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PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO 
PROCESSO DO TRABALHO 
DIREITO PROCESSUAL
DO TRABALHO
2 de 67
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aula 01 – Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho
Prof. José Gervásio A. Meireles
www.grancursosonline.com.br
SUMÁRIO
Roteiro das Aulas........................................................................................6
1. Princípios Relevantes ao Direito Processual do Trabalho ................................8
I — Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, Inafastabilidade de 
Jurisdição, Ubiquidade ou Revisibilidade Judicial .............................................9
II — Princípio do Devido Processo Legal .......................................................10
III — Princípio da Publicidade .....................................................................13
IV — Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa ......................................14
V — Princípio da Congruência, da Correspondência ou da Adstrição da Sentença 
aos Limites do Pedido ......................................................................................15
VI — Princípio da Extrapetição/Ultrapetição ..................................................16
VII — Princípio da Instrumentalidade .........................................................19
VIII — Princípio da Imparcialidade ...................................................................20
IX — Princípio da Identidade Física do Juiz .......................................................21
X — Princípio da Isonomia .........................................................................22
XI — Princípio da Oralidade ........................................................................26
XII — Princípio da Concentração dos Atos Processuais ..................................27
XIII — Princípio da Duração Razoável do Processo e Princípio da Celeridade .....28
XIV — Princípio da Subsidiariedade ............................................................30
XV — Princípio do Jus Postulandi .................................................................32
XVI — Princípio da Imediação .....................................................................34
XVII — Princípio do Livre Convencimento Motivado .......................................34
XVIII — Princípio do Juiz Natural ................................................................35
XIX — Princípio da Demanda e Princípio Dispositivo .......................................36
XX — Princípio Inquisitivo .........................................................................38
XXI — Princípio da Lealdade Processual ou da Boa-Fé ....................................40
XXII — Princípio da Conciliação ..................................................................42
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aula 01 – Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho
Prof. José Gervásio A. Meireles
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XXIII — Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias .....43
XXIV — Princípio da Estabilidade da Demanda ..............................................45
XXV — Princípios da Eventualidade e da Preclusão ........................................47
XXVI — Princípio da Impugnação Específica .................................................48
XXVII — Princípio da Cooperação ................................................................49
XXVIII — Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis ............................................50
XXIX — Princípio da Simplificação Processual ou da Informalidade ...................52
XXX — Princípio da Economia Processual .....................................................52
2. A Nossa Revisão ...................................................................................53
3. Questões de Concurso ...........................................................................58
4. Gabarito ..............................................................................................63
5. Comentários ........................................................................................64
6. Referências Bibliográficas .......................................................................67
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aula 01 – Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho
Prof. José Gervásio A. Meireles
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DIREITO DO TRABALHO
Futuro(a) Técnico(a) do TST,
Fico extremamente feliz por começar o nosso estudo de Direito Processual do 
Trabalho com você. Meu objetivo é fornecer, de forma simples e didática, o máximo 
de informações realmente necessárias para sua adequada preparação para o con-
curso de Técnico Judiciário do TST.
Apenas para que você possa me conhecer melhor, sou Juiz Federal do Trabalho 
vinculado ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região há mais de doze anos, 
atualmente atuando como juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Superior do Tra-
balho. No TST, além das atividades rotineiras, atuo também como Supervisor do 
Núcleo de Recursos de Revista e Embargos Repetitivos (NURER-PRES) junto à Pre-
sidência.
Sou pós-graduado em Direito Constitucional pela UnB, já fui advogado e já 
ocupei os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e Procurador do Estado 
(PGE).
Na Corte Superior Trabalhista, integro, como gestor nacional, o Comitê Gestor 
Nacional do Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho e o Comitê 
Gestor de Tecnologia da Informação e das Comunicações da Justiça do Trabalho 
(ambos vinculados ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho)
No Tribunal Superior do Trabalho, atuei, ainda, como (i) Supervisor do Núcleo 
de Repercussão Geral e Recursos Repetitivos (NURER) junto à Vice-Presidência da 
JOSÉ GERVÁSIO A. MEIRELES
Juiz Federal do Trabalho e pós-graduado em Direito Constitucional pela 
Universidade de Brasília (UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito 
Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios 
para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda 
Nacional (AGU) e Procurador do Estado de Goiás (PGE).
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aula 01 – Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho
Prof. José Gervásio A. Meireles
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Corte Superior, (ii) Gestor Nacional do Comitê Gestor Nacional do Programa Traba-
lho Seguro e (iii) Gestor Nacional da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil 
e de Estímulo à Aprendizagem (sendo ambos os comitês vinculados ao Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho).
As aulas serão preparadas com muita atenção ao que vem sendo cobrado nas 
provas; sempre levo em consideração que você tem pouco tempo para estudar 
todas as matérias cobradas no concurso. Conheço a dificuldade do candidato e me 
deixa extremamente honrado cada vez que um aluno me informa que foi aprovado.
Então, peço que me acompanhe nessas aulas que tentarei tornar tão interes-
santes quanto possível. 
E lembre-se: persista no estudo. Não desista. A vitória pressupõe disciplina. 
Não espere que tenha tempo sobrando para começar a estudar. Muitos procuram 
pelo sucesso, mas ele é consequência lógica do estudo eficiente. O estudo é que 
deve ser buscado, o sucesso aparece sozinho durante a busca. Henry David Tho-
reau, filósofo, já dizia: “O sucesso normalmente vem para quem está ocupado de-
mais para procurar por ele”.
Forte abraço,
Prof. José Gervásio A. Meireles
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aula 01 – Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho
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Roteiro das Aulas
As aulas serão preparadas com muita atenção ao que vem sendo cobrado nas 
provas de Tribunais do Trabalho, com foco total no concurso do TST e na bancaFCC, organizadora do último certame e a mais cotada para realizar o concurso de 
2017. Caso a banca definida seja outra, não se preocupe, adaptaremos todo o ma-
terial para que seja direcionado a ela.
A ordem de liberação das aulas pode não coincidir com a sequência abaixo indi-
cada, o que em nada compromete seu aprendizado, já que as matérias são tratadas 
de forma autônoma.
Se o edital liberado justificar alteração do programa para incluir novos subitens 
não tratados originalmente nas aulas, essas aulas serão adaptadas conforme o as-
sunto respectivo.
As aulas abrangerão os seguintes conteúdos:
1. Do processo judiciário do trabalho: princípios gerais do processo trabalhista 
(aplicação subsidiária do CPC).
2. Da Justiça do Trabalho: organização. Das Varas do Trabalho, dos Tribunais 
Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho. Dos serviços auxiliares 
da Justiça do Trabalho: das secretarias das Varas do Trabalho; dos distribuidores; 
dos oficiais de justiça e oficiais de justiça avaliadores. Da distribuição.
