de todos os tecidos do corpo e (4) Regulação da ventilação. O ar inspirado é filtrado pela mucosa nasal, aquecido pelo sistema circulatório, umidificado, ocorre-se a difusão, as trocas e o seu transporte e depois é expirado. A Mecânica da Ventilação Pulmonar Músculos que produzem a expansão e a contração pulmonares: o Os pulmões podem ser expandidos e contraídos por duas maneiras: Movimento de descida e subida do músculo diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade torácica; Movimento de elevação e depressão das costelas para aumentar ou diminuir o diâmetro ântero-posterior (horizontal) da cavidade torácica. Inspiração: o O músculo diafragma é o mais importante, devido ao fato de que quando ele se contrai os conteúdos do abdômen são empurrados para baixo, e as costelas elevadas para cima e para fora. Essas alterações geram um aumento no volume vertical e horizontal da caixa, que reduz a pressão intratorácica e inicia o fluxo de ar para os pulmões; o Os músculos intercostais externos tracionam as costelas e o osso esterno para cima e para anterior, aumentando também o volume ântero-posterior da caixa torácica (movimento conhecido como alça de balde = é o subir e ir para anterior das costelas); o Em casos de exercícios físicos, por exemplo, quando a frequência respiratória aumenta os músculos intercostais externos e os músculos auxiliares são usados para uma inspiração mais vigorosa. São eles: Músculo esternocleidomastoideo – elevam o esterno; Músculo serrátil anterior – elevam também as costelas; Músculo escaleno – elevam as duas primeiras costelas. Expiração: o Normalmente é um processo passivo; o O músculo diafragma relaxa, e a retração elástica dos pulmões, da caixa torácica e das estruturas abdominais comprime os pulmões e expele o ar, ou seja, como o sistema pulmão-parede torácica é elástico, ele retorna à sua posição de repouso após a inspiração; o Os músculos expiratórios são utilizados durante o exercício físico ou quando à resistência das vias respiratórias aumenta devido à presença de uma determinada doença; o Músculos expiratórios: Músculo reto abdominal: puxam as costelas inferiores para baixo e comprime o conteúdo abdominal para cima contra o diafragma; Músculos intercostais internos: tracionam as costelas para baixo e para dentro. Pressões pulmonares que causam o movimento do ar para dentro e fora dos pulmões: A) Pressão Alveolar (Palv): É a pressão do ar no interior dos alvéolos; A Palv deve diminuir -1cm de H20 e tornar-se menor que a Patm para que ocorra a inspiração e os pulmões puxem 0,5L de ar para seu interior; Já na expiração a Palv sobe cerca de +1 cm de H20 e força o 0,5L de ar saírem do pulmão. B) Pressão Pleural: É a pressão gerada pelo líquido que ocupa o espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal do pulmão; O seu valor deve ser sempre negativo - isso ocorre pela falta de ar nesse espaço - sendo que a falta de ar é mantida por drenagem linfática contínua; Normalmente no início da inspiração a pressão pleural é de -5 cm de água. C) Pressão Transpulmonar: É a diferença de pressão entre a pressão alveolar e a pressão pleural, sendo portanto a medida das forças elásticas nos pulmões que tendem a colapsa-los a cada instante da respiração; Palv – P pleural. Lei de Boyle: o Diz: o volume de um gás varia inversamente com a variação da pressão; o Ou seja, com o aumento da pressão ocorre a diminuição do volume e o contrário também é verdadeiro; o ↑Pressão = ↓Volume. Complacência pulmonar: o Termo que descreve a capacidade de distensão do sistema, relacionando como varia o volume devido a uma variação da pressão, ou seja, é a alteração do volume pulmonar para dada variação da pressão; o Complacência é inversamente relacionada a elastância (a elastância depende da quantidade de tecido elástico que forma o pulmão); o Menor elastância