Buscar

PROF ALTAIR RESUMO 2 PROVA

Prévia do material em texto

HERMENÊUTICA – Teoria da Interpretação
Teve que se desvencilhar dos princípios dogmáticos.
Grécia antiga
- Deus HERMES, mediador, patrono da comunicação e do entendimento humano, função era tornar inteligível para os humanos, as mensagens divinas.
Hermenêutica Juridica: Busca o sentido e o alcance das normas jurídicas e das expressões do Direito.
ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO
Escola Hermenêutica da Exegese: Surgia no contexto da revolução francesa. No período anterior a revolução, as nações europeias eram governadas de acordo com os cânones do antigo regime (clero e nobreza), sem efetiva participação do povo (terceiro estado). Com a revolução francesa, o antigo regime foi retirado do trono, início do governo exercido pelo povo para o povo. O Parlamento era composto por representantes do povo e deveria editar as leis necessárias para que os direitos naturais dos cidadãos fossem preservados, evitando-se o arbítrio do Soberano. Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade). Nesse contexto surge o Código Civil Frances de 1804, que tinha como objetivo regulamentar a vida dos indivíduos em todos os seus detalhes, desde o nascimento aquisição da capacidade, exercício dos atos da vida civil e sucessão em virtude da morte. Como todo direito estaria contido na codificação, não haveria espaço para tarefa interpretativa relevante do juiz, expressando assim a vontade do legislador. O código civil francês seria fruto da razão, assim deveria ser universal, rígido e atemporal. Os defensores da escola da exegese não admitem a existência de lacunas na lei, pois por ser fruto da razão, ela alcançaria todo o ordenamento jurídico. TEORIA DA PLENITUDE DA LEI. Destaque dado à vontade do legislador. A escola também pregava o Estado como única fonte do Direito pois todo o ordenamento jurídico seria originado da lei, assim sendo proveniente do legislador. Das fontes formais do direito atualmente aceitas pelo ordenamento jurídico brasileiro, somente a lei era admitida como fonte do direito. Na aplicação do direito, a escola da exegese pregava a concepção silogística, essa ideia via o direito como possuidor de três elementos básicos: fato, norma e sentença via o direito como possuidor de três elementos básicos: o fato, a norma e a sentença.
Escola Histórica: As normas jurídicas seriam o resultado de uma evolução histórica e que a essência delas deveria ser encontrada nos costumes e nas crenças dos grupos sociais, o Direito como um produto histórico e uma manifestação cultural de uma sociedade nasceria do “espirito do povo” (volksgeist). Savigny
Escola da Livre Interpretação: No silencio ou indecisão do legislador, caberia ao juiz interpretar, com bases cientificas, livremente a norma jurídica a ser aplicada ao caso em analise, tornando possível a atividade criadora do Judiciário, que passa a determinar as decisões por meio da tarefa interpretativa.
Escola Sociológica do Direito: A escola sociológica do direito tem uma postura mais radical, busca nos fatos sociais a fonte direta do direito aplicável ao caso, uma vez que entende que o ordenamento jurídico positivo é insuficiente para a solução do conflito levado ao judiciário. 
Escola do Direito Livre: A aplicação do costume praeter legem encontra amparo e passa a ser admitido na comunidade jurídica a partir das lições de Geny.
Escola Teleológica (Alemanha): Para se chegar ao espirito da lei, seria necessário buscar a finalidade do legislador ao editar determinada norma jurídica, devendo o interprete contextualiza-la em determinado período, a tarefa fundamental de extrair o que pretendia de fato o legislador ao criar a norma. 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
NATUREZA
Literal ou Gramatical: consiste na busca do sentido literal ou textual da norma jurídica, desvendando o significado da norma, hoje esse método é apenas o ponto de partida de interpretação de uma norma.
Lógico, Sistemático: permite resolver contradições entre termos em uma norma jurídica, chegando assim a um significado coerente. 
Histórico: Assemelha-se a busca da vontade do legislador, recorre a precedentes.  Consiste na busca do passado para compreender o sentido atual da norma. Para entendermos o sentido atual precisamos entender o “passado”.
Teleológico, finalidade: consiste na busca da finalidade da norma. Assim, supera-se a realidade escrita da norma, embasando-a por princípios. Busca os fins da norma legal e a interpretação “axiológica” (de valores). 