3. Jurisdição e competência.
4. Dos atos, termos e prazos processuais. Das custas e emolumentos. Das par-
tes e procuradores; do jus postulandi; da substituição e representação processu-
ais; da assistência judiciária; dos honorários de advogado. 
5. Das exceções. Das audiências: de conciliação, de instrução e de julgamento; 
da notificação das partes; do arquivamento do processo; da revelia e confissão. 
Dos dissídios individuais: da forma de reclamação e notificação; da reclamação es-
crita e verbal; da legitimidade para ajuizar. Do procedimento ordinário. 
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6. Das provas. Do procedimento sumaríssimo. 
7. Da sentença e da coisa julgada; 
8. Da liquidação da sentença: por cálculo, por artigos e por arbitramento. 
9. Da execução: da citação; do depósito da condenação e da nomeação de 
bens; do mandado e da penhora; das custas na execução.
10. Dos embargos à execução; da impugnação à sentença. Da praça e do leilão; 
da arrematação; da remição; 
11. Execução contra a Fazenda Pública.
12. Dos recursos no processo do trabalho. 
13. Processo Judicial Eletrônico: Resolução CSJT n. 136/2014.
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AULA 01
1. Princípios Relevantes Ao Direito Processual Do Trabalho
Caro(a) aluno(a),
A nossa primeira TÁTICA é estudar os PRINCÍPIOS que regem o Direito Indi-
vidual do Trabalho ou que, mesmo sendo gerais do Direito, influenciam nesse ramo 
do Direito. Veremos, portanto, os princípios relevantes para sua prova do concurso.
Antes de tudo, o que são e para que servem os princípios?
Princípios são padrões centrais em torno dos quais gravita todo o sistema 
jurídico. Exercem três funções principais:
Função informativa — é destinada ao legislador. Inspira o legislador como 
sugestão quando esse cria novas regras jurídicas ou atualiza as regras jurídicas 
já existentes. 
Função interpretativa — é destinada ao aplicador do Direito, pois os prin-
cípios auxiliam na compreensão dos significados e sentidos das normas que 
compõem o ordenamento jurídico. 
Função normativa ou integrativa — auxilia na solução dos casos concre-
tos, já que permite que o operador do Direito possa encontrar no princípio uma 
resposta para casos em que não existe nenhuma regra expressa prevista no 
ordenamento ou quando a regra precisa ser afastada.
Para o candidato, é evidente que as funções mais importantes serão a interpre-
tativa e a normativa. Ora, diante de uma regra prevista em lei, o candidato deve 
utilizar os princípios para interpretar a regra.
Além disso, deve-se ainda utilizar os princípios quando houver conflito entre 
regras aplicáveis a um caso. Assim, é possível que haja duas regras diferentes apli-
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cáveis a determinado caso, quando, então, haverá necessidade de que se opte por 
uma delas ou mesmo que haja aplicação limitada de ambas. São os princípios que 
ajudam nesse trabalho.
Você não pode negar que existe efetivamente a possibilidade de conflito entre 
princípios, o que deve ser resolvido com base em uma análise de importância en-
tre os bens ou direitos em jogo. É o que chamamos de ponderação. O operador 
do Direito, olhando o problema concreto, verifica qual o bem ou o direito mais 
relevante e maximiza o princípio que o protege, minimizando a incidência do outro 
princípio. Assim, os princípios não se excluem, devendo ser comparados (so-
pesados), avaliados, para se apurar qual deles deve prevalecer em um certo caso 
prático.
Feitas essas considerações iniciais, vamos ao estudo dos princípios mais rele-
vantes aplicáveis ao Processo do Trabalho:
I — Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, Ina-
fastabilidade de Jurisdição, Ubiquidade ou Revisibilidade Judi-
cial 
Este princípio também é denominado princípio do acesso à justiça ou da 
ubiquidade. Sua premissa está na Constituição:
• CF/88:
Art. 5º […]
XXXV — a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Assim, diante de uma lesão ou ameaça de lesão a direito, não pode o 
legislador impedir o Judiciário de exercer sua missão constitucional e re-
solver o conflito.
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Claro que o princípio, ao determinar que o Estado julgue o conflito (litígio), não 
o obriga, necessariamente, a deferir a pretensão requerida pelo autor da ação, haja 
vista que a parte pode não ter o direito ou não provar os fatos necessários para que 
seu pedido seja acolhido pelo juiz. Poderá, também, ocorrer que a parte não tenha 
cumprido alguma condição da ação ou algum pressuposto processual estabelecido 
em lei, o que inviabiliza o exame do pedido do autor da ação.
Em razão do princípio, não se exige, como regra, o esgotamento da via admi-
nistrativa ou meio anterior outro de solução como condição para se bus-
car o Judiciário. No entanto, apenas para hipóteses ressalvadas na própria 
Constituição, será possível condicionar o exercício do direito de ação a 
tentativas anteriores de solução por outro meio. 
É o caso, por exemplo, do dissídio coletivo de natureza econômica (processo 
coletivo do trabalho, que veremos em outra aula), ação que tem como pressuposto 
uma tentativa de acordo ou recusa à arbitragem. Leia o preceito da Constituição:
Art. 114. […]
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, 
é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições 
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
II — Princípio do Devido Processo Legal
O princípio do devido processo legal (due process of law) é um dos postula-
dos mais importantes do Estado Democrático de Direito, evitando, deste modo, que 
arbitrariedades do poder público ou de particulares poderosos possam impor restri-
ções injustas aos direitos dos indivíduos. Sua matriz encontra-se na Constituição:
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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Art. 5º […]
LIV — ninguém será privado da liberdadeou de seus bens sem o devido processo legal;
O devido processo legal possui dois sentidos: a) o formal ou processual; 
b) o substancial ou material.
O sentido formal, em sua análise mais basilar, refere-se à necessidade de 
se seguir os procedimentos e regras processuais preexistentes, sendo que 
a violação implicaria nulidade do ato processual e contaminação dos atos 
que dependam ou sejam consequência do ato nulo. Assim, por exemplo, o 
Art. 195, § 2º, da CLT menciona que, alegando a parte insalubridade e periculosi-
dade, o juiz deveria determinar a realização da perícia, sob pena de nulidade. Veja:
• CLT:
Art. 195. […]
§ 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja 
por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado 
na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do 
Ministério do Trabalho.
Logo, a regra é a realização obrigatória de perícia quando se pede adicional de 
insalubridade ou periculosidade. 
No entanto, existe o princípio na sua acepção material ou substancial. 
