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RESUMO JUNQUEIRA E CARNEIRO

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNOS ACADÊMICOS 
 
 
 
HISTOLOGIA BÁSICA 
 
001 
 
 
Regina C. Pereira Reiniger 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 
2009 
 2 
 
 
 
UNIDADE I – INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA 
 
 
 A Histologia compreende o estudo da função celular, assim como a estrutura da 
célula e, consequentemente abrange o estudo da célula e estrutura do tecido em relação às 
suas funções. "Literalmente, histologia significa a ciência dos tecidos”. 
 
 Grego: Histo = tramas ou tecidos 
 Logo = ramo do conhecimento 
 
Tecidos Orgânicos: 
 São quatro, os tecidos básicos: Epitelial, Conjuntivo, Nervoso e Muscular. 
 Os tecidos são agrupamentos de células. Estes por sua vez, quando reunidos formam 
os órgãos. O conjunto de órgãos denomina-se sistemas. Os sistemas são encontrados 
formando os organismos que reunidos constituem comunidades e populações. 
 
Sistemas orgânicos - Digestivo, Respiratório, Urinário, Endócrino, Reprodutor, 
Circulatório. 
 
Características principais dos quatro tipos básicos de tecidos: 
 
Tecido Células Matriz extracelular Funções principais 
Nervoso Longos prolongamentos Nenhuma Transmissão de 
impulsos nervosos 
Epitelial Poliédricas justapostas Pequena quantidade Revestimento, secreção 
e absorção 
Muscular Alongadas contráteis Quantidade moderada Movimento 
Conjuntivo Vários tipos Abundante Apoio e proteção 
Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004. 
 
 
ESTUDO DOS TECIDOS 
 
1. Preparo de cortes Histológicos: 
 Os cortes são derivados da remoção de pequenas amostras representativas de 
tecidos, cortadas em fatias muito delgadas, apropriadas para o estudo microscópico, para o 
M.O.; em geral os cortes são preparados pela técnica de parafina ( lâminas permanentes). 
 
1.1. TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DE CORTES 
 
1.1.1. Amostra de Tecido: 
 A amostra deve ser pequena, obtida através de excisão cirúrgica (biópsia), ou pós 
morte (necropsia). A amostra não deve exceder 1 cm, em qualquer dimensão. Este tamanho 
 3 
pode variar em função do tipo de equipamento apresentado pelo laboratório, onde o corte 
será preparado. 
 
1.1.2. Fixação: 
 Os fixadores objetivam endurecer os tecidos moles e prevenir a deterioração e 
outras alterações estruturais indesejáveis nas células e nos tecidos. Atuam como 
coaguladores proteícos. Evitam a digestão das células pelas enzimas celulares por ela 
liberadas após a morte, o que danificaria os tecidos para o exame microscópico. 
Apresentam também ação anti-séptica matando bactérias e outros agentes causadores de 
doenças nos tecidos infectados, que poderiam, eventualmente, ameaçar a saúde dos que 
manuseiam tais tecidos. 
 O fixador mais comum é a solução de formal à 10%; outros fixadores: álcool, 
fixador de Bouin, Zenker. 
 
 Para o transporte até o laboratório não devem ser esquecidos os requisitos 
fundamentais de acompanhamento: anamnese, condições de coleta, data da morte e data de 
coleta, dados de necrópsia (se realizada). Na ausência do formal ou álcool, para transporte, 
pode-se acondicionar a amostra em isopor com gelo, mas deve-se evitar congelá-la, pois 
sua estrutura microscópica será alterada quando ocorrer o descongelamento. 
 
 
1.1.3. Lavagem: 
 O primeiro passo da técnica consiste em deixar a amostra sendo lavada em água 
corrente por um período de 12 horas, será removido assim o excesso de formol. 
 
 
1.1.4. Desidratação: 
 O objetivo da técnica de parafina é substituir a água dos tecidos pela parafina. Como 
a parafina não é solúvel em água, é necessário primeiro retirar a mesma da amostra de 
tecido. Isto é feito em dois estágios: 
 
1º - Substituição da água por álcool - passa-se o tecido em várias soluções de álcool com o 
aumento de graduação na concentração, num amplo período de tempo. 
 
- álcool 70º - 1 a 2 hs 
- álcool 80º - 1 h 
- álcool 90º - 1 h 
- álcool 96º - 1 h 
- álcool 100º- 1 h 
- álcool 100º- 1 h 
 
2º - Clarificação ou Diafanização - Substituição do álcool por um solvente de parafina 
miscível com o álcool. Usa-se o Xilol como solvente. Passa-se o tecido em várias trocas de 
Xilol até que o álcool seja substituído por este. O tecido fica meio transparente. 
 
- Xilol I -1 h � Xilol II- 1 h � Parafina I - 1 h � Parafina II -1 h 
 
 4 
1.1.5. Inclusão 
 
 Coloca-se a amostra impregnada por xilol em 2 trocas de parafina líquida aquecida. 
O tecido logo fica inteiramente saturado com parafina, sendo que, a cera líquida passa a 
ocupar todos os espaços do tecido, que antes continha água. Este procedimento é feito 
dentro da estufa. A cêra endurece a medida que esfria, onde monta-se o bloco de parafina 
(emblocagem), para que possa ser cortado em fatias delgadas. 
 
 
 
1.1.6. Microtomia 
 
 O bloco de parafina é colocado em peças de madeira para ser colocado no 
micrótomo; onde se desbasta a parafina até chegar ao corte, após gradua-se o micrótomo 
para cortes de 3 a 6 um, onde sairão os cortes desprendendo-se da navalha, com suas bordas 
aderidas aos cortes vizinhos de modo a constituir uma fita da qual, cada um deles é, 
individualmente, separado com facilidade. 
 
1.1.7. Confecção da lâmina 
 
 Os cortes são esticados em água morna, e depois colocados em lâminas contendo 
albumina de Meyer, para fixar o corte à lâmina. (lado brilhante voltado para o vidro). 
Deixar escorrer o excesso de água, e levar as lâminas para estufa, onde se deixa secar 
completamente e começar a derreter a parafina. 
 Outra maneira é esticar os cortes em álcool a 20% e depois passar pela gelatina, 
dispensando a albumina. 
 
1.1.8. Coloração 
 
 A maioria dos tecidos são incolores, o que torna difícil sua observação ao 
microscópio óptico. Devido a isto, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos 
de modo a tornar seus componentes visíveis e destacados uns dos outros. 
 A coloração é feita usando geralmente misturas de substâncias químicas 
denominadas corantes. A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como 
ácidos ou básicos e tendem a formar ligações salinas com radicais ionizáveis presentes nos 
tecidos. 
 Os componentes dos tecidos que se coram facilmente com corantes básicos são 
chamados basófilos, sendo chamados de acidófilos os que se liga a corantes ácidos. 
 A hematoxilina não é um corante básico, mas comporta-se como tal, ligando-se as 
estruturas basófilas dos tecidos. A eosina é um corante ácido. A coloração dupla pela 
Hematoxilina e pela Eosina ( H - E ) é a mais utilizada na rotina em histologia. 
 
H - E � Hematoxilina - coram núcleos de azul 
 � Eosina - coram citoplasma róseo 
 
 
 
 5 
 Técnica de coloração HE - Hematoxilina e Eosina 
 
- Xilol - 15' - 30' 
- Deixar Secar 
- Álcool Absoluto - 2' 
- Álcool Absoluto - 2' 
- Lavar em água destilada 
- Hematoxilina - 1'30'' 
- Lavar em água corrente 
- Deixar descansando em água - 2' (até ficar meio azulado) 
- Eosina - 30'' 
- Lavar em água - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Deixar secar 
- Xilol - 20' 
- Montagem em Bálsamo 
- Identificação das lâminas 
 
 
 2. MICROSCÓPIO ÓPTICO 
 
Finalidade: Aumentar pequenos objetos e revelar seus pormenores, ou seja, aumento e 
resolução, respectivamente. 
 
Estrutura: 
Constitui-se de duas partes básicas: 
1 - Mecânica 
1.a. Estrutura de Sustentação: 
Canhão - sustenta tanto a ocular como as objetivas. 
Braço - Liga o canhão ao pé(base). 
Platina ou mesa - É o plano de apoio do material. 
Base ou pé - É o plano de apoio ao microscópio. 
 
1.b.Estrutura de Movimentação: 
Parafuso Macrométrico: Aproxima a objetiva com movimentos amplos, focalização 
grosseira. 
Parafuso Micrométrico: Possibilita a nitidez do observador, movimentos mínimos, 
focalização fina. 
Revólver: Fixa (apoia) e movimenta as objetivas. 
Charriot: Fixa e movimenta a lâmina. 
 
 
 
 
 6 
2. Óptica 
Sistema de Lentes 
 
Ocular - Situa-se na parte superior do canhão. Com a finalidade de aumentar a imagem 
recebida e enviar ao olho do observador. 
 
Objetiva - Situa-se parte inferior do canhão. Tem como importância ampliar a imagem do 
objeto, é responsável pelo poder de resolução do microscópio. 
 
Condensador - Localizado abaixo da platina, tem como importância desviar de acordo com 
as necessidades e foco luminoso. 
 
Poder de Resolução ou limite de resolução (L.R.). Chama-se de L.R. de um sistema óptico 
sua capacidade de separar detalhes. Mais precisamente, o L.R. é a menor distância que deve 
existir entre dois pontos, para que apareçam individualizados. 
 A riqueza de detalhes da imagem fornecida por um sistema óptico é o seu limite 
resolutivo, e não seu poder de aumentar de tamanho os objetos. 
 O limite de resolução depende essencialmente da objetiva. A ocular apenas aumenta 
de tamanho a imagem projetada no seu plano de foco pela objetiva. 
 
Outros tipos de Microscópio: Contraste de fase, Polarização, Eletrônico, Eletrônico de 
Varredura. 
 
