Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FACULDADE TERRA NORDESTE - FATENE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Antônio Marconio Barbosa Sales Carlucio Ferreira Vidal João Batista Rodrigues Bezerra Junior Reneirly do Nascimento Dias Wandemberg Moreira Silva DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO EMPRESARIAL UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA INTERSEPT Caucaia- Ceará 2018 2 Antônio Marconio Barbosa Sales Carlucio Ferreira Vidal João Batista Rodrigues Bezerra Junior Reneirly do Nascimento Dias Wandemberg Moreira Silva DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO EMPRESARIAL UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA INTERSEPT Artigo Científico apresentado ao Curso de Administração de Empresas, FATENE - Faculdade Terra Nordeste, como requisito para complemento de avaliação NP2. Orientação: Prof. Ricardo Cesar de Oliveira Borges Caucaia- Ceará 2018 3 RESUMO A primeira fase do processo de planejamento estratégico é o diagnóstico estratégico que procura verificar qual é a real situação da empresa em relação aos seus aspectos internos e externos. O planejamento e execução de uma estratégia empresarial são de extrema importância para a ascensão da organização, entretanto o estudo de mercado e o autoconhecimento da empresa, na maioria das vezes não são realizados corretamente. O objetivo deste artigo é realizar um diagnóstico estratégico em uma empresa de prestação de serviços terceirizados, com sede na cidade de Curitiba – Pr., com filiais e bases operacionais em várias regiões do Brasil, nesse caso, tomaremos como amostra o escritório regional do Nordeste com base operacional na cidade de Fortaleza – Ce. Para realizar o estudo foi feita uma análise na missão visão e valores da empresa para identificar a identidade, o propósito e a razão da existência da organização e ainda utilizou- se as ferramentas de análise das cinco forças de Porter e da análise SWOT, com o intuito de avaliar a situação interna e externa atual da empresa e as possíveis oportunidades e ameaças. Foi possível identificar os pontos fortes, bem como diversas fraquezas e definir qual estratégia deve ser adotada, porém ajustar detalhes em sua gestão e planejar ações são medidas necessárias para ascensão da organização. Conclui-se que, para manter-se competitiva no mercado a empresa necessita realizar uma análise ambiental de forma constante, para se manter sempre conectada ao dinamismo do mercado que está cada vez mais complexo. Palavras-chave: Diagnóstico Estratégico, Planejamento Estratégico, As 5 forças de Porter, Análise de SWOT. ABSTRACT The first phase of the strategic planning process is the strategic diagnosis that seeks to verify what the real situation of the company is in relation to its internal and external aspects. The planning and execution of a business strategy are of extreme importance for the rise of the organization, however the study of the market and the self-knowledge of the company, most of the times are not carried out correctly. The objective of this article is to carry out a strategic diagnosis in a outsourced service company, based in the city of Curitiba - Pr., With branches and operational bases in several regions of Brazil, in this case, we will take as sample the regional office of the Northeast with operational base in the city of Fortaleza - Ce. In order to carry out the study, an analysis was made on the company's vision and values mission to identify the identity, purpose and reason for the organization's existence and also used the tools of analysis of Porter's five forces and SWOT analysis, purpose of evaluating the company's current internal and external situation and possible opportunities and threats. It was possible to identify the strengths, as well as several weaknesses and to define which strategy should be adopted, but adjusting details in its management and planning actions are necessary measures for the ascension of the organization. It is concluded that, in order to remain competitive in the market, the company needs to carry out an environmental analysis on a constant basis, in order to remain always connected to the dynamism of the market, which is increasingly complex. Keywords: Strategic Diagnosis, Strategic Planning, Porter's 5 forces, SWOT Analysis. 