Nesse caso, incide o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade na 
interpretação das regras de processo, as quais devem ser lidas sem descon-
siderar critérios de bom senso, prudência e noção da finalidade da norma. 
Não se pode ser obrigado a cumprir uma norma quando as peculiaridades do 
caso permitem ou exigem a flexibilização da regra processual. 
O próprio CPC impõe que a razoabilidade e proporcionalidade sejam conside-
radas:
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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• CPC:
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exi-
gências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência.
Voltando a nosso exemplo, o próprio TST, valendo-se de razoabilidade, já fle-
xibilizou a obrigatoriedade da realização perícia em diversas situações, dentre as 
quais citamos:
• Súmula 453 do TST:
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZA-
ÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O 
ART. 195 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 406 da SBDI-I) – Res. 
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 
O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empre-
sa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual 
inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida 
pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições 
perigosas.
• OJ 278 da SDI-I do TST:
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO 
(DJ 11.08.2003) 
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for 
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador 
utilizar-se de outros meios de prova.
Logo, não seria razoável ser obrigado a determinar a perícia quando o local de 
trabalho não mais existe ou mesmo quando o pagamento de um adicional inferior 
já evidencia a condição perigosa. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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III — Princípio da Publicidade
Os atos processuais, em regra, são públicos, somente podendo haver a 
restrição a essa publicidade quando o exigir o interesse público, o interes-
se social e a preservação da intimidade.
A regra e as exceções podem ser constatadas na Constituição Federal, na CLT 
e no CPC:
• CF/88:
Art. 5º […]
X — são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pes-
soas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; […]
XXXIII — todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; […]
LX — a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a de-
fesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93. […]
IX — todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
• CLT:
Art. 770. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determi-
nar o interesse social, […]
• CPC:
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a pre-
sença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do 
Ministério Público.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de 
justiça os processos:
I — em que o exija o interesse público ou social; […]
III — em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimida-
de;
Nessas hipóteses, pode o acesso aos autos ficar limitado às partes, aos advoga-
dos, aos defensores públicos e ao Ministério Público.
IV — Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa
A Constituição Federal preceitua:
• CF/88:
Art. 5º […]
LV — aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em ge-
ral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a 
ela inerentes;
O contraditório cuida de garantia de que a parte seja ouvida, não poden-
do o juiz decidir a causa sem que os interessados tenham oportunidade 
de interferir em seu convencimento, por meio de alegações. O processo será, 
portanto, conduzido de maneira que se permita que cada manifestação ou pe-
dido de uma parte seja seguido da oportunidade de manifestação de seu 
adversário. Além disso, a cada manifestação de terceiro, do juiz ou de su-
jeito auxiliar da Justiça (por exemplo, perito), as partes e os interessados 
podem se manifestar. Não bastasse, as partes têm direito à ciência de todo e 
qualquer ato praticado no processo. 
O próprio CPC prevê:
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-
tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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A importância da manifestação da parte é tamanha que não se admite a “de-
cisão surpresa”, não podendo o juiz decidir com base em fundamento sobre os 
quais as partes não se manifestaram. Veja:
• CPC:
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento 
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que 
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
A ampla defesa cuida de garantia que está intrinsecamente ligada ao 
contraditório e envolve inclusive a possibilidade de a parte utilizar todos 
os meios e recursos a ela inerentes para sustentarsuas alegações. Logo, 
por exemplo, se parte afirma que a assinatura do documento é falsa, o requerimen-
to de realização de perícia grafotécnica e a formulação de quesitos são exterioriza-
ções dessa ampla defesa.
V — Princípio da congruência, da correspondência ou da adstrição 
da sentença aos limites do pedido
Como você percebe, são diversos nomes para o mesmo princípio. Ele parte da 
premissa de que, no Direito Processual, o juiz é proibido de proferir decisão de 
natureza diferente daquela pedida ou mesmo condenar o réu em quantida-
de maior ou bem/direito diferente do que foi pedido. 
Assim, se o autor da ação trabalhista pede adicional de insalubridade, não pode 
o juiz, constatando que não existe agente insalubre no local de trabalho, mas existe 
agente perigoso, deferir o adicional de periculosidade. Se o juiz deferir esse adicio-
nal de periculosidade, haverá um julgamento extra petita (fora do pedido).
Da mesma maneira, se o trabalhador, na ação trabalhista, pede indenização por 
danos materiais causados pelo empregador no valor de R$ 10.000,00 gastos com 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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remédios e consultas para tratar doença adquirida no trabalho, não pode o juiz 
deferir mais se verificou que o valor gasto foi maior (R$ 15.000,00), por exemplo. 
Se o juiz deferir mais de R$ 10.000, a sentença (decisão) é ultra petita (excede o 
pedido).
Existem duas regras no Código de Processo Civil que envolvem esse prin-
cípio:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado 
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. 
[…]
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como 
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi deman-
dado.
Dessa forma, a atuação do juiz ou do Tribunal, ao julgar um processo, deve fi-
car restrito aos limites estabelecidos pelas partes no processo. A matéria que 
será discutida é definida pela petição inicial e pela contestação e/ou reconvenção. 
Vejamos um julgado do TST sobre o referido direito:
RECURSO DE REVISTA. […] JULGAMENTO ULTRA PETITA. LIMITAÇÃO DA CON-
DENAÇÃO AOS VALORES ESPECIFICADOS NA PETIÇÃO INICIAL. 
Os artigos 128 e 460 do CPC/73 (arts. 141 e 492 do CPC/15) consagram o princípio 
da adstrição ou da congruência objetiva, de forma que o Juiz, ao decidir a lide, deve se 
ater aos limites em que esta foi proposta, sendo-lhe defeso proferir sentença, a favor do 
autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade supe-
rior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Configura julgamento ultra petita 
a inobservância pelo Julgador do quantum indicado na inicial pelo autor, em relação a 
cada um dos pedidos formulados. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 10628-
03.2014.5.15.0103, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 
08/03/2017, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/03/2017)
VI — Princípio da Extrapetição/Ultrapetição
Esse princípio é uma exceção ao princípio da congruência anteriormente 
estudado. Ele considera que, em hipóteses especiais, possa o juiz deferir ou 
determinar algo que não pedido pelas partes. 
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Existem casos previstos em lei que demonstram claramente a aplicação desse 
princípio. Veja alguns exemplos:
a) Juros e correção monetária: se uma parte pede uma parcela em dinheiro, 
mas não pede os juros e a correção monetária, pode o juiz incluir os juros e a 
correção independentemente de a parte tê-los pedido. Exemplo disso seria o 
trabalhador pedir o salário de agosto do ano anterior, que não foi pago, e o magis-
trado deferir o salário corrigido e com juros. A contadoria tem de considerar todas 
essas parcelas.
