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Ação penal

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I – DO INQUÉRITO POLICIAL
1. INQUÉRITO POLICIAL
a) Conceito: É um conjunto de diligências realizadas pela Polícia Civil ou Judiciária visando a elucidar as infrações penais e sua autoria. (Tourinho). É todo procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da autoria e materialidade de uma infração penal.
b) Finalidade: apuração do fato que configure infração penal e respectiva autoria, que serve de base à ação penal ou as providências cautelares (prisão preventiva, prisão temporária, flagrante delito, entre outras). Apurar a infração colher as informações a respeito do fato criminoso. Para tanto a Polícia Civil realiza um intenso trabalho, ouvindo testemunhas, tomando declarações das vítimas, procedendo a exames periciais, exames do instrumento do crime, reconhecimento, ouvindo o indiciado, colhendo informações sobre todas as circunstâncias envolvendo o fato delituoso.
c) Natureza Jurídica: O Inquérito Policial é procedimento administrativo. 
Não é processo. Classificá-lo como procedimento administrativo não significa que não devam ser resguardados os direitos fundamentais do indiciado. A autoridade policial, o Magistrado e o Ministério Público, exercendo controle externo da polícia devem zelar para que a investigação seja conduzida de modo a evitar o desrespeito aos direitos do investigado.
d) Competência: A autoridade encarregada de presidir o Inquérito Policial e o Termo Circunstanciado é o Delegado de Polícia (autoridade de polícia judiciária), no âmbito Estadual. No federal é o Delegado de Polícia Federal.
Diz o artigo 4º do CPP:
“A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiai no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria”.
e) VALOR PROBATÓRIO
O IP é peça de caráter inquisitivo, como instrução provisória, e como tal tem valor informativo para a instrução da ação penal. Nele, porém, constam certas provas periciais, que ainda que praticadas sem a participação do indiciado, contém em si maior dose de veracidade, preponderam fatores de ordem técnica, oferecendo campo para uma apreciação objetiva e segura das suas conclusões, e nestas circunstâncias, têm valor idêntico ao das provas colhidas em juízo, e com base no livre convencimento do juiz, poderá apoiar-se nas provas coligidas na fase extrajudicial, não podendo, porém, apoiar-se em sede de juízo condenatório, unicamente nas provas de inquérito, o que viria a contrariar o princípio constitucional do contraditório. 
 f) VICIOS DO INQUÉRITO POLICIAL
Considerando que o Inquérito Policial possui características meramente informativas destinadas a formação da opnio delicti, seus vícios não acarretam nulidades processuais. No entanto, no que se referem às irregularidades tais como: auto de prisão em flagrante ou auto de busca e apreensão irregular terão que as referidas irregularidades poderão gerar a invalidade e a ineficácia dos atos inquinados.
1.1. OUTRAS MODALIDADES DE INVESTIGAÇÕES
A investigação é função primordialmente exercida pelas polícias judiciárias. Essa regra possui exceções.
Podem as investigações criminais ser presididas conforme dispuser a lei, por outras autoridades. É que se acontece, por exemplo, quando um juiz é investigado cuja investigação é de competência do Tribunal. Outras investigações legalmente previstas como as realizadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), pelas autoridades florestais, Inquérito Policial Militar (IPM) realizado por Oficiais da Polícia Militar, nos termos do Código de Processo Penal Militar, por agentes da Administração (sindicâncias e processos administrativos), pelo Promotor de Justiça, presidindo o inquérito civil, entre outros.
Comentários
O artigo 4º, parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que o inquérito realizado pela polícia judiciária não é a única forma de investigação criminal. 
Há outras, como, por exemplo, o inquérito realizado pelas autoridades militares para apuração de infrações de competência da Justiça Militar (IPM); as investigações efetuados pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), as quais terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, e serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelos Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante 1/3 de seus membros, para apuração de fato determinado, com duração limitada no tempo (CF, art. 58, parágrafo 3º) ; o inquérito civil público, instaurado pelo Ministério Público para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, III), e que, eventualmente, poderá apurar também a existência de crime conexo ao objeto da investigação; o inquérito em caso de infração penal cometida na sede ou na dependência do Supremo Tribunal Federal; o inquérito instaurado pela Câmara dos Deputados ou Senado Federal.
 
 g) CARACTERÍSTICAS
Instrumentalidade: O inquérito policial tem caráter essencialmente instrumental. Sua finalidade é possibilitar a reunião dos elementos de prova que fundamentam as suspeitas acerca da prática de delito de natureza penal. Nesse sentido o IP é um procedimento preparatório para eventual ajuizamento da ação penal.
Obrigatoriedade: Uma vez que a autoridade policial tenha conhecimento da prática de uma infração penal pública incondicionada, estará esta autoridade obrigada a instaurar o IP. Assim, de oficio, o Delegado de Polícia instaura o procedimento administrativo para a investigação do fato. A obrigatoriedade decorre do artigo 5º, do CPP, que determina que “nos crimes de ação pública o inquérito será iniciado”, não deixando alternativa, senão a instauração do inquérito pela autoridade policial. 
Além disso, uma vez instaurado o IP não pode ele ser arquivado pela autoridade policial, conforme estabelece o artigo 17, do CPP. Instaurado deve ser ele conduzido até o seu encerramento, que se dará formalmente com a elaboração de um minucioso relatório (art. 10, §1º, do CPP).
Sigiloso: (art. 20, CPP) - É o Delegado de Polícia que discricionariamente decidirá acerca do sigilo do inquérito policial. O sigilo que pode cercar o inquérito não é absoluto.
Controvérsia é a de que a própria parte e seu advogado tenham acesso aos autos do IP. Ao advogado é garantido, nos termos do art. 7º, XIV, da Lei 8906/96 – Estatuto da OAB – o direito de “examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar e tomar apontamentos”. 
Entretanto, algumas diligências necessitam do sigilo. É o caso de diligências de interceptação telefônica, infiltrações de agentes de polícia ou inteligência, em tarefas de investigações de organizações criminosas, etc.
Forma Escrita: A própria legislação é que determina que o inquérito deve ser escrito (art. 9º, do CPP). A forma escrita constitui uma garantia para o acusado. A documentação em peças escritas é essencial para que a atividade policial de investigação possa ser submetida ao controle de legalidade.
Caráter Inquisitivo: Não é processo. O suspeito apresenta-se como objeto da atividade investigatória, resguardados, contudo, seus direitos e garantias individuais. O artigo 5º, da CF, refere-se a litigantes e aos acusado em geral, não se aplicando ao indiciado. Nessa fase não há a acusação propriamente dita.
INCOMUNICABILIDADE
Trata-se de aspecto que visa impedir a comunicação do preso com terceiros que venham prejudicar á apuração dos fatos, podendo ser imposta quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. O artigo 21 do CPP, prevê que incomunicabilidade do preso não excederá de 3 (três) dias e será decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento a autoridade policial ou do órgão do Ministério Público, respeitadas as prerrogativas dos advogados.
Em contrapartida, para muitos doutrinadores, a incomunicabilidade do presoé constitucionalmente vedada (artigo 136 § 3º, IV). De qualquer sorte, é importante ressaltar que a incomunicabilidade não se estende jamais ao advogado, nos termos do artigo 7º. III, do EOAB. 
Esse entendimento baseia-se na CF: art. 136, § 3º, IV, da CF: “é vedada a incomunicabilidade do preso”.
O INQUÉRITO É INDISPENSÁVEL?
Não. Se o titular da ação penal pública ou o ofendido (ação privada) possuírem os elementos necessários de comprovação da autoria e materialidade dos fatos, para a propositura da denúncia, ou da queixa, não há necessidade do Inquérito Policial.
Aliás, quando da elaboração do termo Circunstanciado (art. 61, da Lei 9.099/95), não se elabora o inquérito. A propósito artigos 12, 27, 39 § 5º, art 46 § 1º, todos do CPP.
NOTITIA CRIMINIS
Conceito: conhecimento espontâneo ou provocado que tem a autoridade policial da prática de um fato delituoso. 
Modalidades: 
Cognição direta ou espontânea: quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de suas atividades rotineiras, de jornais, da investigação feita pela própria polícia judiciária, por descoberta ocasional do corpo do delito, etc.