4 1. INTRODUÇÃO Na atual conjuntura empresarial surge à necessidade em criar alternativas para a manutenção dos negócios no país, criar vantagens competitivas entre as empresas em busca da redução dos custos da produção, alcançar os lucros e se manter no mercado. Uma das alternativas encontradas para a manutenção do crescimento empresarial é focar-se na atividade principal da empresa, ater-se na atividade-fim. Com isso, todos os esforços se voltam para a capacidade produtiva da empresa, ficando para um segundo plano as necessidades que não estejam, diretamente, ligadas à capacidade produtiva, denominadas de atividades-meio. Em meio a este contexto surge a terceirização, processo no qual uma empresa contrata outra para prestar uma determinada ocupação, com propósito de reduzir custos e acelerar a economia. A empresa Intersept faz parte desse nicho de mercado. O Diagnóstico Estratégico proporciona ao gestor, informações básicas e pertinentes para verificação das vantagens do planejamento estratégico, através do tratamento adequado dos pontos fortes, fracos e neutros da organização; assim como as oportunidades e ameaças do ambiente externo. Esta é a etapa do processo que tem o objetivo de mostrar qual a situação real da organização, de acordo com os aspectos internos e externos. Pode-se considerar que o Diagnóstico Estratégico fornece um embasamento teórico, com as informações relevantes para a tomada de decisão. É importante levar em consideração, o desempenho da organização nos últimos períodos, bem como as experiências, situação e, claro, o objetivo futuro. Diante da atual conjuntura, é necessário que as organizações tenham a competência para escolher entre os diversos caminhos possíveis, aquele que fará a empresa alcançar os seus objetivos e ao mesmo tempo competência para utilizar todos os seus recursos disponíveis de forma coerente com o caminho traçado. O problema desta pesquisa é identificar qual a situação estratégica atual da empresa Intersept Ltda dentro do segmento que atua? O objetivo desse estudo de caso é elaborar um diagnóstico estratégico da empresa Intersept, com propósito de direcionar a organização na escolha de posições competitivas e na tomada de decisões estratégicas acerca de produtos e ou serviços. 5 Com base na análise da missão da Intersept verificar-se-á conformidade com os objetivos da organização, aplicar-se-á cinco forças de Porter dentro da Intersept para determinar o melhor posicionamento de negócio diante dos concorrentes e desenvolver-se-á matriz SWOT para analisar o ambiente competitivo onde a empresa está inserida. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Por muitos anos o termo “estratégia” sempre foi relacionado com as instituições militares. Somente a partir da Revolução Industrial é que a mesma ganhou uma conotação empresarial. Segundo Ansoff (1990), o interesse pela estratégia empresarial surgiu na segunda metade da década de 50 do século passado. Na primeira metade do século XX tivemos um contínuo crescimento dos mercados mundiais, o que justifica o pequeno interesse por este assunto. Porém, na segunda metade do século XX observou-se o grande crescimento do número de concorrentes na maioria dos mercados, a saturação destes últimos, a tecnologia que tornou diversas indústrias obsoletas e possibilitounovas atividades, influência da sociedade por novas práticas organizacionais e ainda, a nova configuração da concorrência nos mercados internacionais. Hoje, percebe-se que a influência desses fatores se torna a cada dia que passa mais presente junto às organizações. A competição no mercado entre empresas atuantes na mesma área não é algo inédito, pois está presente desde os primórdios do comércio, bem como a rivalidade entre comerciantes e estratégias para conquistar o consumidor na compra ou escambo de produtos. Entretanto, ela não pode ser considerada um fator limitador, mas sim alavancador, e que, para atingir o sucesso, é necessário à habilidade e atenção para compreender a interação