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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS AULA 5 Prof. Juliano de Mello 2 CONVERSA INICIAL Após algumas aulas, com certeza já assimilamos que são muito importantes os aspectos que descrevemos até agora, como: distribuição de energia, iluminação, motores elétricos e automação de processos (que será vista em aulas futuras). Entretanto, é de extrema importância proteger esses equipamentos. São vários os problemas que podem causar danos aos equipamentos no chão de fábrica, sobre tensão, sobre corrente ou interferências externas, como IEM (interferência eletromagnética), ou seja, além do sistema que controla essas cargas, devemos dimensionar o sistema de proteção do nosso circuito elétrico e estender a proteção às pessoas que operam esses determinados circuitos. Nesta aula, falaremos sobre os seguintes assuntos: proteção e controle de cargas, conceitos para proteção de instalações elétricas, fusíveis, disjuntores e dispositivo diferencial residual. Bons estudos. TEMA 1 – PROTEÇÃO E CONTROLE DE CARGAS As principais premissas do controle de um motor elétrico são: Partida: um motor começa a se movimentar quando o momento de carga a ser vencido for menor do que seu conjugado de partida. Parada: em vários tipos de aplicações há a imposição de uma desaceleração do motor de forma rápida. No momento que o motor é desligado da energia, pode-se utilizar um dispositivo de inversão de rotação com o motor ainda rodando. Sentido de rotação: a maioria dos motores elétricos podem ser utilizados nos dois sentidos de rotação dependendo apenas de um controle adequado. Regulagem da velocidade: excetuando-se os motores universais, os motores de corrente alternada são maquinas de velocidade constante, porém há a possibilidade de religarmos os enrolamentos do estator de um motor de indução de tal jeito duplicando o número de polos e desta forma reduzindo a velocidade à metade. Nesse momento, os estatores podem ser criados com duas bobinas independentes, projetados para o número de polos que se acha necessário, obtendo assim, por meio de polos 3 reversíveis e com número reduzido de conexões, variação da velocidade síncrona do motor. Cada um desses enrolamentos pode então ser acoplado de forma a possibilitar duas velocidades, na razão de 2:1, obtendo-se assim quatro velocidades síncronas independentes; contudo, não poderão proporcionar quaisquer velocidades intermediárias. No caso de motores de indução em que o rotor é bobinado temos a possibilidade de obter qualquer velocidade desde parado até a velocidade de sincronismo da rede mediante a alteração de uma simples resistência acoplada ao bobinado do rotor. Outra técnica de regulagem de velocidade nos motores de corrente alternada é a qual permite obter no eixo uma velocidade que pode ir desde parado até duas vezes a velocidade nominal, é a decalagem das escovas (mudança de posição das escovas). Outro método de controle de velocidade nos motores de indução é através do uso de um inversor de frequência, o qual possibilita o controle do motor CA variando a frequência. Na Figura 1 vemos um exemplo de inversor de frequência. Nos motores de corrente contínua, a velocidade pode ser regulada pela conexão de um reostato no circuito de campo, para proporcionar ajustes no fluxo. Figura 1 – Inversor de frequência da WEG Fonte: <http://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Automa%C3%A7%C3%A3o-e-Controle- Industrial/Drives/Inversores-de-Frequ%C3%AAncia/OEM-Uso-Geral-e-Sistemas/Inversor-de- Frequ%C3%AAncia-CFW11/INVERSOR-BRCFW110002B2OWZ/p/13285447> 4 Proteção mecânica Os motores têm a necessidade de serem protegidos tanto para a proteção do operador como contra influências danosas externas para o próprio motor, sendo de extrema importância satisfazer as premissas de segurança, prevenção de acidentes e incêndios. A carcaça do motor tem a função de fixação no lugar de trabalho conforme as condições ambientais onde será fixada. A primeira proteção que devemos levar em consideração é o motor necessitar ser a prova de pingos e respingos, ou seja, todas as partes rotativas, ou sob tensão, devem estar protegidas contra água gotejante de todas as direções, não permitindo a entrada indireta ou direta de gotas ou partículas de líquidos ou objetos sólidos que se derramem ou incidam sobre o motor. A segunda proteção significativa é o motor totalmente fechado que é de tal forma construído que não há comutação entre o meio externo com o interno. Esses motores podem ter refrigeração interna, dependendo do uso. Já terceira proteção que podemos levar em consideração é o motor a prova de explosão que são idealizados para operar em ambientes cheios de gases e poeiras, que são susceptíveis ao perigo de inflamação. Esses motores não podem gerar faíscas nem aquecimento elevado. Proteção elétrica: Qualquer motor tem a possibilidade de sofrer variações no quesito elétrico. Existe, portanto, uma necessidade de protegê-lo. Na maioria das vezes, as proteções principais são contra: curto-circuito, sobrecarga, baixa tensão, fase aberta, reversão de fase, defeitos internos, entre outros. Na indústria você verá vários tipos de maquinas e processos que serão controlados por comandos elétricos. Na figura 2, temos o exemplo de painel elétrico. 5 Figura 2 – Painel elétrico Fonte: <http://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/eletricidade-e-eletronica/twe- montagens/produtos/energia_e_meio_ambiente/painel-eletrico-industrial> Dentro do painel elétrico estão localizados os elementos de um circuito de acionamento e proteção dos motores elétricos, mas antes devemos analisar as premissas de um painel elétrico, que são: proteger o operador e propiciar uma lógica de comando. Começando nossa análise do ponto de vista da proteção do operador, existe uma sequência global dos componentes necessários à partida e à manobra de motores. Essa sequência é exemplificada na Figura 3. Nessa sequência, podemos identificar os seguintes elementos: Seccionamento: é extremamente importante que este componente seja operado sem carga. Ele é normalmente acionado na manutenção e na verificação do circuito. Proteção contra correntes de curto-circuito: destina-se a proteção dos condutores do circuito terminal. Proteção contra correntes de sobrecarga: para proteger as bobinas do enrolamento do motor. Dispositivos de manobra: destinam-se a ligar e desligar o motor de forma segura, ou seja, sem que haja o contato do operador no circuito de potência, onde circula a maior corrente. 6 Figura 3 – Sequência genérica para o acionamento de um motor Fonte: https://docente.ifrn.edu.br/heliopinheiro/Disciplinas/maquinas-e-acionamentos-eletricos- ii/apostila-basica TEMA 2 – CONCEITOS PARA PROTEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Dentro do painel elétrico, que pode estar dentro ou fora da máquina que vai ser controlada, existem vários componentes que devem ser conhecidos não só de proteção, mas sim de manobra. Num circuito elétrico é que via de regra temos a divisão deste mesmo circuito em circuito de comando e circuito de potência possibilitando em primeiro lugar a segurança do operador e, em segundo lugar, a automação do circuito. A seguir conheceremos vários conceitos sobre esses componentes de segurança e manobra. Em comandos elétricos, vamos trabalhar muito com um componente que é o contato. A partir desse elemento é que se forma toda a lógica de um circuito, e também através desse