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PREQUESTIONAMENTO 
 
 
Alexandre Moreira Tavares dos Santos 
Promotor de Justiça no Estado de Roraima 
 
 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Resumo 
histórico. 3. Definição. 4. Prequestionamento 
indireto. 5. Exigência do prequestionamento 
nas questões de ordem pública, nos vícios 
surgidos no julgamento do acórdão recorrido e 
no recurso de terceiro. 6. Prequestionamento 
como requisito de admissibilidade do recurso 
extraordinário interposto pela alínea “b” do 
permissivo constitucional e pela alínea “a” 
quando o tribunal a quo reputa constitucional 
determinado dispositivo normativo. 7. Dos 
embargos de declaração para fins de 
prequestionamento. 8. Do agravo de 
instrumento contra decisão que não admite 
recurso especial ou extraordinário por falta de 
prequestionamento. 9. Conclusão. 
 
1. INTRODUÇÃO. 
 
 O não atendimento ao requisito do prequestionamento é, sem 
sobra de dúvidas, um dos motivos mais corriqueiros do não conhecimento do 
recurso extraordinário lato senso . Por isso, o tema merece um detido estudo 
por parte dos advogados e membros do Ministério Público. 
 
2. RESUMO HISTÓRICO. 
 
 Conforme Alfredo Buzaid, o prequestionamento tem a sua origem 
na Lei Judiciária (Judiciary Act) norte-americana, de 24 de setembro de 1789. 
Esta lei criou o recurso de writ of error, pelo qual a parte pode recorrer das 
decisões das Justiças Estudais à Corte Suprema quando se questiona acerca da 
validade de tratado, lei ou ato praticado por autoridade da União e a decisão é 
contrária a essa validade; ou quando se questiona sobre a validade de uma lei 
ou de um ato cometido por autoridade de algum Estado, sob o fundamento de 
que repugna à Constituição, tratados ou leis dos Estados Unidos e a decisão é 
favorável à validade; ou se questiona sobre algum título, direito, privilégio ou 
imunidade, reclamados segundo a Constituição, tratado ou lei federal ou ato 
feito ou autoridade exercida pelos Estados Unidos e a decisão é contrária ao 
título, direito, privilégio ou imunidade. Assim, para a doutrina e jurisprudência 
prevalente nos Estados Unidos, o writ of error só é admitido caso a questão 
federal suscitada haja sido apreciada com clareza pelo tribunal estadual.1 
 
1 Voto proferido nos Embargos no Recurso Extraorinário n. 96802, publicado na RTJ 109/299. 
 
 No Brasil, fala-se pela primeira vez na exigência do 
prequestionamento devido ao disposto no art. 59, inciso III, alínea “a”, da 
Constituição Federal de 1891. Dizia o mencionado dispositivo que o recurso 
extraordinário seria cabível quando fosse questionado nas sentanças das 
Justiças dos Estados, em última instância, sobre a validade de tratados e leis 
federais e a decisão do tribunal estadual fosse contrário a ela. 
 
 Este preceito foi praticamente repetido na reforma de 1926, bem 
como nas Constituições de 1934, de 1937 e de 1946. Assim, em vista de sua 
jurisprudência firmada sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal, em 
16.12.1963, decidiu editar os enunciados das súmulas 282 e 356: “É 
inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada, na decisão 
recorrida, a questão federal suscitada” e “O ponto omisso da decisão, sobre o 
qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de 
recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.” 
 
 A Constituição de 1967, no entanto, não se referiu à expressão 
questionar o direito federal ou constitucional, quando tratou das hipóteses de 
cabimento do recurso extraordinário em seu art. 109, inciso III. Por isso, 
doutrinadores de escol, como José Afonso da Silva,2 passaram a entender que 
não seria mais exigível o requisito do prequestionamento para a 
admissibilidade do recurso extraordinário. 
 
 Contudo, o Supremo Tribunal Federal, com razão, não acolheu esta 
orientação doutrinária, tendo afirmado a constitucionalidade do enunciado da 
Súmula 282 no julgamento dos Embargos no Recurso Extraordinário n. 
96.802.3 
 
 Com efeito, a Constituição de 1967 ao delinear o cabimento do 
recurso extraordinário no inciso III do art. 119 prescreveu que este seria 
admissível nas causas decididas em única ou última instância por outros 
tribunais. Assim, tem-se que, consoante a interpretação teleológica deste 
dispositivo, o recurso extraordinário só poderia ser admitido se o tribunal a quo 
tivesse emitido juízo sobre a questão federal ou constitucional suscitada. 
 