Recomenda-se leitura adicional: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
488 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
UNIDADE II - TECIDO EPITELIAL 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
 1. Células justapostas. 
2. Ausência de substância intercelular (pouca quantidade). 
3. Células apoiadas à membrana basal. 
4. Não possuem vasos sangüíneos (avascularizados). 
5. Não possuem inervação, exceto terminações nervosas que captam estímulos. 
6. Regenera-se facilmente. 
 
TIPOS DE EPITÉLIO: 
 1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 
2. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR 
 
FUNÇÕES GERAIS 
• Revestir e Proteger 
• Absorção 
• Secreção 
• Condução de substâncias 
• Sensibilidade específica 
 
 
 
DESCRIÇÃO DOS TECIDOS 
 
 
 TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 
 
 
1. OCORRÊNCIA: Revestindo todas as superfícies e forrando todas as cavidades. 
 Exemplo: esôfago, traquéia, útero... 
 
 
2. FUNÇÕES: 
. Revestimento 
. Proteção 
. Absorção 
. Condução de substâncias 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
3. ESTRUTURA: 
3.1. MEMBRANA BASAL: 
 Função: Adesão 
 Apoio 
 Sustentação 
 Semi-permeabilidade 
 
 Ao microscópio eletrônico: 
• Lâmina Basal = Material glicoprotéico + Fibrilas Colágenas 
• Membrana Reticular = Material glicoprotéico + Fibrilas Reticulares 
 
 LÂMINA BASAL = Quase todos os epitélios apresentam na sua superfície de 
contato com o tecido conjuntivo. 
 
3.2. SUBSTÂNCIA INTERSTICIAL OU MATRIZ EXTRACELULAR 
 Com exceção de uma camada muito delgada de glicoproteínas, que geralmente 
reveste as células epiteliais, não existe substância intersticial entre elas. 
Esta camada chama-se GLICOCÁLIX. Acredita-se que estas glicoproteínas façam parte nos 
processos celulares de pinocitose, e adesão entre células. Conforme Kessel (2001) a matriz 
extracelular é secretada na base da célula, sendo chamada de lâmina basal. 
 
 
3.3. FORMA DAS CÉLULAS 
 As dimensões e as formas das células epiteliais variam muito. Observa-se desde 
células achatadas como um ladrilho, até células prismáticas altas, com todas as formas 
intermediárias. Geralmente as formas dos núcleos acompanham a forma das células. 
Exemplo: células cúbicas - núcleo esférico, células prismáticas - núcleo elíptico 
 
3.4. COESÃO ENTRE AS CÉLULAS 
 As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua, e para separá-las, são 
necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com o tipo epitelial, 
mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a fortes trações, exemplo pele. 
 Essa coesão é em parte devido a ação adesiva das glicoproteínas do glicocálix. O 
íon cálcio também é importante para a manutenção da coesão entre as células. A adesão 
celular é reforçada por estruturas especiais, como os desmossomos. 
 
3.5. REGENERAÇÃO 
 Os epitélios são tecidos cujas células têm vida limitada. Ocorre, pois uma 
renovação constante dessas células, graças a uma atividade mitótica contínua. A velocidade 
dessa renovação, porém, é variável, podendo ser muito rápida em certos casos e lenta em 
outras. Como exemplo extremo citamos o epitélio de revestimento do intestino que se 
renova a cada 2 a 3 dias, e o das glândulas salivares e do pâncreas, que levam mais de 2 
meses para se renovar. Nos epitélios estratificados e pseudo estratificados, em geral as 
mitoses ocorrem nas células situadas junto à lâmina basal. 
 
 
 
 9 
3.6. METAPLASIA 
 Em determinadas condições patológicas, certas células, podem sofrer uma 
série de alterações e dar origem a um novo tipo de tecido. Este processo se chama 
metaplasia; é uma alteração reversível, e os seguintes exemplos podem ser citados: 
 
a. O epitélio pseudo estratificado da traquéia e dos brônquios, em fumantes crônicos sob a 
ação irritante do fumo, pode ser substituído por epitélio estratificado pavimentoso. 
 
b. Em casos de carência de vitamina A, o epitélio dos brônquios, bexiga e vários outros são 
substituídos por epitélios estratificados pavimentosos cornificados. 
 
OBS: A metaplasia não é exclusiva do tecido epitelial, podendo ocorrer em outros órgãos. 
 
 
 ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA SUPERFICIAL 
 
- MICROVILOS � Milhares de evaginações da membrana sob a forma de dedos de 
luvas, na superfície livre da célula. Presente nas células epiteliais com função de absorção. 
Os microvilos aumentam a eficiência dos processos de absorção, ampliando muito a 
superfície de contato das células com o ambiente. Exemplo: Intestino, Rim. 
 
- CÍLIOS E FLAGELOS � Na superfície das cél. Epiteliais Ciliadas existem grande 
quantidade de estruturas móveis e alongadas chamadas CÍLIOS. O movimento ciliar é 
geralmente coordenado, provocando uma corrente de fluido em uma só direção, na 
superfície das cél. Epiteliais ciliadas. Exemplo: Traquéia. 
 Os Flagelos são encontrados nos mamíferos somente nos espermatozóides, tem uma 
estrutura semelhante à dos cílios. Diferem, entretanto em suas dimensões, sendo mais 
longos que estes. 
 
- ESTEREOCÍLIOS � São constituídos por longos microvilos, que podem ou não se 
anastomosar livremente entre si. São encontrados na região apical das células de 
revestimento do epidídimo e do canal deferente. 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
 
 O epitélio de revestimento é classificado de acordo com a forma das células e com 
número e arranjo das camadas celulares. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
- Quanto a forma das células: plano, cúbico ou cilíndrico. 
 
- Quanto ao número de camadas: uma camada – simples; mais de uma camada – 
estratificado. 
 
 
 10
� Células especializadas em absorção ou filtração estão dispostas em camada única, 
portanto é um epitélio Simples ou Uniestratificado. 
 
� Células expostas a grande uso e desgaste estão ordenadas em muitas camadas, o 
arranjo é então denominado epitélio estratificado. 
 
 
a) EPITÉLIO PAVIMENTOSO OU PLANO 
SIMPLES � Consiste de uma camada única de células achatadas, que se assemelham os 
ladrilhos de pavimento. O núcleo das células é centralmente localizado, sendo esférico ou 
oval. 
Denominações especiais: 
 - ENDOTÉLIO � reveste internamente o coração, vasos sangüíneos e linfáticos.- MESOTÉLIO� forra as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, e a face externa dos 
órgãos contidos em cavidades. 
 
ESTRATIFICADO � Consiste em muitas camadas celulares; as células superficiais são 
achatadas, porém as células profundamente situadas são mais espessas (Figura 1 e 2). 
 Por convenção, a classificação do epitélio estratificado é dada pela forma das 
células superficiais. 
• Epitélio estratificado pavimentoso resiste ao uso e desgaste e protege os tecidos 
subjacentes. As células profundas ou basais estão sofrendo continuamente divisões 
celulares; as novas células são empurradas em direção a superfície onde descamam. 
 
• Conforme as células se deslocam para a superfície, elas se afastam da fonte de nutrição 
que se origina dos vasos sangüíneos do tecido conjuntivo subjacente. Como conseqüência 
deste movimento e da falta gradativa de nutrientes, as células diminuem, tornam-se 
rígidas e finalmente morrem. 
 
• Em locais secos como a pele, as células superfíciais contém uma escleroproteína 
chamada queratina. Este material resiste a traumas e a infecções bacterianas e micóticas, 
além de ser impermeável. A este tipo de epitélio damos o nome de epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado (Figura 2). 
 
•••• Nas superfícies úmidas, como aquelas encontradas na boca, vagina, as células do 
epitélio estratificado plano não contém queratina e o chamamos de epitélio 
estratificado pavimentoso não queratinizado (Figura 1). 
 11
 
Figura 1 – Esôfago Figura 2 – Pele grossa 
 
b) EPITÉLIO CÚBICO 
SIMPLES �Consiste em uma camada única de células que se assemelham aos cubos. O 
núcleo é esférico e central. Sua ocorrência é recobrindo os pequenos ductos em certas 
glândulas (ex. salivares), e forma as unidades secretoras de outras glândulas ( ex. tireóide). 
FUNÇÃO: Secreção e absorção. 
 
ESTRATIFICADO � Raro, apenas revestindo alguns ductos de glândulas. 
 
 
c) EPITÉLIO CILÍNDRICO 
SIMPLES � Consiste em uma camada única de células que se assemelham a colunas 
verticais. A extremidade de cada célula, que descansa sobre a lâmina basal, é conhecida 
como região basal da célula. A sua extremidade é conhecida como região apical da célula. 
Seu núcleo é central ou próximo a região basal da célula. Sua ocorrência é revestindo o 
estômago, intestinos, útero, vesícula biliar (Figura 3). 
 
FUNÇÃO� Secreção e absorção 
 
 
 Figura 3 – Vesícula Biliar 
 
ESTRATIFICADO� Encontrado somente em alguns locais do corpo; como revestindo 
grandes ductos de certas glândulas (glândulas mamárias) e conjuntiva do olho. 
 
 12
PSEUDO - ESTRATIFICADO � É um epitélio que nos dá idéia de estratificação, mas na 
realidade é um epitélio simples com todas as células apoiadas sobre uma lâmina basal. A 
aparência estratificada resulta do fato de que as células variam em altura e nem todas 
atingem a superfície. Pelo fato das células possuírem diferentes alturas, seus núcleos 
localizam-se em diferentes níveis, fornecendo a ilusão de que o epitélio é estratificado. Este 
epitélio é encontrado nas superfícies da parte superior do sistema respiratório. 
 
 Figura 4 - Traquéia 
 
CILÍNDRICO ESPECIALIZADO� A estrutura de muitas células cilíndricas tem sido 
adaptadas para o desempenho de funções especiais, tais como: 
 
1. Células Caliciformes - São glândulas unicelulares cuja função é de produzir muco. A 
secreção mucosa acumula-se na porção apical da célula, que assume a forma de um 
cálice. As células caliciformes estão presentes em grande número no epitélio de 
revestimento do sistema respiratório e também nos intestinos. 
 