competitiva das empresas no nicho de mercado pretendido ou atuante, a dependência da mão de obra e quais recursos financeiros são necessários para atingir os objetivos (STERN; STALK, 2002). Porter (1986) define estratégia em escolher e desenvolver um conjunto de atividades para proporcionar um valor único para os clientes. Outro ponto ressaltado por Porter (2004) é à visão que existe entre a estratégia e eficácia operacional. Está última apresenta ferramentas e técnicas gerenciais importantes para as empresas, mas isto não 6 significa que elas possam ocupar o lugar da estratégia. A eficácia operacional é utilizar melhor os recursos disponíveis, entretanto, apesar da eficiência operacional proporcionar uma rentabilidade superior para as empresas, a mesma não é suficiente para garantir a longo prazo a vantagem competitiva das organizações sobre os seus concorrentes. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), apesar de reconhecerem que o artigo de Porter (2004) apresenta muitas coisas corretas, criticam as afirmações do autor. Primeiramente, colocam que a eficácia operacional deve ser considerada como um tipo de estratégia e de que esta é capaz de produzir grandes mudanças na administração estratégica da empresa. Além disso, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) descrevem que a estratégia está presente em tudo aquilo que uma empresa faz. Outro ponto de discordância entre estes autores diz respeito às empresas japonesas. Porter (2004) afirma que as empresas japonesas não possuem estratégia, somente eficácia operacional. De acordo com Bobrow (1998), o planejamento estratégico é essencial para atingir as metas e objetivos pré-estabelecidos. Portanto, este deve ser desenvolvido com o de informações disponíveis no ambiente em que estará inserido e consciência dos recursos plausíveis para a implantação da mesma. Para tanto, é exigido um esforço do corpo da empresa em sua totalidade para atingi-las através da organização, da direção, da motivação e do controle diferenciando-se conforme aos níveis internos. No planejamento devem-se incluir as performances passadas, a situação atual e a futura, facilitando assim o reconhecimento das alternativas de ação e a seriedade e comprometimento com o estabelecido, pois decisões tomadas no presente podem ter consequências irreversíveis futuras ou inviabilizar outras (STEINER, 1997). 2.1 Missão de uma organização Em uma organização, a missão é o próprio propósito, o significado e a razão de ser. Deve ser sucinta e definida de forma clara e sem contradições. É a referência para todas as atividades pessoais e coletivas dentro da organização de forma que a organização possa atingir os seus objetivos (FERRELL et al., 2000; KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Para FERRELL et al. (2000), a declaração da missão deve responder de forma clara questões relativas aos clientes da empresa, o setor no qual ela 7 atua, o que ela realmente oferece aos seus clientes, os diferenciais da empresa em relação aos concorrentes, qual a imagem que a empresa deseja possuir em relação ao público interno e externo (consumidores, governo e órgãos regulamentadores, possíveis clientes, sociedade, funcionários, fornecedores) e afins. Apesar de fazer parte do plano estratégico da organização, a missão não deve ser confidencial, e sim comunicada para o público interno e externo da empresa isso facilita o desenvolvimento de atividades de relações públicas e ao mesmo tempo que fornece informações pertinentes para a construção de relacionamentos de confiança entre a empresa e o público. As informações são importantes para diminuir o risco percebido pelos clientes e possíveis clientes e assim facilitar a confiança e o relacionamento. Além disso, deve-se sempre aproveitar qualquer forma de comunicação para a divulgação da missão da organização, como jornais, websites, cartões de visitas, quadros, relatórios e etc (FERRELL et al., 2000). 