 Da mesma forma, a Constituição de 1988 também consagrou o 
prequestionamento como requisito do recurso especial e do extraordinário ao 
dispor que este será cabível em todas as causas decididas em última ou única 
instância, e aquele nas causas decididas em última ou única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais, ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios (arts. 102, III, e 105, III). 
 
 Ademais, o prequestionamento advém da própria essência e 
finalidade do recurso extraordinário e do especial, que é possibilitar ao 
Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça exercerem suas 
respectivas funções de guardiães da Constituição da legislação federal. Assim, 
 
2 José Afonso da Silva. Do recurso extraordinário no direito processual brasileiro. São Paulo:RT, 1963. 
3 RTJ 109/299 
se as instâncias ordinárias não se manifestaram expressamente sobre 
determinada norma federal, não há porque as Cortes Superiores exercerem 
sua jurisdição, pois não existirá interpretação ou aplicação da Constituição ou 
da Lei a ser corrigida ou unificada. 
 
 Apesar de, logo após a promulgação da Carta Política de 1988, 
alguns doutrinadores terem novamente sustentado a inexigibilidade do 
prequestionamento, como o Ministro Carlos Mário da Silva Velloso,4 a 
jurisprudência do STF e do STJ em momento algum vacilou sobre a aplicação 
dos enunciados das súmulas 282 e 356 do Pretório Excelso. 
 
3 – DEFINIÇÃO. 
 
 O prequestionamento consiste no debate prévio, pelo tribunal a 
quo, da questão jurídica suscitada no recurso extraordinário . Por isso, para 
que este requisito de admissibilidade seja atendido, é preciso que os votos 
proferidos no acórdão recorrido tenham adotado entendimento explícito sobre 
a tese veiculada nas razões recursais do recorrente. 
 
 Portanto, não basta que a parte tenha suscitado a questão jurídica 
em seu recurso (apelação, agravo de instrumento, recurso em sentido estrito) 
ou em sua defesa (contra-razões ou contra-minuta)5, nem basta que a matéria 
tenha sido ventilada no relatório do acórdão.6 É preciso que a questão jurídica 
tenha sido decidida pelo tribunal a quo, e, portanto, versada nos votos do 
acórdão recorrido. 
 
 Sobre este último ponto, entendemos que o prequestionamento 
existe mesmo se a matéria suscitada no recurso extraordinário ou especial 
tiver sido ventilada apenas no voto vencido do acórdão recorrido. Porque, 
nesta hipótese, é inquestionável que o tribunal a quo discutiu (prequestionou) 
a tese jurídica do recorrente. 7 
 
 De outro lado, não há necessidade de que o número do dispositivo 
legal ou constitucional tido como violado ou contrariado tenha sido 
expressamente indicado no acórdão recorrido.8 Aliás, a mera indicação de 
 
4 RDA 175/9 e RDP 90/79. 
5 Neste sentido, cf. no STF: AGRAG 277188, rel. Min. Marco Aurélio, 2ª Turma, DJU: 04.05.01, p. 12; e no STJ: 
EDRESP. 182813, rel. Min. Waldemar Zveiter, 3ª Turma, DJU: 01.07.1999, p. 174 e AGRESP. 300166, rel. Min. 
Francisco Falcão, DJU: 08.10.2001, p. 174. 
6 De acordo, cf. no STF: AGRRE 175505, rel. Min. Marco Aurélio, 2ª Turma, DJU: 12.05.95, p. 13004. 
7 Em sentido contrário, a 1ª Turma do STF vem entendendo que “não se configura o prequestionamento se, 
no acórdão recorrido, apenas o votovencido cuidou do tema suscitado no recurso extraordinário, adotando 
fundamento independente, sequer considerado pela maioria.” (AGRAG 256130, rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, 1ª Turma, DJU: 09.02.01, p. 18) Portanto, em vista do princípio da eventualidade, é importante que 
a parte oponha os embargos de decl aração com o fito de prequestionar a questão jurídica que pretende 
veicular na via excepcional quando ela foi abordada apenas no voto vencido do acórdão do qual se pretende 
recorrer ao STF ou ao STJ. 
8 Em conformidade, cf. no STF: RE 128519, rel. Min. Marco Aurélio, Pleno, DJU: 08.03.91, p. 2206 e RE 170204, 
rel. Min. Marco Aurélio, 2ª Turma, DJU: 14.05.99, p. 19; e no STJ: ERESP 63410, rel. Min. Vicente Leal, Corte 
Especial, DJU: 22.10.2001, p. 260 e ESESP 155621, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, Corte Especial, RSTJ 
dispositivo legal, sem a emissão de tese jurídica explícita sobre o seu preceito, 
ou seja, sem tornar res controversa a questão suscitada, não supre o requisito 
do prequestionamento.9 Porém, é imprescindível que da decisão recorrida 
depreenda-se de maneira inequívoca que o artigo de lei indicado no recurso 
especial (ou da Constituição, no recurso extraordinário) tenha balizado a 
decisão do tribunal. Caso contrário, a parte deverá opor embargos de 
declaração, para que a corte decida a respeito da questão jurídica que 
pretende veicular nas razões de seu recurso de natureza extraordinária. 
 
