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CADERNO DE CIVIL IV AV.2

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08/05/17
USUCAPIÃO: A usucapião é forma originária e gratuita de aquisição da propriedade, onde o indivíduo preenchido um prazo previsto em lei se torna proprietário da coisa móvel ou imóvel. Trata-se de aquisição originária do domínio uma vez que é obtida sem que tenha havido o fenômeno da transmissão. Mesmo que a posse tenha se iniciado de forma derivada a aquisição do domínio é obtida originariamente. O possuidor não precisa cumprir qualquer contraprestação para adquirir a propriedade. Na estrutura do fato jurídico latu sensu é possível enquadrar o usucapião como fato jurídico strictu sensu na medida em que muito embora a sua consumação conte com a inércia do proprietário o fundamental para sua caracterização é o decurso de um prazo previsto em lei. Alguns doutrinadores chamam a usucapião de prescrição aquisitiva justamente porque conduzem a aquisição da propriedade e não a perda de um direito.
Natureza jurídica da sentença de Usucapião: De acordo com a maioria da doutrina a sentença de usucapião tem natureza declaratória pois o indivíduo se torna dono da coisa tão logo preencha os requisito necessários a adquirir a propriedade pela usucapião, independentemente de sentença reconhecendo essa condição,. Por mais que o indivíduo não necessite de uma ordem judicial reconhecendo a sua condição de dono, deverá a todo tempo fazer prova de sua condição, considerando que não dispõem de título neste sentido. A propositura da ação, com o reconhecimento da usucapião permite provar a sua propriedade na medida em que a sentença é levada a registro junto ao RI, atribuindo a ela eficácia erga omnes. Muito embora o ideal seja que o indivíduo ajuíze a ação já tendo preenchido o prazo para o usucapião é possível que venha a consumar este prazo no curso da demanda desde que o proprietário não tenha adotado as medidas cabíveis visando evitar a consumação da prescrição. A jurisprudência entende em pacifico a ideia de que um mero oferecimento de contestação não evita a continuidade da prescrição. 
 
Usucapião de bens móveis (1.260 e 1.261):
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante 3 anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
	3 anos
	5 anos
	Possuir como sua continua e incontestadamente
	Possuir como sua continua e incontestadamente
	Justo titulo + boa fé
	Independente de justo título e boa fé
REQUISITOS comuns a todas as modalidades de usucapião: No que diz respeito ao usucapião de bens imóveis o código civil prevê 5 hipóteses além do usucapião coletivo previsto no Estatuto da Cidade. A doutrina costuma identificar requisitos comuns a todas estas modalidades. 
	REQUISITOS
	Exceção 
	1 – Posse ad Usucapionem (Animus Domini) exerça a posse qualificada
	Usucapião pró- família 1.240-A
	2 – Prazo (2, 5, 10 e 15): Preencha os prazos previstos em lei 
	
	3 – Objeto Lícito (o bem tem que ser passível de usucapião)
	
	4 – Posse Ininterrupta (não se afastar com intuito de abandono) sucessio e acessio possessionis 
	
	5 – Posse Mansa e Pacífica: Sem que o proprietário ou legitimo possuidor tome alguma atitude para a retomada do bem
OBS: interrupção e suspensão da prescrição 
	
POSSE AD USUCAPIONEM (Animus Domine) / Exceção 1.240-A do CC: Inicialmente é fundamental a chamada posse animus domine. Ou seja, é essencial que o individuo exerça a posse qualificada para que possa adquirir a propriedade. A posse ad usucapionem só não é exigida na usucapião prevista no art. 1.240-A. 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
PRAZO (2, 5, 10 e 15): É fundamental que o individuo exerça a posse qualificada pelo prazo previsto em lei que oscila de 2 a 15 anos e que pode vir associada ao preenchimento de outros requisitos. 
Em princípio a aquisição da propriedade dispensará a posse direta e em princípio é possível que uma pessoa jurídica obtenha a usucapião. 
OBJETO LÍCITO: É essencial que o bem possa ser alvo de usucapião na medida em que alguns bens móveis ou imóveis mesmo depois de ultrapassado grande lapso temporal jamais poderão ser alvo de usucapião:
- Os bens públicos: mesmo os dominicais que não possuem qualquer finalidade pública jamais poderão ser alvo de usucapião. 
- Os bens pertencentes a absolutamente incapazes: não podem ser alvo de usucapião. A modificação introduzida pelo Estatuto do deficiente prevê como única hipótese de absoluta incapacidade o menor de 16 anos. Aquele que por causa transitória ou permanente não pode exprimir a sua vontade veio a ser tratado como relativamente incapaz de maneira que atualmente uma pessoa sem qualquer discernimento terá contra si o decurso do prazo de usucapião. 
Como o objetivo do estatuto de deficiente é justamente o de inserir o incapaz na pratica dos atos da vida civil, bem como protege-lo na prática dos atos e na vida cotidiana, não é razoável se compreender que as modificações introduzidas nos arts. 3º e 4º do CC devem trazer prejuízo ao incapaz de forma que constatada a sua incapacidade o prazo prescricional não correrá contra ele independentemente de sentença de interdição nesse sentido, bastando que fique evidente o momento em que a incapacidade absoluta se detectou. 
OBS: Pode ser objeto de usucapião: 
- O bem gravado com cláusula de inalienabilidade poderá ser alvo de usucapião. O objetivo do instituidor desta restrição é o de evitar que o indivíduo se desfaça desse bem. Como a usucapião é aquisição originária da propriedade a cláusula não produz efeitos em relação ao possuidor. 
- No que diz respeito a usucapião entre condôminos, coproprietários a jurisprudência principalmente quando a situação é de herdeiros, resiste a aquisição da propriedade argumentando que o indivíduo é beneficiado com um ato de mera permissãotuação é de herdeiros resiste ue o indinte o omento porque . O que lhe confere uma mera detenção interessada ou ocupa o bem como comodatário, sem animus domine. Os julgados que reconhecem a usucapião nesta hipótese concluem que é fundamental que fique evidente o abandono da posse por parte daqueles que estão privados do contato imediato com a coisa.
POSSE ININTERRUPTA (1.238): O 4º requisito comum a todas as espécies de usucapião é a posse ininterrupta ou seja, durante o prazo exigido em lei para a aquisição da propriedade é necessário que o indivíduo não se afaste consideravelmente da coisa com o intuito de abandoná-la. Afastamentos eventuais e momentâneos não descaracterizam a sua posse. 
 O artigo 1.243 permite taxativamente o uso da sucessio e acessio possesionis para efeitos do usucapião. Assim o indivíduo somará a sua posse a do seu antecessor em caso de óbito e poderá soma-la nas circunstancias em que haja a transmissão da posse por atos inter vivos. Ambos os fenômenos poderão ser utilizados a favor do possuidor animus domini e a posse continua se considerando ininterrupta.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de títulopara o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
10/05/2017
POSSE MANSA E PACÍFICA: Durante o prazo previsto em lei é essencial que o individuo exerça a sua posse animus domini sem que o legitimo proprietário ou possuidor promova o pedido de retomada da coisa ou possa se valer de circunstancias que impeçam o decurso da prescrição. 
Dentre as causas suspensivas e impeditivas da prescrição se aplicam a usucapião as traçadas no art. 198:
Art. 198. Também não corre a prescrição (Suspensivas):
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º (absolutamente menor de 16 anos); 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
 As causas são as mesmas variando de acordo com o momento de sua ocorrência. 
- Se o prazo do usucapião se quer se iniciou a circunstância é: Impeditiva
 