Maior a complacência ou vice-versa; o A complacência pulmonar (elasticidade total pulmonar) é determinada por duas forças elásticas dos pulmões: o (1) Forças elásticas do tecido pulmonar propriamente dito – representa 1/3 da elasticidade; o (2) Forças elásticas causadas pela tensão superficial do liquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e outros espaços aéreos pulmonares – representa 2/3 da elasticidade. Elastância: o É gerada tanto por forças elásticas do tecido pulmonar (musculo liso, elastina, colágeno) quanto por forças elásticas causadas pela tensão superficial do líquido nos alvéolos; o É a força de retração gerada pela distensão. O diagrama nos mostra que com a diminuição (de -4 para -6) da pressão pleural ocorre o aumento do volume pulmonar, ou seja, ocorre a inspiração. E o aumento (de -6 para -4) da pressão pleural ocorre a diminuição do volume pulmonar, ou seja, ocorre a expiração. Tensão Alveolar: o Os alvéolos são revestidos internamente por uma delgada camada de água. As forças de atração entre essas moléculas de H2O é mais forte do que a força atrativa entre a molécula de H2O e a molécula de oxigênio, o que cria a tensão superficial. Surfactante: o Substância que evita o colabamento completo dos alvéolos, ajudando a diminuir a tensão superficial da água que tem dentro do alvéolo, facilitando assim a distensibilidade pulmonar; o Composto de uma mistura de fosfolipídios; o O surfactante é sintetizado pelas células denominadas de pneumócitos tipo II; o As moléculas lipídicas se alinham na superfície alveolar com suas porções hidrofóbicas atraídas entre si e suas porções hidrofílicas repelidas; o Na presença de surfactante diminui-se a tensão superficial e a pressão colapsante (pressão que faz os alvéolos se fecharam gerada pelo liquido) fazendo com que os pequenos alvéolos sejam mantidos abertos; o O surfactante também tem a função de aumentar a complacência pulmonar (capacidade de se distender), o que reduz o trabalho de expansão dos pulmões durante a inspiração. Complacências Torácica e Pulmonar combinadas: o É medido durante a expansão dos pulmões de uma pessoa relaxada. O ar é forçado para o interior dos pulmões durante curto intervalo de tempo, enquanto se registram pressões e volumes pulmonares; o Esse registro recebe o nome de Espirometria – registra o movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões. Ciclo respiratório: o É dividido em repouso, inspiração e expiração; o É analisado três parâmetros: Volume de ar movido para dentro e fora dos pulmões; Pressão intrapleural; Pressão alveolar. o No repouso: Não existe fluxo de ar, pois não existe diferença de pressão entre a atmosfera e os alvéolos; A pressão intrapleural é negativa (-5 cmH2O) – pressão essa que é criada devido ao fato de forças opostas entre os pulmões tentando se colapsar e as caixas torácicas tentando se expandir; o Na inspiração: Diafragma se contrai fazendo com que o volume do tórax aumente. Com o aumento do volume do tórax a pressão nos pulmões diminui (lei de Boyle); Estimula-se a entrada de ar; No final da inspiração a pressão volta a ser a mesma do início; o Na expiração: É um processo passivo; A pressão alveolar fica positiva acima da pressão atmosférica, o ar flui para fora dos pulmões; No final os valores voltam aos valores de repouso, e então se inicia um novo ciclo. Obs.: Na expiração forçada os músculos expiratórios são usados para fazer as pressões do pulmão e das vias aéreas mais positivas que o normal. Ex: quando a pessoa tem DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Conceito de espaço morto anatômico: o Esse espaço é o local onde não ocorre trocas gasosas – ou seja – nunca chega até os brônquios; o Na expiração o ar do espaço morto é o primeiro a ser expelido; o Esse espaço é desvantajoso para a remoção dos gases expiratórios do pulmão; o É