 Pelo exposto, podemos definir o prequestionamento como sendo o 
prévio debate e julgamento, pelo tribunal a quo, sobre a tese jurídica suscitada 
no recurso extraordinário e no especial. 
 
4 – PREQUESTIONAMENTO INDIRETO. 
 
 Questão interessante é saber se há o prequestionamento da 
matéria argüida no recurso quando o acórdão do tribunal de 2ª instância 
confirma a sentença por seus próprios fundamentos, e nesta houve emissão de 
juízo explícito sobre a questão jurídica veiculada na via excepcional. 
 
 Entendemos que duas hipóteses podem surgir. Se o acórdão 
apenas diz que confirma a sentença por seus próprios fundamentos, e não há 
nos votos a transcrição dos trechos da sentença que serviram para formar a 
convicção dos julgadores, é inequívoco que não houve debate explícito sobre o 
tema. Portanto, neste caso, entendemos que a matéria não foi prequestionada, 
cabendo à parte interessada opor embargos de declaração. Para nós, a única 
exceção ocorre nos juizados especiais, onde é permitido à Turma Recursal 
confirmar a sentença por seus próprios fundamentos, servindo a súmula do 
julgamento como acórdão. Portanto, o prequestionamento é feito 
indiretamente pela análise da matéria ventilada na sentença. 
 
 Circunstância distinta é aquela na qual o tribunal confirma a 
sentença por seus próprios fundamentos, estando transcrito nos votos do 
acórdão os pontos do decisum monocrático que serviram para formar o 
entendimento dos julgadores. Aqui sim há o prequestionamento explícito e 
direto, uma vez que a matéria foi efetivamente debatida, tornando-se res 
controversa. Com efeito, não há nenhuma restrição legal que impeça o órgão 
julgador de reportar-se a sentença ou ao parecer do Ministério Público como 
fundamentação exclusiva do julgado.10 Neste caso, o juiz faz suas as palavras 
de terceiros e, desta forma, debate e decide as questões jurídicas que lhe são 
submetidas. 
 
 
127/36. Na doutrina, cf. Ovídio A. Baptista da Silva. Recurso Especial por violação de princípio jurídico. in 
Revista dos Tribunais, São Paulo: RT,1997, p. 110. 
9 De acordo, cf. no STF: RE 99613, rel. Min. Francisco Rezek, 2ª Turma, DJU: 24.02.84, p. 2208 e AGRAG 
101700, rel. Min. Djaci Falcão, 2ª Turma, DJU: 01.04.85, p. 4284; e no STJ: AGRESP 223700, rel. Min. Francisco 
Falcão, 1ª Turma, DJU: 26.03.01, p. 374. 
10 Neste sentido, cf. no STF: RE 179557, rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma , publicado no DJU: 13.02.98, p. 12; e 
no STJ: REsp. 3021, rel. Min. José Dantas, 5ª Turma, RSTJ 19/411, AGA 189942, rel. Min. Vicente Leal, 6ª 
Turma, DJU: 29.11.99, p. 124 e AGA 70775, rel. Min. Anselmo Santiago, 6ª Turma, DJU: 01.02.99, p. 235. 
 