Essa noção está clara no Art. 322, § 1º, do CPC:
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
Aliás, a Súmula 211 do TST preceitua na mesma direção:
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INI-
CIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. 
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o 
pedido inicial ou a condenação.
b) Multa cominatória no caso de descumprimento de obrigação de en-
tregar, fazer ou não fazer: uma vez que o juiz tenha condenado o réu a cum-
prir uma obrigação de entregar, fazer ou não fazer ou mesmo se impuser 
essa obrigação em uma liminar, pode forçar o cumprimento da decisão 
mediante o estabelecimento de multa para o descumprimento.
Exemplo disso ocorre quando o trabalhador ajuíza uma ação alegando que o 
empregador não está fornecendo os equipamentos de proteção individual e o juiz, 
se convencendo desse fato, profere uma decisão determinando que o empregador 
forneça imediatamente os equipamentos de proteção sob pena de multa de R$ 
10.000,00 por dia.
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A previsão dessa ideia pode ser vista em diversos artigos do CPC:
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada 
periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obri-
gação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para 
a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equiva-
lente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras me-
didas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o 
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, 
requisitar o auxílio de força policial.
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada 
na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de 
execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se 
determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da 
multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I — se tornou insuficiente ou excessiva;
II — o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa 
causa para o descumprimento. 
[…]
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da deci-
são e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que 
reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.
Como você viu, o juiz pode alterar o valor dessa multa e até excluí-la (Art. 537, 
§ 2º, do CPC). Essa multa é devida à parte contrária.
c) Conversão da reintegração em indenização pecuniária (em dinheiro), 
caso o retorno ao emprego revele-se desaconselhável: existem situações em 
que, embora tenha o autor requerido a nulidade da rescisão do contrato e a reinte-
gração no emprego (retorno) porque possui estabilidade, o juiz entende que 
isso não seria aconselhável. Nesse caso, o juiz converte o pedido de reintegra-
ção em indenização.
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Exemplo disso ocorre com a empregada doméstica gestante que foi dispensada 
sem justa causa. De fato, essa empregada possui estabilidade desde a confirmação 
da gravidez até cinco meses após o parto (Art. 10, II, “b”, do ADCT e Art. 25, pa-
rágrafo único da LC 150/2015). A empregada, então, propõe uma ação requerendo 
a nulidade da dispensa e reintegração no emprego. O juiz, diante da irregularidade 
da rescisão, mas considerando o risco de conflitos que o retorno dela poderia gerar 
e preocupado com a segurança e o bem-estar da trabalhadora e da própria família, 
não a reintegra. Ele, então, converte a estabilidade em indenização, condenando 
o empregador a pagar indenização equivalente a salários e direitos trabalhistas da 
dispensa até cinco meses após o parto.
Veja a Súmula 396 do TST:
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO 
SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXIS-
TÊNCIA DE JULGAMENTO “EXTRA PETITA” (conversão das Orientações Ju-
risprudenciais números 106 e 116 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 
25.04.2005
[…]
II — Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quan-
do o pedido for de reintegração, dados os termos do Art. 496 da CLT.
VII — Princípio da Instrumentalidade 
Nesse princípio, você deve entender que, via de regra, os atos processuais 
não dependem de observância a uma forma determinada, salvo quando a 
lei o exigir. Assim, se o ato processual for praticado de uma determinada maneira 
e atingir sua finalidade, deve ser reputado válido.
O Código de Processo Civil expressa:
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo 
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de ou-
tro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
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[…]
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato 
se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Além disso, só haverá nulidade processual caso o ato impugnado, além de 
irregular, tenha causado prejuízo efetivo à parte que não o causou e que, no 
momento oportuno, requereu a declaração de invalidade. 
Veja as previsões da CLT:
Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as 
quais deverão arguí-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos 
autos.
Art. 796. A nulidade não será pronunciada: […]
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
Apenas para contextualizar o princípio na prática, leia a Súmula 427 do TST:
INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVO-
GADO DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE (editada em 
decorrência do julgamento do processo TST-IUJERR 5400- 31.2004.5.09.0017) 
- Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas ex-
clusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro 
profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo. 
VIII — Princípio da Imparcialidade
A base do princípio é bastante simples: para que o Estado possa fornecer uma 
tutela jurisdicional adequada (decisões judiciais aceitáveis) é necessário que o 
juiz seja imparcial, ou seja, atue de forma isenta. Apenas para que você possa 
ter uma adequada noção de imparcialidade, veja o que prevê o Art. 8º do Código 
de Ética da Magistratura, editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ):
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Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com 
objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equi-
valente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, 
predisposição ou preconceito.
No sentido de assegurar essa imparcialidade, o legislador criou a suspeição 
e o impedimento do juiz nos Arts. 144 e 145 do CPC e no Art. 801 da CLT. Os 
detalhes serão estudados no capítulo sobre defesa do réu.
IX — Princípio da Identidade Física do Juiz 
Esse princípio indica que o juiz que concluir a instrução do feito (momento 
no processo em que as provas são produzidas), julgará o conflito (a lide), salvo 
se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou apo-
sentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Assim, para resumir: a regra seria que o juiz que colhe as provas é o juiz 
que julga o processo. A premissa considera que o juiz que esteve em contato 
com as provas tem melhores condições de proferir uma decisão mais justa.
A previsão estava no Art. 132 do antigo CPC, mas esse preceito não foi re-
petido no novo Código de Processo Civil. Entretanto, existe parte da doutrina 
que entende que esse princípio estaria implícito no Art. 366 do novo CPC:
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença 
em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
O TST possuía a Súmula 136, que não aceitava o princípio da identidade física 
do juiz no Processo do Trabalho. Todavia, essa Súmula foi cancelada.
O cancelamento sem a edição de nova orientação decorreu da necessidade de 
se reabrir o debate, não significando que o TST tenha adotado tese oposta no 
sentido de aplicabilidade do princípio no Processo do Trabalho. Na verdade, existe 
tanto a posição no sentido de sua inaplicabilidade quanto na direção de 
que o princípio seria aplicável, mas, nesse último caso, a jurisprudência 
admite exceções (logo, o princípio, se aplicável, é mitigado):
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AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SEN-
TENÇA. IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. 
