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CORANTES COR Os sentidos do ser humano captam cerca de 87% de suas percepções pelo olho, 9% pelo ouvido e as 4% restantes pelo olfato, paladar e tato. A aceitação de um produto alimentício pelo consumidor está diretamente relacionada com o atributo cor. Linguagem das Cores Amarelo: Mais alegre das cores. Relacionada ao sol. Irradia muita luz. Laranja: Cor de grande brilho. Luminosidade do amarelo e a excitação do vermelho. Desperta euforia e sensações agradáveis. Vermelho: Cor forte. Grande poder de atração. Ativa a circulação e a pressão. Violeta: Cor fria e negativa. Em alimento está muitas vezes associada a mau sabor. Azul: Atmosférica. Sensação de tranquilidade. Pureza. Repugnância quando associada ao alimento. Verde: Relacionada ao frescor. Esperança. Natureza. Harmonia entre sol e o céu. Preto, Branco, Cinza: Peso. Leveza, claridade. Importância da Cor no Alimento • Percepção – Seleção de plantas/alimento – Julgamento da qualidade • Motivação – A cor pode aumentar ou reduzir o desejo/apetite • Emoção – Plantas/alimentos coloridos são atrativos – geram prazer • Aceitação – Cores agradáveis e características favorecem a escolha e a decisão • Comparamos/escolhemos pela cor Porque usar Corantes em Alimentos??? • Reforçar a cor existente – Iogurte, massas, geléias, etc. • Padronizar a cor de um produto durante a produção – Sucos, sorvetes, polpas de frutas, ovos • Repor perdas ocorridas no processamento – Cereja • Conferir cor – Balas, gelatinas, refrigerantes, bebidas alcoólicas (campari), etc. A cor é o primeiro quesito de qualidade do produto. Sugestões visuais permitem a identificação do alimento e por experiências anteriores evocam antecipadamente sensações orais. A cor como um fator de escolha Aspectos que podem limitar o uso de corantes em alimentos • pH do alimento; • Solubilidade do corante; • Qualidade microbiológica do corante e do alimento; • Composição do alimento; • Condições de processamento; • Embalagem; • Estocagem do alimento. São substâncias, de diferentes origens, que proporcionam, intensificam ou modificam a cor de alimentos ou outros produtos, como remédios e cosméticos. Corantes Corantes de Alimentos Definição (Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997, SVS/MS. Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares) CORANTE substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento. A COR DOS ALIMENTOS Somente compostos com várias ligações duplas conjugadas na sua estrutura química é que são capazes de absorver radiação na faixa da luz visível. É a maneira e frequência onde ocorre a absorção que define a cor do composto: a cor observada é a complementar à cor absorvida; Quanto mais estreita for a faixa de absorção, mais intensa e brilhante será a cor apresentada. A COR DOS ALIMENTOS Estruturalmente, um dos únicos aspectos comuns a praticamente todos os corantes é a presença de um ou mais anéis benzênicos; por isso, estes compostos são também chamados de benzenóides. Os primeiros corantes sintéticos eram derivados do trifenilmetano, que em geral era obtido a partir da anilina ou da toluidina. Subdivisões: • Corante orgânico natural • Corante orgânico sintético artificial. • Corante orgânico sintético idêntico ao natural. • Corante inorgânico. De forma geral: • Naturais • Artificiais Resolução - CNNPA nº 44, de 1977 - Publicada DOU - Seção I, 01/02/78 e 24/04/78 (ANVISA) • Corante orgânico natural - aquele obtido a partir de vegetal, ou eventualmente, de