um local onde há apenas a condução do ar para outros locais (cavidade nasal, faringe e traqueia, por exemplo); o Ocupa em cerca de 150ml dos 500ml totais de ar que são inspirados. Trocas gasosas e Transporte dos gases o A importância desses mecanismos se deve em manter: pO2; pCO2; [H+] – equilíbrio ácido – básico. o No exame de gasometria devemos observar: Arterial Venoso pO2 95mmHg 40mmHg pCO2 40mmHg 45mmHg H+ pH = 7,35 a 7,45 o Lembrar do conceito de Difusão: as moléculas por si só já tem energia, e em um local mais concentrado de moléculas ocorrem mais choques, o que acaba fazendo com que as moléculas se movimentem. Nesse movimento, ocorre o transporte das moléculas, sendo que elas passam do local mais concentrado para o de menor concentração. Sendo que no caso da difusão dos gases devemos levar em consideração as diferenças de pressões e não as diferenças de concentrações. o Tanto o sangue arterial quanto o venoso tem em sua constituição as moléculas de O2, CO2 e o íon H+, o que muda de um tipo de sangue para o outro é a concentração de cada substância. o Para que ocorra as trocas gasosas entre as membranas do alvéolo pulmonar e do capilar sanguíneo deve-se haver diferenças entre as pressões das substâncias. Devido a essa diferença, ocorrera a difusão (a troca) do local de maior pressão para o de menor pressão. o O CO2 é 20 vezes mais permeável na membrana celular do que O2, ou seja, seu coeficiente de difusão é maior, por isso ele passa mais facilmente. Logo, a diferença de pressão pode ser menor, e mesmo assim vai ocorrer as trocas. Esse valor sempre é constante!!! Extremidade Arterial Extremidade Venosa Atmosfera Alvéolo Capilar o O sangue que entra nos capilares pulmonares é essencialmente sangue venoso misto. Esse sangue foi retornado dos tecidos, pelas veias, para o lado direito do coração. Ele foi bombeado do ventrículo direito para o interior da artéria pulmonar, que o levou para os capilares pulmonares. A composição desse sangue venoso misto reflete a atividade dos tecidos: a pO2 está relativamente baixa, 40 mmHg, porque os tecidos captaram e consumiram o O2; a pCO2 é relativamente alta, 45 mmHg, porque os tecidos produziram CO2 e o adicionaram ao sangue venoso. o O sangue que deixa os capilares pulmonares foi oxigenado e se tornará sangue arterial sistêmico. A arterialização é afetada pela troca de O2 e CO2 entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar. Como a difusão dos gases, através da barreira alveolar/capilar, é rápida, o sangue, deixando os capilares pulmonares, normalmente, tem as mesmas pO2 e pCO2 do ar alveolar. Esse sangue arterializado vai agora retornar ao lado esquerdo do coração, bombeado para fora do ventrículo esquerdo pela aorta, e iniciar um novo ciclo. o Existe uma pequena discrepância na pO2 entre o ar alveolar e o sangue arterial sistêmico: o sangue arterial sistêmico tem a pO2 levemente menor que o ar alveolar. Essa discrepância é o resultado do desvio fisiológico, que descreve a pequena fração de fluxo sanguíneo pulmonar que contorna os alvéolos e, dessa forma, não é arterializado. O desvio fisiológico tem duas fontes: o fluxo sanguíneo brônquico e a pequena porção do sangue venoso coronário que drena, diretamente, para o interior do ventrículo esquerdo, em vez de ir para os pulmões e ser oxigenado. o Uma vez ocorrido o equilíbrio entre as pressões alvéolo – capilar e capilar - tecidos, não existe mais força motriz para a difusão e, a não ser que o fluxo sanguíneo aumente, as trocas gasosas cessarão. As composições dos ares alveolares e atmosférico são diferentes o O ar do alvéolo não tem, de forma alguma, as mesmas concentrações dos gases da atmosfera. As razões para isso acontecer são: O ar alveolar é substituído parcialmente pelo ar atmosférico à cada respiração; O O2 é constantemente absorvido pelo sangue pulmonar no alvéolo; O