2. Células Absortivas - São células cuja superfície livre apresenta uma borda estriada ou 
em escova. Ao microscópio eletrônico observam-se os microvilos. Este arranjo aumenta 
muito a área de superfície livre da célula, incrementando a absorção. Estas células são 
encontradas no revestimento dos intestinos, túbulos contorcidos dos rins. 
 
3. Células Cilíndricas Ciliadas - Apresentam na sua superfície livre processos móveis, os 
cílios, que possuem um batimento coordenado. Ocorrem no epitélio de revestimento dos 
brônquios pulmonares, trompas uterinas, traquéia. No sistema respiratório, o muco 
contendo partículas estranhas que foram inaladas e posteriormente capturadas, é 
deslocado pêlos cílios em direção a faringe, onde este material é deglutido ou 
expectorado. 
 
 
d) EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO � É um epitélio estratificado que ocorre exclusivamente 
no sistema urinário (Figura 5). O número de estratos é variável, dependendo se o órgão está 
contraído ou distendido. 
• No estado de contração � Este epitélio tem várias camadas, e suas células superficiais 
são volumosas e esféricas, projetando-se para a luz. 
 13
• No estado de distensão � Podem ser encontrado 2 ou 3 estratos celulares, e as células 
superficiais tornam-se estiradas e achatadas. 
 
 O arranjo deste epitélio permite os órgãos cavitários, como a bexiga, distender-se 
sem que ocorra ruptura ou separação das células do revestimento. 
 
 
 Figura 5 – Bexiga 
 
 
 TECIDO EPITELIAL GLANDULAR 
 
 As glândulas são formadas por um grupo de células especializadas cuja função é 
secreção. Entende-se por secreção a produção e liberação, pelas células, de um fluido 
contendo substâncias como muco, enzimas ou um hormônio. 
 As células secretoras de uma glândula são conhecidas como parênquima. O tecido 
conjuntivo do interior da glândula, que sustenta as células secretoras, é chamado de 
estroma. 
 
As glândulas se classificam em: Glândulas Exócrinas 
 Glândulas Endócrinas 
 
1. GLÂNDULAS EXÓCRINAS 
 Possuem ductos que transportam a secreção glandular para a superfície do 
corpo ou para o interior (luz) de um órgão cavitário. Exemplo: Sudoríparas, salivares... 
 
As glândulas exócrinas classificam-se de acordo com: 
 
a) Quanto ao ducto: 
Simples� o ducto não se ramifica. Exemplo: Glândula sudorípara 
Composta � o ducto se ramifica, em geral repetidamente. Exemplo: Pâncreas. 
 
b) Quanto a forma da porção secretora: 
Tubulosa� Em forma de tubos. Exemplo: Glândulas estomacais e intestinais. 
Acinosa ou alveolar � Forma arredondada. Exemplo: Parótida e pâncreas. 
Tubuloalveolar � Presença das duas formas. Exemplo: Sublinguais e salivares. 
 
 14
 
c) Quanto ao produto de secreção: 
Serosa� Secreta um fluido aquoso. Exemplo: Parótida 
Mucosa � Secreta um fluído espesso e viscoso, glicoprotéico denominado muco. 
Exemplo: célula caliciforme. 
Seromucosas ou mistas � Compostas por uma mistura de unidades secretoras. Exemplo: 
glândulas salivares. 
 
d) Quanto ao modo de extrusão: 
Merócrinas� Nestas glândulas, a secreção é liberada para a superfície livre de vesículas 
recobertas por membranas, não resultando em perda de citoplasma. Exemplo: parte 
exócrina do pâncreas. 
 
Apócrinas � Nestas glândulas, a secreção e, possivelmente, uma parte do citoplasma da 
célula secretora são perdidas para a superfície livre da célula. A parte celular restante, então 
regenera a porção perdida. Exemplo: glândulas sudoríparas axilares e glândulas mamárias. 
 
Holócrina � Nestas glândulas, a célula inteira morre e destaca-se formando a secreção da 
glândula. As células perdidas são substituídas a partir da divisão das células vizinhas. 
Exemplo: glândulas sebáceas da pele. 
 
OBS: Em muitas glândulas exócrinas, existe um tipo especial de célula contrátil ramificada 
entre as células secretoras e a membrana basal, chamada célula MIOEPITELIAL. Estas 
células contêm miofibrilas e auxiliam na expulsão da secreção do ácino para o interior do 
ducto. Exemplo: glândulas mamárias, salivares, sudoríparas. 
 
 
2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS 
 
 Estas glândulas não possuem ductos e sua secreçãoverte-se diretamente na corrente 
sangüínea, onde será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas 
contém substâncias químicas denominadas HORMÔNIOS, que regulam a atividade celular, 
normalmente a distância da glândula que lhes deu origem. 
 
Classificam-se: 
VESICULAR � Possui grande quantidade de capilares. Suas células arranjam-se 
formando vesículas. Exemplo: Tireóide (Figura 6). Neste tipo de glândula o produto de 
secreção pode ser armazenado dentro da vesícula. 
 
CORDONAL � As células são arranjadas em cordões. O produto de secreção é elaborado 
e armazenado intracelularmente. Exemplo: paratireóides, hipófise, supra renal. 
 
 
 15
 Figura 6 – Tireóide 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recomenda-se leitura adicional: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16
 
UNIDADE III - TECIDO CONJUNTIVO 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EMBRIOGÊNESE 
 
1. Tecido conjuntivo Embrionário ou Mesenquimal 
2. Tecido conjuntivo Embrionário Gelatinoso, mucoso ou Gelatina de Whorton 
3. Tecido conjuntivo Adulto 
Fibrilar Frouxo
Fibrilar Denso
Modelado
Não modelado
Tecido Mucoso
Tecido Hemocitopoético
Tecido Adiposo
Tecido Ósseo
Tecido Cartilaginoso
Tecido Conjuntivo
de Suporte 
Tecido Conjuntivo
Tecido conjuntivo fibrilar Tecido conjuntivo de 
características especiais
Tecido Elástico
 
Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004. 
 
 
CARACTERISTICAS GERAIS 
 
- Células esparsas 
- Grande quantidade de líquido intersticial 
- Bem vascularizado e bem inervado 
 Figura 1 – Conjuntivo fibrilar frouxo 
 
 17
CONSTITUIÇÃO 
 
- Células 
- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) 
- Liquido intercelular ou tissular 
 
1. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO OU MESENQUIMAL 
 
 É o tecido conjuntivo que se forma primariamente, podendo formar todos os demais 
tipos de tecidos conjuntivos. Sua ocorrência é restrita aos Embriões. 
 
CARACTERISTICAS: Suas células apresentam-se da seguinte maneira: 
- Com forma irregular 
- Ricas em prolongamentos citoplasmáticos 
- Núcleo grande e vesiculoso 
- Citoplasma homogêneo 
- Substância intercelular líquida e fluida 
 
OCORRÊNCIA: Ocorre nos embriões preenchendo todos os espaços. 
 
FUNÇÃO: Dar origem a todos os demais tecidos conjuntivos. 
 
2. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO GELATINOSO, MUCOSO OU 
GELATINA DE WHORTON 
 
CARACTERÍSTICAS: Suas células são de dois tipos: 
a. Mesenquimal 
b. Fibroblastos que apresenta seus prolongamentos citoplasmáticos reduzidos. 
 
� A substância intercelular é viscosa, gelatinosa e com algumas fibrilas. 
 
OCORRÊNCIA: Cordão Umbilical 
 
FUNÇÃO: Conduzir elementos na fase fetal; 
 Sustentar os vasos do cordão umbilical. 
 
OBS. O tecido conjuntivo mesenquimal é mais rico em água do que o gelatinoso. 
 
 
3. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ou FIBRILAR 
 
 É encontrado formando e revestindo órgãos, ligando tecidos, e ocorre por todo o 
organismo. Mantém as mesmas características gerais e constituição. 
 Como característica especifica apresenta grande quantidade de fibras na substância 
intercelular (Figura 1). 
 
 
 18
CONSTITUIÇÃO: 
- Células 
- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) 
- Liquido intercelular ou tissular 
 
1. CÉLULAS 
 
Fibroblasto - síntese de substâncias 
 fibrócito - célula adulta 
 
Macrófago: fixo e móvel - defesa por fagocitose 
 
Plasmócito: defesa especifica 
 
Mastócito: Interpõe-se nos processos alérgicos 
 
Adipócito: Armazena substâncias energéticas 
 
� Encontram-se ainda leucócitos, que saem dos capilares para desempenhar suas funções. 
Os mais comuns são os linfócitos, mas também podem aparecer eosinófilos e neutrófilos. 
 
 
DESCRIÇÃO DAS CÉLULAS 
 
1.FIBROBLASTOS: Tem como função realizar a síntese de substância intercelular e 
síntese de colágeno. Apresentam citoplasma abundante com muitos prolongamentos 
citoplasmáticos, e seu núcleo é grande e ovóide. São as células mais comuns deste tecido. 
 
FIBRÓCITO: São menores, poucos prolongamentos e aspecto fusiforme. Apresentam-se 
com metabolismo quiescentes. 
 
 Embora fibrócitos possam ainda secretar constituintes da matriz em quantidades 
diminuídas, o reparo principal do tecido conjuntivo envolve a formação de novos 
fibroblastos, muitos dos quais são derivados dos pericitos. 
 
2. MACRÓFAGO: Tem como função defesa através da fagocitose de corpos estranhos. 
Podem unir-se para fagocitar partículas grandes, sendo desta forma chamada de célula 
macrofagocitária de corpo estranho ou gigante, constituem-se de células muito grandes com 
100 núcleos ou mais. 
 Sua forma é irregular quando em ação, e arredondadas em repouso. Seu núcleo é 
arredondado e central. Movimenta-se e fagocita por meio de Pseudópodos curtos e largos 
(por isso sua forma é irregular quando em ação). 
 
Fagocitam� restos de células, material intercelular alterado, bactérias e partículas inertes 
que penetram no organismo. 
 