Não obstante o cancelamento da Súmula 136 do TST pela Resolução n. 185/2012, ne-
cessário registrar que esta Corte consagra entendimento de que a aplicação do princípio 
da identidade física do juiz não é absoluta, sendo excepcionada pelo próprio artigo 132 
do CPC/73, de forma que o mero julgamento do feito por magistrado diverso daquele 
que conduziu a audiência de instrução, por si só, não torna nula a decisão, mormente 
em face dos princípios constitucionais da celeridade, da efetividade e da rápida dura-
ção do processo, aplicáveis ao processo do trabalho. No caso, não há premissa fática 
no acórdão regional que justifique a declaração de nulidade da sentença. Incólume o 
art. 132 do CPC/73. […] (AIRR - 131209-58.2015.5.13.0009, Relatora Ministra: Dora 
Maria da Costa, Data de Julgamento: 14/12/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
19/12/2016)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE REVISTA 
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N. 13.015/2014. NULIDADE DO PROCESSO 
POR VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ.
Cinge-se a controvérsia em verificar-se a nulidade do processo em razão de não ter sido 
o mesmo juiz que prolatou a sentença que participou da fase instrutória do fato. […] Não 
obstante o cancelamento da Súmula n. 136 desta Corte, ainda assim tem-se que a apli-
cação do princípio da identidade física do juiz não é automática, em face do que dispõe 
a parte final do artigo 132 do CPC/1973. Ali estão ressalvados os casos nos quais o juiz 
estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado. 
É entendimento desta Corte que o princípio da identidade física do juiz, nãoobstante 
ser compatível com o processo do trabalho, não é absoluto, de forma que não induz 
ofensa automática a tal princípio o simples fato de não ser o mesmo o juiz o prolator da 
sentença e aquele que instruiu o feito. Precedentes. Agravo de instrumento desprovido. 
[…] (AIRR - 10607-79.2014.5.15.0118, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 
Data de Julgamento: 23/11/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/11/2016)
Veja que as decisões, embora recentes, referem-se a casos de época em 
que vigorava o CPC anterior. Ainda não temos uma posição consolidada 
sobre o novo CPC diante da recente entrada em vigor do novo Código.
X — Princípio da Isonomia
A redução das desigualdades é um dos objetivos fundamentais da Repú-
blica brasileira (Art. 3º, IV, da Constituição Federal). Não bastasse, a isonomia 
é direito fundamental de todos os cidadãos, previsto no Art. 5º:
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[…]
Essa isonomia (igualdade) também deve existir no processo de maneira 
que as partes recebam o mesmo tratamento. Aliás, o novo Código de Processo 
Civil estabelece uma obrigação ao juiz:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbin-
do-lhe:
I — assegurar às partes igualdade de tratamento;
Além disso, veja a previsão genérica e importantíssima do Art. 7º do CPC:
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício 
de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos de-
veres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo 
contraditório.
 
Assim, compreendemos o porquê de o princípio da igualdade ou isonomia tam-
bém receber a denominação de princípio da paridade de armas. 
A igualdade pretendida não pode ser meramente formal, mas deve ser mate-
rial, isto é, os desiguais devem ser tratados diferentemente, até mesmo no 
processo. Por isso, a lei trata os desiguais desigualmente, constituindo vanta-
gens no processo àquele que, na prática, disporia de meios mais precários 
de defesa em juízo ou em virtude dos interesses públicos que representa. 
Nesse raciocínio, a jurisprudência vem entendendo que não fere o princípio da 
igualdade a instituição legal de vantagens para os hipossuficientes, tais 
como a assistência judiciária gratuita (Art. 14 da Lei n. 5.584/1970 e Art. 14, 
caput, da LC 80/94), a isenção de despesas processuais (Art. 790-A, caput, 
da CLT) e o arquivamento do processo (extinção sem resolução de mérito) 
pela ausência injustificada do reclamante na audiência (Art. 844 da CLT). 
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Veja:
• CLT:
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça 
gratuita: […]
Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento 
da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confis-
são quanto à matéria de fato.
• Lei n. 5.584/1970:
Art. 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei n. 1.060, 
de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que 
pertencer o trabalhador.
[…]
• LC n. 80/1994:
[…] A Defensoria Pública da União atuará nos Estados, no Distrito Federal e nos Terri-
tórios, junto às Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral, Militar, Tribunais Superiores e 
instâncias administrativas da União.
[…]
• CPC:
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os 
graus, de forma integral e gratuita.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifes-
tações processuais.
Alguns doutrinadores entendem que essas vantagens processuais em favor de 
hipossuficientes envolvem o princípio da proteção no processo do trabalho 
ou do protecionismo processual. As bancas de concurso têm utilizado esse en-
tendimento. Veja um caso:
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(CESPE/2016/TRT — 8ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO — ÁREA ADMINISTRATIVA) 
Assinale a opção correta a respeito dos princípios gerais do processo trabalhista.
c) Configura hipótese de aplicação do princípio da proteção no processo do traba-
lho a regra de que o não comparecimento do reclamante à audiência importa no 
arquivamento da reclamação.1
Por outro contexto, não fere o princípio o estabelecimento de vantagens 
para órgãos públicos ou entes/entidades públicas, diante da necessidade de 
se preservar o interesse público ou social relevante envolvido. É o caso das 
prerrogativas do Ministério Público do Trabalho e da Fazenda Pública em sua atua-
ção judicial. Leia alguns exemplos da lei: 
• CLT:
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas […]:
I — a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e 
fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade eco-
nômica; 
II — o Ministério Público do Trabalho.
• CPC:
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, 
que terá início a partir de sua intimação pessoal […].
[…]
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas au-
tarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
1 A letra c foi apontada como verdadeira.
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Você deve se lembrar de que, na execução, as partes não possuem exata-
mente as mesmas prerrogativas, o que se justifica em decorrência das diferentes 
posições processuais (exequente e executado). Existem prerrogativas di-
ferenciadas na lei, mas isso não viola o princípio estudado, já que o juiz vai 
assegurar o cumprimento da lei, não admitindo que os limites dessas prerrogati-
vas sejam ultrapassados.
XI — Princípio da Oralidade
No sentido de assegurar a celeridade e a concentração dos atos processuais, 
o legislador estimula a oralidade no Processo do Trabalho. Isso significa que 
diversos atos processuais são praticados de forma oral, verbal, ficando o 
registro nos autos do processo. A preferência é dada ao ato oral em detrimento 
do ato escrito. 
Posso mencionar diversos atos que envolvem o uso da oralidade: apresentação 
de reclamação trabalhista verbal; leitura da reclamação em audiência para ser, em 
seguida, praticada a defesa oral, no prazo de 20 minutos; o diálogo das partes com 
mediação do magistrado, durante as tentativas de conciliação; a oitiva das partes 
e testemunhas, sempre por intermédio do juiz; razões finais orais pelo prazo de 10 
minutos; etc. 
Veja alguns preceitos legais:
• CLT:
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
[…]
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
[…]
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, 
após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada porambas as partes.
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[…]
Art. 848. Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presi-
dente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. 