animal, cujo princípio corante tenha sido isolado com o emprego de processo tecnológico adequado. • Corante orgânico sintético - aquele obtido por síntese orgânica mediante o emprego de processo tecnológico adequado. • Corante artificial - é o corante orgânico sintético não encontrado em produtos naturais. Corantes • Corante orgânico sintético idêntico ao natural - é o corante orgânico sintético cuja estrutura química é semelhante à do princípio ativo isolado de corante orgânico natural. • Corante inorgânico - aquele obtido a partir de substâncias minerais e submetido a processos de elaboração e purificação adequados a seu emprego em alimento. • Caramelo - o corante natural obtido pelo aquecimento de açúcares à temperatura superior ao ponto de fusão. • Caramelo (processo amônia) - é o corante orgânico sintético idêntico ao natural obtido pelo processo amônia, desde que o teor de 4-metil, imidazol não exceda no mesmo a 200mg/kg). Classificação dos corantes alimentícios de acordo com a estrutura química: compostos que apresentam cromóforos em sistemas conjugados. Ex.: carotenóides, flavonóides, caramelos, corantes orgânicos artificiais etc. compostos que apresentam porfirinas metal coordenadas. Ex.: mioglobina, clorofila e seus derivados. Pigmentos ou corantes naturais • Principais grupos de compostos: 1. HETEROCÍCLICOS COM ESTRUTURA TETRA-PIRRÓLICA • Porfirinas – clorofilas – heme compostos 2. DE ESTRUTURA ISOPRENÓIDE • carotenóides 3. HETEROCÍCLICOS CONTENDO OXIGÊNIO • flavonóides • Grupos presentes apenas em vegetais: 4. BETALAÍNAS • compostos nitrogenados 5. TANINOS • diversos compostos de estruturas variadas Corantes orgânicos naturais Provenientes de animais e plantas, não toleram altas temperaturas sem perder a tonalidade. Classificação Corantes Orgânico Natural Curcumina,Riboflavina,Cochonilha/ácido carmínico, Urzela/orceína/orecína sulfonada, Clorofila, Caramelo,Carvão medicinal Carotenóides: - alfa, beta, e gama-caroteno - bixina, norbixina - capsantina, capsorubina - licopeno Xantofilas: - flavoxantina, luteína - criptoxantina - rubixantina - violaxantina - rodoxantina - cantaxantina Vermelho de beterraba, betanina Antocianinas: - pelargonidina, cianidina - peonidina, delfinidina - petunidina, malvidina ***curcumina e urucum AÇÃO ANTIMUTAGÊNICA 1. Compostos heterocíclicos com estrutura tetrapirrólica • Denominados metaloporfirinas • Principais pigmentos: – Clorofilas – Hemecompostos (Hemoglobina e mioglobina) N N N N 1 2 3 4 56 7 8 M Metaloporfirina (onde M é um metal) 1.1. CLOROFILA • Cor verde dos vegetais • Essencial ao processo de fotossíntese (fotorreceptor) • Encontra-se como suspensão coloidal nas célula de cloroplastos, associada com carotenóides, lipídeos e proteínas • Diferenças de cor → presença de outros pigmentos associados • Frutas → maturação → degradação da clorofila Estrutura química Derivados da Clorofila Derivado Estrutura Fitol Álcool com estrutura isoprenóide (C20H39) Forbina Porfirina + anel C9-C10 Feoforbídeo Clorofila sem Mg2+ e sem fitol Feofitina Clorofila sem Mg2+ e com H+ Fitina Derivado de um feoforbídeo ou clorina contendo Mg2+ Clorofilina Clorofila com radical ácido propiônico em C7 resultante da hidrólise do éster fitílico Propriedades Químicas pH Aquecimento Presença de luz e oxigênio Presença de metais bivalentes Enzimas Efeito do pH Clorofila verde Clorofilida verde Feofitina Verde-castanho Feoforbídeo Verde-castanho OH- (fraco) pH ≤ 8,0 H+ (fraco) pH= 4 - 6 fitol H+ (fraco) pH= 4-6OH- (fraco) pH ≤ 8,0 