 19
 Os macrófagos se originam dos monócitos - células sanguíneas que 
atravessam os capilares, penetrando no tecido conjuntivo (por diapedese), onde se 
transformam em macrófagos. Portanto o monócito e o macrófago são as mesmas células, 
em diferentes estágios de maturação. Os macrófagos do tecido podem proliferar localmente 
produzindo novas células. O monócito se origina da medula óssea. 
 Os macrófagos estão presentes na maioria dos órgãos e constituem o sistema 
fagocitário mononuclear. Apresentam nomes diferentes dependendo do local em que se 
encontram. São células importantes no sistema imunológico (JUNQUEIRA & 
CARNEIRO, 2004). 
 
Nome da Célula Localização 
Monócito Sangue 
Macrófago Tecido conjuntivo, órgãos linfóides, pulmão e medula óssea 
Célula de Kupffer Fígado 
Micróglia Sistema Nervoso 
Células de Langerhans Pele 
Célula Dendrítica Linfonodo 
Osteoclasto Osso 
 
 
3. PLASMÓCITOS: São células ovóides, citoplasma muito basófilo, e núcleo esférico e 
excêntrico. Estas células foram originalmente classificadas como células do tecido 
conjuntivo porque eles estão comumente presentes no tecido conjuntivo frouxo associado a 
certos epitélios úmidos. Entretanto, uma vez que eles se originam de linfócitos B de órgãos 
linfóides secundários e de tecido conjuntivo das mucosas, eles são mais apropriadamente 
considerados como um componente do tecido linfóide. Por isso, os plasmócitos são 
freqüentemente descritos como pertencentes tanto ao tecido conjuntivo frouxo como ao 
tecido linfóide, (COMARCK, 2001). 
 São poucos numerosos no conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos a 
penetração de bactérias e proteínas estranhas ao organismo, como por exemplo, mucosa 
intestinal e traqueal. Apresentam-se numerosos nas áreas onde existem inflamações 
crônicas (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004). 
 Os anticorpos (Ac) circulantes, encontrados no sangue, são sintetizados pelos 
plasmócitos. Os Ac são proteínas específicas, fabricadas pelo organismo em resposta à 
penetração de moléculas estranhas, que recebe o nome de antígeno (Ag). 
 Todos os Ac formados são específicos para o Ag que provocou sua formação, e se 
combina com o mesmo. Pode também ocorrer reação cruzada, entre um Ac e um Ag muito 
semelhante ao que desencadeou sua formação. 
Segundo COMARCK (2001), os plasmócitos são importantes células efetoras da 
resposta imune: desenvolver imunidade significa ficar a salvo ou isento de reinfecção. O 
tipomais comum de imunidade desenvolve-se quando células imunologicamente 
responsivas respondem a macromoléculas estranhas e produzem respostas imunes 
específicas direcionadas contra elas. Uma macromolécula capaz de estimular respostas 
imunes específicas é denominada antígeno. A proteína de secreção, produzida por um 
plasmócito, que interage especificamente com um antígeno é denominada anticorpo. Os 
 20
anticorpos, conhecidos mais precisamente de imunoglobulinas, são transportados no plasma 
sanguíneo e constituem uma classe de gama-globulinas. 
 
 
4. MASTÓCITOS: Apresenta-se como uma célula globosa, grande, sem prolongamentos 
citoplasmáticos, seu citoplasma apresenta-se carregados de grânulos basófilos. Seu núcleo é 
esférico e central. Os mastócitos colaboram com as reações imunes e tem um papel 
importante na inflamação, reações alérgicas e na expulsão de parasitos. 
 
Ocorrência: são numerosos em alguns conjuntivos como, por exemplo, a pele, membranas 
mucosas, pulmão, útero e trato gastrintestinal. 
Apresenta pelo menos duas populações, uma delas é denominada como mastócito do 
tecido conjuntivo: encontrado na pele e cavidade peritoneal (há heparina em seus 
grânulos); a segunda população é denominada de mastócito da mucosa e está presente na 
mucosa intestinal e pulmões (seus grânulos apresentam condroitim sulfatado em vez de 
heparina). 
 São ausentes no tecido conjuntivo que envolve os pequenos vasos sanguíneos 
situados no interior do cérebro e medula espinhal. Sendo estes protegidos contra os efeitos 
potencialmente destruidores do edema característico das reações alérgicas. 
 Os grânulos dos mastócitos contêm mediadores químicos como a histamina e 
glicosaminoglicanas (heparina ou condroitim sulfatada), proteases neutras, fator 
quimiotático para eosinófilos, leucotrienos ou SRL-A (substância de reação lenta da 
anafilaxia). A histamina promove um aumento da permeabilidade vascular, importante na 
inflamação. 
 A liberação dos mediadores químicos armazenados nos mastócitos provoca reações 
alérgicas denominadas “reações de sensibilidade imediata”, porque tem lugar poucos 
minutos após a penetração do Ag em indivíduos sensibilizados previamente ao mesmo. 
 Exemplo: Choque anafilático 
 
Observações importantes: 
� A superfície dos mastócitos apresentam receptores específicos para IgE (anticorpo), 
produzido pelos plasmócitos. 
 
�O PROCESSO DE EXTRUSÃO DOS GRÂNULOS NÃO DANIFICA A CÉLULA 
QUE CONTINUA VIVA E SINTETIZA NOVOS GRÂNULOS. 
 
6.CÉLULAS ADIPOSAS: São células arredondadas quando isoladas ou achatadas quando 
em grupos. Seu núcleo e o citoplasma estão intensamente comprimidos na periferia da 
célula, sendo que o espaço restante está preenchido por vacúolos contendo gorduras no seu 
interior. 
 Tem como função armazenar gorduras que servirão como reserva alternativa de 
energia. 
 
 
 
 
 21
2. SUBSTÂNCIA INTERCELULAR 
 
CONSTITUIÇÃO - FIBRAS - colágenas, elásticas e reticulares 
 - SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA 
 
 
FIBRAS 
 
. Fibras Colágenas: Branca “ïn vivo” 
 As fibras estão reunidas em Feixes de Fibras estas são formadas por feixes de 
fibrilas, e estas por sua vez são constituídas por um conjunto de Miofibrilas. 
 
PROPRIEDADES: 
. Transformam-se em gelatina quando fervidas. 
. É muito resistente à pressão e tração devido ao arranjo de sua disposição paralela. 
. Não são ramificadas, sendo muito longas e dispostas freqüentemente em feixes. 
. É a fibra mais comum do organismo. 
.O colágeno é sintetizado por diversos tipos celulares: fibroblastos, osteoblastos, 
odontoblastos, condrócitos e célula muscular lisa. 
 
 
. Fibras Elásticas: Amarelo “in vivo” 
 - São menos espessas que as colágenas e são ramificadas. 
 - Ocorrem no tecido conjuntivo fibrilar (ex.: Art. de grande calibre) 
 
PROPRIEDADES: 
. Cedem à tração e pressão, mas cessadas as forças, retornam ao estágio normal. 
. Resistem à cocção (não se alteram a fervura). 
. As fibras elásticas são sintetizadas por fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas. 
 
. Fibras Reticulares: São fibras muito delicadas e também as mais delgadas. 
 
PROPRIEDADES: 
. Disposição em forma de rede. 
. Não são coráveis 
. Não são vistos ao M.O., somente quando impregnadas em Nitrato de Prata; 
. São abundantes nos órgãos hemocitopoiéticos. 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA (intercelular) 
. É uma substância incolor, 
. Homogênea 
. Preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo 
. É de consistência viscosa; 
. Representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior do tecido. 
A SFA é uma mistura complexa de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanas e 
proteoglicanas) e glicoproteínas multiadesivas. 
 
 22
SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os condroitim sulfatos, responsáveis 
pela consistência nos tecidos cartilaginosos e ósseos. 
 
NÃO SULFATADOS: Os elementos que mais aparecem são os ácidos hialurônicos que 
garantem a viscosidade do tecido e ainda impedem a entrada de bactérias nestes. 
Encontrado no tecido conjuntivo propriamente dito. 
 
Obs. O ácido hialurônico é despolimerizado pela hialuronidase. Algumas bactérias 
produzem essa enzima, e por este motivo, conseguem penetrar no organismo, atravessando 
o tecido conjuntivo. 
 
3. LÍQUIDO INTERSTICIAL ou FLUIDO TISSULAR 
 
 - É o liquido que ocorre entre os tecidos 
 - Tem como função transportar elementos no interstício. 
 
H2O DE SOLVATAÇÃO: É o líquido tissular, não livre, não circulante, mas por onde 
circulam as substâncias. São moléculas de água fixa. 
 
 A baixa quantidade de líquidos é devido as forças: Hidrostática e Osmótica 
 P.Hidrostática: Retira líquidos do interior dos capilares 
 P.Osmótica: Atrai líquidos para o interior dos capilares 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA E LÍQUIDA TISSULAR 
 
 A quase totalidade de água presente na S.F.A. do tecido conjuntivo acha-se na 
camada de solvatação. Mesmo assim, essa água serve de veículo para a passagem por 
difusão, de inúmeras substâncias hidrostáticas os quais se difundem pelo conjuntivo sem 
que haja movimentos de líquidos. 
 Exemplo: Não se pode aspirar líquido do conjuntivo com uma seringa hipodérmica 
 
� Em condições normais, a quantidade de líquido intersticial é insignificante. 
 
