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Resumo do livro vigiar e punir

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Resumo do livro 
 
''VIGIAR E PUNIR''
 
Aluna : Luana Mendes de Paula Pagioro.
Professora : Telma 
Faculdade : Icec
Autor do livro : Michel Focault
O livro inicia-se narrando uma execução tortuosa, no ano de 1757, na França, provavelmente se tratava de um senhor blasfemador. Esse tipo de execução é denominado de suplício e era muito praticado na Idade Média, com fins de coibir os crimes e manter o poder absolutista do rei, que naquela época necessitava se impor através do medo, tanto que, mais adiante no livro a pena mais tortuosa do suplício era aplicada aos regicidas. Logo após, essa descrição sucinta do que era o suplício, o autor faz um paralelo descrevendo um regimento de leis usado já na Idade Moderna, mais precisamente no ano de 1791, para demonstrar as diferenças no sistema Penal com a abolição do suplício. Essa mudança no código penal e na aplicação das leis, segundo Focault , recebeu influência da Revolução Francesa , e do iluminismo que condenavam o sofrimento exercido sobre o corpo, e requeriam uma pena mais humana, por isso, o Estado tirou o corpo como alvo da pena e substituiu por formas mais sutis, ou seja, o sofrimento passou a ter como alvo a mente , algo mais psicológico, dessa forma, a função do sistema penal mudou o foco em vez de punir seu principal objetivo se tornou reeducar o indivíduo.
Ainda no capítulo 1, a visão de Michel, era que o homem não deveria deixar de ser estudado, pois está mergulhado num campo político, cujo o qual, as relações de poder exercem uma influência direta na medida em que sujeitam o cidadão a seguir regras, como por exemplo ir à escola. Essas regras, servirão para fins econômicos, e a esse sujeito o autor descreve como um corpo submisso e produtivo. O objetivo dessa obra, segundo Focault, consiste em demonstrar a tecnologia do poder, juntamente com seus instrumentos e meios usados para dominar e sujeitar.
No capítulo 2 é descrito com ainda mais precisão as características e objetivos do suplício. Diferentemente do sistema penal atual, no suplício, o acusado só era interrogado uma vez, além do mais, não podia ter acesso as provas ou ser defendido por um advogado. Cada prova era uma atenuante da verdade, não existia o princípio do verdadeiro ou falso, e aquele que resistisse a tortura do interrogatório não poderia ser condenado a morte. Houve revoltas em execuções, e até um magistrado francês, ressaltou que a manifestação corpo a corpo era a única forma eficiente de manifestação dos pobres, dada a rigidez do sistema absolutista .
Na parte em que se refere sobre a punição generalizada, é importante elucidar que o autor faz uma progressão dos fatos, mencionando que na segunda metade do século XVIII, entre juristas e filósofos, há um descontentamento generalizado em relação a forma de punir, a vontade era que a justiça viesse a punir sem se vingar com tamanha atrocidade. Os reformadores do Código Penal Francês em 1790, criticavam algo que ainda é recorrente nos dias atuais, na justiça brasileira, há um poder excessivo nas jurisdições inferiores em que se aproveita da ignorância e da falta de recursos dos mais pobres ocasionando uma negligência de direitos. Em suma, Michel refere-se que nessa mudança do Sistema Penal o que pesava para os ricos era ilegalidade dos bens, ou seja, a necessidade de impedir que suas posses fossem tomadas, e para os pobres a ilegalidade dos direitos, pois muitos não eram atendidos.
O novo sistema Penal instaurado na Idade Moderna, visava de acordo com Focault, diminuir seu custo econômico e político de forma a aumentar sua eficácia no reestabelecimento do indivíduo como cidadão, por isso , esse sistema tentava integrar os novos preceitos sociais ao contexto industrial que se formara. Com isso, a vingança do soberano estampada nos suplícios foi deslocada para a defesa da sociedade como um todo. Essa defesa da sociedade foi consolidada na lei, e para atingir seus efeitos foi preciso segundo o pensador francês, armar o poder de punir em cima de regras: a regra da quantidade mínima, que consistia em oferecer uma desvantagem superior a vantagem que se obtém ao cometer um crime, fazendo com que o ato ilícito deixasse de ser desejado; a regra da idealidade suficiente , ou seja, quando o criminoso lembrar dos momentos em que esteve preso, o mesmo não desejaria ter sua liberdade privada novamente; a regra da certeza perfeita, baseada na ideia de que existe um laço indissociável entre o crime e a punição; a regra da verdade comum, que diz respeito a razão comum obtida através da análise dos fatos para chegar ao veredicto; a regra da especificação , que tem como objetivo a descrição de todas as infrações possíveis reunidas no código, de forma que ninguém alegue o desconhecimento a respeito de algum crime.