2.2 Cinco forças de Porter De acordo com Porter (1979), a origem da rentabilidade é idêntica, independentemente da Empresa. Nessa perspectiva, a estrutura da organização é o que, em última instância, impulsiona a concorrência e a rentabilidade. Independente se a empresa que produz um produto ou serviço é pequena ou madura, de alta tecnologia ou baixa tecnologia, regulada ou não regulada, pois trata-se de uma metodologia de análise do meio em que a organização está inserida. As estratégias desenvolvidas pela organização estão diretamente relacionadas com o meio possessor dos recursos materiais necessários para a produção e consequentemente sofrem influências externas. A qualidade competitiva de uma empresa é o que define o potencial lucrativo trabalhando com a margem de custo. Também o potencial competitivo pode ser vinculado ao preço final, a publicidade, a inovações, a entrada de produtos substitutos no mercado reduzindo a quantidade de compradores, ao poder de negociação dos clientes através de valores, a qualidade, a gama de serviços e ao poder de negociação de fornecedores sobre valores e a qualidade dos produtos. 8 A intenção do planejamento estratégico é encontrar o melhor posicionamento e possuir a capacidade de influenciar estas cinco forças a seu favor ou se defender. Um fator determinante para a visualização do melhor posicionamento pode ser realizado através de uma pesquisa da fonte de cada força e evidenciar assim o autoconhecimento com a consciência dos pontos fracos e fortes, das ameaças e das potencialidades da empresa (PORTER, 2004). 2.3 Matriz SWOT Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, analisa a competitividade da organização de forma sistemática. Esta ferramenta possui como nome uma sigla em inglês que tem como significado força (streghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats). Através destes quatro aspectos é possível identificar as forças e fraquezas, as oportunidades e as ameaças no ambiente que empresa atua. Também é possível averiguar a situação e se a estratégia adotada está em concordância com as necessidades do ambiente. Quando os pontos fortes da empresa satisfazem as necessidades do mercado, a empresa está em um patamar seguro na competitividade. (RODRIGUES, et al., 2005). Trata-se de análise de foco qualitativo que contempla o estudo do ambiente interno e externo da empresa. 3. METODOLOGIA Este artigo é baseado num estudo de caso em uma empresa prestadora de serviços que atua em várias regiões do Brasil e na identificação do mercado em que ela está inserida. É uma pesquisa do tipo exploratória, pois se utilizou de levantamento bibliográfico necessário ao aprofundamento do assunto e tem natureza qualitativa pois foi aplicada através de entrevistas, o que exigiu a interpretação dos dados registrados. Para situar a organização perante o mercado, utiliza-se as metodologias de análises das cinco forças de Porter e da Análise SWOT, onde é possível traçar um planejamento estratégico, para possívelaplicação futura na empresa, baseado no panorama do mercado atual e suas inclinações. 9 A pesquisa também se classifica como descritiva, porque procura descrever os fatos que estão relacionados com o assunto Diagnóstico Estratégico na empresa em estudo. 4. ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A Intersept foi fundada em 1999 objetivando proporcionar serviços de qualidade, através da gestão transparente de cada contratação, além do respeito incondicional aos profissionais envolvidos. O grupo Intersept iniciou suas atividades na cidade de Curitiba e Região Metropolitana, ampliando sua visibilidade em todo o estado do Paraná, através de escritórios regionais nas cidades de Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Maringá e base operacional em Londrina. Em 2012, planejando expandir as atividades no território brasileiro, passou a atuar nos estados de Santa Catarina, São Paulo e região Nordeste do Brasil, promovendo a sua consolidação no cenário nacional. Hoje possui em seu quadro nacional mais de 4.000 colaboradores, disponibilizando estruturas administrativas e operacionais que trazem aos clientes soluções diferenciadas, com qualidade comprovada, respeitando a legislação e os trabalhadores. Por tudo o que faz é com foco no bem-estar dos clientes e colaboradores. Sua diretoria é composta pelo diretor presidente Fernando Henrique Ribas, e ainda