Mg2+ fitol Mg2+ H+ (forte) pH<3 Mg2+ fitol Alteração de cor das clorofilas em função do pH Aquecimento Clorofila + proteínas CALOR Clorofila desprotegida Desnaturação das proteínas Ação do H+ do meio Mg2+ Feofitina Presença de Luz e O2 • Forma viva está protegida – lipídeos e carotenóides associados • Senescência, processamento → extração do pigmento do tecido → fotodegradação Clorofila Catabólito incolor O2 Presença de Metais bivalentes Mg2+ Cu2+ ou Zn2+ Mg2+ Cu2+ ou Zn2+ Formação de complexos cor verde brilhante e estáveis em meios ácidos do que alcalinos Enzimas • Degradação que ocorre durante maturação Clorofila Clorofilase (estearase) Clorofilidas Feofitina Feoforbídeo fitol fitol dioxigenase Catabólito incolor fluorescente Clivagem da porfirina Catabólito incolor não fluorescente Preservação da cor • Processamento → perda de cor em meio ácido Métodos que evitam formação de cor verde castanho em hortaliças e frutas: – Adição de álcalis (bicarbonato de sódio ou tampões como fosfato e citrato) – Atmosferas modificadas ricas em CO2 e baixa temperatura retardam ação enzimática 1.2. Pigmentos Heme • Cor vermelha da carne → presença de 2 cromoproteínas • Grupo prostético → heme (ferro) → Complexam oxigênio O2 • Cromóforo responsável → Metaloporfirina – Hemoglobina – encontradas no sangue e hemáceas – Mioglobina – encontradas na carne Estrutura da Mioglobina N N N N H3C CH2CH2COOH CH2CH2COOH CH3 CH3H2C=HC H3C H2C=HC Fe 2+ Globina OH2 Globina: proteína de baixo peso molecular que envolve a molécula de mioglobina Cor e características químicas • A cor da carne é determinada: – pelo estado químico da mioglobina; – seu estado de oxidação; – tipos de ligantes ao grupo heme; – conformação da globina presente. Esquema de alteração de cor da mioglobina Fe 2+ N N N N Globina OH2 oxidação redução Fe 3+ N N N N Globina OH2 Mioglobina (vermelho púrpura) Metamioglobina (marrom) + O2 - O2 oxidação redução e + O2 Fe 2+ N N N N Globina O2 Oximioglobina (vermelho) Carnes embaladas à vácuo Reações na carne • O2 em baixas concentrações favorece a formação da oximioglobina • Na ausência de O2 a reação é deslocada para formação da mioglobina • O aquecimento desnatura a globina (agente protetor). Assim, o íon ferroso Fe2+ oxida-se a um íon férrico Fe3+ formando metamioglobina desnaturada e a carne adquire a cor marrom Produtos Curados • Adição de nitrito e/ou nitrato na carne – Evita desenvolvimento de bactérias patogênicas do gênero Clostridium – Confere à carne cor rósea NO + mioglobina → nitrosomioglobina (óxido nitroso) (cor rosa escuro) Reações envolvidas NaNO3 bactérias 2 NaNO2 + O2 NaNO2 HNO2 + NaOH (nitrato) (nitrito) (nitrito) (ácido nitroso) 3 HNO2 2 NO + H2O + HNO3 (ácido nitroso) (óxido nitroso) NO + mioglobina nitrosomioglobina Nitrosomioglobina + calor nitrosohemocromo (rósea) (rosa - escuro) Fe 2+ N N N N Globina OH2 + O2 - O2 Fe 2+ N N N N Globina O2 Mioglobina (vermelho púrpura) oximioglobina (vermelho) oxidação redução oxidação redução e + O2 Fe 3+ N N N N Globina OH2 Metamioglobina (marrom) Fe 3+ N N N N Globina OH2 Fe 3+ N N N N Globina OH2 desnaturada Metamioglobina desnatuada (marrom) Fe 2+ N N N N Globina ON Nitrosomioglobina (vermelho) (rosa - escuro) Fe 2+ N N N N Globina ON Nitrosohemocromo (rosa) calor desnaturada NO oxidação redução + NO 2. Compostos de Estrutura Isoprenóide • Pigmentos denominados de CAROTENÓIDES • Cor varia de amarelo para vermelho • Ocorrência em vegetais (animais não sintetizam) • Mais de 400 são encontrados principalmente