EFEITOS
Extensivos: Quanto o sentido da norma, pois, a norma disse menos do que ela queria, por isso o interprete deve ampliar o sentido ou o alcance delas, geralmente pelo método teleológico. 
Restritivo: Sendo o contrário da interpretação extensiva, a interpretação restritiva restringe o sentido da norma jurídica, isso quer dizer que a norma disse mais do que ela queria dizer. Assim cabe ao interprete fazer uma interpretação teleológica (finalidade) para restringir o alcance daquela norma jurídica, uma interpretação menos ampla.
Declarativa: É aquela interpretação que chega ao mesmo resultado expresso na lei, sendo aquilo que está escrito na norma.
VALORES
AXIOLOGIA – Axio – Teoria Dos Valores
- O valor pode ser positivo ou negativo (dual).
Valor: Qualidade objetiva do ser
“Valores são os conjuntos de características de uma determinada pessoa ou organização, que determinam a forma como a pessoa ou a organização se comportam e interagem com os outros indivíduos e com o meio ambiente. ”
Cultural: transformação
Histórico: Resultando em um fim
Moral: Expresso pela sociedade
- Juízo de Realidade: Natureza – Explicar o fenômeno
- Juízo de Valor: Cultura – Apreciação subjetiva 
TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO (Miguel Reale)
FATO, VALOR E NORMA
FATO: Capaz de revelar as intencionalidades objetivas de um determinado lugar ou época, é compreendido não como um mero fato natural, mas sim sempre elencando por um valor.
VALOR: Não considerado como um objeto ideal, mas como um DEVER SER ligado a uma ação.
NORMA: Descreve os valores que vão se concretizando na condicionalidade dos fatos sociais e histórico.
A tridimensionalidade explica que os fatos geram juízos de valores (cultura) que demandam normas para regulamenta-los. Para Miguel Reale, o Direito está imerso na vida humana. A teoria tridimensional do Direito traz uma forma de alcançar uma visão integral do Direito, abordando a ciência jurídica através de três aspectos conhecidos como o normativismo (NORMA), tendo o Direito como o ordenamento jurídico, o fático (FATO), e por fim, o VALOR. A junção dos mesmos pode ainda dar um maior sentido ao significado e interpretação das leis.
FONTES DO DIREITO
Fonte = Origem – Nascente
COSTUME: Oral. No costume, a norma se forma espontaneamente no meio social, é a própria comunidade que desempenha a função de legislar. A base dos costumes é a repetição (teria que ter, pelo menos 100 anos) de certes práticas sociais que podemos destacar e designar. Mas não basta que tenha um uso para que vire costume, é preciso que essa pratica esteja acompanhada de uma consciência de sua obrigatoriedade. A comunidade deve estar convencida de que aquela pratica não é algo arbitrário.
Dois requisitos:
Subjetividade: A crença na obrigatoriedade, isto é, em caso de descumprimento, incide uma sanção.
Objetivamente: Constância do ato.
- O costume pode ser classificado de três formas: praeter legem; secundum legem; contra legem.
Costume Secundum Legem: É aquele costume expressamente indicado pela lei, “SEGUNDO A LEI”, sendo assim a lei prevê determinada situação, mas não apresenta norma jurídica para sua avaliação, determinando a utilização de uma norma jurídica que será extraída dos costumes do local em que o fato ocorre para nortear o comportamento ou o julgamento. 
Exemplo: O inciso II do art. 569 indica que caso o locador e o locatário não ajustem um prazo para pagamento do aluguel, esse prazo será determinado pelos costumes do local;
Costume Praeter Legem: Trata daquele comportamento costumeiro que não é previsto pela lei, asituação não é proibida. Assim esse costume não viola a lei, embora ela não faça referência direta a ele.
Costume Contra Legem: se trata daquele comportamento continuado que contraria a lei, uma pratica contraria ao direito já codificado. Por contrariar a lei, não pode ser considerado, em tese, fonte do Direito. Caso exista um comportamento costumeiro que desrespeita a lei, o juiz deve ignora-lo (costume) e aplicar a norma jurídica legal, buscando, inclusive, modificar o costume.
Common Law - Principal fonte de Direito são os costumes.
Civil Law - Principal fonte de Direito é a lei. (Direito positivo escrito).