Cognição indireta ou provocada: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento por meio de algum ato jurídico de comunicação formal do delito, como a exemplo da provocação do ofendido, por denúncia de qualquer do povo (delatio criminis simples), por provocação oficial (requisição do Juiz, ou do MP, ou da autoridade administrativa superior) e comunicação obrigatória de ocorrência criminal (art. 66, I e II, da LCP);
Cognição coercitiva: prisão em flagrante, em que a notícia do crime se dá com a apresentação do autor.
Iniciativa da Instauração do Inquérito Policial 
O Inquérito Policial pode ser instaurado através de:
a) Portaria – Quando instaurado ex-officio. Em se tratando de crimes para os quais a lei prevê que a ação penal seja de iniciativa pública incondicionada, a autoridade policial tem o dever de iniciar o inquérito policial sempre que tomar o conhecimento de fato que possivelmente constitua crime (art. 5º, I, CPP).
b) Auto de prisão em flagrante – qualquer espécie de infração penal (cognição coercitiva). Tão logo seja o preso em flagrante, o infrator deverá ser apresentado à autoridade policial. Convencendo-se a autoridade policial da prática da infração penal, deverá lavrar o auto de prisão, peça esta, que dará o início do inquérito.
c) Requerimento do Ofendido ou de seu representante legal (art. 5º II, CPP) - Requerimento é um pedido encaminhado pela vítima ou por seu representante legal para que a autoridade policial instaure o inquérito.
d) Requisição do MP ou da Autoridade Judiciária – Nos casos de ação penal pública incondicionada ou condicionada a representação. Tendo notícia de fato criminoso, o juiz ou o órgão do Ministério Público poderão dirigir à autoridade policial requisição para que seja instaurado inquérito com a finalidade de apurar esse fato (art. 5, II, CPP). O atendimento a requisição é obrigatório. Entretanto, não há subordinação hierárquica entre o delegado de polícia e os autores da requisição. O atendimento decorre de dever funcional da autoridade policial e por previsão legal. 
e) Representação do Ofendido ou de seu representante legal – Nos casos de ação penal pública condicionada Art. 5, II, § 4º, CPP).
f) Por força da “delatio criminis” – Qualquer pessoa, ciente da prática de uma infração penal, pode noticiá-la à autoridade policial (art. 5º, § 3º, do CPP). 
Em regra, a delatio criminis é facultativa. Quanto às denúncias anônimas, a doutrina reluta em aceitá-las como espécie de deltio criminis. Nesse caso, nada impede que se as informações forem anônimas, nada impede que a autoridade realize as investigações preliminares acerca dos fatos relatados e, se confirmadas instaurar o competente inquérito policial.
m) PROVIDÊNCIAS DA AUTORIDADE POLICIAL: nos crimes de ação:
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: 
Nos casos em que a ação penal é pública incondicionada – é a regra geral:
De Ofício – De ofício significa por iniciativa própria, independente de provocação, por ato próprio do ofício, da função. A instauração do inquérito policial é feita por intermédio do ato administrativo denominado PORTARIA. É ela a sua peça inicial, preambular.
Na portaria inaugural a autoridade policial declara o conhecimento da prática de um fato com as características do crime, o local, dia, a hora, a pessoa que o praticou e aquela que sofreu a ação. Em seguida, no corpo da Portaria, irá determinar as diligências que julgar necessárias para a apuração dos fatos, que chegou ao seu conhecimento.
Auto de Prisão em flagrante – a apresentação à Autoridade Policial de caso sujeito a autuação em flagrante do conduzido, dispensa a elaboração de portaria policial de instauração do procedimento, já que ali estão configuradas todas as diligências a serem elaboradas, ou já elaboradas, bem como todo o fato especificado através de declarações do condutor, testemunhas e conduzido (art. 302, CPP). A cognição aqui é coercitiva. A autoridade policial toma conhecimento da notícia juntamente com a apresentação do seu autor. O inquérito é instaurado de ofício, porém através do auto de prisão em flagrante, e não por portaria, conforme determina arts. 301 e 304, do CPP)
Requisição – O termo requisição tem o sentido de exigência e significa mais do que requerimento. São titulares da requisição a autoridade judiciária e o Ministério Público. É o meio pelo qual se leva ao conhecimento da autoridade policial a respeito do cometimento de uma infração penal, cuja apuração comporta ação penal pública incondicionada, ou crime de ação penal pública condicionada a representação. Ao mesmo tempo determina à autoridade policial a instauração do procedimento administrativo para a devida apuração. A requisição é uma ordem. A lei processual não diz quais são os requisitos; entretanto, deverá conter os requisitos estabelecidos, no artigo 5º, § 1º, do CPP.
Deve ficar esclarecido, que a requisição como uma determinação, não decorre de nenhuma subordinação entre a autoridade policial em relação ao Ministério Público e Autoridade Judiciária, mas sim em função de exigência legal, do dever de ofício imprimido à polícia judiciária, para a abertura do inquérito, que é matéria de interesse público. No caso de a requisição não fornecer aqueles esclarecimentos mínimos que possibilitem a investigação, a autoridade policial, por ofício, deverá solicitar outras informações complementares.
Requerimento do Ofendido ou do Representante Legal: Sendo o ofendido capaz para efeito penal, o que acontece quando for ele maior de 18 anos e com higidez mental, o requerimento poderá ser feito por ele mesmo. Caso contrário, a postulação deve ser feita por quem tiver a qualidade de representá-lo. De forma geral, será representado por seus pais, tutor ou curado. Estando o ofendido ausente ou morto, será ele representado por seu cônjuge, ascendente ou descendente, por aplicação extensiva do art. 31, do CPP, as hipóteses do Inquérito Policial.
O requerimento pode ser feito pessoalmente pelo ofendido ou por seu representante legal, ou por meio de procurador com poderes especiais, que não necessita ser advogado, porquanto a notícia criminis é ato extrajudicial.
O requerimento implica solicitação de algo permitido em lei, por isso mesmo admite indeferimento, mas a autoridade policial não poderá fazê-lo a seu bel-prazer. Comportando indeferimento, quando, por exemplo: se o requerente for incapaz, fato narrado não constituir crime, extinção de punibilidade, etc. Do indeferimento cabe recurso. “Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o Chefe de Polícia ( art. 5º, § 2º, CPP).
O pedido (requerimento) deverá conter os requisitos contidos no art. 5º, § 1º, do CPP.
Da mesma forma, ao ocorrer esta hipótese, cumpre à Autoridade Policial determinar a instauração do IP mediante a elaboração de portaria. 
Importante: condição necessária para a instauraçãode IP é a tipicidade do fato. Se for atípico não se instaura. (ex.: crime de dano culposo – não é típico). 
Pode haver no relatório a representação da Autoridade Policial pela decretação da prisão preventiva do indiciado, nos termos dos art. 312 e ss. do CPP. 
AÇÃO PENAL PRIVADA: 
Nos crime de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la (art. 5, § 5º, CPP). Só tem a qualidade de intentá-la o ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo (art. 30, CPP). Por representante legal entenda-se: pai, mãe, tutor ou curador. O ofendido poderá requerer se for maior de 18 anos e não possuir enfermidade mental. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de requerer a instauração de inquérito policial passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31, CPP).
O ofendido ou o seu representante legal decairá do direito de queixa ou de representação, se não exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime (art. 38, CPP). Esse prazo é fatal, se não exercido decai-se do direito de exercê-lo. Logo, se o ofendido ou seu representante legal, desejarem a instauração do inquérito policial devem providenciar para que ele esteja concluído em 6 (seis) meses.
A lei não diz sobre o conteúdo do requerimento para fins de instauração do inquérito. Mas, é necessário conter os requisitos do art 5º, § 1º, do CPP. O requerimento comporta indeferimento da autoridade policial e de tal indeferimento cabe recurso ao Chefe de Polícia.
Nos casos em que a lei prevê expressamente que determinado crime se apura mediante queixa, a ação penal é privada. Nestes casos, o art. 5º, § 4º, do CPP, diz que a Autoridade Policial somente deverá proceder ao Inquérito Policial a requerimento de quem tenha a capacidade para intentá-la (ofendido ou representante legal – art. 30 e 31 do CPP).
O flagrante, igualmente, somente poderá ser lavrado a pedido da vítima (formalizado), já que se trata de peça vestibular do IP.  
O requerimento não exige formalidades, basta que sejam oferecidos os elementos indispensáveis à instauração do IP. Ex.: na Comunicação de Ocorrência da Polícia Civil, bastaria, conforme entendimento doutrinário predominante, um mero “pede providências”.
Obs.: deve-se atentar para o prazo decadencial para apresentar o requerimento.
