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OAB_PORTUGUES_JURIDICO

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A IMPORTÂNCIA DOS ELEMENTOS DE COESÃO TEXTUAL PARA A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO 
 
 
1) ELEMENTOS DE ENUMERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONTINUAÇÃO DAS IDÉIAS 
 
Tais conectores são usados para distribuir o assunto, ordenando as partes do texto, indicando quais são 
prioritárias, conclusivas. Observe o desenvolvimento do tema abaixo com a utilização dos elementos de 
transposição semântica. 
 
TEMA: Privatização 
 
INTRODUÇÃO: A privatização, nos moldes em que é feita em certos países do Terceiro Mundo, é altamente 
prejudicial às suas economias. 
 
DESENVOLVIMENTO: (Utilização das partículas) 
 
Antes de mais nada, 
Em primeiro lugar, 
Primeiramente, 
Em primeiro plano, 
Primordialmente, 
Acima de tudo, 
Antes de tudo, 
A princípio, 
Em primeiro momento, 
Desde logo, 
 
 
Em seguida, 
Em segundo lugar, 
Depois, 
 
 
 
 
A par disso, 
 
 
 
 
 
De resto, 
Em última análise, 
 
 
 
Dessa forma, Assim, 
logo, 
 
 
 
 
 
 
 
 
privatiza-se tudo, até as empresas lucrativas ou promissoras, como se nada 
devesse pertencer ao Estado. 
 
 
vendem-se as estatais a preços vis, muitíssimo abaixo de seu valor real,sem 
que o dinheiro dessas vendas traga qualquer reequilíbrio à economia dessas 
nações. 
 
 
permite-se a participação abusiva do capital estrangeiro no controle das 
empresas privatizadas, mesmo daquelas consideradas estratégicas ou de 
segurança nacional. 
 
 
não se aproveita a experiência de outros países que fizeram privatizações 
semelhantes, como a Argentina, os quais colheram graves prejuízos 
econômicos. 
 
 
os governos de tais países deveriam interromper imediatamente esse processo 
demolidor de suas nações e repensar novos caminhos para a resolução de 
suas crises econômicas. 
 
 
 
 
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LEITURA OBRIGATÓRIA (perceber os elementos de coesão usados no texto): 
 
FALTA DE AUTORIDADE 
 
De repente o Judiciário começou a ser apontado como um dos maiores vilões da crise brasileira, em 
visão distorcida e errada de seu papel na vida nacional. Tenho criticado vários atos e segmentos do Judiciário, 
cujo controle externo defendo. Recentemente escrevi que se os juízes tiverem vontade de trabalhar - expressão 
com a qual sintetizei aspectos das deficiências judiciais - resolverão muitos dos problemas sociais que 
enfrentamos na atualidade. Assim sendo, sinto-me à vontade para negar que cabe ao Judiciário a maior culpa 
pela crise. 
 
Em primeiro lugar, tenha-se presente que grande número dos processos civis, fiscais e trabalhistas tem 
origem em ilegalidades praticadas por administradores públicos, cuja visão caolha faz com que queiram receber 
créditos governamentais, mas não queiram saldar os respectivos débitos. Eles se esquecem da sabedoria de 
Vicente Matheus quando trata das facas de dois legumes, pois o Judiciário eficiente tanto permitirá as cobranças 
reclamadas, quanto forçará o poder público a parar com seus calotes e impedirá as ilegalidades cometidas. 
 
Em segundo lugar, acentuo as omissões no cumprimento do dever legal dos outros poderes. Exemplo 
mais gritante é do próprio Legislativo, que não aprovou as leis suplementares da Carta de 1988. 
 
O Executivo, por seu lado, baixa instruções, decretos, portarias e toda sorte de medidas administrativas, 
muitas das quais são flagrantemente ilegais. Forçam os contribuintes a se defenderem em juízo. Agravam o 
congestionamento judicial. Nenhuma lesão ou ameaça de lesão ao direito individual pode ser excluída de 
apreciação pelo Poder Judiciário na verdadeira democracia. Se o Executivo quiser que as pessoas diminuam a 
corrida aos tribunais deve parar com as ilegalidades. 
 
Assinalo, ainda, a distância numérica entre o aparato judiciário brasileiro e o universo ao qual ele deve 
atender. Há menos de 20.000 juízes para quase 350.000 advogados, O número de processos em andamento se 
conta aos milhões (só na justiça paulista existem 4 milhões). A deficiência não é culpa exclusiva do Judiciário, 
embora este tenha boa parte da responsabilidade. 
 
A máquina judiciária — fora das áreas da magistratura — é muito mal remunerada nas justiças 
estaduais. A rotatividade é forte. A baixa remuneração, contraposta à mobilidade da força de trabalho, lidando 
com leis e instruções freqüentemente conflitantes, mais confunde o processo judicial quando tratado por mão-
de-obra desqualificada. 
 
Necessário é lembrar da história recente do Brasil, na qual o Judiciário foi fonte principal de defesa dos 
interesses individuais, ante o mau comportamento dos outros poderes. 
 