FONTES MATERIAIS
Fatores reais que influenciam o surgimento da norma jurídica. Tem-se por fontes materiais a própria sociedade. São considerados fontes materiais todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a criação do direito em determinada sociedade. Corresponde aquilo que está intrínseco a elaboração de uma lei, ao valor que possui o fato social. Isso se dá de acordo com a interpretação da sociedade para com o fato. Se refere ao meio pelo qual a norma é estabelecida, a competência daquele que cria a norma.
FONTES FORMAIS
Norma jurídica propriamente dita. Tem-se por fontes formais do Direito aquelas tidas como primarias, diretas ou imediatas. Cada ordenamento jurídico possui as suas fontes formais e possui esse nome por atribuir forma ao tratamento dado pela sociedade à determinado valor, em determinada época. São elas que formulam as normas validas. Tais fontes se apresentam de duas formas no ordenamento jurídico, podem ser escritas ou orais. 
Artigo 4º: A analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito, que atuam nas lacunas da norma.
FONTE PRIMÁRIA OU IMEDIATA:
É a fonte que se recorre primeiro, buscando nela a resposta para a causa, a base para a resolução do conflito.
Lei: É uma regra geral, que, emanando de autoridade competente, é imposta a todos. A LEI é a principal fonte do Direito (formulação voluntária: vontade de alguém)
Costume: As leis escritas não compreendem todo o Direito. Há norma costumeiras, chamadas de consuetudinárias, que tem força de norma, ainda que não constem de preceitos aprovados por órgãos competentes. (praeter legem; secundum legem; contra legem.)
LEI X COSTUME (diferenças):
Enquanto o costume é espontâneo e se manifesta oralmente, a lei emana do Estado (Poder Legislativo), através de um processo próprio de elaboração e tem forma escrita.
FONTE SECUNDÁRIA OU MEDIATA: 
Tem como estrutura regular tudo que foi disposto nas normas primárias, prestando, portanto, interpretar a norma. 
ANALOGIA: Significa comparar, haverá analogia no Direito quando compararmos um caso não previsto na legislação com outro previsto. O critério do caso previsto será aplicado para a resolução do caso não previsto, desde que sejam semelhantes.
Analogia Legis: Juiz procura uma lei da mesma hierarquia para utilizar no caso em mãos. Quando se comparam dois fenômenos. Primeiro demonstra-se a semelhança entre ambos, a essência de ambos deve ser parecida. A semelhança deve ser axiológica, ou seja, ambos os fenômenos devem propiciar condições para a concretização de valores semelhantes. 
Analogia Juris: Implica recurso mais amplo, ou seja, na ausência de regra estabelecida para o caso sub judice, o juiz recorre aos princípios gerais do direito
Quando a analogia e o costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre a deficiência da ordem jurídica, adotando princípios gerais do direito
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: Tais princípios são o fundamento de todo o sistema jurídico, assim tais princípios devem nortear a aplicação do direito ao fato. Entende-se, então, que os princípios gerais de direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema.
FONTES INFORMAIS
DOUTRINA: A doutrina compreende as opiniões e pareceres dos jurisconsultos sobre a regulamentação adequada das diversas situações sociais. Consiste em artigos, monografias, escritos científicos, os quais se debruçam sobre problemas jurídicos, quer referentes à criação do direito, quer à sua aplicação.
JURISPRUDÊNCIA: Nunca é constituída de um único julgado, mas de uma pluralidade de decisões sobre uma mesma matéria
- Sentido amplo: significa a decisão ou o conjunto de decisões judiciais em 
- Sentido estrito: significa o entendimento ou diretiva resultante de decisões reiteradas dos tribunais sobre um determinado assunto.
Porém, quando o juiz não puder contar com a analogia, com o costume, nem como os princípios gerais de direito, lhe é permitido socorrer-se da equidade.
EQUIDADE: Analisando o caso em suas peculiaridades reais, o juiz estabelece uma noção própria do que é certo e do que é errado. Trata-se de um julgamento feito conforme o senso pessoal de justiça do julgador.
Na interpretação das leis, ao buscar seus fins sociais e o bem comum, o juiz deve escolher um significado, conforme seu senso de equidade, que permita a concretização dessas duas missões;
Nos casos de lacunas voluntárias ou involuntárias, o juiz pode decidir exclusivamente conforme a equidade.

Outros materiais