 É de se notar, porém, que há julgados recentes do STF aceitando o 
prequestionamento indireto quando o acórdão recorrido se limita a invocar, 
como razão de decidir, súmula do próprio tribunal ou de outro. Entretanto, 
nesses casos, a impugnação da parte deve se dirigir contra os fundamentos 
dos precedentes do enunciado invocado, devendo ser juntada cópia 
autenticada dos mesmos ou indicado o repertório autorizado de jurisprudência 
que os tenha publicado, sob pena de não ser conhecido o recurso 
extraordinário.11 
 
5 – EXIGÊNCIA DO PREQUESTIONAMENTO NAS QUESTÕES DE ORDEM 
PÚBLICA, NOS VÍCIOS SURGIDOS NO JULGAMENTO DO ACÓRDÃO 
RECORRIDO E NO RECURSO DE TERCEIRO. 
 
 O prequestionamento tem por fundamento o disposto nos artigos 
102, III, e 105, III, da Constituição Federal. Daí forçoso concluir que sua 
exigência é indeclinável para que possa ser admitido o recurso extraordinário e 
o especial.12 
 
 Portanto, mesmo tratando-se de questão de ordem pública, 
apreciável de ofício pelas instâncias ordinárias, ela não poderá ser conhecida 
pelo STF ou pelo STJ caso não tenha sido prequestionada no acórdão 
recorrido.13 Com efeito, o preceito do parágrafo único do art. 245 do CPC não 
se aplica às causas levadas às instâncias superiores mediante recurso 
extraordinário e especial, uma vez que a legislação infraconstitucional não tem 
o condão de restringir a eficácia dos dispositivos constitucionais nos quais se 
funda o requisito do prequestionamento. 
 
 Nesta mesma linha de raciocínio, também não prescinde do 
requisito do prequestionamento os vícios surgidos no julgamento do acórdão 
recorrido, como, por exemplo, quando o tribunal não observa os limites da 
matéria devolvida pelo recurso, bem como quando profere julgamento extra, 
ultra ou citra petita, ou quando incida em erro na apreciação dos requisitos de 
admissibilidade do recurso. Portanto, cabe à parte interessada fazer com que o 
tribunal a quo se manifeste explicitamente sobre o vício ocorrido no 
julgamento mediante a oposição de embargos de declaração.14 
 
11 Nesse sentido, cf.: RE 221.437, rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, j. 23.04.2002, Informativo do STF nº 265 - 
(Precedente citado: AG 318.285, DJU: 19.10.2001). 
12 Cf. Eduardo Ribeiro de Oliveira. Prequestionamento. in Aspectos Polêmicos e Atuais dos Recursos Cíveis 
de Acordo com a Lei 9.756/98. Coord. Arruda Alvim Wambier e Nelson Nery Jr., 1999, p. 249. 
13 De acordo, cf. no STF: AGRAG 135644, rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJU: 14.12.90, p. 15113 e RE 
91395, rel. Min. Rafael Mayer, 1ª Turma, RTJ 92/1383; no STJ: AERESP 85558, rel. Min. Eliana Calmon, 1ª 
Seção, DJU: 12.06.2000, p. 65, AGA 199033, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª Turma, DJU: 08.03.2000, 
p. 123 e AGRESP 197814, rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJU: 23.10.00, p. 134. 
14 A jurisprudência do STF admitia a falta de prequestionamento quando se trata de vício no julgamento 
referente a causas externas, como, v.g., defeito ou falta da intimação da pauta (RE 86496, rel. Min. Décio 
Miranda, 2ª Turma, DJU: 10.09.79, p. 6679). Atualmente, porém, a jurisprudência do Pretório Excelso é firme 
em exigir o prequestionamento explícito de qualquer questão constitucional que surja originariamente no 
acórdão recorrido (AGRAG 242317, rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, DJU: 10.12.99, p. 05). No STJ, a 
jurisprudência inicialmente orientou-se de forma liberal, deixando de exigir o requisito do 
prequestionamento no caso de vício surgido no próprio julgamento.Tal entendimento, entretanto, encontra-
 
 Ademais, os embargos declaratórios, neste caso específico, podem 
dar ensejo à modificação do julgado, caso acolhidos. Assim, antes da 
interposição deste recurso não se terá esgotada as instâncias ordinárias, razão 
pela qual não poderá a parte recorrer às instâncias superiores. 
 
 No caso de recurso de terceiro que pretenda sustentar nulidade 
advinda de não haver figurado como parte no processo, também se exige o 
requisito do prequestionamento. Nesta hipótese, como nas demais, não há 
razão para deixar de incidir os preceitos constitucionais que condicionam a 
admissibilidade do recurso extraordinário e especial ao prequestionamento. 
Destarte, se o acórdão não enfrentou a matéria que o terceiro pretende 
suscitar em sede de recurso extraordinário e especial, faz-se imprescindível a 
oposição dos embargos de declaração.15 
 
6 – PREQUESTIONAMENTO COMO REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA ALÍNEA “B” DO PERMISSIVO 
CONSTITUCIONAL E PELA ALÍNEA “A” QUANDO O TRIBUNAL A QUO REPUTA 
CONSTITUCIONAL DETERMINADO DISPOSITIVO NORMATIVO. 
 