 
EQUILIBRIO OSMÓTICO E HIDROSTÁTICO 
 
 A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue, 
passando através da parede dos capilares para os espaços intercelulares dos tecidos. A 
parede dos capilares é impermeável as macromoléculas, porém deixa passar água, íons e 
moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas de peso molecular baixo. 
 Segundo Junqueira e Carneiro (2004) o sangue traz para o conjuntivo os diversos 
nutrientes de que as células necessitam e leva para os órgãos de desintoxicação e 
eliminação (fígado, rim, intestino) os produtos de refugo do metabolismo, compreende-se a 
importância da passagem de água dos capilares para o conjuntivo e vice-versa. 
 Há duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a pressão 
hidrostática do sangue (pressão arterial), conseqüência principalmente da contração 
cardíaca e que tende a forçar a passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que 
 23
tem sentido contrário, é a pressão osmótica do plasma sangüíneo, que atrai água para dentro 
dos capilares. Essa pressão osmótica deve-se principalmente às proteínas do plasma, pois os 
íons e pequenas moléculas, que passam facilmente pela parede capilar, estão presentes fora 
dos vasos e dentro dele, em concentração muito semelhante. A pressão osmótica exercida 
pelos íos e moléculas pequenas é aproximadamente igual dentro dos capilares e fora, 
anulando-se mutuamente. Como as macromoléculas protéicas não passam para os espaços 
intercelulares do conjuntivo,a pressão osmótica (coloidosmótica) que eles exercem no 
interior dos capilares não é contrabalançada por pressão semelhante existente fora do 
capilar. 
 Em condições normais, ocorre uma passagem de água para fora dos capilares na 
porção arterial deles, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma arteríola. Essa saída de 
água decorre do fato de que aí a pressão hidrostática vence a pressão coloidosmóica. Mas a 
pressão hidrostática decresce ao longo do capilar, sendo mínima na sua extremidade 
venosa, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma vênula. Enquanto a pressão 
hidrostática do sangue cai, a pressão coloidosmótica aumenta, em conseqüência da saída de 
água, que acarreta uma concentração progressiva das proteínas. O aumento da concentração 
das proteínas e a queda da pressão hidrostática fazem com que, na parte venosa do capilar, 
a pressão osmótica prevaleça sobre a p. hidrostática, atraindo água para o interior do 
capilar. 
 
 
 
Fonte: Junqueira e Carneiro, 2004
Pressão hidrostática
Ação bombeadora do coração
Pressão Osmótica
Proteínas Plasmáticas
Permite a saída
Uma parte da água é drenada 
pelos capilares linfáticos
Esse movimento dos fluidos 
permite a nutrição dos 
componentes teciduais.
Atrai água de volta 
aos capilares
Ao retornar aos 
capilares, carrega os 
restos do metabolismo 
tecidual.
 
 
 
 
 
 
 24
EDEMA 
 
 Em condições patológicas diversas, a quantidade de líquido intersticial pode 
aumentar muito, formando o edema, que se caracteriza nos cortes histológicos por uma 
separação maior entre os elementos figurados do conjuntivo, provocada pelo acúmulo de 
líquido. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como um aumento de volume que cede 
facilmente a pressão localizada, a qual dá origem a uma depressão que desaparece 
lentamente. 
 O edema pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, como ocorre em 
certas infestações parasitárias (Filariose) e em certos casos de câncer, e tanbém por 
obstrução venosa pelas veias, como ocorre na insuficiência cardíaca. Outra causa é a 
desnutrição, mais especificamente a deficiência protéica. A falta de proteínas na 
alimentação acarreta uma deficiência de proteínas plasmáticas, com a conseqüente queda na 
pressão coloidosmótica e conseqüente acúmulo de água no tecido conjuntivo. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR 
 
 Classifica-se com os seguintes critérios: 
 
 - Quanto ao tipo de fibras 
 - Distribuição e concentração das fibras 
 - Orientação das fibras 
 
1. Quanto ao tipo de fibras 
1.1 Tec. conjuntivo fibrilar elástico: predomínio de fibras elásticas. Ex. artérias de grande 
calibre. 
1.2 Tec. conjuntivo fibrilar colagenoso: Predomínio de fibras colágenas. Ex. Derme e 
tendões. 
1.3 Tec. conjuntivo fibrilar reticular: Predomínio de fibras reticulares. Ex. órgãos 
linfóides. 
 
2. Quanto a distribuição das fibras: 
2.1 Tec. cojuntivo fibrilar frouxo ou areolar: Possui todos os elementos do tecido 
conjuntivo. Suas fibras são encontradas esparsas. Ocorre ligando os órgãos, envolvendo os 
vasos sangüíneos, e é o tecido que mais ocorre no organismo. Apresenta como função 
preenchimento dos espaços e ligação. 
 
2.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso ou fibroso: Há predomínio de fibras colagenosos, 
seguido de elásticas e reticulares. Ocorre na derme, gânglios linfáticos e tendões. 
 
3. Quanto a orientação das fibras: 
3.1 Tec. conjuntivo fibrilar (fibroso) denso irregular ou não modelado ou 
irregularmente constituído: As fibras estão dispostas sem nenhum arranjo definido. Ex. 
derme. 
 
 25
3.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso regular ou modelado ou regularmente constituído: 
As fibras estão dispostas regularmente, normalmente em paralelo, entre as quais ocorrem 
fibroblastos, fibrócitos e macrófagos. Ex. tendões e ligamentos. 
 
 
Recomenda-se leitura adicional: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26
UNIDADE IV - TECIDO CARTILAGINOSO 
 
 
Característica: principal é a de possuir sua substância intercelular consistente. 
 
1- Células: condroblastos e condrócitos 
 
 
2- Substância Intercelular ou matriz cartilaginosa: 
⇒ Fibras: Colágenas e elásticas 
⇒ Amorfa: predomina a condroitim sulfato, responsável pela consistência da cartilagem. 
 
3- Líquido Tissular: ocorre em mínima quantidade. 
 
Ocorrência e Distribuição: Orelha, nariz, anéis da traquéia, epífises ósseas, esqueleto do 
embrião. 
 
Funções: Sustentação e flexibilidade 
� Sendo que de acordo com a região, podem ser mais rígidas. 
 
 
Descrição dos componentes 
 
Células 
- Condroblastos: célula jovem, ativa, com grande quantidade de energia e grande 
potencial. 
Função: produzir substância intercelular formando a matriz da cartilagem 
Característica: Forma ovalada , núcleo ovalado, citoplasma rico em complexo de golgi e 
R.E. Granular, localizada na periferia da cartilagem. 
 
- Condrócitos: Secretam colágeno (tipo II) e condronectina. 
Função: Dividir-se e formar novos condroblastos, quando houver necessidade (caso 
contrário permanece inativo). 
Características: Forma arredondada, núcleo arredondado, citoplasma rico em gotículas de 
lipídios e glicogênio, localiza-se no centro da cartilagem, podendo aparecer isolados ou em 
grupos. Quando reunidos formam grupos isógenos porque se originam de um único 
condroblasto. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CARTILAGINOSO 
 
1. Quanto a orientação das fibras 
a) Cartilagem hialina 
b) Cartilagem elástica 
c) Cartilagem fibrosa 
 
 
 27
a)Cartilagem Hialina 
 Apresenta como característica suas fibras dispersas na substância fundamental 
amorfa, sendo que fibras e substância apresentam o mesmo índice de refração. 
 Ocorrem na traquéia, esqueleto do embrião, laringe, epífises dos ossos longos e 
partes do nariz. 
- Suas fibras colágenas são distribuídas irregularmente, mas mesmo assim, garantem a 
função de sustentação. 
- O tecido que envolve a grande maioria dos tecidos cartilaginosos hialinos é o pericôndrio. 
 
b) Cartilagem Elástica 
 Apresentam como característica além das fibras colágenas uma rica rede de fibras 
elásticas dispersas na substância fundamental amorfa. 
- Suas fibras elásticas são mais espessas que as fibras colágenas 
- Apresenta Pericôndrio 
Pode ser encontrada: Orelha, nariz, epiglote, tuba de Eustáquio, pavilhão auditivo. 
 
c) Cartilagem Fibrosa 
 Sua principal característica é ser formada por fibras colágenas orientadas em feixes 
paralelos, que lhe conferem maior resistência. Não apresenta Pericôndrio 
-É encontrada: nos discos intervertebrais e algumas inserções articulares (Escápula-
Umeral). 
 
 Pericôndrio 
 Todas as peças cartilaginosas Hialinas e Elásticas são envolvidas por uma camada 
de tecido conjuntivo denso, (na sua maior parte). 
 É formado por um tecido conjuntivo rico em fibras colágenas na parte mais 
superficial, porem gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da 
cartilagem. Morfologicamente, as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos. 
 
 
 Matriz 
 É formada em 40% por fibrilas de colágeno embebidas em substância fundamental 
amorfa. Nos preparos comuns, o colágeno não se destaca da subs. Fundamental amorfa por 
dois motivos.- Porque está principalmente sob a forma de fibrilas, a maioria das quais de 
dimensões submicroscópicas. 
 - Porque as fibrilas têm o índice de refração muito semelhante ao da substância 
fundamental amorfa que as envolve. 
 
 A parte amorfa da matriz é constituída principalmente por glicosaminoglicanas 
combinadas com proteínas, formando proteoglicanas. 
 
OBS. as proteoglicanas ligam-se quimicamente ao colágeno e está associação é responsável 
pela resistência da cartilagem as pressões. 
 
 
 
 28
Condriogênese (Histogênese) 
 
 A cartilagem se origina do mesênquima. Os passos p/ sua formação são: 
1) Transformação das células mesenquimais em condroblastos 
2) Formação da matriz cartilaginosa 
3) Centralização dos condroblastos na matriz cartilaginosa que passam a denominar-se 
condrócitos 
4) Novos condroblastos surgem na periferia 
5) As células mesenquimais da periferia forma o pericôndrio 
 
 Crescimento 
Ocorre de duas maneiras: 
- Aposicional: de fora para dentro (Pericôndrio) 
- Intersticial: de dentro para fora (Condrócito) 
 
Aposicional: A estrutura responsável é o pericôndrio. 
 O crescimento ocorre da seguinte forma: 
- As células mesenquimais (condriogênicas) dão origem ao condroblasto que produz 
substância intercelular e se transforma em condrócito. O processo repete a histogênese da 
cartilagem, determinando que a mesma cresça de fora para dentro. 
 
Intersticial: A estrutura responsável é o condrócito (por divisão mitótica dos condrócitos 
pré-existentes). Estes condrócitos dividem-se por mitose, renovam-se, transformando 
em condroblastos que iniciam a síntese da matriz cartilaginosa e convertem-se novamente 
em condrócitos. Desta forma ocorre o crescimento de células de dentro para fora. 
 O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases 
de vida da cartilagem. 
 A medida que a cartilagem se torna cada vez mais rígida e espessa, o crescimento 
intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. 
 