- Se o prazo do usucapião já vinha correndo a circunstância é: Suspensiva. 
As circunstâncias apontadas pela norma decorem da própria lei, ou seja, o interessado não precisa adotar qualquer medida no sentido de fazer vale-las.
 Imaginando que o proprietário venha a óbito, depois de já transcorridos 7 anos de posse animus domini, deixando 3 filhos, um deles com 10 anos, o prazo prescricional ficará suspenso até que esse filho complete 16 anos quando esse prazo voltará a fluir aproveitando o tempo anterior. As causas dessa natureza podem ocorrer inúmeras vezes no curso do prazo de usucapião. 
As causas interruptivas da prescrição que se aplicam a usucapião são as traçadas no art. 202, incisos I, V e VI. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer 1 vez, dar-se-á:
(causas interruptivas zeram a prescrição)
 I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual: Basta que proponha a ação antes do prazo prescricional se consumar, evitando-se a usucapião. 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor: Notificação judicial ao possuidor animus domini informando que você quer que ele desocupe o bem. A jurisprudência aceita que seja extraoficial 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor (possuidor animus domini): 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
As causas interruptivas só podem acontecer 1 única vez e nesse contexto se o interessado fez uso das situações dos incisos V e VI agora deverá ajuizar a ação. A interrupção terá por efeito zerar o prazo de prescrição e acontecerá através da notificação extraoficial ou judicial ou através de conduta do próprio possuidor animus domini de que deve deixar o bem. A situação mais usual de interrupção será a propositura de ação visando retomar o bem. 
A interrupção se dará com a propositura da ação correta. Assim, se o indivíduo propões ação possessória que é julgada improcedente e o individuo se vê obrigado a propor ação reivindicatória e nesse contexto o prazo de usucapião já se consumou, a possessória ajuizada em momento anterior não interromperá o prazo de usucapião. 
MODALIDADE DE USUCAPIÃO DE BENS IMÓVEIS:
	MODALIDADES
	REQUISITOS
	Prazo
	
1 - Usucapião extraordinário (Caput)
______________________
Paragrafo único
	
- Pessoa física ou jurídica;
- Possuir por 15 anos o imóvel como seu, sem interrupção nem oposição
- independentemente de justo título e boa fé 
________________________
- Se estabelecer nele sua moradia habitual, ou ter realizado obras e serviços de caráter produtivo, reduz para 10 anos 
	
15 anos
_______________________
 10 anos 
	
2 – Usucapião ordinário (Caput)
_____________________
Paragrafo Único
	
- Pessoa física ou jurídica
- Possuir contínua e incontestadamente; 
- Ter justo título e boa-fé
________________________
- Se o imóvel tiver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente;
- Os possuidores tem que ter estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
	
10 anos
______________________
 5 anos
	
3 - Usucapião rural
	
- Não ser proprietário de imóvel rural ou urbano;
- Possuir como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição
- área de terra em zona rural não superior a 50 hectares
- torna-la produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia
	
 5 anos
	
4 – Usucapião Urbano
	
- Possuir, como sua por cinco anos ininterruptamente e sem oposição 
- Área urbana de até 250m²;
- Tem que utiliza-la para sua moradia ou de sua família;
- Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
- Não poderá ser reconhecido pelo mesmo possuidor mais de uma vez
	
5 anos 
	
5 – Usucapião entre cônjuges ou pró-família
	
- Ter divido a propriedade com ex-cônjuge ou companheiro, que abandonou o lar;
- Ter posse direta com exclusividade, ininterruptamente e sem oposição
- imóvel urbano até 250m²
- Utiliza-lo para sua moradia e de sua família 
- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
- o companheiro já deve ser proprietário da metade do imóvel
- aquele que abandonou não pode prestar qualquer tipo de auxílio material e afetivo ao núcleo familiar que permanece no bem.
- Esse usucapião só poderá ocorrer 1 vez para a mesma pessoa 
	