[…]
§ 2º Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.
[…]
Art. 820. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo 
ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus repre-
sentantes ou advogados.
[…]
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não 
excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente reno-
vará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Como expressão da oralidade, temos: irrecorribilidade das decisões interlocu-
tórias; concentração dos atos processuais; imediatidade ou imediação do julgador 
com a prova.
XII — Princípio da Concentração dos Atos Processuais 
Esse princípio apresenta a necessidade de se praticar o máximo de atos 
processuais em um determinado momento processual. A título exemplifica-
tivo, temos a busca da solução do litígio numa única audiência, só havendo des-
dobramento desta se não for possível conciliar ou julgar no mesmo dia. Veja as 
previsões legais que ilustram o princípio:
• CLT:
Art. 845. O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das 
suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
[…]
Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por moti-
vo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continu-
ação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
[…]
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em 
audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convo-
cado para atuar simultaneamente com o titular.
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[…]
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, 
ainda que não requeridas previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediata-
mente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, 
a critério do juiz.
O princípio da concentração decorre, muitas vezes, da própria oralidade 
do processo, já que as manifestações verbais permitem a realização de inúmeros 
atos em juízo.
XIII — Princípio da Duração Razoável do Processo e Princípio da 
Celeridade
A Constituição Federal estabeleceu que os processos devem ter uma dura-
ção considerada razoável, isto é, não podem se prolongar por tempo exces-
sivo, devendo o juiz ou Tribunal zelar pela celeridade do mesmo. Preceitua a 
Carta Magna:
Art. 5º […]
LXXVIII — a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável du-
ração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
A ideia de duração razoável gera diversas consequências de ordem práti-
ca. Primeiramente, legitima a aplicação de penalidades àqueles que atuam 
de forma protelatória, autorizando a incidência de multas, seja por litigância de 
má-fé, seja por recurso protelatório, além de fixação de multas diárias para even-
tual retardamento injustificado no cumprimento de obrigações de fazer, não fazer 
e entregar. Vamos a exemplos na lei:
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• CPC:
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
[…]
IV — opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
[…]
VII — interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
[…]
Art. 1.026 […]
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribu-
nal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa 
não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
Em segundo lugar, o princípio consagra a regularidade de normas processu-
ais e administrativas para impor ao juiz o dever de observância da celeri-
dade, estabelecendo responsabilidades pelo retardamento. Veja um caso:
• CPC:
[…] O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
[…]
II — recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de 
ofício ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois 
que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apre-
ciado no prazo de 10 (dez) dias.
Portanto, todos os sujeitos do processo devem colaborar para uma solu-
ção rápida do processo, mas sem prejudicar o direito à ampla defesa e ao 
contraditório. O novo CPC aponta, inclusive:
• CPC:
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa.
[…]
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
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XIV — Princípio da Subsidiariedade 
Segundo esse princípio, se o ordenamento processual trabalhista contiver 
uma omissão (faltar alguma regra processual), podemos buscar suprir essa fa-
lha utilizando as regras do Processo Civil, mas a regra a ser utilizada deve 
ser compatível com o Processo do Trabalho.
• CLT:
Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas 
deste Título.
Se a regra processual civil não for compatível, não pode ser aplicada no Proces-
so do Trabalho. Por exemplo, o Art. 229 do CPC dispõe:
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advo-
cacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em 
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles.
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Essa regra não é compatível com o Processo do Trabalho, segundo o Tribu-
nal Superior do Trabalho:
• OJ 310 da SDI-I do TST:
LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, 
CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL 
AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 
Inaplicável ao processo do trabalho é a norma contida no art. 229, caput e §§ 
1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade 
com a celeridade que lhe é inerente.
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(CESPE/2013/TRT — 10ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO — ÁREA JUDICIÁRIA)
Julgue os próximos itens, no que se refere aos princípios gerais do processo traba-
lhista.
Segundo o TST, quando litisconsortes forem representados por diferentes procura-
dores, serão contados em dobro os prazos a eles disponíveis para contestar, para 
recorrer e, de modo geral, para falarnos autos.2
No âmbito do Novo CPC vale lembrar o Art. 15: 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou ad-
ministrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiaria-
mente.
A aplicação supletiva significa que muitas vezes existe a regra no Proces-
so do Trabalho, mas a melhor compreensão e a complementação podem 
ser feitas utilizando as regras do Processo Civil. Um exemplo ocorre com 
os embargos declaratórios (espécie de recurso) para corrigir erro material. A CLT 
menciona:
Art. 897-A […]
§ 1o Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer 
das partes.
Nesse particular, embora essa previsão de correção a requerimento da parte 
esteja dentro do artigo sobre embargos declaratórios, poderia haver certa dúvida 
sobre se os embargos de declaração podem ser utilizados para isso. A aplicação 
supletiva do CPC comprova que sim:
2 Essa regra não é compatível com o Processo do Trabalho. Logo, o item é falso.
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Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: […]
III — corrigir erro material.
Um ponto ainda é relevante. Na execução trabalhista, devemos, no caso de 
lacuna (omissão) no Processo do Trabalho, aplicar primeiramente a Lei de Exe-
cução Fiscal (Lei n. 6.830/1980) e, se essa também for omissa, aplicamos o 
CPC. Veja a previsão da CLT:
• CLT:
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo 
em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos 
executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
XV — Princípio do Jus Postulandi
O jus postulandi envolve a capacidade postulatória, isto é, a aptidão para 
requerer perante o juiz ou Tribunal. No Processo do Trabalho, essa capa-
cidade pertence, se o caso envolver relação de emprego, ao empregado e 
ao empregador:
• CLT:
Art. 791. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente pe-
rante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Isso quer dizer que, como regra, se for relação de emprego o caso do pro-
cesso, o empregado e o empregador não precisam de advogado, podendo 
atuar sozinhos. Essa regra comporta exceções, sendo importante lembrar da Sú-
mula 425 do TST:
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• Súmula 425 do TST
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE – Res. 165/2010, DEJT 
divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Tra-
balho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação 
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior 
do Trabalho.
Quando o caso não envolver relação de emprego, existe a necessidade da 
presença de advogado. 
Muito embora haja debate sobre se o jus postulandi constitui princípio efetivo, 
o fato é que a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho assim o tem consi-
derado:
[…] INÉPCIA DA INICIAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. […] No processo do trabalho, 
não se exige rigor no exame desses requisitos. Basta que do contexto da petição inicial 
se possa extrair a pretensão, sem exigência de maiores formalidades. Tanto que se 
admite até a possibilidade do próprio reclamante vir a juízo, de acordo com o 
princípio do jus postulandi. No caso, a exordial contém causa de pedir e pedido certo, 
uma vez que expõe os fatos e articula de modo claro a sua tese, o que atende ao dispos-
to nos artigos acima mencionados. Agravo de instrumento a que se nega provimento. 