em plantas Amadurecimento de frutas = desaparecimento de clorofilas Cloroplastos transformados em cromoplastos Síntese de carotenoides é estimulada Carotenóides • Grupos de carotenóides: – Carotenos: estrutura constituída por C e H – Xantofilas: derivados obtidos por oxidação com formação de grupos hidroxila, metoxila, carboxila e cetona luteína licopeno Estrutura Precursores da Vitamina A • Também conhecido como pró-vitamina A • São carotenóides que contém a estrutura cíclica da β-ionona A cadeia poliênica pode ter de 3 a 15 duplas ligações conjugadas e o comprimento do cromóforo determina o espectro de absorção e a cor da molécula. • α – caroteno possui 1 molécula de pró- vitamina A (retinol) • β – caroteno possui 2 moléculas de pró- vitamina A (retinol) CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 caroteno - caroteno Propriedades • Carotenóides são compostos: – Lipofílicos – Moderadamente estáveis ao calor – Perdem a cor por oxidação (principal causa de degradação) – Facilmente isomerizados por calor, ácido e luz – Estáveis na faixa de pH da maioria dos alimentos (pH 3,0 – 7,0) Urucum Carotenóide amarelo-alaranjado obtido da semente do urucuzeiro. O urucum fornece pigmento hidrossolúvel e lipossolúvel dependendo do solvente de extração. A reação mais significativamente sofrida é a oxidação. Empregado tradicionalmente em produtos lácteos. Semente de urucum (Bixa orelleana) Estruturas químicas dos pigmentos do urucum A capsantina e a capsorubina são os principais pigmentos das pimentas vermelhas Capsicum annum. Obtido a partir das pimentas secas e moídas. Comercializados sob o nome de extrato de páprica. Solúvel em óleo e aroma adocicado. Também disponível sob a forma de dispersão em água. A cor varia do vermelho ao alaranjado dependendo da concentração. Empregado em molhos (ketchup, misturas para sopas desidratadas), salsichas, produtos derivados de carne, condimentos e queijos. Páprica 3. FLAVONÓIDES • Compostos heterocíclicos com oxigênio • Classe de pigmentos encontrados em vegetais • Estrutura básica: 3.1. Antocianinas • Pigmentos encontrados somente em vegetais • Pigmentos encontrados em frutas e flores • As cores variam do vermelho intenso ao violeta e azul • Antocianinas que ocorrem na natureza: pelargonidina, cianidina, peonidina, delfinidina, petunidina e malvidina. Estrutura • Núcleo flavilium (2-fenilbenzopirilium) O + O + HO OH OH R2 OH R1 Íon Flavilium Antocianidinas Antocianinas 1 Base quinoidal: cor azul; 2 Cátium flavilium: cor vermelha; 3 carbinol: incolor; 4 chalcona: incolor • Antocianinas mais conhecidas e que ocorrem naturalmente: pelargonidina, cinidina, peonidina, delfinidina, petunidina e malvidina • Antocianinas são antocianidinas ligadas a açúcares e geralmente contém ácidos ligados aos açúcares Antocianinas em alimentos Antocianina R1 R2 λmax. (nm) Ocorrência Pelargonidina H H 520 Morango, amora Cianidina OH H 535 Jabuticaba Delfinidina OH OH 546 Berinjela Malvidina OCH3 OCH3 542 Uvas Peonidina OCH3 H 535 Cereja, uvas A estrutura da moléculaantocianina apresenta um efeito pronunciado na intensidade e estabilidade da cor. O aumento do número de grupos hidroxilas converte o comprimento de onda de absorção máxima da antocinina, para comprimentos de onda mais longos, e sua cor muda de laranja para azul- avermelhado. Estabilidade de cor • As antocianinas são pigmentos instáveis, apresentam maior estabilidade em condições ácidas. • A sua degradação pode ocorrer durante a extração do vegetal, processamento e estocagem