 2 anos 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO (Art. 1.238 e paragrafo único): A usucapião extraordinário tinha na vigência do código anterior prazo de 20 anos e agora no novo CPC esses prazos passaram a 15 e 10 respectivamente já que o parágrafo único não existia no contexto do código anterior. Essa modalidade poderá ser alcançada, no caput, por pessoa física ou jurídica mesmo que o autor da ação já seja proprietário de vários bens dispensando inclusive a posse direta. Trata-se de usucapião utilizado quando o indivíduo pretende por exemplo o usucapião de imóvel que recebe aluguel ou de uma vaga de garagem. Na referida norma fica dispensado a boa fé de maneira que o invasor poderá fazer uso dessa espécie de usucapião. 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Possuir imóvel como seu durante 15 anos, sem interrupção nem oposição, independentemente de justo titulo ou boa fé. 
O prazo será reduzido para 10 anos, caso ele tenha estabelecido no imóvel sua residência habitual ou tenha nele realizado obras e serviços de caráter produtivo
Quanto ao parágrafo único o legislador exige mais do que a posse direta mais sim a moradia habitual por 10 anos no mínimo. Em homenagem ao princípio da operabilidade aquele que conferir caráter produtivo a sua ocupação também poderá se valer da disposição do parágrafo sendo certo que quando se trata de norma com conteúdo genérico, abstrato caberá ao magistrado análise desse requisito. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráterprodutivo. 
USUCAPIÃO ORDINÁRIO (1.242 e parágrafo único): O usucapião ordinário exigia no código de 16 prazo de 15 anos entre ausentes entendido como tal quando o proprietário não residisse no mesmo local do imóvel que se pretendesse usucapir e 10 anos entre presentes. Atualmente o caput do artigo 1.242 não prevê essa distinção exigindo apenas os 10 anos. Para que o indivíduo se beneficie dessa modalidade não precisa exercer a posse direta nem mesmo ser pessoa física. O único requisito que a lei impõe é o justo título. No artigo 1.201, parágrafo único, também se insere a expressão porém conceituada como uma pessoa que tem um documento que a legitima a possuir. No artigo 1.242 o justo título pode ser definido como o documento que abstratamente, genericamente é apto a transferir a propriedade em favor de seu portador. Outros definem como a pessoa que tem em suas mãos documento que cria a legítima expectativa de aquisição da propriedade. São exemplos de justo título a escritura de compra e venda, a de doação, o formal de partilha e a promessa de compra e venda com quitação do preço e irretratável. 
Possuir imóvel por 10 anos, continua e incontestadamente, com justo título e boa fé.
O prazo será reduzido para 5 anos se se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
Imaginado que Diogo tenha comprado um terreno de uma pessoa casada que tenha realizado a venda sem o consentimento de seu cônjuge o que se tornou possível porque junto ao RI o bem constava apenas em nome do vendedor. Passados 10 anos Diogo é surpreendido por ação ajuizada pelo cônjuge excluído que propõe ação anulatória de negócio jurídico pela falta do consentimento cumulada com a nulidade do registro e ainda com pedido reivindicatório. O réu Diogo mesmo que veja julgado procedente os dois primeiros pedidos poderá evitar o último argumentando a usucapião ordinária a seu favor de forma que passa a ser do proprietário evitando assim o pedido de retomada do bem. O réu em sua defesa além do usucapião ordinário deverá deduzir todas as defesas razoáveis que sejam compatíveis entre si. 
15/05/17
USUCAPIÃO RURAL, CONSTITUCIONAL RURAL OU PRO LABORE (art. 1.239): A usucapião rural prevista no art. 1.239 é também conhecida como usucapião constitucional rural na medida em que foi criada pela constituição de 1988 que dessa forma não existia no código revogado. Além da posse animus domini pelo prazo de 5 anos exercendo a posse direta morando no bem, o que define a área como rural é o fato do indivíduo recolher ITR. Não basta que a família ocupe o imóvel morando no mesmo, é essencial que explore economicamente a coisa. Por fim a norma exige que durante o prazo previsto em lei o casal não seja contemplado com outro imóvel a titulo oneroso ou gratuito até que os 5 anos sejam completados.
 