pelos diretores Luis Carlos Ribas responsável pelo departamento comercial, Alexandre Zanuzzo pela diretoria administrativa e financeira e o Ismael Carneiro que responde pela diretoria operacional. Além desses gestores a empresa possui um departamento permanente de auditoria e um departamento jurídico, que estão sempre a disposição da diretoria de demais colaboradores do Grupo Intersept. Dentro de sua gama de produtos e serviços encontra-se soluções na área de locação de mão de obra, segurança privada, monitoramento de sistemas de segurança eletrônica, apoio administrativo, portaria, limpeza e conservação de ambientes, jardinagem e rastreamento de veículos. A empresa possui certificação ISO 9001-2008, concedida no dia 20 de outubro de 2015. De acordo com os dados colhidos no site da empresa Intersept, identifica-se que a missão é oferecer segurança, tranquilidade e transparência aos clientes nos 10 serviços prestados e disponibilizar aos clientes o que há de mais avançado em segurança e tecnologia. A visão é tornar-se referência em vigilância, segurança eletrônica e serviços terceirizados em todo o território nacional, buscando sempre a satisfação dos clientes. E tem ainda os seguintes valores: Ética: agir com ética em qualquer situação ou prestação de serviço; Transparência: sempre prestar um serviço transparente e oferecer a melhor solução; Responsabilidade: cumprir com todas as obrigações junto ao cliente, legais e administrativas; Eficácia: oferecer um serviço eficaz, que atenda à real necessidade de cada cliente. A base para o estudo de caso será o escritório regional do Nordeste que fica localizado na rua General Bernardo Figueiredo, 425, Amadeu Furtado, na cidade de Fortaleza – Ceará. A empresa iniciou as atividades na região em abril de 2012 com um contrato junto ao Banco do Nordeste do Brasil e ao final de 2015 a empresa já possuía mais de 500 colaboradores, atualmente possui aproximadamente 250 colaboradores distribuídos em seus contratos, onde prestam serviços a órgãos públicos como a Secretária de Desenvolvimento Agrário, Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará, Tribunal de Justiça do Ceará, Banco do Nordeste do Brasil, entre outros. A partir de 2016 a diretoria da empresa optou por não participar mais das licitações no Nordeste e apenas administrar os contratos vigentes devido ao elevado numero de empresas disputando o mercado e apresentando propostas com valores inexequíveis a manter uma saúde financeira instável para a organização. Como estratégia para desbravar novos mercados a Intersept resolve iniciar em 2018 a vendas de sistemas de rastreamento de veículos, ainda sem êxito, pois hoje os preços praticados no Nordeste para o fornecimento do equipamento já instalado nos veículos estão bem abaixo do valor mínimo que pode ser oferecido pela Intersept. 4.1 APLICAÇÃO DAS CINCO FORÇAS DE PORTER Com essa ferramenta analisa-se os fatores específicos onde é possível determinar se a empresa Intersept de Fortaleza está sendo ou não lucrativa. Através das forças competitivas e suas causas menos óbvias encontra-se as raízes da rentabilidade atual da organização, ao mesmo tempo forma-se uma estrutura para antecipar e influenciar a concorrência e a lucratividade ao longo do tempo. 11 4.1.1 Rivalidade entre os concorrentes Examina-se o quão intensa é a concorrência no mercado em que a Intersept está inserida verificando o número de concorrentes existentes e o que cada um é capaz de oferecer para seus contratantes. São muitas empresas oferecendo igualmente um mesmo produto ou serviço, possibilitando aos consumidores mudar para a oferta de um competidor por um custo baixo. A rivalidade entre concorrentes se diferencia no preço e na qualidade dos serviços de cada empresa. 4.1.2 Poder de barganha dos fornecedores Analisa-se o quanto de poder os fornecedores têm e qual seu controle sobre sua capacidade em elevar seus preços, verificamos que esse fator não influencia na rentabilidade da Intersept em relação ao valor final de seus produtos e serviços, pois existem muitos fornecedores para compor a base de insumos da empresa. A empresa está em melhor posição pois há uma grande quantidade de fornecedores. 