de alimentos. • A degradação é influenciada pelo pH, temperatura, enzimas, ácido ascórbico, dióxido de enxofre, íons metálicos (Fe) pH=3,0 Cor vermelha pH < 6,0 Incolor pH 12 - 13 Cor amarelo pálida pH > 6,0 Cor púrpura claro pH > 9,0 Cor azul escuro Efeito do pH • pH exerce papel importante no equilíbrio entre as formas de antocianinas e, consequentemente, na modificação de cor • Coloração pouco intensa em pH > 4,0 • Corantes de antocianinas são pouco usados por terem coloração intensa em pH baixo (pH<4,0) • Antocianidinas são menos estáveis que antocianinas Efeito da Temperatura • A estabilidade das antocianinas é muito afetada pela temperatura. A velocidade de degradação também influenciada pelo O2, pH e estrutura do pigmento. • No aquecimento o equilíbrio desloca-se para a forma chalcona (incolor) • Uso de altas temperaturas destrói as antocianinas. Recomenda-se a utilização de tratamentos de HTST (alta temperatura por baixo tempo) Efeito do Oxigênio • A natureza insaturada da estrutura das antocianinas torna-as suscetível ao oxigênio molecular; • Na presença de O2 as antocianinas escurecem; • Preservação do pigmento: substituir o O2 por atmosferas ricas em nitrogênio ou vácuo. Efeito do Dióxido de Enxofre • O dióxido de enxofre é muito usado no processamento de frutas, em concentrações baixas de 0,030 mg/Kg, pois inibe a degradação enzimática; • Em concentrações elevadas forma um complexo incolor com as antocianinas; • A descoloração por adição de sulfito pode ser revertida pela acidificação e aquecimento. Efeito de metais • As antocianinas podem formar pigmentos azul-púrpura ou acinzentados com metais; • Alterações durante estocagem ou processamento na presença de ferro, alumínio ou latão (cobre e zinco). Efeito de Copigmentação • A Copigmentação intermolecular das antocianinas com flavonóides, certos ácidos fenólicos, alcalóides e outros compostos, aumenta a intensidade de sua cor, resultando em tonalidades que variam de púrpura a azul. • A intensidade depende: tipo e concentração de antocianinas e copigmentos, pH e temperatura do solvente. Outros flavonóides • Pigmentos conhecidos como antoxantinas • São pigmentos derivados do núcleo flavonóide, encontrados na forma livre ou de glicosídios associados a açúcares e taninos; Apresentam cores claras ou amareladas e são encontrados em alimentos como repolho branco, batata e cebola Estruturas R3 R1 R2 OH O OH OH OH R1 OH OOH Flavonol O R3 R1 R2 OH O OH OH O R1 R2 OH O OH Flavona Flavan-3-ol Isoflavona Propriedades • Importância: relação com a cor dos vegetais amarelados e à copigmentação com antocianinas • Propriedades antioxidantes • Mais resistentes ao calor em relação às antocianinas • Pouco sensível à luz • Alguns flavonóides adquirem coloração amarelada quando aquecidos em meios fracamente alcalinos Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.39 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2003 Quím. Nova vol.35 no.8 São Paulo 2012 Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.27 no.1 Campinas Jan./Mar. 2007 4. Betalaínas • As betalaínas são hidrossolúveis; • Encontradas apenas em poucas famílias da ordem Centrospermae, á qual pertence a beterraba; • São classificadas como betacianinas (pigmentos vermelhos) e betaxantinas (pigmentos amarelos) Estruturas NHOOC COOH H N + R2R1 NHOOC COOH H N + Glicose HO COO - H NHOOC COOH H N +H O O - O R Betalaína Betanina (pigmento da beterraba) Vulgoxantina I : R=NH2 Vulgoxantina II: R=OH (pigmentos amarelos) Estabilidade • Estabilidade da cor da betanina em solução é fortemente influenciada pelo pH e pelo aquecimento • Estável na faixa de pH de 4,0 a 6,0; • A betanina pode ser degrada também por exposição à luz; • Os corantes extraídos de beterraba são adequados para produtos que não sofram tratamentos térmicos severos como gelatinas e sorvetes e derivados de soja. 5. Taninos • Compostos de estrutura variada; • Definição rigorosa não existente; • São compostos fenólicos especiais que possuem a habilidade de se combinar com proteínas e outros polímeros; • Classificação: taninos hidrossolúveis e taninos condesados • Cor varia de amarelo a marrom-escuro Propriedades • precipitam proteínas e vários alcalóides em solução • com íons férricos (Fe3+) formam soluções preto-azuladas • Presentes em frutos verdes e desparecem ao longo da maturação; • Sua presença em frutos provoca adstringência, mas, também, contribui para a textura por conferir maior rigidez. 6. Pigmentos Quinoidais • Amplamente distribuídos na natureza; • Pigmentos amarelos, vermelhos e marrons; • Encontrados em raízes, madeira e também em insetos; • Pigmentos para uso em alimentos: cochonila e carmin-cochonila Curcumina A curcumina é o principal corante presente nos rizomas da planta cúrcuma (Curcuma longa). A cúrcuma é cultivada em vários países tropicais incluindo a Índia, China, Paquistão, Peru e Haiti. O rizoma é comercializado desidratado na forma de pó e é genericamente chamado de cúrcuma. Três extratos são obtidos a partir da cúrcuma: óleo essencial, óleo resina e curcumina. Cor: amarelo limão em meio ácido e laranja em meio básico. Aplicações. Curcumina • Extrato amarelo-ouro. • Retirada do rizoma do açafrão. • Solúvel em água, óleo e álcool. • Oleoresina ou pó. • Utilizada em bebidas, gomas de mascar, cereais. • Curcumina + urucum → Queijo, margarina e molhos. • Estrutura química: • Ligações duplas conjugadas conferem sensibilidade ao oxigênio, especialmente quando exposto à luz. Carmim O termo carmim é usado mundialmente para descrever complexos formados a partir do alumínio e o ácido carmínico. O ácido carminico é extraído a partir dos corpos dessecados de insetos fêmeas da espécie Dactylopius coccus costa (Coccus cacti L). O ácido carmínico é solúvel em água e a sua coloração é dependende do pH do meio ( laranja em pH<5, vermelho em 5<pH<7 e azul em pH>7). O carmim apresenta maior intensidade de coloração que o ácido carmínico e sua cor é independente do pH do meio. Estabilidade e aplicações. • O carmin-cochonilha (E120) • Aplicação em diferentes produtos, como iogurtes, polpas e sorvetes. • Estável à luz e calor Estrutura química do ácido carminico Aplicações: Corantes orgânicos sintéticos São obtidos por síntese orgânica mediante o emprego de processo tecnológico adequado. Classificação Corante Orgânico sintético artificial Amarelo crepúsculo Laranja GGN Amarelo ácido ou amarelo sólido Tartrazina Azul brilhante FCF Azul de idantreno RS ou Azul de alizarina Indigotina Bodeaux S ou amaranto Eritrosina Escarlate GN Vermelho sólido E Ponceau 4 R Vermelho 40 Artificial: obtidos por síntese química e proporcionam cores persistentes, variadas e uniformes Corantes artificiais Alim. Nutr, Araqu v.14,n2 p.37-50, 23 Lourdes Masson/Maria Ivone 81 2. Corantes sintéticos (Corantes AZO) Os azocorantes representam cerca de 60 % dos corantes atualmente utilizados no mundo, Vantagens: Estabilidade Custo Poder corante Solubilidade em água Algumas estruturas 82 Amarelo tartrazina Amarelo 2G Ponceau 4R Brilliant Black