Exemplo mais comum: crime de calúnia (art. 138 do CP). 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: 
Se a ação é pública, porém condicionada, é porque a lei subordina seu exercício à presença de uma condição. A condição, no caso, ou é a representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo, ou é a requisição do Ministro da Justiça.
A atividade persecutória do Estado, o da investigação e o da ação penal, só pode ser desenvolvida se houver oferta da requisição ou da representação.
Assim, diante de um crime de ação pública condicionada à representação, o inquérito só pode ser iniciado pela autoridade policial se houver a oferta daquela peça processual (art. 5º, § 4º, CPP). A representação traduz a manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal, consentindo na persecução do crime. Se oferecida diretamente a autoridade policial, tanto oralmente ou por escrito (art. 39, CPP). Se feita oralmente será reduzida a termo. O prazo para a representação é de 06 (seis) meses, a partir da data em que a pessoa que estiver investida no direito vier a saber quem foi o autor do crime. Esse prazo tem natureza decadencial (art. 38, CPP e 103 CP).
Não estabelecendo a forma da apresentação da representação, mas ao exercer o direito, o representante deve apresentar as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria (art. 5º, § 1º, CPP), por exemplo: a descrição do fato com a indicação de quem tenha sido o autor, o local, dia, mês, ano e horário em que ocorreu, nome, sobrenome do representante, etc.
Se a ação se subordina a requisição do Ministro da Justiça, sem ela a atividade persecutória do Estado não pode ser desencadeada. Logo, só com essa requisição é que a autoridade policial poderá instaurar (iniciar) o inquérito policial. A requisição deve conter os elementos necessários à investigação.
DO TERMO CIRCUNSTANCIADO E A LEI 9099/95
Os Juizados Especiais Criminais encontram fundamento na própria Constituição Federal, art. 98, inciso I, atribuindo-lhe competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações de menor potencial ofensivo, mediante o procedimento sumaríssimo.
O juizado, no âmbito da Justiça Estadual é disciplinado pela Lei 9.099/95 e (Lei 11.313/06) e no âmbito da Justiça Federal, pela lei 10.259/2001.
De acordo com o dispositivo nos artigos 69 e 77 § 1º, da lei 9.099/95, o inquérito policial é substituído por um substituído por um simples boletim de ocorrência circunstanciado, lavrado pela autoridade policial (delegado de polícia), chama do de “Termo Circunstanciado”, no qual constará a narração sucinta dos fatos, bem como a indicação da vítima, do autor do fato e das testemunhas, em número máximo de 03 (três), seguindo em anexo um boletim médico ou prova equivalente, quando necessário para comprovar a materialidade delitiva (dispensa-se o laudo de exame de corpo de delito). Lavrado o Termo Circunstanciado, este será imediatamente encaminhado ao Juizado de Pequenas Causas Criminais – JECRIM – com competência para o julgamento das infrações de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes apenados com no máximo dois anos – art. 61 da Lei 9.099/95, com a redação determinada pela lei 11.313/06. 
Não haverá a lavratura do auto de prisão em flagrante quando o autor do fato assumir o compromisso de comparecer ao juizado (art. 69, § Único).
Competência
O Juizado Especial Criminal, provido de juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência (art. 60, da lei 9.009/95).
Pelo artigo 61 da citada lei, consideram-se infrações de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. Redação dada pela Lei 11.313/2006 (antes a pena máxima era de 01 (um) ano).
Assim, a competência ratione materiae dos Juizados Especiais Criminais Estaduais abrangerá as seguintes infrações: Crimes a que lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos e as Contravenções Penais.
Princípios e Finalidades
O artigo 62 da lei 9.099/95 enumera os princípios norteadores do procedimento sumaríssimo:
Oralidade: predomina a forma oral sobre a escrita;
Informalidade: a forma tem papel secundário – citação no próprio juizado; atestado médico; dispensa-se o relatório, entre outras providências;
Economia processual: máximo resultado com o mínimo de dispêndio;
Celeridade: solução rápida da lide – atos à noite e realização rápida da audiência preliminar.
Objetivos da Lei
A reparação dos danos da vítima e a aplicação de pena alternativa, não restritiva de liberdade.
Procedimento na Fase Preliminar (Policial)
Tomando conhecimento da ocorrência (nottia criminis), caberá a autoridade policial: lavrar o Termo Circunstanciado (TC); encaminhar imediatamente ao Juizado o termo, com o autor do fato e a vítima e providenciar as requisições dos exames periciais necessários (art. 69, caput). Prescinde-se do exame de corpo de delito, quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
Não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança ao autor do fato que, após a lavratura do TC, for encaminhado imediatamente ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer (art. 69, § único).
Conteúdo do TC
A qualificação e o endereço das partes; as circunstâncias em que os fatos ocorreram; as versões dos envolvidos; o rol de testemunhas, qualificações e endereços; as especificações dos examespericiais requisitados, a assinatura das partes e dados julgados úteis e oportunos pela autoridade policial.
Dos Atos de Instrução do Inquérito Policial: (Vide art. 6º do CPP). 
A autoridade policial goza de ampla discricionariedade na condução das investigações; entretanto, o Código de Processo Penal determina algumas providências a serem adotadas pelo delegado de polícia. Deverá, portanto, a autoridade policial realizar as diligências previstas no art. 6º do CPP, amoldando-as ao caso concreto, nada impedindo que, dentro dos parâmetros legais, opte por outras que julgar necessárias para elucidação dos fatos.
I – Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais. 
O local da prática do crime constitui-se como principal fonte de vestígios e elementos materiais úteis para a elucidação do delito e todas as suas circunstâncias. Por isso deverá ser preservado, mantendo-se o quanto possível a inalterabilidade desde a prática do crime. A preservação do local do crime é indispensável para o sucesso do exame pericial. Serve, ainda, para que a autoridade policial possa vislumbras as diligências necessárias do fato investigado. 
A lei 5.970/73, em seu artigo 1º, traz exceção à regra da preservação do local, nos casos de acidente de trânsito, autorizando a remoção das pessoas e veículos envolvidos e que estejam sobre o leito carroçável da via pública. 
II – Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
Neste grupo incluem-se todos os objetos que interessem a busca da verdade real. Esses objetos (instrumentos do crime), conforme determina o artigo 11, do CPP, deverão acompanhar os autos de inquérito, sendo enviados ao foro competente após a sua conclusão. Assim, poderá a autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato determinar a busca e apreensão dos objetos com ele relacionados, antes da instauração do inquérito policial. 
A apreensão dos objetos tem por objetivo permitir a realização de atos posteriores que contribuirão para o esclarecimento do fato investigado. Os instrumentos diretamente empregados na prática da infração penal deverão ser submetidos à perícia, para verificação de sua natureza e eficiência (art. 175, CPP); enquanto que as coisas destruídas e deterioradas ou que constituem produto de crime estarão sujeitas a avaliação (art. 172, CPP). Ainda, estabelece o art. 122, do CPP, que os objetos relacionados com a prática do crime poderão ser perdidos em favor da União. 
Caso a diligência de busca e apreensão seja realizada no domicílio de alguém, é necessário a observância das restrições impostas pela inviolabilidade de domicílio (art. 5º, XI, da CF).
III – Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
Diante da natureza informativa do inquérito a autoridade policial deverá envidar todos os esforços para obtenção dos elementos probatórios, desde que por meios lícitos, no sentido de fornecer os subsídios necessários à propositura da ação penal.
A busca por elementos de prova ocorre tanto no local do crime, quanto em outras oportunidades durante a fase investigatória. Assim, a própria autoridade, ou seus comandados, poderá buscar em locais diversos que tiverem relação com o fato objeto da investigação.
IV – Ouvir o ofendido.
A autoridade policial deverá providenciar a oitiva da vítima sempre que possível e logo após a prática da infração penal.
Nos caso em que o ofendido seja o objeto do crime, seu depoimento poderá de extrema importância e servirá de base para toda a investigação. Entretanto, muito embora seja muito relevante a oitiva da vítima, devem ser avaliadas com cautela, pois ela além de possuir interesse na condenação do autor, pode estar sujeita a perturbações psicológicas, decorrentes da violência ou da ameaça perpetrada pelo autor do delito. Em razão disso que o ofendido não é considerado testemunha e não presta compromisso de dizer a verdade.
Uma vez intimada a depor e não comparecer o ofendido poderá ser conduzido coercitivamente, nos termos do art. 201, § 1º do CPP).
V – Ouvir o indiciado, com a observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado pro duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura.