Prosseguindo na leitura, o autor revela a respeito da necessidade do Estado de se obter corpos dóceis e submissos para que lhe sejam imputadas obrigações de cunho econômico, político ético e moral. Nesse sentido, é retratado a respeito do exame, uma técnica que permite qualificar, classificar e punir, essa técnica de controle é usada de forma ininterrupta nos aparelhos educacionais onde o aluno que não for aprovado deverá se submeter a disciplina do estudo e caso seu desempenho for ineficiente sua punição será a reprovação, nos concursos por exemplo, essa reprovação configura de certa forma uma temporária exclusão daquele trabalho desejado, pois até que o indivíduo atinja a pontuação desejada no exame sua classificação será ilusória. Dentro do mesmo contexto de técnicas de controle, a disciplina, segundo o Focault, exerce um papel fundamental para obtenção de corpos dóceis, pois trata a respeito do tempo ser usado integralmente de forma eficiente , assim como a relação do corpo com o objeto de trabalho, de forma que ambos sirvam de engrenagem para elaboração de um serviço útil.
O capítulo mais importante do livro trata a respeito do Panotismo, inspirado no modelo arquitetural de Jeremy Bentham, descreve a respeito de um compacto dispositivo disciplinar amplamente utilizado. O pensador francês, iniciou tratando do que ocorria quando uma cidade era infestada por alguma doença no século XVII, na qual um rígido protocolo de segurança era seguido, no intuito de a doença não se espalhasse, nesse sentido, todos os súditos eram mantidos em suas casas sobe constante vigilância seguindo regras e quem desrespeitasse seria punido com pena de morte, da mesma forma é elucidado que na Idade Antiga , os leprosos eram completamente isolados das pessoas com boa saúde. Partindo de ambos contextos supracitados, Michel, traça um paralelo entre ambas situações, o leproso configura-se como os mendigos, os insanos que ora são excluídos, ora são internados em instituições como forma de corrigir os desvios sociais e sanar os problemas mentais. Já os pestilentos das cidades, se configuram como os desertores, milicianos causadores de revoltas, cuja a penalidade será a prisão em instituições disciplinares, na intenção de que o indivíduo respeite as normas estabelecidas no contexto social. Ambos os casos citados serão tratados com vigilância e domínio.
O efeito principal do panóptico, de acordo com o livro, é induzir a um estado consciente e permanente de visibilidade, que assegura o funcionamento automático do poder, fazendo com que a vigilância seja permanente em seus efeitos mesmo que descontínua em sua ação. Dentro desse sistema vigilante, os desejos individuais que estiverem em desacordo com as normas devem ser suprimidos, o que leva os cidadãos a se comportarem de forma uniforme por medo da punição. As grades no panotismo, não são necessárias em todas as instituições que utilizam esse modelo disciplinar, pois as separações se tornam visíveis de acordo com o nível de desempenho, a nota no exame, e o mérito, que colocam as pessoas em posição de hierarquia ou submissão. Esse sistema, é capaz também de trazer benefícios sociais se caso for bem aplicado, pois o panotismo não apenas vigiacomo também é vigiado, no sentido de que qualquer citadino, dentro de um Estado democrático de Direito, pode entrar em uma instituição panóptica, e averiguar as condições de seu funcionamento, como no caso de escolas, prisões e hospitais. Diante desse contexto, de estado vigilante ser também estado vigiado, a sociedade desfrutará de uma reforma moral, um alívio de encargos públicos, bem como de uma preservação da saúde .
Por fim, a obra trata mais a fundo a respeito das prisões, que são instituições que servem para punir e tornar os indivíduos mais dóceis e úteis. A prisão atual, segundo o escritor, representa o progresso das ideias, da educação e dos costumes. Algumas características importantes inerentes a esse sistema : Forma - salário, objetivação econômica, que consiste na redução da pena através de um trabalho que trará benefícios para sociedade ; Econômica - moral , casos de penas muito extensas foram reduzidas, pois além de serem onerosas para o Estado, a nova moral social acredita na reparação dos indivíduos encarcerados, através do suplemento corretivo e das medidas disciplinares . Dessa forma, as prisões são ao mesmo tempo entes transformadores e castigadores, no que tange a restrição de liberdade. A pena, segundo Focault, deve ser individual e individualizante, tendo o isolamento como um de seus princípios, para que dificulte revoltas , e a formação de organizações criminosas. Ademais, o isolamento traz a solidão que tende a gerar remorso, arrependimento e a reflexão. Outro aspecto interessante tratado no livro, é que a pena e sua condenação não deveriam ser absolutas , pois deveriam levar em consideração a conduta do apenado e sua intenção pessoal de mudar, o efeito que a prisão excede sobre o preso é que deveria determinar suas etapas, agravações temporárias e atenuações sucessivas. Para o Michel, a deliquência é notória após a prisão porque os meios de reintegrar o indivíduo ainda são falhos. 
Em suma, o livro traz de forma clara a progressão do sistema penal como um todo, além de caracterizar o panotismo, suas instituições, e a forma de controle na sociedade atual, o que leva o leitor a ter uma nova percepção sobre o Estado e sua influência na vida cotidiana. No que tange as prisões e a sua evolução, é válido ressaltar que toda essa evolução do sistema penal, dos suplícios ao sistema moderno é extremamente importante para a manutenção dos direitos humanos, já consolidados como fundamentais a vida em sociedade, uma vez que, confere ao indivíduo que erra, (no caso do Brasil e sua legislação penal) , meios de se reabilitar e de não repetir os delitos.

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