CO2 é constantemente difundido do ar pulmonar para os alvéolos; O ar atmosférico seco que entra nas vias aéreas é umidificado antes de atingir os alvéolos. o A importância da substituição lenta do ar alveolar se deve pelo fato de evitar mudanças repentinas nas concentrações dos gases no sangue. Isso torna mais estável o controle respiratório e controla também a oxigenação tecidual, concentração tecidual de CO2 e o pH. o As concentrações de O2 e de CO2 nos alvéolos, são determinadas pelas intensidades de absorção ou excreção dos dois gases e pelo valor de ventilação alveolar. Membrana respiratória: o Camadas da membrana: Liquido alveolar (líquido e surfactante); Epitélio alveolar (células epiteliais finas); LEC (espaço intersticial); Membrana basal do capilar; Epitélio/Endotélio do capilar; Membrana do eritrócito. o Fatores que afetam a intensidade de difusão gasosa através da membrana respiratória: Espessura da membrana respiratória: Pode ocasionalmente aumentar ou diminuir, por exemplo em decorrência de um edema no espaço intersticial ou doenças pulmonares, e isso fara com que dificulte ou facilite a passagem das substâncias. Área superficial da membrana: Pode ser reduzida, por exemplo se ocorre uma remoção de um pulmão, isso fará com que se diminua a área de superfície total das trocas. Coeficiente de difusão do gás: Depende de cada gás, por exemplo o CO2 se difunde 20 x mais rápido que o O2. Diferença parcial do gás entre os dois lados da membrana: É a diferença entre a pressão parcial do gás nos alvéolos e a pressão parcial do gás no sangue dos capilares pulmonares. Logo, a diferença entre estas duas pressões é a medida da tendência efetiva das moléculas do gás em se moverem através da membrana; Quando a pressão parcial do gás no alvéolo é maior que a pressão parcial do gás no sangue a molécula passara por difusão do alvéolo para o sangue, sendo que o contrário também é verdadeiro. Relação Ventilação – Perfusão: Ventilação (VA) – Ar; Perfusão (Q) – sangue. o Lembrar dos esfíncters pré-capilares que controlam a passagem de mais ou menos sangue Essa abertura e fechamento ocorre de acordo com a concentração de O2 no alvéolo, ou seja, se está recebendo O2 no alvéolo faz-se a liberação do capilar, para que ocorra as trocas, mas se não tiver O2 no alvéolo fecha-se o esfíncter. Transporte dos gases Transporte do O2: o Ocorre o transporte no sangue por: Dissolvido no plasma (3%); Ligado a hemoglobina (97%) – oxiemoglobina. O papel da hemoglobina no transporte de oxigênio: o A ligação do O2 a hemoglobina é reversível, ou seja, libera-se o O2 quando necessário; o A hemoglobina é uma proteína globular com 4 subunidades. Cada subunidade pode ligar-se a uma molécula de O2, para o total de quatro moléculas de O2 por molécula de hemoglobina. Quando a hemoglobina está oxigenada, ela é chamada oxiemoglobina; quando está desoxigenada, é chamada de desoxiemoglobina; o Para o O2 se ligar a hemoglobina o ferro dos grupos heme deve ser o Fe2+ (ferroso); o O O2 se liga à hemoglobina quando a pO2 é alta, como por exemplo nos capilares pulmonares. Enquanto que nos capilares teciduais o O2 é liberado pois a pO2 está baixa; Curva de Dissociação Oxigênio-Hemoglobina: o O percentual de saturação de hemoglobina é visto com o aumento progressivo da porcentagem de hemoglobina ligada ao O2, à medida que a pO2 do sangue se eleva; o Entretanto a curva de formato sigmoide revela que a porcentagem de saturação dos sítios heme não aumenta linearmente com o aumento da pO2 o Quando o sangue deixa o pulmão a pO2 é em torno de 95 mmHg e a sua saturação é em torno de 97%; o Já quando o sangue venoso retorna dos tecidos periféricos, a pO2 é cerca de 40 mmHg e a saturação da hemoglobina é em média de 75%; o pH normal do sangue em torno de 7,36 a 7,42; o A distribuição de O2 aos tecidos é determinada pelo fluxo