 
Nutrição 
- Não há nenhum vaso sangüíneo ou linfático na matriz, portanto é avascularizado. 
- Sua nutrição é feita através do pericôndrio. 
- Os vasos que estão no pericôndrio trazem nutrientes que através da difusão pela matriz 
nutrem as células. 
- A via de transporte dos nutrientes é a água de solvatação dos componentes da matriz, pois 
nas cartilagens praticamente não existe água em estado livre. 
 
 
Regeneração 
Regeneração fibrosa: Ocorre pela ação do pericôndrio 
Os fibroblastos se dividem e invadem a lesão, passando a sintetizar substância fibrilar. 
Logo a seguir ocorre uma restauração fibrosa no local lesado da cartilagem. Mais raramente 
pode ocorrer restauração do tipo celular (da própria cartilagem), sendo na maioria dos casos 
do tipo fibrilar. 
 
 29
 
UNIDADE V - TECIDO ÓSSEO 
 
1. Conceito: É uma forma de tecido conjuntivo constituída por células e substância 
intercelular que contém cerca de 70% de compostos inorgânicos. 
 
2. Funções: 
 * Proteção de órgãos internos (ex.: craniana e torácica). 
 * Depósito de sais de Ca e P e outros elementos. 
 * Sustentação (rigidez). 
 * Molduração corporal. 
 * Alavancas para inserção muscular. 
 * Produção de elementos sangüíneos. 
 
3. Propriedades: 
 * Altamente resistente a tração, pressão, compressão e extensão. 
 * Apresenta um alto grau de mineralização. 
 * Está em constante remodelação. 
 
4. Constituintes do Tecido Ósseo 
* Células - Osteoprogenitoras, Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos 
 
* Substância Intercelular - Fibrosa (colágeno) 
 Amorfa com sais inorgânicos e orgânicos 
 
* Líquido Tissular - Ausente ou reduzido na substância osteóide, e matriz Óssea, mas 
abundante no osso adulto, sendo representado por plasma, linfa 
e outros elementos. 
 
DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES 
CÉLULA OSTEOPROGENITORA: 
 - São pequenas células fusiformes que residem em todas as superfícies ósseas não 
reabsortivas. Elas constituem a camada profunda do periósteo que reveste cada osso e 
também o endósteo que reveste a cavidade medular, canais haversianos. 
 - Estas células do periósteo ou do endósteo que são estimuladas a proliferar dão 
origem a osteoblastos, em regiões que são bem vascularizadas, e a condroblastos em 
regiões que não são vascularizadas. 
 - Estas células participam na reparação das fraturas. 
 
OSTEOBLASTOS: 
- Dão origem ao tecido ósseo; 
- No osso adulto são encontradas em áreas de destruição ou regeneração; 
- Forma cúbica ou angular; 
- Apresentam Fosfatase Alcalina que participa da impregnação da matriz orgânica 
do osso com fosfatos. 
 
 
 30
OSTEÓCITOS: 
- Encontrados em maior número; 
- Forma estrelada; 
- Núcleo compacto; 
Obs.: São as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando lacunas dos 
quais partem os canalículos. 
 
 
OSTEOCLASTOS: 
- Células móveis, gigantes, multinucleadas (6 a 50 ou + núcleos); 
- São células capazes de destruir a cartilagem e o osso; 
- Os osteoclastos derivam dos monócitos do sangue. Após atravessar a parede dos 
capilares do osso, os monócitos fundem-se para formar os osteoclastos. 
 
 
 
SUBSTÂNCIA INTERCELUL.AR OU MATRIZ 
 
 Parte inorgânica - representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais 
encontrados são os de fosfato e cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e 
citrato. 
 * O Ca e P formam Cristais de Hidroxiapatita (Ca10 (PO4)6(OH)2) , onde se arranjam 
ao longo das fibrilas do colágeno, e são envolvidos por substância fundamental amorfa. 
 
 Parte orgânica - formada por fibras de colágeno e por pequena quantidade de 
substância fundamental que contém proteoglicanas e glicoproteínas. 
 
 * A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela 
dureza e resistência característica do tecido ósseo. 
 
 Removendo o Ca do osso - mantém a forma intacta, porém tornam-se flexíveis 
como tendões. 
 Removendo o Colágeno (parte orgânica) - através da incineração - o osso também 
fica com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado 
sem se partir. 
 
 
 PERIÓSTEO E ENDÓSTEO 
 
 São as membranas conjuntivas que revestem o osso externamente e internamente. 
Periósteo - É formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte externa, e 
mais celular e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo. 
Endósteo - Formado por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo frouxo, revestindo as 
cavidades dos ossos esponjosos, canal medular, canais de havers, e canais de 
volkmann. 
 
 31
 No tecido conjuntivo do endósteo e principalmente do periósteo, existem vasos 
sangüíneos, que se ramificam e penetram nos ossos, através de canais encontrados na 
matriz óssea. 
 Principais funções: 
• Nutrir o tecido ósseo, pois dos seus vasos partem ramos que penetram nos ossos 
pelos canais de Volkmann. 
• Servem de fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO 
 
 * Tecido ósseo rudifibroso ou imaturo ou primário; 
 * Tecido ósseo laminoso ou maturo ou secundário (lamelar). 
 
 Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz, 
porém, no tecido ósseo primário as fibras colágenas formam conjuntos dispostos 
irregularmente; e no tecido ósseo secundário essas fibras se organizam em lamelas, que 
adquirem uma disposição muito peculiar. 
 
 
TECIDO ÓSSEO RUDIFIBROSO OU IMATURO OU PRIMÁRIO 
 
 São encontrados nos embriões, pontos de inserção dos tendões nos ossos, e alvéolo 
dentário. 
 Apresenta fibras colágenas sem organização definida, tem menor quantidade de 
minerais e maior percentual de osteócitos. 
 É o primeiro tecido ósseo a ser formado, sendo substituído gradativamente por 
tecido ósseosecundário. No adulto é pouco freqüente. 
 
TECIDO ÓSSEO LAMINOSO OU SECUNDÁRIO OU MADURO 
 
 É o mais desenvolvido no adulto. 
 Como característica apresenta fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam 
paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com 
vasos, formando o sistema de Harvers. 
 As lacunas com osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas, em cada 
lamela, as fibras colágenas são paralelas umas as outras. 
 Separando um grupo de lamelas, ocorre freqüentemente um acúmulo de 
proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas), que recebe o nome de substância 
cimentante. 
 Cada sistema de Harvers ou Ósteon é constituído por um cilindro longo, às vezes 
bifurcado, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. 
 No centro deste cilindro ósseo existe um canal, o canal de Harvers, que contém 
vasos, nervos e tecido Conjuntivo Frouxo. Os canais de Harvers comunicam-se entre si, 
com a cavidade medular e com a superfície externa do osso, por meio de canais transversais 
 32
ou oblíquos, os canais de Volkmann. Estes se distinguem dos de Harvers por não 
apresentarem lamelas ósseas concêntricas. 
 
 
HISTOGÊNESE 
 O tecido ósseo é formado por um processo chamado de ossificação 
intramenbranosa que ocorre no seio de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de 
ossificação endocondral que se inicia sobre um modelo cartilaginoso, o qual é destruído 
gradualmente e substituído por tecido ósseo que se forma à partir de células vindas do 
conjuntivo adjacente. 
 Tanto na ossificação Intramembranosa como na endocondral, o primeiro tecido 
ósseo formado é do tipo primário. Este é pouco à pouco removido e substituído por tecido 
secundário ou lamelar. 
 
 
HISTOFISIOLOGIA 
Sustentação e proteção 
 O tecido ósseo forma o esqueleto que serve de apoio às partes moles do organismo e 
no qual se inserem os músculos voluntários (esqueléticos). Os ossos longos constituem 
sistemas de alavancas que aumentam a força gerada pela contração muscular. Por sua 
resistência, os ossos representam uma proteção para o sistema nervoso central, contido na 
caixa craniana e no canal vertebral. Protegem também a medula óssea. 
 
 
Plasticidade 
 Apesar da sua resistência às pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito 
plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas 
forças e que está submetido normalmente. Assim é que a posição dos dentes na arcada 
dentária pode ser modificada por pressões laterais exercidas por aparelhos ortodônticos 
sobre os mesmos. Ocorre reabsorção óssea no lado em que a pressão atua e deposição no 
lado oposto, que está sujeito a uma tração. Desse modo, o dente praticamente caminha na 
espessura do maxilar. Essa capacidade de reconstrução não é exclusiva do osso alveolar, 
sendo este apenas um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, o que contrasta com a 
aparência inerente de um osso seco. 
 
 
 Reserva de cálcio 
 O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva 
deste elemento, cuja taxa no sangue (calcemia) e nos tecidos varia muito pouco. O ìon 
cálcio é importante na contração muscular, transmissão do impulso nervoso, coagulação 
sangüínea, adesão celular... 
 Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sangüíneo e o dos ossos. O 
cálcio absorvido da dieta e que faria aumentar a taxa sangüínea é depositado imediatamente 
no tecido ósseo e, inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando diminui sua 
percentagem no sangue. 
 
 
 33
VASCULARIZAÇÃO 
 
 Os vasos sangüíneos formam no periósteo uma rede + ou - espessa. Deste ponto tem 
início pequenos ramos arteriais finos que penetram na medula óssea através de perfurações 
de nutrição e participam da rede capilar que a irriga. 
 Os vasos linfáticos se situam principalmente na capa externa do periósteo. 
 
 
INERVAÇÃO 
 
 É feito por fibras nervosas mielínicas e amnielínicas que formam uma plexo frouxo. 
Uma parte destas fibras acompanha os vasos sangüíneos e penetram com os mesmos nos 
canais de nutrição. Outra parte das fibras termina no periósteo como ramificações livres. 
 