 No controle difuso de constitucionalidade acolhido pala Constituição 
de 1988, qualquer juiz pode declarar incidenter tantum a inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo que contrarie a Carta Magna. Contudo, em relação aos 
tribunais, vige o princípio da reserva de plenário, pelo qual somente o pleno ou 
o órgão especial da corte pode declarar, pela maioria de seus membros, a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normat ivo (art. 97 da CF). 
 
 Portanto, quando o órgão fracionário acolhe o incidente de 
inconstitucionalidade, lavra-se o acórdão e a questão é submetida ao pleno ou 
ao órgão especial para que estes decidam quanto à constitucionalidade da lei 
(art. 481 do CPC). Encerrado o julgamento do incidente, o processo é 
devolvido ao órgão fracionário para que este julgue a causa, tendo como 
premissa obrigatória a declaração de constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade proferida pelo pleno ou pelo órgão especial. 
 
 Porém, seguindo orientação traçada pelo Supremo Tribunal 
Federal, a Lei n. 9756, de 17.12.1998, inseriu o parágrafo primeiro do art. 481 
do CPC, permitindo que os órgãos fracionários dos tribunais declarem de 
imediato a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo quando houver 
precedente do pleno ou do órgão especial do tribunal, bem como do pleno do 
STF. 
 
 Neste caso, para que seja atendido ao requisito do 
prequestionamento, faz-se mister que a parte junte aos autos a cópia 
autenticada do precedente do pleno ou do órgão especial no momento da 
 
se atualmente superado, sendo assente na jurisprudência da corte a exigência do prequestionamento nesta 
circunstância (ERESP 8285, rel. Min. Garcia Vieira, Corte Especial, DJU: 09.11.98, p. 2; REsp. 136277, rel. Min. 
Eduardo Ribeiro, 3ª Turma, RSTJ 133/251 e REsp. 264181, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira , 4ª Turma, 
DJU: 23.10.00, p. 145). Na doutrina, cf. sobre o tema: Moniz de Aragão, Pré-questionamento, RF 328/45-46. 
15 Cf. Eduardo Ribeiro de Oliveira, op. cit., p. 251. 
interposição do recurso extraordinário. Porque a motivação referente à 
inconstitucionalidade da lei está naquele precedente, tendo em vista que o 
órgão fracionário apenas aplica aquela decisão como premissa do julgamento 
da causa, sendo irrelevante suas considerações a respeito do tema. 
 
 Da mesma forma, exige-se para a satisfação do prequestionamento 
a juntada do acórdão do pleno ou do órgão especial quando a turma ou 
câmara declara a constitucionalidade da lei ou ato normativo atacados 
mediante simples referência à decisão daqueles órgãos. Pois somente assim o 
STF terá como apreciar os fundamentos do julgado recorrido, que é integrado 
formalmente para todos os efeitos pelo acórdão do pleno ou do órgão 
especial.16 
 
 Entretanto, caso o órgão fracionário do tribunal repute 
constitucional a lei ou ato normativo impugnados, já antes declarada pelo 
plenário, mediante fundamentação própria, não é exigível a juntada do 
acórdão do referido precedente para que esteja satisfeito o 
prequestionamento, bastando para tanto que o tribunal emita juízo explícito a 
respeito da tese versada no recurso extraordinário. É que, nesta hipótese, 
como bem destacou o Ministro Sepúlveda Pertence: “ao contrário do que 
sucede no caso de declaração de inconstitucionalidade – o acórdão do plenário 
que, decidindo incidente de suscitado em outro processo, já houver resolvido, 
no mesmo sentido, a prejudicial de inconstitucionalidade, é mero precedente 
jurisprudencial, que não integra, formalmente, porém, a decisão da Câmara ou 
da Turma.”17 
 
7 - DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO. 
 