sanguíneo e pelo conteúdo de O2 no sangue. A hemoglobina “tampona” a pO2 tecidual: o Além de ser necessária para o transporte de O2 aos tecidos, a hemoglobina serve também para estabilizar a pO2 nos tecidos; o Isso se deve ao seu poder de dissociação representado pela curva sigmoide, o que significa que quedas na pressão de oxigênio não geram grande quedas na dissociação da hemoglobina. Fatores que desviam a curva de Dissociação: o O pH: Quedas no valor do pH (7,4 para 7,2) faz a curva se deslocar em média 15% para direita; Já um aumento do pH (7,4 para 7,6) desloca a curva de forma semelhante para a esquerda; O que significa isso: Se pegarmos uma mesma pressão de O2 no eixo das abcissas veremos que as ordenadas em que o pH diminuiu o valor de saturação também diminuirá. No entanto, a ordenada em que o pH aumentou veremos que a saturação também aumentará. o 3 fatores que deslocam a curva sigmoide para a direita: Maior concentração de CO2 – CO2 se liga mais facilmente a Hb o que fará com que menos O2 consiga se ligar; Aumento da temperatura corporal – desnatura algumas enzimas/proteínas diminuindo também a saturação; Aumento do 2,3 BPG - É responsável pela perda significativa de afinidade da hemoglobina pelo oxigênio e permite a liberação de O2 nos tecidos quando em baixas pO2 (Existe 2,3 BPG fisiologicamente, mas sua liberação é mais acentuada em algumas situações como Altitudes, anemia, gravidez, etc). O efeito Bohr: o Desloca a curva de dissociação para a direita fazendo com que se diminua a afinidade da Hemoglobina pela molécula de oxigênio, o que resulta em uma maior liberação do O2 para os tecidos; o Resumindo em outras palavras... Nos tecidos não-alveolares o CO2 sai do tecido e vai para o sangue, o que causa uma alta pCO2 e isso faz com a hemoglobina tenha a tendência em perder afinidade pelo oxigênio em ambientes mais ácidos. Logo, o O2 é liberado; o H2O + ↑CO2 = H2CO3 = ↑H+ + HCO3, por isso diminui o pH. Efeito de Haldane: o É o fenômeno onde a hemoglobina tende a perder afinidade pelo gás carbônico quando há alta concentração de oxigênio no sangue. Este efeito é mais bem observado nos tecidos alveolares, onde há a troca de gases e, portanto, o suprimento de oxigênio é renovado; o Resumindo... Quando existe menos O2 ligado a hemoglobina, isso faz com que a afinidade da hemoglobina pelo CO2 aumente; o Desloca a curva para a esquerda. Transporte do CO2 o Ocorre o transporte no sangue por: Dissolvido no plasma (7%); Ligado a hemoglobina (23%) – carboxihemoglobina; Convertido em bicarbonato (70%) – Mais importante. o Lembrar que a pCO2 (CO2 dissolvido) no sangue venoso é de 45 mmHg e no arterial é de 40 mmHg; o A reação do Dióxido de carbono com a Água nas hemácias é catalisada pela enzima Anidrase Carbónica que é encontrada nas hemácias; o O que acontece rapidamente é gera o Ácido Carbônico – ácido fraco e instável – rapidamente ele irá se dissociar; o Este ácido também é rapidamente convertido nos íons Bicarbonato e Hidrogênio; o H2O + CO2 = H2CO3 = H+ + HCO3; o Nos tecidos, o CO2 gerado pelo metabolismo é adicionado ao sangue capilar sistêmico, convertido a HCO3 – e será transportado até os pulmões; o Nos pulmões, o a HCO3 – é reconvertido a CO2 e é expirado. Volumes e Capacidades Pulmonares Volumes: o Volume Corrente (VT): Volume de ar inspirado e expirado a cada ciclo ventilatório normal. (~ 500ml). Obs.: VT = Volume Tidal; o Volume de Reserva Inspiratória (VRI): Volume de ar que ainda pode ser inspirado ao final da inspiração do volume corrente normal (~3000ml); o Volume de Reserva Expiratória (VRE): Volume de ar que, por meio de uma expiração forçada, ainda pode ser exalado ao final da expiração do volume normal corrente normal (~1100ml); o Volume Residual (VR): Volume de ar que permanece nos pulmões mesmo ao final da mais vigorosa das expirações (~1200ml). Obs.: Não