O investigado apenas assume a condição de indiciado se, após o início das investigações, houver elementos suficientes para que sobre ele recaiam suspeitas fundadas acerca da autoria do delito investigado.
A oitiva do investigado constitui um dos atos do indiciamento e somente será realizada se houver, durante a investigação, alguém a quem se possa imputar a suspeita da prática do fato investigado. Não comparecendo poderá ser conduzido coercitivamente (art. 260, CPP), não estando obrigado a responder as perguntas que lhe forem feitas. O direito do silêncio é amparado pela (CF, art. 5º, LXIII). O silêncio do indiciado não poderá se interpretado em prejuízo a defesa, não importando em confissão.
Devem ser aplicadas, na oitiva do investigado, as mesmas regras que disciplinam o interrogatório do réu em juízo (art. 185 a 196, do CPP).
Não há necessidade da presença do advogado quando da oitiva do investigado, muito embora seja importante a sua presença para assegurar os direitos e garantias individuais. No inquérito não há a ampla defesa e o contraditório, tratando-se de procedimento investigatório.
VI – Proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações.
A primeira identificação do autor do delito ocorre na delegacia de polícia a partir da exibição às testemunhas e vítimas de álbuns de fotografias de criminosos. Referido procedimento permite iniciar a investigação e orientação o caminho a ser seguido na investigação. O reconhecimento é ato por meio do qual alguém atribui uma identidade a determinada pessoa ou coisa. Observar-se-á, na realização dos atos de reconhecimento, o disposto nos arts. 226 a 228, do CPP.
Além do reconhecimento pessoal, tem-se admitido o reconhecimento fotográfico como meio de investigação e também como de prova, por força do art. 155, § único, do CPP. Trata-se de medida subsidiária, quando inviável o reconhecimento policial do suspeito. 
Acareação consiste em confrontação de depoimentos divergentes prestados. Acarear é pôr frente a frente os acareandos, para, em seguida a autoridade ler o que disseram e lhes perguntar se confirmam os depoimentos ou corrigem. Poderá haver acareação entre investigado e testemunhas, investigado e vítima ou entre esta e testemunhas. O objetivo da acareação é esclarecer pontos relevantes geradas pela própria investigação do fato. 
A autoridade policial deverá, na realização da acareação, observar o disposto nas regras dos artigos 229 e 230, do CPP.
VII – Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias.
A autoridade policial poderá determinar a realização de qualquer perícia que julgar relevante para as investigações, em conformidade com os artigos 158 a 184, do CPP. O ofendido ou seu representante legal e o investigado poderão requerer qualquer diligência, entretanto a realização ficará a critério da autoridade policial (art. 14, do CPP). O corpo de delito é o conjunto de vestígios deixados pelo crime. Assim, tanto se poderá realizar o exame de corpo de delito em pessoas ou coisas.
O inciso também se refere a quaisquer perícias (exame grafotécnico, exame toxicológico, autópsia, exumação, exame laboratoriais, periciais, entre outros.
VIII – Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos folha de antecedentes.
A identificação consiste em registrar determinados dados e sinais que caracterizam a pessoa do investigado, diferenciando-o dos demais indivíduos. Para esse fim costuma-se colher a impressão digital do investigado. A reunião de todas essas características conferiu ao critério de identificaçãodatiloscópica ampla aceitação, não só no âmbito das ciências criminais, mas na atividade estatal de identificação civil.
A providência prevista no art. 6º, inciso VIII, do CPP, diz respeito à identificação criminal, cuja finalidade é a reunião de dados de identificação acerca de pessoas que já tenham sido investigadas no âmbito penal. Existe, também, a identificação civil, que visa manter registros de dados de todos os cidadãos.
A Constituição Federal prescreve, como regra geral, que o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal (art. 5º LVIII). As ressalvas previstas pela CF estão estabelecidas na Lei 12.037/09. Entre elas estão: o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação, o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado, constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações, entre outros. A lei 9.034/95, em seu art. 5º, estabelece: “a identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independente da identificação civil”.
A folha de antecedentes é o registro do histórico da vida pregressa do indiciado, em relação à existência de procedimentos investigatórios, indiciamentos ou processos penais anteriormente instaurados contra o investigado.
IX – Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
São condições que influenciarão na fixação da pena aplicada em juízo a respeito da concessão de algum benefício ao condenado.
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
A autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos – conhecida como reconstituição do crime – desde que essa prática não contrarie a moralidade ou a ordem pública (art. 7, do CPP).
Não é obrigatória. Tem por finalidade o contato com os elementos do crime e pode facilitar a rememorização de detalhes sobre ele, e a repetição detalhada dos atos investigados pode evidenciar contradições ou inconsistências nos depoimentos colhidos anteriormente. Pode, ainda, fornecer esclarecimentos de detalhes acerca do modo e das circunstâncias da prática da infração penal.
O indiciado poderá ser conduzido ao local da simulação, entretanto, não tem obrigação de colaborar com a sua realização, em razão de que ninguém está obrigado a produzir prova contra si (presunção de inocência, ampla defesa e o direito ao silêncio, todos consagrados na CF).
OUTRAS PPROVIDÊNCIAS
O art. 13, do CPP, prevê outras incumbências para a autoridade policial, tais como: fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, realizar diligências requisitas pelo juiz e ministério público, cumprir mandados de prisão e representar acerca da prisão preventiva. São, ainda, atribuições do delegado de polícia: representar acerca da prisão temporária; proceder à restituição de coisas apreendidas; representar acerca do exame de sanidade mental do indiciado; conceder fiança, nos casos autorizados por lei e lavrar termo circunstanciado.
INDICIAMENTO
Trata-se da imputação da pratica de um ato ilícito penal sempre que houver razoáveis indícios de sua autoria e materialidade. Declara-se o mero suspeito como sendo o provável autor da infração penal.
O indiciado deverá ser interrogado pela Autoridade Policial, que poderá, para tanto, conduzi-lo coercitivamente a sua presença no caso de descumprimento injustiçado de intimação. O indiciado não está obrigado a responder as perguntas e o delegado não é obrigado a nomear advogado na oportunidade do interrogatório, mas somente permitir ao preso para que, querendo, entre em contato com seu advogado. O interrogatório não precisa ser presenciado por testemunha, mas seu termo deve conter a assinatura de duas testemunhas, do delegado e do indiciado.
O indiciamento pode ser sustado por meio de habeas corpus. Quando ocorrer a completa ausência de elementos que haja a inocência do indiciado e a completa ausência de elementos que indiquem que o delito for praticado por ele.
ENCERRAMENTO - RELATÓRIO:
Concluídas as investigações, a Autoridade deve fazer minucioso relatório do que tiver sido apurado no IP (art. 10. § 1º - 1ª parte). Nele poderá indicar testemunhas que não tiveram sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas (art. 10, § 2º). 
O término do inquérito não pressupõe necessariamente que todas as dúvidas tenham sido esclarecidas, mas que apenas foram realizadas as diligências possíveis. A autoridade policial deverá elaborar minucioso relatório do que houver sido apurado. O relatório deverá conter apenas a narrativa, isenta e objetiva, dos fatos apurados. A autoridade policial não deve emitir juízo de valor ou tecer considerações acerca da culpabilidade do investigado ou da antijuridicidade da conduta. Segundo Mirabete, não cabe à autoridade na sua exposição, emitir qualquer juízo de valor, expender opiniões ou julgamento, mas apenas prestar todas as informações colhidas durante as investigações e as diligências realizadas. Pode, porém, exprimir impressões deixadas pelas pessoas que intervieram no inquérito. 
Concluído o IP, será este remetido ao Poder Judiciário competente (art. 10, § 1º, do CPP, juntamente com os instrumentos e os objetos que interessarem à prova, objetos esses que ficarão à disposição das parte e do juiz (art. 11, do CPP)..
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO: 
O art. 10, caput, do CPP, estabelece os seguintes prazos: 
Nos termos do artigo 10º, do CPP, quando o indiciado estiver em liberdade, a autoridade policial deverá concluir as investigações no prazo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da notitia criminis. O § 3º. do mesmo artigo permite a prorrogação do prazo, desde que, o fato seja de difícil elucidação. 
Mesmo que finalizado o Inquérito Policial, o Ministério Público poderá devolvê-lo para novas diligências (artigo16, CPP), o que deve ser aplicado em analogia ao ofendido em ação de sua iniciativa. 