Sunset Yellow • Efeito tóxico: Amarelo Tartrazina IDA (humanos): 0–7,5 mg/kg pc (Joint Expert Committee on Aditivos alimentarios - JECFA, 1996). Estudo Efeitos Dieta animal Davis et al. (1964) tumores 0,5-5%/2 anos ratos Maekawa et al. (1987) Efeito carcinogênico Água (1.0– 2.0%)/ 2 anos ratos Collins et al. (1992 Efeito teratogêncio drinking water (0.05–0.7%) ratos Ward (1997) Agressividade, redução da coordenação, asma e eczema Bebida contendo corante 23 estudantes Tartrazina Usada em balas, sorvetes, chicletes, gelatinas, massas de tomate e xaropes infantis. É o corante mais reativo de todos. Pessoas sensíveis podem ter urticária, rinite ou asma. Apresenta INS: E 102 mas, por lei, seu nome deve vir escrito por extenso nas embalagens. S S NaO NaO O O O N NHO C O ONa N N O Indica que foi aprovado pela UE corantes Amarelo ácido Amarelo crepúsculo Amaranto Tartrazina Azul brilhante Citrus Red Beta-caroteno Clorofila Coclhonilha Indigotina Vermelho sólido Quantidade máxima Substância Usos mais comuns 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,004% 2 ppm Sem limite Sem limite Sem limite 0,01% 10,0% Gelatinas, geléias artificiais Leite aromatizado, licores, geléias Sorvetes, leite fermentado, recheios e coberturas Xaropes artificiais, balas, sorvetes Refrigerantes, isotônicos Cascas de laranjas maduras Margarina Sobremesas, sorvetes, refrescos Queijos, iogurtes Recoloração de frutas em calda Polpas de frutas, iogurtes Corante Origem Aplicação Efeitos Adversos Amarelo Crepúsculo Sintetizado a partir da tinta do alcatrão de carvão e tintas azóicas Cereais, balas, caramelos, coberturas, xaropes, laticínios, gomas de mascar. A tinta azóica, causa alergia, produzindo urticária, angioedema e problemas gástricos. Azul Brilhante Sintetizado a partir da tinta do alcatrão de carvão Laticínios, balas, cereais, queijos, recheios, gelatinas, licores, refrescos. Pode causar hiperatividade em crianças, eczema e asma. Amaranto ou Vermelho Bordeaux Sintetizado a partir do alcatrão de carvão Cereais, balas, laticínios, geléias, gelados, recheios, xaropes, preparados líquidos. Esse corante já causou polêmica sobre sua toxicidade em animais de laboratório, sendo proibido em vários países. Vermelho Eritrosina Tinta do alcatrão de carvão Pós para gelatinas, laticínios, refrescos, geléias. Consumo excessivo pode causar aumento de hormônio tireoidano no sangue em níveis para ocasionar hipertireoidismo. Indigotina (azul escuro) Tinta do alcatrão de carvão Goma de mascar, iogurte, balas, caramelos, pós para refrescos artificiais. Pode causar náuseas, vômitos, hipertensão e ocasionalmente alergia, com prurido e problemas respiratórios. Vermelho Ponceau 4R Tinta do alcatrão de carvão Frutas em caldas, laticínios, xaropes de bebidas, balas, cereais, refrescos e refrigerantes, sobremesas. Deve ser evitado por sensíveis à aspirina e asmáticos. Podem causar anemia e aumento da incidência de glomerulonefrite. Amarelo Tartrazina Tinta do alcatrão de carvão Laticínios, licores, fermentados, produtos de cereais, frutas, iogurtes. Recentemente tem-se sugerido que a tartrazina em preparados de frutas causa insônia em crianças. Há relatos de casos de afecção da flora gastrointestinal. Vermelho 40 Sintetizado quimicamente Alimentos à base de cereais, balas, laticínios, recheios, sobremesas, xaropes para refrescos, refrigerantes, geléias. Pode causar hiperatividade em crianças, eczema e dificuldades respiratórias. Orgânico sintético idêntico ao natural São aqueles iguais ao princípio