pode ser medido na espirometria. Capacidades: Capacidade Inspiratória (CI): CI = VT + VRI Essa quantidade de ar é aquela que uma pessoa pode inspirar, partindo do nível expiratório basal e enchendo ao máximo os pulmões (~3500ml) Capacidade Residual Funcional (CRF): CRF = VRE + VR Essa quantidade de ar (~2300ml) é a que permanece nos pulmões ao final da expiração normal. Obs.: Não pode ser calculada na espirometria. Capacidade Vital (CV): CV = VRI + VT + VRE É a maior quantidade de ar que uma pessoa pode expelir dos pulmões após tê-los enchido ao máximo e, em seguida, expirado completamente (~4600ml). Obs.: Volumes e capacidades pulmonares nas mulheres são cerca de 20% a 25% menores que nos homens. A capacidade residual funcional (CRF) o É o volume de ar que permanece nos pulmões após a expiração normal, e é importante para a função pulmonar. Esse valor pode ser alterado dependendo da presença de alguma patologia no indivíduo. Volume respiratório-minuto = volume corrente x frequência respiratória. o No homem fisiológico, o Vr-m = 500 ml/incursões resp. x 12 ciclos/minuto = 6,0 litros/minuto Capacidade Pulmonar Total (CPT): CPT = VRI + VT + VRE + RV É o maior volume que os pulmões podem alcançar (~5800ml) ao final do maior esforço inspiratório possível. Doenças Pulmonares São divididas em duas famílias: Doenças restritivas e Doenças obstrutivas. 1. Doenças restritivas: Diminuem a complacência (capacidade de se distender pelo aumento do volume); São elas: fibrose pulmonar e síndrome da angústia respiratória. 2. Doenças obstrutivas: Aumento da resistência das vias aéreas; São elas: enfisema e asma. Capacidade Vital Forçada (CVF) o A CVF é o volume de total de ar que pode ser forçadamente expirado após a inspiração máxima. Sendo que o volume de ar que pode ser forçadamente expirado no primeiro segundo, é chamado de VEF1; o É calculado por Índice = VEF1 x 100 / CVF; o A CVF e o VEF1 são índices úteis de doenças pulmonares Índice de Tiffeneau. Índice de Tiffeneau o Esse índice é a medida do VEF1 relativa à capacidade vital forçada do indivíduo; o É a medida do volume expirado forçado no primeiro segundo (VEF1) divido pela capacidade vital, e multiplicado por 100, dará um percentual que reflete o índice de Tiffeneau. a) Normal: Índice >80% Significa que 80% da capacidade vital podem ser expirados no primeiro segundo de expiração forçada. b) Doença Obstrutiva: Índice <80% Exemplo de doença: asma; Tanto CVF e VEF1 ficam reduzidas, mas a VEF1 se reduz mais ainda; Ocorre resistência aumentada do fluxo aéreo. c) Doença restritiva: Índice >80% Exemplo de doença: fibrose; Tanto CVF e VEF1, ficam reduzidas, mas VEF1 está menos diminuída que CVF. Obs.: Indivíduos com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) apresentam espirometria VEF1% diminuído e o índice de Tiffeneau abaixo de 80%, e a CRF aumenta; Indivíduos com doença restritiva apresentam a CVF e VEF1 com valores diminuídos e VEF1% com valor normal, e a CRF diminui. REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO Músculo Diafragma é responsável por 70% da capacidade respiratória – é músculo estriado esquelético – de controle voluntário (porque você quer) – MAS o Centro Respiratório é capaz de controlar esse músculo – controle automático (sem ser controlado); Deve-se fazer esse controle para ajustar a ventilação às necessidades do corpo, de modo que as pressões parciais de O2 e de CO2 no sangue arterial pouco se alterem. A respiração involuntária normal é controlada por centros do Tronco Encefálico, especificamente se localizam no bulbo e na ponte e estes grupos de neurônios são denominados: o Grupo Respiratório Dorsal: Se encontra na porção dorsal do bulbo; É responsável pela inspiração; Envia estímulos aos músculos inspiratórios – músculos: diafragma, intercostais externos, escalenos e o esternocleidomastoideo; Controla