Na usucapião rural é perfeitamente possível a chamada Sucessio Possessionis que se dá de forma involuntária conferindo aos herdeiros do possuidor animus domini a possibilidade de somar a sua posse a dos seus antecessores para efeito de usucapião. 
Quanto a Acessio Possessionis o legislador não proíbe a sua incidência dando a entender que se aplica a todas as espécies de usucapião. Tanto o usucapião rural quanto o urbano foram idealizados pelo legislador constitucional com o objetivo de assegurar uma residência, uma moradia aquele desprovido de recursos para sua aquisição, tanto que exige que a pessoa não seja proprietária de outro bem.
 Trata-se de dispositivo que dá efetividade a função social da propriedade e indiretamente ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
Assim o fundamento de validade desse e do próximo dispositivo do CC vão de encontro a possibilidade de celebrar negócios jurídicos que envolvam alienações onerosas com renda em favor daquele que transfere a posse. Assim, se alguém celebra por exemplo contrato de cessão de posse, o cessionário não poderá somar o seu tempo de posse ao do seu antecessor devendo sozinho preencher o lapso temporal essencial a esta espécie de usucapião. 
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Possuir como seu por 5 anos ininterruptos e sem oposição área rural não superior a 50 hectares, tendo nela a sua moradia e tornando-a produtiva, não podendo ser prioritário de outro imóvel rural nem urbano 
USUCAPIÃO URBANO, CONSTITUCINAL URBANO (Art. 1.240) : Não precisa produzir, é 250m de área construída 
Possuir como seu por 5 anos ininterruptamente e sem oposição área urbana até 250m², tendo nela a sua moradia e de sua família, não podendo ser prioritário de outro imóvel rural nem urbano. Não poderá utilizar essa forma de usucapião mais de uma vez 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
USUCAPIÃO ENTRE CONJUGES OU PRO FAMÍLIA: A usucapião entre cônjuges foi criada em 2011 e como se trata de direito real novo o biênio a que se refere a norma terá início em junho de 2011 de maneira que mesmo que o indivíduo tenha iniciado a cumprir os requisitos dessa espécie de usucapião antes de 2011 todo e qualquer prazo anterior será desprezado. Há intensa crítica doutrinária quanto ao prazo de dois anos a que se refere a norma na medida em que estaria violando o princípio da proporcionalidade já que o usucapião de bem móvel conta com o prazo de 3 a 5 anos portanto superior ao dessa espécie. Essa modalidade de usucapião dispensa a posse animus domini, exige que o indivíduo não seja proprietário de outro bem, ocupe área construída de até 250mq, exige a posse direta qualificada pela moradia habitual e por fim não permite que o indivíduo seja contemplado mais de uma vez com o usucapião com prazo tão curto. Assim, se o indivíduo adquirir o usucapião para família, vender o imóvel e pretender novamente esse usucapião quanto a outro imóvel não poderá fazê-lo.
A norma prevê dois requisitos específicos que não são explicados pelo seu próprio texto. É imprescindível que o cônjuge ou companheiro hetero ou homo afetivo seja previamente proprietário de metade do bem para que possa pretender o usucapião da outra metade de maneira que será imprescindível indagar o regime de bens do casamento ou da união estável e o momento da aquisição desses bens
 