4.1.3 Poder de negociação dos clientes Apresenta-se o poder do consumidor em afetar os preços e a qualidade dos serviços. Os consumidores têm poder quando não há muitos em busca de um mesmo produto ou serviço, bem como, quando é fácil mudar de produtos ou serviços de uma empresa para outra. Quanto mais empresas mais o cliente tem como barganhar preço. Atualmente o maior contratante no mercado que a empresa Intersept atua é o Governo do Estado do Ceará, que atualmente está monopolizando os preços controlando os valores máximos de taxas de administração a serem aplicados nas propostas e fazendo com que as empresas concorram deslealmente entre si permitindo aplicação de taxas negativas, com preços inexequíveis, abaixo do índice aceitável para que a empresa tenha rentabilidade. 4.1.4 Ameaças de novos entrantes: Verifica-se o quão fácil ou difícil é para que competidores entrarem no mercado da empresa em análise. Quanto mais fácil for para um competidor começar a atuar no seu mercado de atuação, maior será o risco da sua fatia de mercado reduzir. As barreiras à entrada incluem vantagens de custo absoluto, acesso a insumos, economias de escala 12 e marcas bem reconhecida. No mercado local em que a Intersept do Ceará atua, se torna mais fácil a entrada de novas empresas pois existe a omissão do governo em relação ao controle e fiscalização na aplicação dos preços em licitações. 4.1.5 Ameaças de produtos ou serviços substitutos: Constata-se a facilidade para os consumidores trocarem de produto ou serviço em uma determinada empresa, em relação aos seus concorrentes. É possível analisar quantos concorrentes existentes atuando e como estão seus preços e a qualidade dos serviços, comparados ao negócio que está sendo examinado, e quanto do lucro estão tendo, o que determinará se eles abaixarem seus custos ainda mais. A ameaça dos substitutos é informada pela troca de custos, tanto imediatos quanto de longo prazo, bem como a inclinação do comprador mudar. Na área da segurança há vários produtos substitutos que competem atualmenteexemplo: segurança física e segurança virtual. Levando em consideração a utilização das cinco forças competitivas de Porter, essa ferramenta empresarial se encaixa perfeitamente no âmbito da Intersept, alocando essas informações ao universo corporativo da organização, melhorias tendem a aparecer com naturalidade dentro desse segmento, fazer a diferença entre os concorrentes, com programas que já existem na organização, temos como exemplo a ascensão do aplicativo “ bairro seguro “ com início em Curitiba - PR, o aplicativo deve se expandir por todo o território em que a Intersept atua. Com um monitoramento eficaz a organização tende a expandir mais e mais seus negócios. Ameaça de novos entrantes - ALTO Poder de barganha dos clientes - ALTO Ameaças de produtos substitutos - MÉDIO Poder de barganha dos fornecedores - BAIXO Rivalidade no setor ALTO 13 E x te rn a s In te rn a s 4.2 APLICAÇÃO DA ANÁLISE SWOT O próximo passo é a análise dos ambientes interno (pontos fortes e fracos) e externo (oportunidades e ameaças). A partir dessa análise é possível a elaboração da matriz SWOT. A matriz SWOT é uma ferramenta de baixo custo e simples de ser utilizada e promove a integração e o intercâmbio de informações entre as diversas áreas funcionais da empresa (gerentes seniores, gerentes de linha, supervisores, diretoria e etc.). Quadro 1 - Analise das variáveis ambientais – Matriz SWOT Forças Fraquezas Certificação ISO 9001; Alta tecnologia; Certificado Paradox; Atendimento bem estruturado; Padronização de processos internos; Treinamento interno; Aplicativo bairro seguro; Solidez. Preço pouco competitivo; Processos internos inflexíveis; Infraestrutura falha; Sistema de apoio gerencial centralizado; Oportunidades Ameaças Nova lei de terceirização Portaria Remota Baixos preços praticados pelo mercado local; Elevado número de concorrentes; Crise econômica; Fonte: Dados da pesquisa A certificação ISO 9001 é uma norma de padronização para um determinado produto ou serviço, o que cria uma imagem de alta qualidade perante a empresa que possui tal certificação. A força relacionada