o ritmo básico da respiração. o Grupo Respiratório Ventral: Se encontra na parte ventro-lateral do bulbo; É responsável pela inspiração e expiração forçada; Envia estímulos aos músculos inspiratórios acessórios e expiratórios – músculos: escalenos, esternocleidomastoideo, intercostais internos e músculos abdominais; Este núcleo (conjunto de neurônios) são ativados especialmente na inspiração e expiração forçada o Centro Pneumotáxico: Na porção dorsal superior da ponte; Responsável pelo controle da frequência e amplitude respiratória; Corta a inspiração. o Centro Apneustico. Influência: o Córtex – se você pensar na ventilação ela se modifica; o Mastigação; o Deglutição – para a respiração; o Fala – ocorre durante a expiração; o Defecação; o Micção; o Durante o parto; o Dor; o Frio. Receptores (Recepção – Integração – Resposta): o Quimiorreceptores; o Receptores de Estiramento Pulmonar – Mecanorreceptores; o Receptores de Irritação (tosse e espirro); o Receptores J (na membrana respiratória); o Outros receptores (músculos = fuso receptor, tendões, articulações, etc). Receptores de estiramento pulmonar (reflexo de insuficiência pulmonar) - Reflexo de Hering Breuer: o Estes receptores (Mecanorreceptores) estão localizados nas paredes musculares dos brônquios e dos bronquíolos em todo o parênquima pulmonar; o É responsável pela transmissão de sinais através do Nervo Vago até o Grupo Respiratório Dorsal quando os pulmões sofrem estiramento excessivo; o Esses sinais influenciam a inspiração de forma similar aos sinais provenientes do Pneumotáxico; o Quando os pulmões sofrem insuflação excessiva, os receptores de estiramento atuam em uma resposta de feedback apropriada que desativa a resposta respiratória e consequentemente interrompe a inspiração – Inibição do Grupo Respiratório Dorsal = Interrompe a rampa respiratória; o Esse reflexo também aumenta a frequência respiratória; o Em seres humanos este reflexo provavelmente não é ativado até que o volume corrente aumente para 3 vezes o valor normal (≥ a 1,5L por movimento respiratório); o Portanto é um mecanismo protetor para evitar a insuflação pulmonar excessiva. Centro Respiratório: o Se encontra no tronco encefálico – No bulbo e na ponte; o O Grupo Respiratório Dorsal é o responsável em mandar estímulos ao Músculo Diafragma através do Nervo Frênico – Ele promove a gênese da inspiração habitual/ de rotina; o O Centro Pneumotáxico chega no Grupo Respiratório Dorsal para cortar/inibir a inspiração e assim acontece a expiração (passiva), antes ele deve passar para uma área denominada Centro Apneustico que modula/interfere nesse controle; o O Grupo Respiratório Ventral age na inspiração e na expiração forçadas; o Os Nervos Vago e Glossofaríngeo chegam no Grupo Respiratório Dorsal trazendo informações dos pulmões, de quimiorreceptores, de tensão, etc. Grupo respiratório dorsal: o Descargas inspiratórias rítmicas; o Ritmo respiratório basal; o Como ocorre: Neurônio excitatórios geram dois impulsos: Um impulso que promove a contração muscular fazendo com que a pessoa INSPIRE; O outro impulso vai para os neurônios inibitórios que vão inibir os neurônios excitatórios e a pessoa vai ter um período de relaxamento muscular a EXPIRAÇÃO. Sinal inspiratório em “Rampa”: o Início da atividade elétrica constante, gradual; o Tempo = 2 s; o Interrupção abrupta; o Tempo = 3 s; o Total de 5 s → 60s dividido por 5s gera as 12 incursões por minuto, que é a frequência respiratória normal. o A frequência respiratória vai controlar a velocidade de subida da rampa e também o ponto de interrupção da “rampa”. Centro Pneumotáxico: o Interrupção da rampa inspiratória; o Limita a duração da inspiração; o Resultado: aumento da frequência respiratória. Grupo Respiratório Ventral: o Inativos durante a respiração normal; o Ativos no controle respiratório extra no