 
REPARAÇÃO DAS FRATURAS 
 
 Nas fraturas ocorre hemorragia local, pela lesão dos vasos sangüíneos do osso e do 
periósteo. Nota-se também destruição da matriz e morte de células ósseas junto ao local 
fraturado. 
 Para iniciar a reparação, o coágulo sangüíneo e os restos celulares e de matriz 
devem ser removidos pelos macrófagos. 
 O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com uma intensa 
proliferação de seus fibroblastos, que formam um tecido muito rico em células, 
constituindo um colar em torno da fratura e penetrando entre as extremidades ósseas 
rompidas. 
 Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as 
extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação 
endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se forma, quanto por ossificação 
intramembranosa. 
 Podem ser encontrados no local de reparação ao mesmo tempo: 
• Áreas de cartilagem; 
• Áreas de ossificação intramembranosa e 
• Áreas de ossificação endocondral. 
 Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo, 
constituído por tecido ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une 
provisoriamente as extremidades do osso fraturado. 
 Com a volta gradual do osso às suas atividades, irá ocorrer a remodelação do calo 
ósseo; sendo esta remodelação essencial para que o osso retorne a sua estrutura anterior, ou 
seja, antes de ocorrer a fratura. 
 Pouco a pouco o tecido ósseo primário do calo vai sendo reabsorvido e substituído 
por tecido ósseo lamelar, até que a estrutura que o osso apresentava antes da fratura seja 
totalmente refeita. 
 
Sugestões de leitura: 
COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003, 371p. 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro: 2004, 488p. 
 34
UNIDADE VI - TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO 
 
SANGUE 
 
1. Definição: O sangue é um tecido conjuntivo fluido, no qual as células, ou elementos 
figurados estão suspensos em uma matriz líquida chamada plasma. 
 
 
2. Funções: 
A) Transporte de oxigênio e dióxido de carbono, pela afinidade pela Hemoglobina. 
B) Transporte de hormônios 
C) Remoção de restos metabólicos 
D) Manutenção do equilíbrio ácido básico 
E) Controle da temperatura corporal 
F) Defesa contra infecções 
 
•••• garantem a homeostasia do meio interno. 
 
3. Composição: 
Constituído de: 
. Plasma - substância intercelular líquida - que contém proteínas( albumina, fibrinogênio e 
gamaglobulinas) 
 
. Células - Eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou hemácias 
 
- Leucócitos ou glóbulos brancos 
 
- Trombócitos ou plaquetas 
 
 
4. Cor: Decorre da presença do pigmento hemoglobina do citoplasma dos eritrócitos. O 
sangue é um líquido viscoso e opaco de cor escarlate quando oxigenado e vermelho 
escuro quando desoxigenado. 
 
 
5. Descrição das células: 
 
5.1. Eritrócitos 
 Forma � Discos bicôncavos, anucleados e arredondados nos mamíferos, 
 . Discos biconvexos, nucleados e elípticos nas aves, répteis e anfíbios. 
 
 Tamanho � Variam em torno de 4 a 7 µm de diâmetro e 2 µm em espessura. 
 O nº total varia com o sexo, idade, atividade fisica... 
 
Estrutura � O eritrócito é composto de uma membrana ou estroma e a hemoglobina. 
 
 35
Sobrevida�O tempo de duração dos eritrócitos é em torno de 120 dias, sendo após este 
tempo eliminadas da circulação. São destruídas por fagocitose (hemocaterese) no baço 
fígado e medula óssea. A membrana é eliminada do organismo, enquanto que a 
hemoglobina é reaproveitada peloorganismo. A hemoglobina é desdobrada em ferro e 
bilirrubina. 
 
5.2. Leucócitos: quando isolados são incolores, e quando juntos mostram uma coloração 
branca. Possuem suas funções somente quando deixam o sistema circulatório e entram 
nos tecidos. 
 São células nucleadas, móveis e realizam suas funções nos tecidos. 
 O nº circulante é bem menor em relação as hemácias, e ainda variam em situações 
patológicas, fisiológicas como o stress, exercícios, alimentação, sexo, idade. 
 Os leucócitos classificam-se de acordo com a presença ou não de grânulos: 
 
a) Granulócitos 
1) Eosinófilos: diâmetro - 9 a 15 µm 
 .Núcleo bilobulado, rodeado de grânulos acidófilos; 
 .Função pouco conhecida, porém presume-se que suas funções principais sejam: 
� Fagocitar e destruir certos complexos Ag-Ac. 
� Limitar e circunscrever processos inflamatórios. 
 
2) Basófilos: diâmetro 10 a 12 µm 
 .Núcleo bilobulado ou forma irregular; podendo apresentar-se com aspecto de letra “S”. 
 .Citoplasma carregado de grânulos, os quais muitas vezes obscurecem totalmente o 
núcleo. 
 .São raros no sangue. 
 .Função - talvez participem nos estados alérgicos e no stress. 
 
3) Neutrófilos: diâmetro 10 a 12 µm 
 Núcleo lobulado ou segmentado - variando de 2 a 5 lóbulos, núcleo pouco volumoso. 
 .Núcleo não lobulado - formas imaturas - bastão, metamielócitos e mielócitos. 
 .Grânulos pouco visíveis devido a suas pequenas dimensões. 
 .Função: constitui a primeira linha de defesa celular contra a invasão de 
microorganismo, sendo fagócitos ativos de partículas de pequenas dimensões. 
 
b) Agranulócitos: 
1) Linfócitos: diâmetro 6 a 8 um. 
 .São células esféricas. 
 .Núcleo esférico, sua cromatina se dispõem em grumos grosseiros de modo que o núcleo 
aparece escuro nos preparados usuais. 
 .Funções: relacionado a respostas à antígenos, sintetizando e liberando anticorpos à 
circulação. Os linfócitos funcionalmente são de 2 tipos: os circulantes de longa vida - 
linfócito T, e os circulantes de vida curta - linfócitos B. 
 
2) Monócitos: diâmetro 9 a 22 µm 
 .É o maior de todos os leucócitos; 
 36
 .Núcleo ovóide, com forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico, e mais 
claro que os demais leucócitos. 
 .Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da cél. Mononuclear 
fagocitária originada na medula óssea. Estas cél. Passam para o sangue, onde circulam em 
torno de 3 dias e depois vão para os tecidos convertendo-se em macrófagos onde fagocitam 
restos celulares e substâncias estranhas. 
 
 
5.3 Trombócitos ou plaquetas 
 São corpúsculos ovais ou irregulares, e anucleados, que corresponde a metade de 
um eritrócito em diâmetro. Originam-se da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos 
maduros. 
 
Funções: Hemostasia de aderência, coagulação sangüínea, retração do coágulo. 
 
 As plaquetas tampam pequenos defeitos no revestimento endotelial dos vasos 
sangüíneos e bloqueiam a hemorragia através da coagulação. Normalmente, o revestimento 
dos vasos possui uma superfície lisa; quando ocorre uma falha no endotélio, esta superfície 
se modifica. Então, as plaquetas, que fluem no sangue ao longo do lúmem, aderem à 
superfície modificada e circundam a falha, de tal forma que o defeito desaparece. 
 Quando um vaso sangüíneo é cortado, ocorre hemorragia. O sangue flui para o 
exterior através da parede aberta do vaso e as plaquetas começam a aderir à área danificada. 
O contínuo acúmulo de plaquetas reduz a área afetada e, posteriormente oclui a abertura. 
Este processo é auxiliado pela contração da musculatura lisa da parede do vaso, que 
contribui ainda mais para o fechamento da abertura. Além disso, o sangue adjacente à área 
de agrupamento de plaquetas pode coagular. 
 
 
6. PLASMA 
É de cor âmbar, é o componente fluido do sangue. Constitui cerca de 55% do 
volume sangüíneo dos quais: 
 90% água 
 7% proteínas (albumina, fibrinogênio e gamaglobulinas); 
 1% substâncias inorgânicas - K, Cl, Na, HCO3; 
 1% substâncias orgânicas não protéicas; 
. Restante - gases dissolvidos, hormônios e pigmentos. 
 
FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
 
1. Exercem pressão sangüínea 
2. Auxiliam na coagulação sangüínea 
3. Contribuem com a viscosidade do sangue em relação a pressão sangüínea; 
4. Servem como tampões, mantendo constante a concentração de íon hidrogênio no 
sangue; 
5. Auxiliam no transporte de Fe e hormônios; 
6. Contribuem no desenvolvimento da imunidade, através das gamaglobulinas. 
 
 37
As proteínas plasmáticas são formadas no fígado pelos hepatócitos a partir de 
aminoácidos. Os plasmócitos são responsáveis pela síntese das gamaglobulinas, que são os 
anticorpos. 
 
 
MEDULA ÓSSEA 
 As células do sangue geralmente não se multiplicam na corrente sangüínea e, tendo 
duração relativamente curta, são continuamente substituídas por células novas originadas 
da medula óssea vermelha, que é constituída por tecido mielóide. 
 Os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas são produzidos exclusivamente 
na medula óssea. Os linfócitos originam-se diretamente da medula óssea, e também em 
outros órgãos, mas por divisão mitótica de células derivadas daquelas. As células 
precursoras saem da medula óssea e levadas pelo sangue vão fixar-se nos órgão formados 
por tecido linfóide (gânglios, tonsilas, baço, timo, nódulos linfóides), onde proliferam e 
produzem linfócitos para o sangue. 
 A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e cavidades dos 
ossos esponjosos. A m. óssea consiste de uma rede tridimensional de fibras reticulares que 
sustentam células reticulares; as artérias nutridoras que suprem a medula ramificam-se em 
arteríolas e capilares que, por sua vez, se abrem nos sinusóides. O revestimento endotelial 
dos sinusóides permite que um grande número de células sangüíneas recentemente 
formadas caia na circulação, passando entre as células endoteliais destes capilares. 
 
Distinguem-se: 
 MEDULA ÓSSEA VERMELHA - ou Hematógena, que deve sua cor à presença de 
numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação; 
 
 MEDULA ÓSSEA AMARELA - Rica em células adiposas e que não produz células 
sangüíneas. 
 