à alta tecnologia indica que a empresa possui poderosos e modernos servidores com a mais alta tecnologia, velocidade e segurança. O banco de dados utiliza padrões internacionais para montar uma estrutura resistente e confiável. O certificado Paradox está presente no mercado desde 1989 e é dos grandes players globais no desenvolvimento de equipamentos de segurança eletrônica. Presente em mais de 100 países e em todos os continentes, a Paradox concede certificação à 14 Intersept Segurança Eletrônica (empresa do Grupo Intersept) como apta e autorizada a instalar produtos Paradox em todo o território nacional. A empresa possui um preço pouco competitivo porque utiliza uma média nacional para a venda de seus produtos e serviços, mas esse valor fica bem acima dos preços praticados pelos concorrentes na Região Nordeste. Além disso, a empresa possui um sistema de apoio gerencial centralizado, pois esse sistema está presente apenas na Matriz, deixando, assim, as filiais e escritórios dependendo dos gerentes da Matriz A nova lei de terceirização se caracteriza como uma oportunidade pelo fato de as empresas instaladas no Pecém possuírem muitos serviços terceirizados e, com a nova lei, haverá uma busca mais intensa por empresas prestadoras de serviços, visto que trabalhadores terceirizados não geram despesas trabalhistas para a empresa contratante. Além disso, o aumento do índice de criminalidade pode ser considerado como uma oportunidade, pois, a partir disso, cresce a busca por serviços de segurança. Os concorrentes oferecem um preço mais competitivo em relação aos preços da empresa Intersept. Outra ameaça avistada foi a existência de várias empresas que oferecem os mesmos produtos ou serviços da Intersept. Além disso, a crise no Brasil teve como consequência, para a empresa, a redução no número de empregados por contrato, pois a empresa contratante visa a redução do quadro de funcionários. O aumento no número de desempregados também é considerado uma ameaça, pois a empresa atende pessoas físicas e o aumento desse índice afeta a adesão dos serviços por parte de possíveis novos clientes. Traçar novas estratégias é uma missão de suma importância para a organização, tendo em vista o aumento significativo na demanda em segurança eletrônica, a busca tem sido alarmante e promover o melhor serviço e se destacar entre os concorrentes é uma missão delicada. Por esses motivos a Intersept traçou novas estratégias para atender as necessidades dos consumidores, com a nova lei de terceirização, a oportunidade vem de forma produtiva, através de um levantamento SWOT, identifica-se essa chance de crescimento no mercado. Como resultados constata-se uma fortíssima oportunidade de expansão nossos negócios na região de São Gonçalo do Amarante - Ceará, onde se encontram 15 instaladas a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e o Portuário do Pecém, com um grande numero de empresas a procura dos serviços terceirizados. Apresenta-se ainda como oportunidade de negócios a padronização de um preço acessível com o mercado local, assim a Intersept pode bater de frente com concorrentes distantes, com um serviço excelente dentro de suas precificações e que geraram resultados futuros. 5. CONCLUSÃO O diagnóstico estratégico indica que a situação estratégica da Intersept é razoável e apresenta alguns problemas que devem ser sanados com ações a serem elaboradas e operacionalizadas. Isso deve-se em função da Matriz SWOT e do consequente aproveitamento das oportunidades em função dos pontos fortes e fracos, e dos resultados na Análise da Atratividade das Forças de Porter. Verifica-se que as atuais estratégias organizacionais adotadas pela Intersept não estão obtendo resultados satisfatórios para o alcance da visão organizacional para a região e que existe uma possiblidade do grupo encerrar as atividades no Nordeste caso os resultados não voltem a ser satisfatórios. Com base nos dados, vamos elaborar um diagnóstico estratégico para a empresa em estudo, com uma nova visão para o mercado local e ações que possibilitem novamente o crescimento da empresa. Como primeira sugestão, tem-se uma mudança em relação à missão da