 Quando o tribunal de 2ª instância queda-se omisso na apreciação 
de questão jurídica suscitada pela parte nas razões de seu recurso (apelação, 
agravo de instrumento, recurso em sentido estrito) ou de sua defesa (contra-
razões ou contra-minuta), ou no parecer proferido pelo Ministério Público, bem 
como quando deixa de apreciar questão de ordem pública conhecível de ofício, 
cabe à parte opor embargos de declaração com o fito de sanar a omissão 
perpetrada pelo órgão julgador, e, assim, prequestionar a matéria que 
pretende veicular no recurso extraordinário ou especial.18 
 
 
 
16 No mesmo sentido, cf. no STF: AGRRE 149478, rel. Min. Sepúlveda Pertence, Pleno, DJU: 23.04.93, p. 6926 
e AGRRE 160041, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, DJU: 21.05.93, p. 9772. 
17 AGRRE 149478, rel. Min. Sepúlveda Pertence, Pleno, DJU: 23.04.93, p. 6926. 
18 O parecer proferido pelo Ministério Público na qualidade de custos legis não serve apenas para cumprir 
uma exigência formal, que pode ser desprezada pelo tribunal no momento do julgamento da causa. Com 
efeito, seria inútil a intervenção do Ministério Público como fiscal da lei se suas ponderações jurídicas 
pudessem ser simplesmente desprezadas pelo Judiciário. Por isso, entendemos que no caso de omissão de 
questão jurídica suscitada pelo Ministério Público em seu parecer é cabível a oposição de embargos de 
declaração, mesmo que a matéria não tenha sido anteriormente articulada pelas partes. Em sentido contrário, 
decidiu a 2ª Turma do STJ que “o tribunal não está obrigado a examinar os questionamentos contidos no 
parecer ministerial, atuante como custos legis , abandonando, por via oblíqua, a exigência do 
prequestionamento.” (EDRESP. 55651, rel. Min. Eliana Calmon, 2ª Turma, DJU: 05.02.2001, p. 84) 
 Os embargos de declaração para fins de presquestionamento tem 
sua hipótese de cabimento delineada pelo art. 535, II, do CPC e 619 do CPP. 
Na realidade, trata-se de embargos com a finalidade de sanar omissão 
existente no acórdão recorrido. Por isso, não se admite embargos de 
declaração com a finalidade de prequestionar questão jurídica que não tenha 
sido articulada pela parte ou pelo Ministério Público antes do julgamento do 
acórdão embargado, salvo se a questão for de ordem pública, conhecível de 
ofício, ou tratar-se de vício surgido no próprio acórdão. Porque, se a questão 
não tiver sido deduzida pela parte em suas razões recursais ou contra-razões, 
o tribunal não tem o dever de emitir juízo sobre ela.19 
 
 De outro lado, se determinada tese jurídica é defendida pela parte 
em suas razões recursais ou contra-razões, o tribunal tem o dever de se 
manifestar expressamente sobre ela. As alegações das partes não são feitas a 
título de mera formalidade que pode ser simplesmente desprezada pelo juiz. 
Com efeito, o art. 458, II, do Código de ProcessoCivil determina que a 
fundamentação das sentenças e dos acórdãos devem conter a análise das 
questões de fato e de direito deduzidas pelas partes. Portanto, o acórdão que 
não decide as questões jurídicas suscitadas pelas partes, mesmo após a 
oposição de embargos de declaração, obstando o acesso destas às instâncias 
superiores, ofende o art. 535, II, do CPC ou 619 do CPP.20 
 
 Questão controvertida, porém, ocorre quando o tribunal, mesmo 
após instado mediante embargos de declaração a se manifestar sobre a tese 
jurídica suscitada anteriormente pela parte, simplesmente rejeita os 
declaratórios sem prequestionar a matéria ou os acolhe sem suprir a omissão. 
 
 Para alguns, neste caso não houve prequestionamento, pois a 
matéria não foi debatida pelo tribunal.21 Para outros, a parte esgotou seu 
dever de tentar prequestionar a questão que pretende suscitar nas instâncias 
superiores, tendo cumprido o preceito da Súmula 356 do STF, razão pela qual 
se considera suprido o requisito do prequestionamento.22 
 
 No STJ prevaleceu o primeiro entendimento, conforme ficou 
consubstanciado na Súmula 211: “Inadmissível o recurso especial quanto à 
questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi 
apreciada pelo tribunal a quo.” 
 