 Nos recém nascidos toda a medula óssea é vermelha, e, portanto, ativa na produção 
de células do sangue. Com o avançar da idade, porém, a maior parte da medula óssea 
transforma-se em amarela, existindo medula óssea vermelha no adulto apenas no esterno, 
costelas, vértebras, no adulto jovem nas epífises proximais do fêmur e úmero. 
 
 
FUNÇÕES 
MEDULA ÓSSEA VERMELHA: 
. Produção de células sangüínea 
. Armazenamento de Fe - ferritina e hemossiderina 
. Produção de células indiferenciadas que, levadas pelo sangue, vão se estabelecer nos 
órgão linfóides. Estas células são precursoras dos linfócitos T e B. 
 
MEDULA ÓSSEA AMARELA: 
Atua como órgão de reserva nutritiva por sua riqueza em células adiposas. 
Representa uma reserva de tecido hemocitopoiético. Nas situações em que a produção de 
células sangüíneas deve ser aumentada (hemorragias freqüentes, destruição excessiva de 
 38
hemácias), parte da m. óssea amarela se transforma em m. óssea vermelha e retorna a 
atividade hematógena, devido a células indiferenciadas existentes entre as células adiposas. 
 
 
MATURAÇÃO DAS CÉLULAS 
TEORIA MONIFILÉTICA: Provavelmente, todos os elementos figurados do sangue 
 se originem de 1 tipo único celular precursora, 
 HEMOCITOBLASTO. 
 
TEORIA POLIFILÉTICA: - Uma célula fonte para cada tipo celular; ou uma célula 
 fonte para os linfócitos e outra célula fonte para as demais células. 
 
SÉRIE DE MATURAÇÕES: . ERITROPOIESE - eritrócitos 
 . GRANULOCITOPOIESE - granulócitos 
 . AGRANULOCITOPOIESE - agranulócitos 
 . TROMBOCITOPOIESE – trombócitos. 
 
 
Sugestão de Leitura 
COMARCK,D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., , Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2003, 371p. 
GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007, 431p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1990. 
488 p. 
SNELL, R.S. Histologia Clínica. Rio de Janeiro, Interamericana, 1985. 686 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39
UNIDADE VII - TECIDO LINFÓIDE 
 
GENERALIDADES: 
 
São órgãos constituídos por uma variedade muito celular do tecido conjuntivo, o 
tecido linfático ou linfóide. Este tecido é formado por uma trama tridimensional de células 
reticulares, fibras reticulares e macrófagos fixos. Nas malhas deste tecido existem células 
livres, principalmente linfócitos T e B em diversas fases de maturação, macrófagos livres e 
plasmócitos. 
Há 3 tipos de tecido linfóide: 
Tecido linfóide Frouxo - predomínio de células fixas. 
Tecido linfóide Denso - predomínio de células livres (linfócitos). 
Tecido linfóide Denso Nodular - formam estruturas esféricas. 
Tecido linfóide Denso Cordonal – formam estruturas em forma de cordões. 
 
� O conjunto dos órgãos linfóides, mais os acúmulos de tecido linfóide em outros órgãos, 
os linfócitos do sangue e linfa, e os linfócitos e plasmócitos do tecido conjuntivo, 
constituem o sistema imunitário, cuja função é o reconhecimento e defesa contra 
macromoléculas que penetram no organismo isoladamente ou como parte da estrutura 
superficial de um vírus ou microorganismos. 
 A medula óssea e o timo são considerados órgãos linfóides primários ou centrais, 
sendo sua função marcar os linfócitos. Os demais órgãos (linfonodo, tonsila, baço e os 
nódulos linfóides espalhados pelo organismo) são denominados de secundários, tendo 
como função reagir frente a antígenos. 
 
 
ÓRGÃOS LINFÓIDES 
 
A) NÓDULOS LINFÓIDES OU FOLÍCULOS LINFÓIDES 
 
São encontrados isolados no tecido conjuntivo frouxo (Figura 1) de diversos órgãos 
(principalmente na lâmina própria do tubo digestivo, vias respiratórias e vias urinárias). 
Esses nódulos não apresentam cápsula conjuntiva e podem ocorrer em grupos, formando 
acúmulos, como as placas de Peyer no íleo. Os nódulos são estruturas temporárias, podendo 
aparecer e desaparecer de um determinado local. Cada nódulo linfático é uma estrutura 
esférica com 0,2 a 1 mm de diâmetro. 
Freqüentemente, o interior do nódulo mostra uma região menos corada, o Centro 
Germinativo. Este aspecto deve-se ao fato da região central de muitos nódulos ser rica em 
linfócitos imaturos, que tem núcleos mais claros, e devido a isto, contrastam com os 
linfócitos menores e de núcleos mais escuros, localizados na periferia do nódulo. 
 40
A presença do Centro germinativo indica que o nódulo está em grande atividade no 
sentido da produção de linfócitos. O centro germinativo pode aparecer e desaparecer num 
nódulo, conforme o estado funcional deste. 
Nos nódulos (tecido linfóide nodular) predominam as células livres, constituídas 
principalmente por linfoblastos, linfócitos grandes, médios e pequenos, e plasmócitos em 
diversos estágios de maturação; e células fixas: macrófagos e células reticulares. 
 
Figura 1 – Nódulo linfóide abaixo do epitélio de revestimento da língua. 
 
B) LINFONODOS OU GÂNGLIOS LINFÁTICOS 
 
São órgãos encapsulados constituídos por tecido linfóide e que aparecem espalhados 
pelo corpo, sempre no trajeto dos vasos linfáticos. 
Os linfonodos são arredondados ou reniformes (um lado convexo e outro côncavo 
onde está o hilo, pelo qual penetram as artérias nutridoras e saem as veias). A linfa que 
atravessa os linfonodos penetra pelos vasos linfáticos, que desembocam na borda convexa 
do órgão (vasos aferentes) e saem pelos linfáticos do hilo (vasos eferentes). 
A cápsula de tecido conjuntivo denso que envolve os linfonodos envia trabéculas 
para o seu interior, dividindo o parênquima em compartimentos incompletos. O parênquima 
do linfonodo é dividido numa região cortical, que se localiza abaixo da cápsula, ausente no 
hilo, e numa região medular, que ocupa o centro do órgão e seu hilo. 
Além destas regiões, descreve-se também uma zona Paracortical, localizada entre a 
cortical e a medular. Esta região é mal definida morfologicamente. 
ESTRUTURA HISTOLÓGICA 
Região Cortical - tecido linfóide frouxo, que forma os seios subcapsulares e 
peritrabeculares, e por nódulos linfóides (tecido linfóide denso). 
Região Medular - constituída pelos cordões medulares (tecido linfóide denso); seios 
medulares (tecido linfóide frouxo). 
Região Paracortical - constituída por tecido linfóide denso. 
HISTOFISIOLOGIA 
Os linfonodos são verdadeiros filtros da linfa. Estão espalhados por todo o corpo, e 
a linfa antes de atingir o sangue, atravessa ao menos 1 linfonodo. 
 41
A linfa aferente chega aos seios subcapsulares, passa pelos seios peritrabeculares e 
daí para os seios medulares, saindo pelos linfáticos eferentes. Estes podem ser comparados 
ás cavidades de uma esponja, pelos quais a linfa circula muito lentamente. Isto favorece um 
contato íntimo e demorado com os macrófagos aí situados, o que facilita a fagocitose de 
moléculas e partículas estranhas trazidas pela linfa. 
 
 
C) AMIGDALAS OU TONSILAS 
 
São órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfóide, colocados abaixo do epitélio da 
boca e da faringe. 
Distinguem-se as amígdalas: faríngea, palatinas e linguais. 
 
Ao contrário dos linfonodos, as tonsilas não se situam no trajeto de vasos linfáticos. 
Produzem linfócitos, muitos dos quais penetram no epitélio e o atravessam, caindo na boca 
e na faringe. 
 
C.1. TONSILAS PALATINAS: São em número de duas, localizadas na parte oral da 
faringe. Nelas o tecido linfóide denso forma uma faixa sob o epitélio estratificado plano, 
faixa esta que contem nódulos linfáticos, em geral com centros germinativos. 
Cada tonsila tem 10 a 20 invaginações epiteliais que penetram profundamente no 
parênquima, formando as criptas. Essas criptas contêm células epiteliais descamadas, 
linfócitos vivos e mortos e bactérias, podendo aparecer como pontos purulentos nas 
amidalites. 
Separando o tecido linfóide dos planos profundos, há uma faixa de tecido conjuntivo denso, 
a cápsula da amígdala. Essa cápsula representa uma barreira à propagação das infecções das 
amígdalas. 
 
C.2. TONSILA FARINGIANA: Essa tonsila é única e situa-se na porção supero-
posteriorda farínge, sendo recoberta pelo epitélio típico das vias respiratórias. Esta tonsila é 
formada por pregas da mucosa e contém tec. Linfóide difuso e nódulos linfóides. Essa 
tonsila não possui criptas. A cápsula é mais fina em relação à palatina. 
 
C.3. TONSILAS LINGUAIS: Possuem pequeno diâmetro, porém são mais numerosas. 
Situam-se na base da língua, sendo recobertas por epitélio estratificado plano. Em cada 
tonsila, o epitélio forma uma invaginação que se aprofunda muito, originando uma cripta. 
 
 
D) TIMO 
 
É um órgão linfóide primário ou central, situado no mediastino ao nível dos grandes 
vasos do coração. Possui 2 lobos, envolvidos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, 
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do qual partem tabiques que dividem o órgão em lóbulos incompletos, sendo a separação 
entre os lobos imperfeita (Figura 2). 
Ao contrário dos demais órgãos linfáticos, o Timo não apresenta nódulos. Cada lóbulo é 
formado de uma parte periférica de tecido linfóide denso, denominado de Zona Cortical, 
que envolve a parte central, mais clara e de tecido difuso, a Zona Medular. 
Zona Cortical - Cora-se fortemente por possuir maior concentração de linfócitos 
(principalmente pequenos). Tecido linfóide denso. 
Zona Medular - Constituída por tecido linfóide difuso, e apresentam os corpúsculos de 
Hassal, característicos do

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