empresa, a qual deveria focar também os benefícios recebidos pelos clientes, ajudando a diferenciar a empresa das outras concorrentes, além de facilitar a percepção de novas oportunidades pelos gestores da organização. Ainda em relação a missão da Intersept, se faz necessário destacar qual a imagem que a empresa deseja possuir em relação ao público interno e externo (consumidores, governo e órgãos regulamentadores, possíveis clientes, sociedade, funcionários, fornecedores). A essência da visão da empresa em estudo é tornar-se referência nos serviços prestados aos seus clientes em todo território nacional, sendo que não menciona quando pretende alcançar esse objetivo, logo, se faz necessário incluir o tempo para o alcance dessa meta. 16 Com o intuito de combinar as oportunidades existentes no mercado com os pontos fortes apresentados pela empresa, bem como minimizar os pontos fracos e as ameaças presentes no ambiente de negócios da Intersept que podem atrapalhar no aproveitamento das oportunidades, devemos dar ênfase em algumas ferramentas já existentes na empresa. O aplicativo bairro seguro, ferramenta utilizada apenas na cidade deCuritiba – Paraná, possibilita aos usuários maior agilidade no processo de apoio as suas solicitações, garantido uma entrega e saída segura de suas residências. Este aplicativo possibilita a comunicação entre os moradores de uma determinada região, geralmente um condomínio ou bairro, no apoio de possíveis ocorrências onde os próprios usuários têm comunicação uns com os outros e com os seguranças da empresa. A implantação da portaria remota, consiste na qualidade e segurança de um sistema de câmeras de alta tecnologia onde os clientes têm acesso e controle de todas as pessoas que entram e saem de suas residências. Toda a supervisão é realizada por meio de uma equipe que fica na sede da empresa. Fazer uma adequação de preço com base na concorrência do Nordeste é um ponto de suma importância, pois influencia diretamente na rentabilidade da atividade da empresa. Consequentemente favorece a contratação dos serviços da Intersept fazendo com que a empresa se mantenha no mercado, gerando reconhecimento e alcançando seus objetivos. Após análise da situação estratégica da Intersept Ltda pode concluir que a situação é razoável. Ressalvando os itens acima listados como problemas ou deficiências que devem ser abordados de forma a minimizar possíveis vulnerabilidades futuras, bem como para obter os benefícios das oportunidades de mercado. Verifica-se que muitas ameaças e oportunidades são comuns a várias empresas desse segmento que no Ceará e todas sofrem influência do Governo do Estado na formatação de seus preços com fins de fornecer produtos e serviços aos órgãos. 17 6. REFERÊNCIAS ANSOFF, Igor A Nova Estratégia Empresarial. São Paulo: Editora Atlas, 1990 BOBROW, Edwin E. 10 Minute Guide To Planning. New York: Alpha Books, 1998. FERRELL, O. C., HARTLINE, Michael D., LUCAS JR., George H., LUCK, David Estratégia de Marketing. São Paulo: Atlas, 2000. KOTLER, P. & ARMSTRONG, Gary Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: LTC, 1999. MARCONI, Maria de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 1986. MINTZBERG, Henry, AHLSTRAND, Bruce & LAMPEL, Joseph Safári de Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. OLIVEIRA, Djalma de P. R. de Planejamento Estratégico. São Paulo: Atlas, 2004. PORTER, Michael E. (1979) How competitive forces shape strategy, Harvard business Review, March/April 1979. PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1986. PORTER, Michael E What is Strategy? Harvard Business Review; Nov/Dec 1996, Vol. 74 Issue 6, p. 61 PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. PORTER, Michael E. Os Caminhos da Lucratividade. HSM, n1, ano1, 1997, pp 88-94. Março-abril de 1997. RODRIGUES, Jorge Nascimento; et al. 50 Gurus Para o Século XXI. 1. ed. Lisboa: Centro Atlântico.PT, 2005. 18 STEINER, George Albert. Strategic Planning: What Every Manager Must Know. New York: Free Press Paperbacks, 1997. STERN, C. W. & STALK JR, G. Estratégia em Perspectiva. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 7. ANEXOS E APÊNDICES
Compartilhar