 
19 De acordo, cf. no STF: RECR 192574, rel. Min. Néri da Silveira, 2ª Turma, DJU: 06.03.98, p. 19 e AgIn 
133199, rel. Min. Celso de Mello, 1ª Turma, RTJ 131/1386; no STJ: EERESP. 31257, rel. Min. Humberto Gomes 
de Barros, 1ª Turma, DJU: 22.08.94, p. 21213. 
20 Neste sentido, cf. REsp. 67514, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª Turma, RSTJ 85/274, REsp. 
111887, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5ª Turma, DJU: 09.06.97, p. 25556 e REsp. 79139, rel. Min. Milton 
Luiz Pereira, 1ª Turma, DJU: 21.10.96, p. 40203. Em sentido contrário, há julgado entendendo que “não se 
tem por prequestionada questão que, a despeito da oposição de embargos de declaração, não foi apreciada 
pelo Tribunal de origem, o qual não é obrigado a rebater, uma a uma, todas as alegações das partes, devendo 
sim, decidir a lide tal qual esta se lhe apresentou, utilizando -se da interpretação e da legislação que entender 
melhor aplicável à hipótese.” (AGRESP 202076, rel. Min. Francisco Falcão, 1ª Turma, DJU: 03.09.01, p. 147) 
21 Assim defendeu o Ministro Eduardo Ribeiro, op. cit., p. 252 -255. 
22 Neste sentido, cf. José Guilherme Villela, RePro 41/142. 
 Portanto, quando o tribunal não acolhe os embargos declaratórios 
para fins de prequestionamento, cabe à parte interpor o recurso especial por 
negativa de vigência ao art. 535, II, do CPC ou 619 do CPP, pedindo a 
cassação do acórdão para que outro seja proferido com a análise da questão 
suscitada.23 Outrossim, em decorrência do princípio da eventualidade, a parte 
após pedir a cassação do acórdão recorrido deve veicular a tese jurídica que 
pretende ver apreciada na instância superior, haja vista que o STJ pode 
entender que a matéria já estava prequestionada no acórdão embargado. 
 
 No STF, a 1ª e a 2ª Turma tem entendimentos divergentes sobre a 
matéria. A 1ª Turma consolidou o entendimento de que a mera oposição dos 
embargos de declaração supre o requisito do prequestionamento, mesmo que 
esses sejam rejeitados.24 A 2ª Turma, entretanto, tem entendido que a 
oposição dos embargos de declaração não suprem o requisito do 
prequestionamento se a questão suscitada no recurso extraordinário não foi 
efetivamente debatida no acórdão que julgou os embargos.25 No julgamento 
do RE 208639, em 6.4.99, pareceu que a 2ª Turma havia revisto este 
entendimento.26 Porém, em julgados posteriores, a Turma continuou exigindo 
o debate da matéria no acórdão recorrido para que estivesse atendido o 
requisito do prequestionamento.27 
 
 A forma que a parte deve proceder para não ter seu recurso 
extraordinário inadmitido por falta de prequestionamento também não é 
tranqüila. Existem julgados decidindo que, no caso dos embargos de 
declaração para fins de prequestionamento serem rejeitados, a prestação 
jurisdicional foi incompleta, tendo sido violado o princípio do devido processo 
legal e da ampla defesa previstos nos incisos LIV e LV do art. 5º da 
Constituição Federal.28 Contudo, outros acórdãos acolhem o entendimento de 
que neste caso não há ofensa direta à Constituição, mas sim indireta, razão 
pela qual não é admissível o recurso extraordinário nesta hipótese.29 
 
 Portanto, quando a parte tiver seus embargos de declaração 
rejeitados, ou acolhidos sem a emissão de juízo explícito sobre o tema 
constitucional, deverá, em decorrência do princípio da eventualidade, deduzir 
preliminarmente em seu recurso extraordinário a alegação de violação ao art. 
5º, LIV e LV, da Carta Magna, e requerer a cassação do acórdão recorrido. 
Após a argüição da preliminar, deverá ser suscitado o próprio mérito recursal. 
Nesse contexto, se o recurso for distribuído à 2ª Turma, esta cassará o 
acórdão recorrido e mandará que o tribunal a quo decida a questão jurídica, e 
se for distribuído à 1ª Turma, esta julgará de imediato o mérito recursal. Além 
disso, outra alternativa para aumentar as chances de conhecimento do recurso 
 