 	A expressão abandono de lar a que se refere a norma não significa apenas a análise de ter o indivíduo abandonado ou não a posse direta do bem. De acordo com a Doutrina e o enunciado 595 da jornada de direito civil é essencial que a ocupação exclusiva venha acompanhada de atos que revelem que aquele que abandonou não presta qualquer tipo de auxílio material e afetivo ao núcleo familiar que permanece no bem. É irrelevante discutira culpa pelo rompimento da sociedade conjugal. Caso aquele que permaneceu pudesse mesmo recebendo alimentos, tendo ajuda na manutenção do imóvel, pudesse ajuizar usucapião deste artigo estaríamos diante de verdadeira hipótese de comportamento contraditório. 
 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m², cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
ENUNCIADO 595: 
17/05/17
PROCEDIMENTO DA AÇÃO DA USUCAPIÃO JUDICIAL (Art.246, parag.3 CPC/259, inciso I):
1º - Se tratando de usucapião de bem imóvel, inicialmente a ação precisa ser proposta no foro de situação da coisa cuja competência é territorial e absoluta. 
2º - São réus na ação obrigatoriamente o proprietário do imóvel cujo o nome esteja registrado no RI, bem como os confrontantes em hipótese de litisconsórcio passivo necessário, pois trata-se de oportunidade dos mesmos se opor a eventual pedido, pretendendo ver reconhecida a perda de parte do imóvel que lhes pertença. Só não é exigível a citação dos confinantes, quando se tratar de aquisição de apartamento em condomínio, pois nessa circunstância a norma dispensa o litisconsórcio passivo de todos os condôminos e do condomínio considerando que a unidade residencial autônoma tem metragem delimitada não invadindo a propriedade de quem quer que seja. 
3º - Após a citação dos réus, serão publicados editais na tentativa de se localizar eventuais interessados no reconhecimento daquela propriedade, como por exemplo credores do autor e do réu, o primeiro podendo se utilizar daquele bem para receber a dívida e o segundo procurando evitar a declaração da propriedade com o mesmo objetivo.
4º - Instaurado o contraditório, efetiva ou presumidamente, o magistrado remeterá os autos ao MP, que deverá ser intimado a intervir como fiscal da ordem pública nos feitos que envolvam litígios coletivos pela posse de imóvel rural ou urbano. Sendo necessário que o MP manifeste a sua não intervenção no feito , se for o caso, ao menos uma vez, sob pena de uma eventual nulidade.
5º - O Município, o Estado e a União deverão ser intimados para manifestar eventual interesse no feito. Caso a União alegue interesse os autos deverá ser remetido a Vara Federal. Não será suficiente ao ente público alegar interesse, devendo efetivamente provar que o bem é público para a inviabilizar o pedido de usucapião. A falta de matrícula do imóvel não o presume público. 
6º - Acolhido o pedido de usucapião pelo juiz, a sentença substitui o título e deverá ser leva a registro junto o RI, sem o pagamento do imposto de transmissão pro se tratar de aquisição originária da propriedade.
USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL (1.071CPC/2016-A Lei 6.015/73) 
O artigo 1.071 do CPC promoveu a alteração do Art. 216 da lei de registros públicos incluindo nele a letra A permitindo a usucapião pela via administrativa. A modificação da lei 6.015/73 se fez necessária na medida em que vigora em relação a ela o princípio da taxatividade de maneira que esse usucapião não poderia ser registrado. 
Na forma do inciso II do Art. 216-A 
- exige-se a concordância do proprietário do bem ou seus herdeiros e dos confinantes;
- dispensando-se a participação do MP, 
- devendo ser intimadas as fazendas na forma do parágrafo 3º daquele artigo. 
É POSSÍVEL USUCAPIÃO EM MATÉRIA DE DEFESA: A usucapião pode ser alegada em matéria de defesa na demanda possessória ou reivindicatória.
De acordo com a súmula 237 do STF, que julgava a questão a época, o réu poderia arguir o usucapião em defesa na contestação, porém o acolhimento levaria tão somente a improcedência do pedido reivindicatório ou possessório, tendo o réu posteriormente que ajuizar ação de usucapião própria para ver reconhecido o seu direito, isso porque na vigência do CPC antigo não poderia ser proposta a demanda reconvencional, pois ela exigia a identidade de partes, que não existia, porque que os confrontantes não eram integrantes da demanda original. 
Posteriormente a lei 6.969/81 e o estatuto da cidade passaram a admitir pedido contraposto de usucapião rural e urbano, porém pelo fato de o confrontantes não terem participado dessa ação, eles poderiam discutir em ação autônoma eventuais prejuízos que tenham sofrido. 
O CPC atual admite a demanda reconvencional contra terceiro, sendo possível a ampliação subjetiva da ação originária incluindo os confrontantes. 
Diante da reconvenção o MP será intimado para dizer se tem interesse no feito e as fazendas públicas serão intimadas para manifestar eventual interesse naquele processo.
DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL: desapropriação judicial é conferida pelo próprio magistrado.
O artigo 1.228 parágrafos 4 e 5 trata da desapropriação judicial que contrariando a desapropriação prevista no artigo 5 inciso 24 da CF não tem início por ato do poder executivo mais sim é conferida pelo próprio magistrado. 
- Não há que se falar em outra modalidade de usucapião considerando que dispensa animus domini e será conferida mediante pagamento. 
Trata-se de mais uma aplicação da função social da posse constituindo em novidade no código atual. A norma em aplicação ao princípio da operabilidade contém vários conceitos genéricos indeterminados permitindo ao magistrado conferir maior efetividade ao caso concreto. 
- O requisito da boa-fé previsto na norma deve ser, de acordo com a doutrina, deixado de lado sob pena de tomar á aplicação do dispositivo esvaziada na medida em que em raríssimas situações o indivíduo conseguiria convencer ao magistrado de que ignora justificadamente o vício que lhe impede de possuir. 
- A intimação do MP e sua efetiva participação é obrigatória na forma do Art. 178 CPC, inciso I (o MP será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica nos processos que envolvam interesse público ou social sob pena de nulidade) 
- muito embora a desapropriação atualmente seja formulada como pedido contraposto na própria contestação é possível que o grupo que entenda preenchido os requisitos do paragrafo 4º possa ajuizar ação declaratória no sentido de ver reconhecida a propriedade (utilizar o usucapião).
22/05/17
 Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
Enunciado: 308 A justa indenização devida ao proprietário em caso de desapropriação judicial (art. 1.228, § 5°) somente deverá ser suportada pela Administração Pública no contexto das políticas públicas de reforma urbana ou agrária, em se tratando de possuidores de baixa renda e desde que tenha havido intervenção daquela nos termos da lei processual. Não sendo os possuidores de baixa renda, aplica-se a orientação do Enunciado 84 da I Jornada de Direito Civil
84: A defesa fundada no direito de aquisição com base no interesse social (art. 1.228, §§ 4º e 5º, do novo Código Civil) deve ser arguida pelos réus da ação reivindicatória, eles próprios responsáveis pelo pagamento da indenização.
Caso seja ajuizada ação declaratória tendo por fundamento a alegação de desapropriação judicial ou tendo sido o pedido deduzido em pedido contraposto em açãoreivindicatória ou possessória, caso o magistrado reconheça que os pedidos procedem, o registro da sentença junto ao RI ficará condicionado ao pagamento prévio do preço. Este pagamento deverá acontecer pelos próprios interessados e na forma do enunciado 308 da jornada de direito civil pelo Município considerando ser o responsável pelas politicas de desenvolvimento urbano caso fique constatado que aquele grupo pertence a família de baixa renda. 
Há divergência doutrinária sobre a possibilidade do pedido de desapropriação judicial quando o bem imóvel for público: 
- Alguns doutrinadores sustentam pela impossibilidade argumentando que se o bem público não pode ser alvo de usucapião pela mesma razão não pode ser objeto de desapropriação judicial considerando que o resultado econômico de ambos os institutos é idêntico (aquisição da propriedade). 
- O doutrinadores mais modernos sustentam a possibilidade argumentando que o direito de propriedade é uma garantia individual e como tal deve ser interpretado restritivamente, toda vez que se pretender limitá-lo. Como a constituição veda apenas a usucapião o seu alcance deve ficar restrito apenas a esse instituto até mesmo porque na usucapião não há pagamento e nesse sim. 
HIPOTECA: A hipoteca é de 3 espécies. Muito embora seja constituída pela manifestação de vontade como regra, o código civil e o CPC tratam de duas outras modalidades: 
HIPOTECA LEGAL (Art.1.489 CC/720 CPC): A hipoteca legal é estabelecida pelo art. 489 de maneira que os interessados poderão promover a criação desse direito real muito embora aqueles que tem o dever de cria-las deveriam constitui-la antes de serem provocados para tanto. O CPC antigo previa procedimento de especialização de hipoteca legal que foi abolido como procedimento específico e dessa forma deve ser tratado como um procedimento de jurisdição voluntária, sem lide, como outro qualquer. 
O art. 1.489 prevê 5 hipóteses sendo certo que a primeira delas esta relacionada ao direito administrativo. Imaginando que João e Maria são casados possuindo os cônjuges muitos bens e 3 filhos. Com a morte de João e diante do fato de Maria pretender se casar de novo, deverá a mesma espontaneamente oferecer seus bens em hipoteca até que o inventário dos bens do falecido sejam inventariados. Caso não proceda de ofício a entrega de seus bens em hipoteca legal os filhos poderão exigir a constituição desse direito através de procedimento firmado no atual código no art. 720 e seguintes do CPC, findo o qual a hipoteca ficará constituída até que o inventário seja finalizado. Com o fim do inventário poderá ser procedida a extinção da hipoteca e se na hipótese o inventário passar de 20 anos precisará ser renovada na fora do art. 1.498, paragrafo 5º. 
Art. 1.489. A lei confere hipoteca:
I - às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas;
II - aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior;
III - ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais;
IV - ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente; 
V - ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação.
Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em completando 20 anos, deve ser renovada.
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial.
HIPOTECA JUDICIAL OU JUDICIÁRIA (495 CPC): 
- Aquele que dispõem de uma sentença condenando ao pagamento em dinheiro como uma ação indenizatória ou dispondo de um a sentença onde a obrigação de fazer é convertida em pagamento poderá aquele que dispõe da sentença levá-la ao registro imobiliário, sem determinação judicial, podendo proceder ao registro da hipoteca. 
- Após realizado o procedimento administrativo junto ao RI o credor comunicará formalmente a constituição da hipoteca nos autos da ação onde se constituiu o título, a sentença. 
- O devedor será intimado para tomar ciência do direito real criado. A partir de então cria-se o direito do credor em requerer o reconhecimento da fraude a execução caso o devedor insista em alienar o bem a terceiro. Se o devedor após intimado proceder dessa forma bastará ao credor no próprio processo onde se constituiu a sentença requerer o reconhecimento da fraude a execução sem a necessidade de se ajuizar ação própria. 
- Criada a hipoteca o credor hipotecário terá preferência no recebimento do seu crédito diante de todos os demais credores. 
- Após a constituição do direito real o processo que gerou o título terá o seu prosseguimento normal caso o devedor tenha interposto recurso. 
- Em sendo admitido e acolhido o recurso, a hipoteca necessariamente deverá ser desfeita e aquele que até então era credor ficará sujeito a arcar com perdas e danos experimentadas pelo devedor. O prejuízo do até então devedor não decorre apenas da simples constituição da hipoteca judiciária, ou seja, não se dá IN RE IPSA incube ao devedor o dever de provar que experimentou prejuízo pela criação do direito real sendo certo que aquele que até então era credor responderá civilmente independente de culpa já que sua responsabilidade é objetiva. 
- Caso a sentença condenatória seja confirmada pelo tribunal e o devedor insista em não oferecer outra forma de pagamento o magistrado determinará a penhora daquele imóvel que até então estava hipotecado cabendo ao devedor dentre outras defesas possíveis sustentar a impenhorabilidade do único imóvel residencial na formada Lei 8.009/90 desde que a dívida não se adegue a uma das exceções previstas no art. 3º hipótese em que o devedor perderá até mesmo o seu único imóvel para o pagamento da dívida. 
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
24/05/17
 