Caso o juiz entenda que as diligências complementares são desnecessárias, não pode indeferir a volta dos autos a polícia e ficaria sujeito ao Recurso de Correição Parcial. O Procedimento correto, nesse caso, é o previsto no artigo 28º do CPP, ou seja, o juiz deverá remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça para que este insista na diligência ou nomeie, desde logo, outro Promotor para oferecer a denuncia. Obviamente, esta regra não se estende ao titular da Ação Privada, já que não há qualquer motivo para que o juiz indefira o pedido de retorno dos autos a delegacia de origem para novas diligências. Assim, em se tratando de Ação Penal Pública, o juiz exerce uma função anormal: a de fiscal do Principio da Obrigatoriedade da Ação Penal, o qual, não informa a Ação Penal Privada.
Se o indiciado estiver preso, o prazo para conclusão do Inquérito é de 10 (dez) dias, contados da efetivação da prisão. Tal prazo em regra, é improrrogável. Mas, não configura constrangimento ilegal a demora razoável do procedimento, em casos de diligências imprescindíveis ou presença de muitos réus.
Tratando-se de Inquérito instaurado a requerimento do ofendido para apuração de crime de Ação Privada, uma vez concluídas as investigações, os autos serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão o impulso de quem de direito. Não há disposição legal sobre a necessidade de intimação do ofendido. Assim, é conveniente que acompanhe o desenrolar das investigações a fim de observar o prazo estabelecido no artigo 38 do CPP.
Outros prazos na legislação extravagante:
Inquéritos atribuídos à Polícia Federal (art. 66 da Lei 5.010/66), estando o investigado preso, o prazo será de 15 dias, pendo ser prorrogado por mais 15;
Crimes de droga: lei 11.343/06: 30 dias, se o investigado estiver preso, se solto, 90 dias. Estes prazos poderão ser duplicadospelo juiz, desde que haja pedido justificado da autoridade policial, após manifestação do Ministério Público.
Inquéritos militares: prazo de conclusão: indiciado preso – 20 dias; solto: 40 dias – neste último caso, o prazo poderá ser prorrogado por mais 20 dias (Código de Processo Penal Militar).
PROVIDÊNCIAS DO MP – RECEBIMENTO DO IP
Devolução do IP à polícia: para a realização de novas diligências indispensáveis ao oferecimento da denúncia (art. 16, do CPP).
Oferecer denúncia: sempre que julgar ter os elementos necessários a propositura da ação penal – prova da existência do crime (materialidade) e indícios de autoria (art. 41, do CPP).
Requerer arquivamento: por julgar não ter havido um crime, ter ocorrido à extinção da punibilidade, ou pela ausência de provas quanto à autoria e materialidade. (OBS: art. 28, CPP).
Desarquivamento do IP – novas provas (art. 18, do CPP).
V - ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento dos autos de inquérito policial (art. 17, do CPP). A legitimidade para requerer o arquivamento do inquérito é do Ministério Público, titular da ação penal.
O arquivamento do Inquérito Policial somente cabe ao juiz, a requerimento do Ministério Público (artigo 28º. do CPP), que é o exclusivo titular da Ação Penal Pública. O juiz não pode determinar, sem o requerimento do Ministério Público, o arquivamento do Inquérito Policial, se o fizer, da decisão caberá recurso de Correição Parcial.
 A decisão de arquivamento com fundamento na ausência de provas não faz coisa julgada, já que o procedimento poderá ser reaberto. No entanto, a decisão de arquivamento que decidir no mérito, como por exemplo, reconhecer a atipicidade do fato, não permite a reabertura do Inquérito Policial.
Nos casos de Ação Penal Privada, não há necessidade de o ofendido solicitar o arquivamento do Inquérito, se, porventura, entender que não há elementos para dar inicio ao processo, basta deixar que o prazo decadencial transcorra sem o oferecimento da Queixa-Crime.
II – DA AÇÃO PENAL
DIREITO DE AÇÃO
O instituto da ação, na teoria geral do processo, deve ser estruturado no que lhe é básico e essencial, na teoria geral do processo. A ação é um direito subjetivo processual que surge em razão da existência de um litígio, seja civil ou penal.
É o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. É o direito público objetivo do Estado-Administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo, com a conseqüente satisfação da pretensão punitiva. (Fernando Capez).
Ante a pretensão insatisfeita de que o litígio provém, aquele cuja exigência ficou desatendida propõe a ação, a fim de que o Estado, no exercício da Jurisdição, faça justiça, compondo, segundo o direito objetivo, o conflito intersubjetivo de interesses em que a lide se consubstancia.
Abolida a autodefesa, ou seja, a resolução privada dos conflitos de interesses, cabe ao Estado a função jurisdicional de dar a cada um o que é seu, aplicando o direito objetivo à situação conflituosa.
Para poder exercer a função de administrar a justiça, um dos fins do Estado, este põe a disposição de todos os órgãos promovê-la, uma vez que o Estado proibiu aos particulares a realização da justiça com as próprias mãos.
O particular, ou seja, qualquer pessoa, tem o direito de invocar a prestação jurisdicional do Estado já que a este cabe administrar a justiça.
Destaca-se, assim, diante do inciso XXXV, do artigo 5º, da Constituição Federal, a função jurisdicional do Estado, na medida em que visa aplicar a lei a uma hipótese controvertida mediante processo regular, produzindo, afinal, coisa julgada, com o que substitui, definitivamente a vontade das partes.
Esse direito à prestação jurisdicional estende-se também ao Estado- Administração quando a este não é permitido à auto-execução de determinados atos e funções, como ocorre, por exemplo, com o direito de punir.
O direito de punir, jus puniendi, que é de natureza administrativa, mas de coação indireta diante da limitação da autodefesa estatal, obriga o Estado Administração a comparecer perante o Estado Juiz para propor a ação penal para que seja ele realizado. A ação é, assim, um direito de natureza pública, que pertence ao indivíduo, como pessoa, e ao próprio Estado, enquanto administração, perante os órgãos destinados para tal fim.
 Conceito
Considerando os conceitos, características e condições da ação, temos, agora, que conceituar “ação penal”. Considerando que o direito de punir é aplicado pelo Estado, a ação penal consiste na atuação correspondente ao direito à jurisdição, que se exercita perante os órgãos da Justiça Criminal, ou seja, é o direito de invocar o Poder Judiciário para aplicar o direito penal objetivo.
A natureza jurídica é objeto de intensa discussão doutrinária. A definição clássica de ação a trata como sendo um direito, cujo objetivo consiste em peticionar perante o poder judiciário. A definição de Frederico Marques é no sentido de que a ação constitui “o direito de agir exercido perante os juízes e Tribunais da Justiça Criminal”. A ação penal não se diferencia em qualquer aspecto da natureza jurídica da ação civil, sendo que seu pressuposto é o litígio, ou a pretensão insatisfeita surgida com a prática de um ilícito penal.
Características
Autônomo: O direito de ação não se confunde com o direito subjetivo material que ampararia a pretensão deduzida em juízo, pois, se fosse assim, não se poderia compreender como sendo direito de ação o que foi, ao final, julgado improcedente. A ação tem um conteúdo próprio e totalmente diverso do direito material a que está ligado. Entende-se como sendo o destinatário da ação não o sujeito passivo, mas sim, o Estado, representado pelo órgão judiciário, a quem se endereça o pedido sobre a pretensão. 
Abstrato: O direito de ação independe do resultado final do processo, de que o autor tenha ou não razão, ou de que obtenha ou não êxito no que pretende.
Instrumental: O direito de ação na medida em que possui por finalidade atingir a jurisdição por meio do processo para composição da lide. Esse direito instrumental, porém, só existe porque é conexo ao caso concreto, pois se ingressa em juízo pretendendo algo específico.
Subjetivo: O seu titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional que é um direito público, pois serve para a aplicação do direito público que é o de provocar a atuação jurisdicional.
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Considerando que o direito agir é conexo a uma pretensão e, portanto, ligado a uma situação jurídica concreta, subordina-se ele a condições. 
As condições da ação se relacionam com a pretensão a ser julgada e  devem ser apreciadas antes do julgamento sobre procedência ou improcedência, são elas:
a) A possibilidade jurídica do pedido se refere à providência admitida pelo direito objetivo. Somente quando o direito objetivo material admitir o pedido é que alguém poderá ser titular do direito de ação. Temos que o artigo 295, parágrafo único, III, do Código de Processo Civil, considera inepta a petição inicial quando o pedido for juridicamente impossível.
b) O interesse de agir consiste na formulação de uma pretensão necessária e adequada à satisfação do interesse contido no direito subjetivo de que se diz titular. Por isso, se diz que são os requisitos para existência do interesse de agir: necessidade e adequação.