exercício; o Neurônios inspiratórios Mesmo núcleo: Ambíguo; Retroambíguo. o Neurônios expiratórios. Centro Apnêustico: o Localizado na parte inferior da ponte; o Coordenação da respiração o Prolonga a inspiração; o Inibe a expiração; o Inibido pela área pneumotáxica. Córtex Cerebral: o Conexões: córtex cerebral x centro respiratório; o Alteração voluntária do padrão da respiração; o Controle voluntário: tem função protetora → Pode sobrepor ao padrão automático da respiração dentro de um tempo limitado Ex: aprender a nadar – segurar a respiração para não aspirar. CONTROLE QUÍMICO DA RESPIRAÇÃO: o Modulação da atividade do centro respiratório pela concentração sanguínea arterial de O2, CO2 e H+; o É feita pelos quimiorreceptores: Quimiorreceptores CENTRAIS: Estão localizados na porção ventral do bulbo; Altamente sensíveis aos íons H+, porém o CO2 difunde-se mais facilmente pela Barreira Hematoencefálica (BHE = as meninges: dura- máter, pia-máter e aracnóide) e o H+ quase não passa pela BHE. Logo, o CO2 tem mais influência no ritmo respiratório; O estimulo principal é o ↑pCO2, através de alterações associadas na concentração de íons H+; São os mais importante para o controle instantâneo da respiração; São ativados pelas variações do pH do Líquor. ↓ do pH do LCR → ↑ Ritmo Respiratório; ↑ do pH do LCR → ↓ Ritmo Respiratório. Quimiorreceptores PERIFÉRICOS: Localização: Corpos carotídeos e Corpos aórticos – células receptoras especializadas; Detectam variações nos níveis menores que 70 mmHg de O2, CO2 e H+; Transmite os estímulos para neurônios sensoriais que estão nos nervos Vago e Glossofaríngeo; E estes levam a informação até o TE no bulbo especificadamente no Grupo Respiratório Ventral; O estimulo principal dos quimiorreceptores é quando: o Diminuição da paO2 arterial (hipóxia); o Aumento da [H+] arterial = Redução do pH (acidose metabólica); o Aumento da paCO2 (acidose respiratória). Resultam em um aumento da ventilação. Exemplos: o ↑ CO2: Segurar a respiração, fazer exercício físico (aumenta o metabolismo – aumenta o CO2; o ↓ CO2: Hiperventilar (elimina mais); o ↑ O2 – A hemoglobina circulante no corpo já está quase 100% saturada, por isso não há como aumentar sua saturação; o ↓ O2 – Quem está pleno o oxigênio não cai. Conclusão: O CO2 é mais importante para o controle habitual da respiração. Hipercapnia: o Aumento do CO2; o Diminuição do pH; o Acidose Respiratória; o Hiperventila. Hipocapnia: o Diminui o CO2; o Aumento do pH; o Alcalose Respiratória; o Hipoventilar. Acidose metabólica: falta de glicose – formação de corpos cetônicos. Alcalose metabólica: vômitos intensos. Aclimatação: o Ocorre em situações de altitudes elevadas, logo com baixas concentrações de oxigênio atmosférico; o Após 2 a 3 dias: Receptores centrais vão detectar a diminuição da paO2, vai levar informação até o Centro respiratório; Ele fará uma hiperventilação – elimina CO2 – gera uma alcalose – como resposta ele vai gerar uma acidose; Perde 4/5 da sensibilidade às variações na pCO2 e pH; Ventilação alveolar aumenta 500%. o ↓pO2 → ↑VENTILAÇÃO → ↓ pCO2, ↑pH o Resposta à curto prazo: em 2 ou 3 dias. Depois disso a produção de 2,3 – DPG pelas hemácias proporciona maior liberação de O2 a partir da Hb, terminando com os efeitos da alcalose respiratória; o Resposta a longo prazo: corresponde a um aumento no número de hemácias na tentativa de aumentar o transporte de O2. No entanto, isso gera uma maior viscosidade no sangue, provocando maior resistência ao fluxo. Ritmo de Cheyne-Stockes: o Ciclos de respiração profunda - Hiperventila; o Ciclos de respiração muito superficial; o 40 a 60 segundos de intervalo; o Ocorre: Retardo do fluxo sanguíneo pulmão – tecido cerebral: ICC = Insuficiência cardíaca congestiva; Dano cerebral – resposta anormal de feedback negativo.
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