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
3 ) HIPOTECA CONVENCIONAL: 
- No direito brasileiro a hipoteca convencional jamais poderá ser criada de maneira abstrata, autônoma. Necessita obrigatoriamente de estar a serviço de um negócio jurídico principal que habitualmente é um contrato de mutuo feneratício. 
- A hipoteca é direito real de garantia que incide sobre bem imóvel a exceção do navio e aeronave 
- habitualmente é constituída quando o individuo pretende a compra de um imóvel de propriedade de outrem, e por não ter condição financeira de adquiri-lo, se socorre a instituição financeira que quitará o valor ajustado com o vendedor e celebrará com a instituição financeira mutuo feneratício e contrato acessório de hipoteca. 
- De início o valor do bem deverá ser maior ou igual ao valor do empréstimo considerando que o credor precisará eventualmente se utilizar daquele bem como pagamento desua dívida de forma que se o valor do bem é inferior e seja necessário promover a sua execução o imóvel não será suficiente a quitação da dívida e por essa razão quanto ao valor faltante será o credor quirografário (sem garantia).
- Muito embora a hipoteca habitualmente seja constituída em prejuízo pelo proprietário que não teve condições financeiras de comprar o imóvel com seus recursos é perfeitamente possível que seja estabelecida pelo proprietário pleno que precisando do dinheiro hipoteque o seu imóvel como garantia ao pagamento da dívida 
- Devendo-se lembrar que em qualquer circunstância o imóvel hipotecado é uma das exceções a regra da impenhorabilidade do bem de família na forma do art. 3º, inciso 5º da lei 8.009/90. 
- O proprietário que conte com um imóvel hipotecado sofre uma limitação no seu poder de dispor da coisa, mas no ato da criação da hipoteca o credor hipotecário jamais poderá impor a inalienabilidade do bem. 
- Caso o proprietário pretenda vender seu imóvel hipotecado já estando vigorando por um tempo o mutuo feneratício, o comprador poderá assumir duas posições distintas:
1º - Numa primeira hipótese entregará ao vendedor o valor do mutuo que ele pagou até então, ou parte dele, e caso tenha condições financeiras para quitar a dívida ainda remanescente junto ao credor hipotecário, quitará a mesma se tornando proprietário pleno sem qualquer oposição do credor hipotecário que só possui interesse em receber o valor. 
2º - Caso o comprador não tenha condição de quitar o empréstimo, se dirigirá a instituição financeira de forma a que a escritura seja realizada com a sua interveniência passando ele a ocupar a nova posição de proprietário. Caso isso aconteça a instituição financeira reconhece de maneira inequívoca a existência do novo dono que passará a pagar o mutuo feneratício. Se a instituição financeira não aceitar o novo proprietário não poderá ser realizada a transferência do bem imóvel junto ao RI de maneira que as partes acabam por celebrar o chamado contrato de gaveta que não produz qualquer efeito junto ao credor hipotecário que excutirá o bem onde quer e com quem ele se encontre. 
Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. 
Parágrafo único. Pode convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado. 
- O artigo 1.476 permite a criação de uma nova hipoteca que poderá ser instituída em favor do mesmo credor preferencialmente ou de outro. Por certo que a segunda hipoteca e antes disso o segundo empréstimo está sujeito a analise do valor do bem, ou seja, é necessário indagar se no momento da criação da segunda hipoteca aquele imóvel, caso precise ser excutido, suportará o pagamento do mútuo vinculado a primeira hipoteca até aquele momento bem como do segundo empréstimo. Caso o bem não comporte ambos os pagamentos, possivelmente o devedor não conseguirá uma segunda hipoteca. 
- O segundo credor hipotecário não precisa do consentimento do primeiro para criar a hipoteca, na medida em que a sua hipoteca criada só será paga após satisfeita a primeira que tem preferência sobre ela. 
- Caso o devedor venha a ficar inadimplente em relação a segunda hipoteca, este credor não poderá excutir o bem caso esteja sendo paga a primeira hipoteca. 
- A única exceção seria a efetiva comprovação de que o devedor está insolvente não sendo necessária declaração judicial nesse sentido, bastando a prova contundente da situação econômica do devedor 
Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor.
Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira. 
Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas posteriores à primeira.
Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira hipoteca não se oferecer, no vencimento, para pagá-la, o credor da segunda pode promover-lhe a extinção, consignando a importância e citando o primeiro credor para recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar, o segundo credor, efetuando o pagamento, se sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que lhe competirem contra o devedor comum.
EXTINÇÃO DA HIPOTECA: O artigo 1.499 trata das hipóteses que não são taxativas de extinção da hipoteca. A maneira usual de extingui-la é com o pagamento, hipótese que o credor hipotecário anuirá expressamente com a baixa da restrição passando o devedor a ser proprietário pleno. 
Das hipóteses previstas no art. 1.499 é possível afirmar que apenas os incisos I e V extinguem o contrato principal já que a remição ali mencionada significa o pagamento pelo devedor após iniciada a excussão do bem. 
Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:
I - pela extinção da obrigação principal: Pagamento do mútuo feneratício. Extingue a dívida e o direito real 
II - pelo perecimento da coisa: O perecimento da coisa mais comum quanto ao navio e aeronave extingue a garantia mais não a dívida passando o credor a ser quirografário. Extingue somente o direito real; 
III - pela resolução da propriedade: A extinção da propriedade resolúvel como aquela que pode ser alvo do exercício do direito de retrovenda, evento futuro e incerto também implicará na extinção da hipoteca mas não da dívida. Extingue-se somente o direito real; 
IV - pela renúncia do credor: O credor não quiser mais receber o pagamento. Extingue-se somente o direito real 
V - pela remição (pagamento): a remição mencionada significa o pagamento pelo devedor após iniciada a excussão do bem. Extingue-se a dívida e o direito real 
VI - pela arrematação ou adjudicação: Na arrematação terceiro estranho ao processo que normalmente é extrajudicial adquire o bem extinguindo a hipoteca mais não necessariamente toda a dívida. Na adjudicação, também no processo de excussão o credor acaba ficando com o bem o que também não é necessariamente suficiente para quita-la como um todo. Extingue-se o direito real 
Os bens imóveis devidamente registrados constando hipoteca poderão ser objeto de usucapião por parte de terceiro estranho ao mútuo ou até mesmo pelo mutuário que não pague, pelo tempo suficiente do usucapião, o empréstimo e durante todo esse período não tenha contra si ação pretendendo a alienação do bem. 
29/05/17
ANTICRESE: O devedor constitui o direito real de anticrese em favor do credor por uma divida já existente ou contraída naquele momento, assegurando ao credor a possibilidade de ter a posse direta do bem, usufruindo do mesmo por ele ou percebendo os frutos que aquela coisa imóvel pode oferecer ate a quitação da dívida. 
O credor anticrético como tem o direito de alugar, arrendar ou usar por si, deverá prestar contas ao devedor, confrontando os rendimentos da coisa com o valor da dívida, podendo o devedor impugnar as contas que lhe são apresentadas. 
Trata-se de direito real em desuso considerando que o devedor que necessita de um socorro financeiro não pode se ver privado da posse direta de um imóvel seu considerando que isso será essencial a manutenção de sua dignidade e de sua recuperação economica. 
Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos. 
§ 1o É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital. 
§ 2o Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese. 
Hipótese de perda de bem imóvel e móvel (Art. 1.275): O código prevê no art. 1.275 5 hipóteses de perda da propriedade deixandoclaro o próprio artigo que há outras situações em que essa perda acontece. Servem de exemplo a arrematação, a adjudicação, o casamento onde pelo regime de bens um dos cônjuges perde parte da propriedade do seu imóvel ou móvel e o usucapião. 
Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:
 I - por alienação: A alienação significa a transferência da propriedade a título oneroso ou gratuito em favor do alienatário, exigindo-se escritura pública em se tratando de imóveis, e a declaração inequívoca de vontade em se tratando de móvel. De qualquer maneira não basta a declaração de vontade para que o indivíduo perca a sua propriedade devendo vir acompanhada da tradição em se tratando de móvel, e do registro em se tratando de imóvel. O registro cria a presunção relativa de propriedade e para que outra pessoa pretenda reivindicar aquele bem deverá inicialmente desconstituir o título. 
 II - pela renúncia: A renúncia é o ato jurídico stricto sensu onde o individuo declara de maneira inequívoca a intenção em não mais ser proprietário do bem. Tal como o documento de alienação precisa ser levado a registro em se tratando de imóvel e admite documento particular em se tratando de móvel 
III - por abandono: É a situação jurídica que mais gera controversas em nosso ordenamento e na jurisprudência considerando que através dele o indivíduo, sem uma declaração formal deixa de lado a coisa móvel ou imóvel tornando-a res derelicta (coisa abandonada) sem uma manifestação de vontade expressa neste sentido. O abandono é verificado através de atos exteriores que revelam a intenção do proprietário em não mais ter o bem como integrante de seu patrimônio. A ausência da posse direta não é por si só causa suficiente para que o abandono esteja configurado. 
O município e o distrito federal que estão incumbidos das normas de politica urbana, poderão arrecadar judicialmente bem, mediante o contraditório e a ampla defesa, e se o proprietário em 3 anos mantiver o afastamento da coisa deixando de se opor em processo judicial, o bem será declarado de propriedade do município que integrará a propriedade como bem dominical.
 O art. 1.276, paragrafo 2º, prevê uma presunção absoluta de abandono caso o proprietário não pague IPTU e ITR. Apesar do teor da norma a doutrina tem entendido que essa presunção é afastada caso o individuo comprove que realmente ainda permanecia tendo a intenção de ter a coisa para si de forma que a melhor leitura do paragrafo é no sentido de que a presunção é relativa. Imaginando a hipótese de uma pessoa que por 3 anos teria ficado em coma, a incidência dessa norma levaria o indivíduo a perda da propriedade o que se revelaria absolutamente contrário a ideia do art. que é a de penalizar aquele que voluntariamente deixou de dar ao seu bem função social. 
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.
§ 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. 
§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais.
 