A necessidade se refere à utilização das vias jurisdicionais e a adequação do provimento e do procedimento.
c) A legitimidade de parte (legitimação para agir ou legitimatio ad causam) possui fundamento no artigo 6º, do Código de Processo Civil, o qual determina que ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
1.5. CONDIÇÕES GENÉRICAS
O artigo 395, II, do Código de Processo Penal, exige, para o recebimento da denúncia ou queixa, a presença das condições exigidas pela lei, ou seja, condiçõesgenéricas e específicas para o exercício desse direito, inclusive, no campo penal.
As condições gerais, de admissibilidade do julgamento da lide, denominadas condições da ação, são as mesmas do direito de ação civil, quais sejam, possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimação ad causam. As condições especiais são exigidas pelas peculiaridades que apresenta o funcionamento da justiça penal, conforme a espécie da ação penal. Ambas, gerais e especiais, compõem as chamadas condições de procedibilidade.
Em primeiro lugar, exige-se a possibilidade jurídica do pedido, ou seja, é necessário que seja admissível, em tese, o direito objetivo-material reclamado no pedido de prestação jurisdicional penal. O pedido é impossível quando não se pode instaurar ação penal se o fato narrado na denúncia não constituir crime (Art. 397, III, do CPP). O artigo 395, III, CPP – no mesmo sentido, não se pode pedir a imposição de pena, quando faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Há legitimação para agir quando a parte é titular de um dos interesses do litígio. Na ação penal, a parte legítima, como sujeito ativo, é apenas o Estado- Administração, único titular do direito de punir.
No entanto, a lei, em algumas situações, outorga o direito de exercer a ação ao ofendido na ação privada. Nesses casos, ocorre legitimação extraordinária ou substituição processual, em que a lei autoriza alguém a propor a ação em nome próprio na defesa de interesse alheio, no caso do Estado.
Outrossim, deve-se observar a legitimidade passiva para configurar no pólo da ação, sendo que esta deve ser proposta em face do autor do fato. Evidentemente, que falta legitimação quando a denúncia imputa crime à testemunha, à menor, à parlamentar em gozo das imunidades.
Há parte da doutrina que menciona as condições negativas da ação, tais como, coisa julgada, decadência e renuncia, porém, essas condições podem ser consideradas como pressupostos processuais.
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO
Além das condições genéricas da ação, aplicáveis de modo geral a todas as espécies de ação, há também as condições específicas, que representam requisitos para o exercício da ação apenas em algumas circunstâncias.
Também chamadas de condições de procedibilidade, são condições exigidas pela lei para o exercício da ação penal em determinados casos. Entre as principais, a doutrina destaca: A representação do ofendido ou de seu representante legal; requisição do Ministro da Justiça e ingresso do agente em território nacional, em crimes praticados fora do território nacional.
Diante da inexistência, no caso concreto, de qualquer das condições da ação penal, o juiz deverá decretar a carência da ação, anulando o processo “ab initio”, extinguindo-o sem proceder ao julgamento do mérito, que, no processo penal, é a pretensão punitiva do Estado.
O exame acerca do atendimento, no caso concreto, dessas condições pode ser realizado a qualquer momento do processo. Caso seja verificada a ausência de condição da ação no momento do oferecimento da exordial acusatória, deve o magistrado rejeitá-la com fundamento no art. 395, II, do CPP.
CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE
Não há disposição expressa na lei brasileira a respeito das chamadas condições objetivas de punibilidade. Há casos, porém, em que a punibilidade, por razões de política criminal, esta na dependência do aperfeiçoamento de elementos ou circunstancias não encontradas na descrição típica do crime e exteriores à conduta.
Tratam-se das chamadas condições objetivas porque independem, para serem considerados como condições para a punibilidade, de estarem acobertadas pelo agente. Deve-se entender que, constituindo-se a condição objetiva de punibilidade de acontecimento futuro e incerto, não coberto pelo dolo do agente, é ela exterior ao tipo e, em conseqüência, ao crime.
São exemplos de condições objetivas de punibilidade: sentença declaratória de falência nos crimes falimentares, nas quais a ação é  anterior à decisão, desde que a conduta típica não tenha sido causa da quebra; a circunstância do fato ser punível no país em que foi praticado e estar incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição nos crimes praticados fora do território nacional (artigo 7º, p. 2º, b e c, do CP).
A inexistência de condição objetiva de punibilidade impede a instauração da ação penal, mas, proposta esta, há decisão de mérito.
Não se confundem as chamadas escusas absolutórias, em que não se impõe a pena em casos especiais por circunstâncias especiais do agente ou em decorrência de seu comportamento posterior, tal como é previsto nos artigos 181, incisos I e II, e 348, §, 2º, imunidades referentes aos crimes contra o patrimônio e favorecimento pessoal, respectivamente.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Os pressupostos Processuais são responsáveis pela existência e validade da relação processual, ficando a disposição da parte pedir a tutela jurisdicional do Estado, sendo elementos identificadores da relação processual, requisitos necessários para sua formação. Este instituto juntamente com as condições da ação indispensável para constituição e o desenvolvimento do devido processo legal, consagrado constitucionalmente no art. 5º, LIV. 
A doutrina majoritária classifica os pressupostos em subjetivos e objetivos. Os subjetivos dizem respeito aos sujeitos principais da relação processual, ou seja, ao juiz e partes, enquanto que os objetivos se referem à subordinação do procedimento as normas legais e a inexistência de fatos impeditivos.
Os pressupostos subjetivos dizem respeito às pessoas que participam da relação processual – o juiz, o autor e o réu, que são sujeitos principais do processo. Em relação ao juiz manifestam-se através do requisito de competência, investidura e imparcialidade, enquanto que as partes manifestam-se através do requisito da sua capacidade postulatória, capacidade de ser parte e capacidade processual.
Pressupostos Processuais Subjetivos:
Quanto ao Juiz:
Investidura: A relação processual somente torna-se válida caso o juiz tenha sido investido na jurisdição de forma legal (princípio da investidura e juiz natural).
Competência: A competência é a quantidade de jurisdição atribuída a um órgão ou grupo de órgãos. É a divisão do exercício da jurisdição, uma vez que é, a um só tempo, poder do Estado e poder da soberania nacional. Está previsto no artigo 95, II, do CPP. A competência mantém estreito relacionamento com a jurisdição. A distribuição de jurisdição entre os diversos órgãos do poder judiciário é o que dá vida à teoria da competência. A competência é um dos pressupostos de validade do processo, uma vez que o juiz examina sua própria competência.
Imparcialidade: O sujeito competente e investido do poder-dever de jurisdição não pode também, diante de sua posição eqüidistante, estar vinculado a nenhuma das partes, sob o risco de ser argüida exceção de impedimento ou suspeição (art. 95, I, CPP). É necessário que o juiz subjetivamente seja capaz, ou seja, imparcial (arts. 252 e 254, CPP).
Quanto às partes
Capacidade de ser parte: A capacidade de ser parte em processo penal relaciona-se com a personalidade jurídica, que é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Possuem esta capacidade as pessoas naturais, jurídicas e formais. No que tange ao pólo ativo nas ações públicas, cabe ao Órgão do Ministério Público, sendo deferido ao ofendido, tão-somente, auxiliá-lo na acusação, ou mesmo em caso extremo, apresentar queixa-crime subsidiária. Na ação privada a capacidade de ser parte, no que se refere ao pólo ativo, fica com o próprio ofendido ou seu representante legal, ou então, no caso de morte ou declaração judicial de ausência, mediante os substitutos processuais previstos em lei, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Quanto ao réu, a capacidade de ser parte se confunde com a responsabilidade penal, que só se adquire aos 18 anos de idade. Assim, oferecimento de denúncia contra menor de 18 anos não merece apreciação quanto ao mérito, poisnão atende pressuposto de ordem processual, no que diz respeito à capacidade de ser parte da pessoa indicada como réu.
Capacidade Processual: Consiste na capacidade do sujeito exercer os direitos e deveres processuais praticando validamente os atos processuais. Dizem respeito aqueles que têm capacidade para agir. Observa-se assim, que todo aquele que está apto a exercer, por si mesmo, seus próprios direitos, terão necessariamente a capacidade processual. 