Lembro o homicídio, ocorrido em 1975, cujo réu — que teve este mês presença meteórica no Ministério 
da Agricultura — não foi julgado até o presente, como outro exemplo de responsabilidade múltipla. A demora 
escandalosa não seria possível com o Ministério Público, titular da acusação, atento e diligente. Nunca seria 
possível sob a legislação aprimorada, sem prejuízo das garantias de ampla defesa, como tem acontecido no 
freqüentemente citado exemplo italiano. Também não seria possível, é evidente, se os muitos juízes que 
passaram pelo caso tivessem tido vontade de trabalhar. 
 
O Brasil precisa recompor as deficiências de sua economia em crise. A magistratura deve participar 
desse esforço. Todavia, o brasileiro não pode supor que a lentidão do Judiciário impede a recuperação. O exame 
atento mostrará a injustiça de lançar todas as culpas sobre as costas dos magistrados. Inocentes, de todo, eles 
não são. Mas a culpa — se é o caso de nos preocuparmos com culpas em pleno centro da tempestade — 
melhor será dividi-la com os dois outros poderes, detonadores da confusão em que temos vivido e, portanto, sem 
autoridade moral para criticarem os homens (e mulheres) da toga. 
Walter Cenevida, Folha de S. Paulo 
 
 
 
 
 
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2) PRINCIPAIS ELEMENTOS DE COESÃO NO DISCURSO JURÍDICO 
 
REALCE, INCLUSÃO, 
ADIÇÃO 
NEGAÇÃO, 
OPOSIÇÃO 
AFETO, AFIRMAÇÃO, 
IGUALDADE 
EXCLUSÃO 
além disso, ainda, demais, 
ademais, também, vale 
lembrar, pois, outrossim, 
agora, de modo geral, por 
iguais razões, inclusive, 
até, é porque, é inegável, em 
outras palavras, além desse 
fator. 
embora, não obstante, 
de outra face, entretan- 
to, ao contrário disso, 
por outro 
lado, de outra parte, 
contudo, todavia, 
conquanto, ainda 
que, malgrado. 
felizmente, infelizmente, ainda 
bem, obviamente, 
realmente, de igual forma, da 
mesma sorte, no mesmo 
sentido, semelhante- mente, 
bom é, interessante se faz. 
só, somente, sequer, 
exceto, senão, 
apenas, excluindo, 
tãosomente, afora. 
 
Frases de transição discursiva para a área jurídica: 
 
1.Cumpre observar preliminarmente que... 12. No dizer sempre expressivo de... 
2. Como se depreende... 13. A nosso pensar... 
3. Convém notar, outrossim, que... 14. Cumpre obtemperar, todavia,... 
4. Verdade seja, esta é... 15. Convém ponderar que... 
5. Em virtude dessas considerações... 16. É bem verdade que... 
6. Depois das noções preliminares em breve 17. Não se pode olvidar... trecho, podemos... 
 18. Mister se faz ressaltar... 
7. Consoante noção cediça...19. Oportuno se torna dizer... 
8. Não quer isso dizer, entretanto, que... 20. É de opinião unívoca... 
9. Impende observar que... 21. Tenha-se presente que... 
10. É sobremodo importante assinalar que... 22. Posta assim a questão, é de se dizer que... 
11. À guisa de exemplo podemos citar... 23. Inadequado seria esquecer também que... 
 
3. OUTROS ELEMENTOS DE COESÃO: 
 
ENUMERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, 
CONTINUAÇÃO 
RETIFICAÇÃO, EXPLICAÇÃO FECHO, CONCLUSÃO 
Em primeiro lugar, a princípio, em 
seguida, depois, em linhas gerais, 
no geral, aqui, de resto, no caso em tela, 
outrossim, nessa esteira, entrementes, 
por seu turno, no caso presente, antes de 
tudo. 
Isto é, por exemplo, de fato, a 
saber, em verdade, aliás, ou 
melhor, com se nota, com efeito, 
como se observa, por isso, de 
feito, portanto, é óbvio, pois. 
Destarte, em remate, por 
conseguinte, concluindo, finalmente, 
pelo exposto, em razão disso, em 
síntese, enfim, consequentemente, 
por tais razões. 
 
4. ORIENTAÇÕES FINAIS: 
 
Algumas regras para a argumentação: 
1. Procure distinguir as premissas das conclusões. É preciso saber, antes de começar, aonde você quer 
chegar. 
2. Apresente suas ideias em uma ordem natural. Se o caso for simples, deixe suas conclusões para o final. 
3. Seja concreto e conciso. 
4. Evite linguagem agressiva. Não tente melhorar a sua argumentação distorcendo, menosprezando ou 
ridicularizando o argumento da parte contrária. 
5. Use termos consistentes. 
 
Bibliografia: 
Damião, Regina Toledo e Henrique, Antonio. Curso de Português Jurídico, 10ª ed., São Paulo, Editora Atlas, 
2007. 
 
 
 
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