[…] (AIRR - 616-49.2010.5.01.0073, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 
Data de Julgamento: 22/02/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/03/2017)
[…] II — RECURSO DE REVISTA. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA CON-
TRA DOIS RECLAMADOS. DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA 
DO SEGUNDO. FALTA DE PEDIDO EXPRESSO. POSSIBILIDADE DIANTE DOS FA-
TOS NARRADOS. JULGAMENTO EXTRA PETITA NÃO CONFIGURADO […] 3. O § 1º 
do art. 840 da CLT dispõe que a petição inicial deverá conter “uma breve exposição dos 
fatos de que resulte o dissídio — e — o pedido”. Por outro lado, no processo do trabalho, 
não se observa o rigor formal excessivo no exame dos requisitos da inicial. Até porque 
há a possibilidade de o próprio reclamante vir a Juízo para pleitear os seus 
direitos, de acordo com o princípio do jus postulandi. Assim, pode o julgador dar 
aos fatos o enquadramento jurídico que entender pertinente, como ocorreu no caso dos 
autos, sem que isso configure julgamento extra ou ultra petita. 4. Recurso de revista 
de que se conhece e a que se dá provimento. (RR - 1123-70.2010.5.04.0026, Relatora 
Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 13/08/2014, 6ª Turma, Data de 
Publicação: DEJT 22/08/2014)
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XVI — Princípio da Imediação
A imediação ou imediatidade refere-se ao contato direto do julgador com 
os litigantes, testemunhas, peritos e demais pessoas que intervém no fei-
to, bem como com os elementos probatórios, favorecendo, deste modo, que 
o juiz tome conhecimento das circunstâncias do litígio, ficando o mais próximo 
possível da verdade real. 
Alguns artigos claramente demonstram essa proximidade do juiz:
• CLT:
Art. 820. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo 
ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus repre-
sentantes ou advogados.
• CPC:
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta 
seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz 
de ordená-lo de ofício.
[…]
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do pro-
cesso, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à 
decisão da causa.
XVII — Princípio do Livre Convencimento Motivado
Segundo esse princípio, todo tipo de decisão judicial, seja ela interlocu-
tória, seja definitiva, seja terminativa do feito, necessariamente deve ser 
motivado, sob pena de nulidade. A Constituição prevê:
Art. 93. […]
IX — todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fun-
damentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, […]
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 É claro que o juiz tem liberdade de firmar a sua convicção, mas precisa explicá-
-la. A motivação possibilita às partes e à sociedade o conhecimento trans-
parente acerca das razões que provocaram o deferimento ou indeferimento 
de uma determinada pretensão apresentada em Juízo. 
Aliás, a CLT preceitua:
Art. 832. Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da de-
fesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
O CPC segue na mesma linha:
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-
mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
XVIII — Princípio do Juiz Natural
Esse princípio pode ser inferido diretamente da Constituição:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, […], nos 
termos seguintes:
XXXVII — não haverá juízoou tribunal de exceção;
[…]
LIII — ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
O princípio do juiz natural ou do juiz constitucional demonstra que nosso 
ordenamento jurídico repudia a possibilidade de criação de um tribunal es-
pecífico para julgamento de uma determinada causa, criado depois da ocor-
rência do fato a ser objeto de exame. Para atuar no feito, então, deverá o órgão 
judicial ser anterior, isto é, preexistente e criado em conformidade com a 
Constituição. 
Além disso, por esse princípio, será garantido sempre um julgamento isen-
to, por órgão independente e com competência firmada na própria Consti-
tuição e nas leis para atuar no litígio.
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Veja uma aplicação prática do princípio:
RECURSO DE REVISTA […] CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. PRINCÍPIO 
DO JUIZ NATURAL. 
A garantia constitucional do juiz natural impõe que os órgãos do poder judi-
ciário devem ser constituídos antecipadamente, segundo regras objetivas de 
competência, a fim de assegurar as partes absoluta independência e imparcia-
lidade. Assim, a redistribuição do presente autos a órgão julgador diverso do previa-
mente distribuído sem qualquer amparo legal viola o devido processo legal. Recurso de 
revista conhecido e provido. (RR - 105500-06.2009.5.11.0003 , Relator Ministro: Márcio 
Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 14/12/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: 
DEJT 19/12/2016)
XIX — Princípio da demanda e princípio dispositivo
O princípio da demanda está inserido dentro do princípio dispositivo 
(que é mais amplo). Pelo princípio da demanda, apenas se inicia uma relação 
processual se houver iniciativa da parte. Assim, somente haverá jurisdição 
(aplicação do Direito a um caso concreto pelo Estado por meio do Poder Judiciário) 
se houver provocação de uma parte. Veja o disposto no CPC:
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso ofi-
cial, salvo as exceções previstas em lei.
Como se vê, existem exceções em que a relação processual não começa 
por iniciativa parte, mas de ofício (por iniciativa judicial) pelo juiz. Um exem-
plo seria o Art. 878, caput, da CLT, que trata da execução e menciona a possibi-
lidade de a execução ser promovida de ofício pelo juiz ou Tribunal:
• CLT:
Art. 878. A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio 
pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo 
anterior.
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Outra exceção ocorre com o previsto no Art. 39 da CLT, o qual trata da neces-
sidade de a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), órgão 
federal de fiscalização do trabalho, remeter para a Justiça do Trabalho a discussão 
sobre a existência ou não de relação de emprego surgida no curso da fiscalização:
• CLT:
Art. 39. Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não 
existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos 
meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nes-
se caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado.
Já o princípio dispositivo envolve, além do poder de decidir movimentar 
o Judiciário, ajuizando ou não uma ação trabalhista (princípio da demanda), o 
poder da parte de dispor, abrir mão de determinadas prerrogativas duran-
te o processo. Pode a parte, por exemplo, deixar de querer ouvir uma testemunha 
ou de pedir a realização de perícia. Pode a parte, também a título ilustrativo, renun-
ciar a um crédito já reconhecido judicialmente ou mesmo desistir de um recurso.
(FCC/2014/TRT — 19ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO — ÁREA ADMINISTRATIVA) 
O artigo 39 da Consolidação das Leis do Trabalho permite que a Delegacia Regio-
nal do Trabalho — DRT encaminhe processo administrativo à Justiça do Trabalho, 
onde conste reclamação de trabalhador no tocante a recusa de anotação da CTPS 
pela empresa. Este é um exemplo de exceção ao princípio3
a) da eventualidade.
b) inquisitivo.
c) da imediação.
d) dispositivo.
e) da extrapetição.