23 Cf. jurisprudência citada na nota n. 19. 
24 Cf. RE 214724, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, DJU: 06.11.98, p. 19 e RE 273791, rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, DJU: 15.09.2000, p. 133. 
25 Cf. AGRRE 146660, rel. Min. Marco Aurélio, 2ª Turma, DJU: 07.05.93, p. 8334. 
26 RE 208639, rel. p/ acórdão Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, Informativo n. 144. 
27 Cf. AGRRE 210769, rel. Min. Marco Aurélio, 2ª Turma, DJU: 25.06.99, p. 19. 
28 Cf. RE 251241, rel. Min. Marco Aurélio, 2ª Turma, Informativo 217 e RE 242064, rel. Min. Marco Aurélio, 2ª 
Turma, Informativo 210. 
29 Cf. AGRAG 290213, rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, DJU: 16.03.01, p. 92. 
extraordinário neste caso é a interposição simultânea do recurso especial 
alegando violação ao art. 535, II, do CPC ou 619 do CPP.30 
 
 Como se vê, a falta de unificação da jurisprudência do STF sobre a 
interpretação da Súmula 356 vem acarretando sério transtorno e insegurança 
às partes que pretendem recorrer àquele pretório excelso. Porque dependendo 
da Turma para o qual o recurso for distribuído, diferente será o seu destino. 
Portanto, urge que o Pleno do STF pacifique de uma vez por toda a matéria. 
 
 Para nós, a interpretação mais correta é a que considera suprido o 
requisito do prequestionamento após a oposição dos embargos de declaração, 
mesmo que estes sejam rejeitados sem o exame da questão jurídica suscitada. 
É que a exigência da interposição do recurso extraordinário ou especial apenas 
para anular o acórdão que se negou a completar a decisão recorrida é 
formalismo inútil que serve somente para congestionar mais ainda o judiciário 
e acarretar o atraso de vários anos na solução da lide. Portanto, tal providência 
não se coaduna com os princípios da instrumentalidade, efetividade e 
economicidade, os quais devem nortear o processo contemporâneo. 
 
8 – DO AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE NÃO ADMITE 
RECURSO ESPECIAL OU EXTRAORDINÁRIO POR FALTA DE 
PREQUESTIONAMENTO. 
 
 Da decisão que não admite recurso extraordinário e especial cabe 
agravo de instrumento, para o STF ou para o STJ, conforme o caso. Dispõe o 
§ 1º do art. 28 da Lei n. 8.038/90, aplicável aos processos criminais, e o § 1º 
do art. 544 do CPC, que o agravo deverá ser instruído obrigatoriamente, sob 
pena de não conhecimento, com a cópia do acórdão recorrido, da petição de 
interposição do recurso denegado, das contra-razões, da decisão agravada, da 
certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados 
do agravante e do agravado. Além da cópia desses documentos, ajurisprudência do STJ e do STF exigem a juntada da cópia da certidão de 
intimação do acórdão recorrido. 
 
 Contudo, quando o Presidente do tribunal a quo não admite o 
recurso especial ou extraodinário por falta de prequestionamento, mesmo 
tendo a parte oposto embargos de declaração contra a decisão recorrida, e 
argüido violação ao art. 525 do CPC ou art. 5º, LIV e LV, da CF/88, torna-se 
obrigatória a juntada da cópia do recurso julgado (apelação, recurso em 
sentido estrito,...) ou das contra-razões deste, sob pena de não conhecimento 
do recurso extraordinário ou especial. Essa exigência decorre do fato de que só 
com a juntada dessas peças, o STF ou o STJ saberá se os embargos de 
declaração prequestionadores eram procedentes, ou seja, se a parte havia 
suscitado a questão jurídica omitida antes do julgamento recorrido.31 
 
30 A 1ª Seção do STJ já firmou o entendimento de que mesmo se o tema de fundo for de índole constitucional, 
é admissível o recurso especial fundado na alegação de violação ao art. 535 do CPC. (ERESP 162765, rel. Min. 
Franciulli Netto, 1ª Seção, DJU: 27.08.01, p. 219) 
 
31 Neste sentido, cf. AGRAG 164035, rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma, DJU: 27.10.95, p. 36340. 
 
9 – CONCLUSÃO. 
 
 O prequestionamento está presente no direito brasileiro, como 
requisito de admissibilidade dos recursos de natureza extraordinária, desde a 
Constituição Federal de 1891. Entretanto, até hoje o Supremo Tribunal Federal 
e o Superior Tribunal de Justiça ainda não delinearam de forma precisa 
diversos aspectos importantes desse requisito de admissibilidade, o que gera 
estrema dificuldade e insegurança com aqueles que pretendem ver suas 
causas decididas pelas cortes superiores do país.

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