Capacidade Postulatória: A parte deve ser representada no processo, por pessoa legalmente habilitada para procurar em juízo. Será através dessa pessoa, a quem a lei confere o direito de postular em juízo (ius postulandi), que a parte se manifestará sua vontade e exercerá atividades concernentes à formação e desenvolvimento da relação processual. A capacidade postulatória é exclusiva dos advogados, que são os representantes das respectivas partes em juízo. 
Pressupostos Processuais Objetivos
Intrínsecos
Estes se relacionam à forma procedimental, que deve se adequar à pretensão reclamada, ou seja, relacionando-se tanto com o procedimento que deve estar subordinado a norma legal, quanto a pretensão que deve estar adequada a forma processual. São eles a petição inicial, a citação válida e o instrumento de mandato.
Petição Inicial: Peça que dá início ao processo e deve conter os requisitos que a lei. A denúncia ou queixa, no processo penal, nada mais são que a petição inicial instauradora da instância penal. Os requisitos da petição estão previstos no artigo 41, do CPP.
Citação Válida: Vide os artigos 351 a 369, do CPP.
Instrumento de Mandato: É pressuposto para o advogado postular em juízo. Assim todo ato do advogado deve ser precedido da apresentação da respectiva procuração. No processo penal este pressuposto não é essencial.
Extrínsecos
São os pressupostos processuais objetivos extrínsecos aqueles que se referem com a ausência de fatos impeditivos a construção do processo. São eles a Litispendência e coisa julgada.
Litispendência: Há litispendência, quando se repete ação que está em curso. E a repetição refere-se a “uma ação idêntica a outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido”. No processo penal a parte ativa é o Ministério Público nas ações penais públicas e a parte passiva o acusado. A causa de pedir consubstancia-se na descrição do fato criminoso e o pedido na pretensão de que o Estado/juiz imponha uma pena ou medida de segurança.
Coisa Julgada: Configura-se na impossibilidade de rediscussão da lide, já resolvida por questão que não caiba mais recurso. Assim tornam-se imutáveis os efeitos gerados na sentença. A coisa julgada caracteriza-se pela presença dos seguintes elementos: as mesmas partes; a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
DA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – titularidade e princípios
Titularidade: 
Adotando declaradamente o sistema acusatório de persecução penal, cuja principal característica é a nítida separação das funções de acusar, julgar e defender. A CF atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da ação penal pública condicionada ou incondicionada, (art.129, I). A recente reforma do CPP, em seu artigo 257, I, prescreve que compete ao Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública.
Toda Ação Penal é pública, em princípio, pois é ela um direito subjetivo perante o Estado-Juiz. A distinção que se faz de ação pública e ação privada se estabelece em razão da legitimidade para agir: se é promovida pelo próprio Estado-Administração, por intermédio do Ministério Público, é ela ação penal pública; se a lei defere o direito de agir à vítima, é ação penal privada.
O artigo 24 do CPP, dispõe que: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia ao Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”.
Na nossa legislação, a ação penal pública incondicionada, promovida pelo Ministério Público distingue-se, assim, desde que não haja manifestação da vontade da vítima ou qualquer pessoa, da ação penal pública condicionada, em que o órgão oficial depende, para a propositura, da representação da vítima ou da requisição do Ministério da Justiça, conforme dispõe a Lei. 
Princípios
A ação penal pública tem como dono o Ministério Público (dominus litis) da ação penal pública. É o órgão do Estado-Administração, representado por Promotores e Procuradores de Justiça, que pede a providência jurisdicional de aplicação da lei penal, exercendo o que se denomina de pretensão punitiva. É um órgão uno e indivisível e, assim, seus membros podem ser substituídos no processo, por razões de serviço, sem que haja solução de continuidade. O Ministério Público promove a ação penal pública desde a peça inicial (denúncia) até os termos finais, em primeira e demais instâncias. Acompanha-a, está presente a todos os atos, fiscaliza a seqüência dos atos processuais; zela e vela pela observância da lei até a decisão final.
Princípio da Oficialidade: Os órgãos encarregados da persecução criminal são oficiais, isto é, públicos. O Estado é o titular exclusivo do direito de punir, que só se efetiva mediante o devido processo legal, o qual tem o seu início com a propositura da ação penal. Atribui-se a investigação prévia à autoridade policial (polícia civil e polícia federal, CF, art. 144, incisos e parágrafos) atividades de polícia judiciária, ao passo que, a ação penal pública fica a cargo exclusivo do Ministério Público (art. 129, I da CF e art. 257, I, do CPP). Assim, a titularidade do Ministério Público na ação penal pública é decorrente do princípio da oficialidade. Depois de secular evolução e experiência, que levou o Estado à criação de um órgão para exercitar, em seu nome, a pretensão punitiva, estabeleceu-se a regra da oficialidade que orienta a maioria das legislações dos países cultos. Entre nós, como na maioria deles, esse órgão é o Ministério Público, a quem cabe promover, privativamente, a ação penal pública (artigos 129, I da CF, 100, § 1º., do CP, 24 e 257, I, do CPP).
Princípio da Obrigatoriedade: Identificada a hipótese, não pode o MP recusar-se a dar início à ação penal. Na ação penal pública, o órgão do Ministério Público está submetido ao principio da obrigatoriedade (ou legalidade ou necessidade) da ação penal. Desde que existam elementos que indiquem a ocorrência de um fato típico e antijurídico, ele é obrigado a promover a ação penal pública (artigo 24 do CPP).
 Princípio da Indisponibilidade: Oferecida a ação penal, o Ministério Público não pode desistir (CPP, 42). Esse princípio nada mais é do que a manifestação do princípio da obrigatoriedade da ação penal público. É a regra, quando o órgão do Ministério Público requer o arquivamento do Inquérito Policial, a decisão é submetida ao juiz, podendo inclusive remetê-lo ao Chefe da Instituição (artigo 28 do CPP). Após instaurada é proibido que o Ministério Público desista (artigo 42 do CPP) ou do recurso (artigo 576.
 Princípio da indivisibilidade: Também aplicável à ação privada (CPP, art. 48). A ação penal deve abranger todos aqueles que cometeram a infração. A regra é do desdobramento do princípio da legalidade: se o Ministério Público está obrigado a propor a ação penal pública, é óbvio que não poderá escolher, dentre os indiciados, quais serão processados, pois isso implicará necessariamente a adoção do princípio da oportunidade em relação ao perdoado. Para alguns doutrinadores, porém, aplica-se o princípio da divisibilidade, e não da indivisibilidade, já que o Ministério Público pode optar por processar apenas um dos ofensores, optando por coletar maiores evidências para processar posteriormente os demais. A adoção do princípio da divisibilidade para a ação penal pública é a posição majoritária na jurisprudência.
Princípio da Intranscendência: A ação penal só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prática do delito (art. 5º XLV, da CF).Da Ação Penal Pública Condicionada
Conceito: É aquela cujo exercício subordina a manifestação do ofendido ou do representante legal ou requisição do Ministro da Justiça.
Apesar de o MP ser o titular de tal ação (somente ele pode oferecer a denúncia), depende de certas condições de procedibilidade para ingressar em juízo. Sem estas condições, o MP não pode oferecer a denúncia.
A condição exigida por lei pode ser a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça.
b) Titular do Direito de Representação: Se o ofendido contar com menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito de representação cabe exclusivamente a quem tem a qualidade para representá-lo. Ao completar 18 anos, o ofendido adquire plena capacidade para ofertar a representação, deixando de existir a figura do representante legal, a não ser que, embora maior, seja doente mental.
 Pode também ser exercido por procurador com poderes especiais (art. 39, caput, do CPP). No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CPP).
Se o ofendido for incapaz (por razões de idade ou de enfermidade mental) e não possuir representante legal, o juiz, de ofício ou a requerimento do MP, nomeará um curador especial para analisar a conveniência de oferecer a representação. 