3 Como se vê, trata-se de hipótese de exceção ao princípio dispositivo (já que o princípio da demanda está 
inserido no dispositivo).
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XX — Princípio inquisitivo 
Uma vez iniciado o processo, deve seguir seu curso até o final, cabendo 
ao juiz impulsioná-lo de ofício. Essa determinação é também conhecida como 
princípio do impulso oficial. Veja o Art. 2º do CPC:
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso ofi-
cial, salvo as exceções previstas em lei.
Dizer que o juiz impulsiona o processo cria diversos espaços para que o 
magistrado possa atuar com maior liberdade na condução do feito, empur-
rando-o na busca de uma justa solução para o conflito. Isso abrange uma série de 
atitudes que o juiz assume no decorrer do processo. Exemplos seriam: o juiz pode 
determinar provas que entender necessárias para solucionar o caso; pode impor, 
de ofício, multas, de maneira a assegurar o cumprimento de obrigações ou coibir a 
má-fé; pode determinar medidas para garantir o cumprimento da ordem judicial; 
etc.
Veja preceitos que correspondem a esses exemplos:
• CPC:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbin-
do-lhe:
[…]
III — prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir pos-
tulações meramente protelatórias;
IV — determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-roga-
tórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações 
que tenham por objeto prestação pecuniária;
[…]
VIII — determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inqui-
ri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
[…]
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar mul-
ta, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido 
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os 
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
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[…]
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas 
necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou 
meramente protelatórias.
[…]
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de 
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que 
seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para 
cumprimento do preceito.
• CLT:
Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do proces-
so e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas.
O princípio inquisitivo permite retirar o magistrado da posição de mero 
expectador do processo, em que poderia ficar se o princípio dispositivo fosse 
aplicado sem limites.
Esse princípio inquisitivo mais reforçado fez surgir um princípio sobre provas 
chamadoprincípio da iniciativa instrutória do juiz.
Claro que não existe um sistema processual que seja 100% inquisitivo ou 
100% dispositivo. Os dois princípios existem em qualquer sistema. Assim, 
em cada momento processual é que vemos a prevalência de um sobre o 
outro. Por exemplo, para iniciar o processo, incide o princípio dispositivo (que in-
clui o princípio da demanda). No momento de impedir procrastinações de uma par-
te ou de determinar uma prova não produzida, mas essencial, prevalece o princípio 
do impulso oficial.
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XXI — Princípio da Lealdade Processual ou da Boa-Fé
No processo, como em qualquer relação jurídica, exige-se que as partes e 
todos aqueles que, de qualquer forma, participam no processo ajam com 
lealdade e boa-fé. A obrigação é de todos que participam do processo:
• CPC:
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acor-
do com a boa-fé.
Como consequência, se houver violação dessa obrigação, haverá a possibilidade 
de punição ao litigante (parte) ou terceiro que aja no processo em descumprimento 
aos preceitos éticos elencados na lei. Leia a previsão do Código de Processo Civil 
sobe condutas que demonstram deslealdade e a punição respectiva:
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou 
interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I — deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II — alterar a verdade dos fatos;
III — usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV — opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V — proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI — provocar incidente manifestamente infundado;
VII — interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar mul-
ta, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido 
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os 
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
[…]
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em 
até 10 (dez) vezes o valor do salário mínimo.
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(FCC/2010/TRT — 9ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO — ÁREA ADMINISTRATIVA) 
Mario ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa W. A reclamação foi jul-
gada totalmente procedente e a empresa W ainda foi condenada nas penalidades 
inerentes à litigância de má-fé. Neste caso, com relação à condenação por litigância 
de má-fé, está presente especificamente o princípio da4
a) Concentração.
b) Lealdade Processual.
c) Proteção.
d) Estabilidade da Lide.
e) Demanda ou Dispositivo.
Na fase recursal, também, por evidente, existe o dever ético das partes, 
de maneira que, por exemplo, se o recorrente interpuser um recurso protelatório, 
pode haver multa. Veja a penalidade prevista no CPC: 
Art. 1.026. […]
§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribu-
nal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa 
não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
Do mesmo modo, na fase de execução, haverá punição àquele que praticar 
atos considerados atentatórios à dignidade da justiça:
• CPC:
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omis-
siva do executado que:
I — frauda a execução;
4 Letra b. Ora, se a questão refere-se à multa por litigância de má-fé, então estamos diante do princípio da 
lealdade processual.
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II — se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III — dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV — resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V — intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e 
os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão 
negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não 
superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será rever-
tida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo 
de outras sanções de natureza processual ou material.
XXII — Princípio da conciliação
No Processo do Trabalho, deve o Judiciário estimular o acordo entre as 
partes como forma de solucionar os conflitos existentes. Esse acordo pode 
ser tentado a qualquer momento no processo, inclusive após os momentos 
de tentativa previsto em lei e até mesmo na execução que venha a existir. A CLT é 
clara:
Art. 764. Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre 
os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
[…]
§ 3º É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo de-
pois de encerrado o juízo conciliatório. 
O acordo entre as partes pode ser atingido por meios de autocomposição (meios 
pelos quais as partes atingem um acordo). Os meios mais comuns são a mediação 
e a conciliação.
A definição do conceito dessas formas pode ser vista no Art. 1º da Resolução 
174/2016 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Esses conceitos, embora 
elaborados para a Resolução, facilitam a compreensão do que seria cada meio de auto-
composição. Vejamos os trechos que importam:
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Art. 1º. Para os fins desta resolução, considera-se: 
I – “Conciliação” é o meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam 
a uma terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre supervisionado 
–, a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo 
quando a lide já está instaurada, com a criação ou proposta de opções para composição 
do litígio; 
II – “Mediação” é o meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam 
a uma terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre supervisionado 
–, a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo 
quando a lide já está instaurada, sem a criação ou proposta de opções para composição 
do litígio;
Como se vê, a principal diferença é que, na mediação, o mediador não faz 
propostas, mas apenas incentiva a conciliação com técnicas apropriadas. Na 
conciliação, os conciliadores atuam de forma mais ativa, inclusive sugerindo 
propostas de conciliação. Os juízes podem atuar tanto como mediadores quanto 
como conciliadores na solução dos conflitos individuais.
O próprio CPC estabelece:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbin-
do-lhe:
[…]
V — promover, a qualquer tempo, a autocomposição, […]
XXIII — Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões 
Interlocutórias
No Processo do Trabalho, vigora a regra no sentido de que as decisões inter-
locutórias não são passíveis de recurso imediato. 
Nesse ponto, apenas para que você entenda melhor,

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