ativo, obtido do corante natural, mas são obtidos por síntese orgânica, através de processos tecnológicos. Classificação Corante Orgânico Sintético idêntico ao natural Beta-caroteno Beta-Apo-8´-carotenal Éster etílico do ácido beta-Apo-8´ carotênico Cantaxanteno Complexo cúprico da clorofila e clorofilina Caramelo amônia Corantes inorgânicos Obtidos a partir de substâncias minerais e submetidos a processos de elaboração e purificação adequados a seu emprego em alimento. Classificação Corante Inorgânico (pigmentos – emprego limitado à superfície) Carbonato de cálcio Dióxido de Titânio Óxido e hidróxido de ferro Alumínio Prata Ouro Caramelo • Castanho. • Obtido pelo aquecimento de açúcares à temperaturas superiores ao ponto de fusão dos mesmos. – Quebra das moléculas de açúcar. • Podem ser usados: – Sacarose; – Glicose; – Frutose; – Amido. Categoria Tipo de corante (%) N° de produtos Naturais Artificiais Caramelo Dióxido titânio Fora da norma Laticínios 78,0 18,0 4,0 45 Biscoitos 64,0 11,0 22,0 64 Sucos naturais 80,0 20,0 15 Sorvetes 71,0 23,0 21 Balas e similares 15,0 70,0 3,0 10,0 2,0 59 Refresco em pó 96,0 4,0 96,0 48 Refrigerantes 61,0 49,0 49 Gelatina 8,0 92,0 36 Isotônico 9,0 67,0 24,0 21 Tipo de corante utilizado. Tipo de corante usado em cada setor alimentício da amostra. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Número de resposta por setor Laticínios Biscoito e panificação Balas, chicletes e sorvetes Alimentos à base de cereal Molhos e sopas Bebidas Embutidos cárneos Se to re s d a in dú str ia Corante natural Corante artificial Ambos Corantes que as indústrias declararam usar em seus produtos • Urucum • Carmim • Cúrcuma • Páprica • Beta-caroteno • Clorofila • Antocianina • Caramelo • Dióxido de titânio • Vermelho 40 • Bordeaux S • Tartrazina • Amarelo crepúsculo • Eritrosina • Azul brilhante • Ponceau 4R Pepsi retira substância cancerígena de refrigerante vendido na Califórnia 08 de julho de 2013 A Pepsi mudou a fórmula de seu refrigerante de cola vendido no Estado americano da Califórnia e retirou do produto uma substância classificada como cancerígena, conhecida como 4-metlimizadole ou 4-MEI. Porém, a Pepsi vendida em outros Estados americanos e também em outros países ainda contém a substância. As informações são do site americano Businessweek. A 4-MEI foi classificada como cancerígena pelo Estado da Califórnia e a Pepsi alterou a fórmula de seu refrigerante de cola para continuar vendendo no local. Porém, mesmo dizendo que irá retirar a substância do produto vendido em outros locais até mesmo para padronizar sua cadeia de suprimentos, a atitude ainda não foi tomada, segundo comunicado da Pepsi publicado pelo site. A empresa afirmou que refuta que qualquer produto vendido por ela seja perigoso e que segue as regras de proibição de substâncias em todos os seus mercados - o órgão nacional de segurança alimentar americano não proíbe a utilização da 4-MEI, apenas o Estado da Califórnia. De acordo com o siteda Businessweek, a 4-MEI é utilizada para dar cor ao refrigerante e também é encontrada em cervejas, pães, café e molho de soja. O órgão regulador de segurança alimentar americano afirmou no ano passado que uma pessoa teria que beber mais de 100 latas de refigerante por dia para ter em seu corpo doses de 4-MEI compatíveis àquelas utilizadas nos estudos que relacionam a substância ao câncer. http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201307081222_TRR_82336631
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