A pessoa jurídica também poderá representar desde que o faça por intermédio da pessoa indicada no respectivo contrato ou estatuto social, ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes (CPP, art. 37).
c) Representação do ofendido: Representação é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal, autorizando o MP a ingressar com a ação penal respectiva.
d) Previsão legal: Se o artigo ou as disposições finais do capítulo mencionar a expressão “somente se procede mediante representação”, deve o ofendido ou seu representante legal representar ao MP para que este possa ingressar em juízo.
e) Forma: A representação não exige formalidades, deve apenas expressar, de maneira inequívoca, a vontade da vítima de ver seu ofensor processado. Pode ser dirigida ao MP, ao Juiz de Direito ou à autoridade policial (art. 39 do CPP). Pode ser escrita (regra) ou oral, sendo que, neste caso, deve ser reduzida a termo.
f) Natureza jurídica: A representação tem natureza jurídica de condição objetiva de procedibilidade.
g) Prazo: A vítima (ou seu representante legal) tem o prazo de seis meses da data do conhecimento da autoria (e não do crime) para ofertar sua representação (art. 38 do CPP). Tal prazo é contado da oferta da representação e não do ingresso do MP com a ação penal. Tal prazo não corre contra o menor de 18 anos, ou seja, após completar 18 anos, a vítima terá seis meses para representar ao MP. Em qualquer caso, tal prazo é de direito material (segue as regras do art. 10 do CP – computa-se o dia do começo e não se prorroga no último dia). Se houver conflito entre o interesse do ofendido e o do seu representante legal, será nomeado um curador especial, que verificará a possibilidade ou não da representação.
h) Irretratabilidade: A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia (CPP, art. 25; CP, art. 102). A retratação só pode ser feita antes da denúncia, pela mesma pessoa que representou. A revogação da representação após esse ato processual não gerará qualquer efeito
i) Retratação: Segundo o art. 25 do CPP, pode o ofendido retratar-se (ou seja, desistir da representação) até o oferecimento da denúncia. 
j) Retratação da Retratação: Pode haver a retratação da retratação (a pessoa retira a representação e depois a oferece de novo – sempre dentro dos seis meses da data do conhecimento da autoria). Segundo Fernando Capez, a retratação da retração, não pode ser admitida. Para ele ocorre a extinção da punibilidade do infrator.
l) Não-vinculação: A representação não vincula (obriga) o MP a ingressar com a ação; o MP só oferecerá a denúncia se vislumbrar a materialidade do crime e os indícios de autoria (poderá pedir o arquivamento do feito).
m) Alguns crimes dependentes de representação: Crime de lesão corporal leve (CP, art. 129, caput, c/c art. 88 da Lei 9.099/95; crime de lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, c/c com art. 88 da Lei 9099/95); perigo de contágio venéreo (CP, art, 130, § 2º); ameaça art. 147, § único); violação de correspondência (art. 151, § 4º, do CP), entre outros. “SÓ SE PROCEDE MEDIANTE REPRESENTAÇÃO”.
4. Requisição do Ministro da Justiça
A Requisição é o ato político e discricionário pelo qual o Ministro da Justiça autoriza o MP a propor a ação penal pública nas hipóteses legais. A ação penal é pública, porque promovida pelo Ministério Público, mas, para que possa promovê-la, é preciso haja requisição do Ministro da Justiça. 
Se o artigo ou as disposições finais do capítulo mencionar a expressão: “somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça”, para que o MP possa oferecer a denúncia, é necessária a requisição do Ministro. Tem natureza jurídica de condição de procedibilidade e, como a representação, não vincula o MP a oferecer a denúncia (pode requerer o arquivamento).
Hipóteses: são raras as hipóteses em que a lei subordina a persecução penal ao ato político da requisição: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (CP, art. 7º, § 3º, b); crimes contra a honra cometidos contra chefe de governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c o § Único do art. 145); crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República (CP, art. 141, I, c/c 145, § Único).
A requisição é autorização para a persecução penal de um fato e não de pessoas (eficácia objetiva).
O Ministro da Justiça não tem prazo para oferecer a requisição, quer seja, pode oferecê-la a qualquer tempo (não se sujeita aos seis meses de prazo como na representação).
A lei silencia sobre a possibilidade de representação. 
Conteúdo da requisição: o CPP silenciou a respeito, mas deve conter a qualificação da vítima, se possível, do autor da infração penal e a exposição do fato.
5. Ação Penal Privada
Conceito: É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere ao particular a legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou ao seu representante legal. (Fernando Capez)
Fundamento: Evitar que o streptus judicci (escândalo do processo) provoque no ofendido mal maior do que a impunidade do criminoso, decorrente da não-proprositura da ação penal.
Titular: O ofendido ou seu representante legal (art.100, § 2º do CP e art. 30, do CPP). O autor denomina-se querelante e o réu, querelado. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, os seus interesses colidirem com os deste último, o direito de queixa será exercido por curador especial, nomeado para o ato (art. 33 do CPP). A partir dos 18 anos, a queixa somente poderá ser exercida pelo ofendido. 
Convém observar que, segundo Capez, para o menor de 18, não se inicia o prazo decadencial a partir do conhecimento da autoria, mas da data em que completar a maioridade, pois não tem sentido começar a fluir o prazo para o exercício de um direito que ainda não pode ser exercido. Haverá, nesta hipótese, dois prazos decadenciais: um para o ofendido, a partir dos 18 anos, e outro para o representante legal, a contar do conhecimento da autoria, nos termos da Súmula 594, do STF.
No caso de morte do ofendido, ou declaração de ausência, o direito de queixa, ou de dar prosseguimento à acusação, passa a seu cônjuge, descendente ou irmão (art. 31, do CPP).
As fundações, associações e sociedades legalmente constituídas podem promover a ação penal privada, devendo, entretanto, ser representadas por seus diretores, ou pessoas indicadas em seus estatutos (art. 37, CPP).
Substituição processual
O Estado é o titular exclusivo do direito de punir. Nas hipóteses de ação penal privada, ele transfere ao particular a iniciativa da ação penal, mas não odireito de punir. O ofendido, portanto, em nome próprio, defende interesse alheio (legitimação extraordinária). Na ação penal pública, ocorre legitimação ordinária porque é o Estado soberano, por meio do MP, que movimenta essa ação.
e) Princípios da Ação Penal Privada
1. Princípio da conveniência ou oportunidade
O ofendido tem a faculdade, não o dever de propor a ação penal. O faz de acordo com a sua conveniência, ao contrário da ação penal pública. Diante disto, se a autoridade policial se deparar com um situação de flagrante delito de ação privada, ela só poderá prender o agente se houver expressa autorização de particular (art. 5º, § 5º, CPP).
2. Princípio da disponibilidade
O ofendido pode desistir ou abandonar a ação penal privada. O perdão do ofendido depende da aceitação da outra parte. A desistência com a aceitação do ofendido equivale ao perdão.
3. Princípio da indivisibilidade
O ofendido é obrigado a incluir na queixa todos os ofensores. O ofendido não é obrigado a entrar com queixa, mas, se o fizer, é obrigado a interpor contra todos (art. 48 do CPP). Ainda, segundo o princípio da indivisibilidade, a extinção da punibilidade alcança todos os querelados.
4. Princípio da Intranscendência
A ação penal só pode ser proposta em face do autor e do partícipe da infração penal, não podendo se estender a quaisquer outras pessoas. Decorrência do princípio consagrado no art. 5º, XLV, da CF.
Espécies de Ação Penal Privada
Ação penal exclusivamente privada: é aquela proposta pelo ofendido ou seu representante legal e, no caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ao ascendente, ao descendente ou ao irmão (art. 31 do CPP).
2. Ação penal privada subsidiária da pública: aquela proposta pelo ofendido ou por seu representante legal na hipótese de inércia do MP em oferecer a denúncia. É a única exceção, prevista na própria CF, à regra da titularidade exclusiva do MP sobre a ação penal pública. Só tem lugar na inércia do MP, jamais na hipótese de arquivamento do inquérito policial.
 f) Prazo
Em regra, o prazo para o oferecimento da queixa é de 6 meses a partir do conhecimento da autoria. Esse é um prazo decadencial, pois seu decurso leva à extinção do direito de queixa. A decadência não extingue o direito de punir (o que leva tal direito à extinção é a prescrição e não a decadência). A decadência extingue o direito de ação (queixa) e o direito de representação.
A decadência é um prazo de direito material contado de acordo com o CP. O prazo decadencial para o oferecimento da queixa interrompe-se com o seu oferecimento, e não com o seu recebimento. O recebimento interrompe a prescrição. 
O prazo decadencial não se prorroga caso termine num domingo ou feriado. Inclui-se o dia do começo e exclui-se o do fim. No caso da ação privada subsidiária da pública, o prazo decadencial é de 6 meses também, contudo, conta-se a partir do encerramento do prazo para oferecimento da denúncia.
A decadência do direito de queixa subsidiária não extingue a punibilidade, só extingue o direito de ação, portanto, o MP pode oferecer a denúncia a qualquer tempo. A ação privada subsidiária da pública conserva sua parte pública.

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