 IV - por perecimento da coisa: 
 V - por desapropriação: A desapropriação importa em instituto do direito administrativo onde o ente público adquire originariamente, já que não há o fenômeno da transmissão, a propriedade da coisa imóvel ou móvel em prol da coletividade. 
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. 
PROPRIEDADE RESOLUVEL: A propriedade em regra é perpetua e plena e dessa forma constituída sem um tempo definido de existência e assegurando o uso das 4 faculdades inerentes ao domínio. 
De maneira excepcional a propriedade é resolúvel tal como acontece na propriedade fiduciária no fideicomisso, na retrovenda e na doação com cláusula de reversão dentre outros. 
Em todas essas hipóteses o proprietário atual tem em seu título inserida a condição ou termo que permitirá a perda da propriedade. 
Assim, se antes do advento do termo ou condição o atual proprietário constituir direitos reais incidentes sobre esse bem como usufruto, hipoteca, a pessoa que com ele contratou sabe se tratar de uma propriedade que pode ser extinta. Caso a condição ou termo se opere, todos os direito reais são imediatamente extintos em favor de outra pessoa, que poderá ajuizar ação reivindicatória. Na doação com clausula de reversão se o donatário falecer antes do doador, este ultimo adquire a propriedade plena. Assim, se o donatário tiver vendido a propriedade ou constituir usufruto, todos os direitos reais estão imediatamente extintos. 
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha.
O artigo 1.360 trata da propriedade revogável: Onde a circunstância que vai permitir o pedido de revogação não consta do titulo de propriedade por se tratar de fato alheio e superveniente a aquisição do domínio. Nessas circunstâncias se o atual proprietário contra quem o pedido de revogação seria direcionado já tiver alienado o bem, presume-se a boa fé do adquirente de maneira que, em princípio, não há como saber da existência desta causa superveniente. Como consequência o negócio jurídico será mantido, restando à pessoa que poderia revogar apenas a possibilidade de exigir perdas e danos.
 
 Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor.
CONDOMÍNIO (1.327 ao 1.330): O código prevê 3 modalidades de condomínio, de copropriedade: O voluntário, necessário e edilício
Condomínio Necessário: Está relacionado a copropriedade do muro divisório. Trata-se de obrigação propter rem, de forma que incumbe a ambos os proprietários de imóveis contíguos o dever de custear a separação dos bens. Em havendo duvidas em relação ao valor considerando que um pode pretender se utilizar de material muito caro, poderá ser arbitrado judicialmente. Enquanto aquele que não participou da construção não pagar ao outro o valor que ele despendeu ou fixa-lo judicialmente, não será coproprietário e por esta razão não poderá fazer uso do muro ou parede no que diz respeito a sua parte do imóvel.
Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes.
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.
31/05/17
CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO: O condomínio voluntário é estabelecido através da manifestação válida de vontade, ex: indivíduos adquirirem em conjunto umimóvel, também se inserindo nesse contexto aqueles que recebem o bem em condomínio e a qualquer momento poderão desfazê-los, como os herdeiros em determinado bem. 
CONDOMÍNIO EDILÍCIO (1.331 a 1.358) 2.035: O condomínio edilício vem tratado nos arts. 1.331 a 1.358 e apesar do nome as suas normas também se aplicam ao condomínio de casas. 
O código de 16 não tratava do assunto e a primeira norma que disciplinou o assunto foi a lei especial 4.591/64. A referida norma disciplina não só as incorporações imobiliárias como também o condomínio. 
Logo que o atual código entrou em vigor existia intensa discussão doutrinária no sentido de discutir se as disposições do atual código incidiam em relação ao condomínio constituído na vigência da lei especial. 
A primeira leitura do art. 2.035 conduziu a ideia inicial de que se trata de ato jurídico perfeito e por tanto regulado pela lei revogada. Porém a leitura do mesmo artigo acabou conduzindo para a conclusão diversa considerando que as relações que se travam no ambiente condominial produzem efeitos constantes e diários de forma que deverão ser aplicados as disposições do atual código quanto aos efeitos constituídos na sua vigência. 
Nas relações entre os condôminos não é possível que um deles invoque contra o condomínio a exceção do contrato não cumprido argumentando que não pretende pagar dali em diante as taxas condominiais considerando que ele julga por exemplo que o condomínio não lhe presta serviço adequado. 
Incialmente o condômino questionador também integra o condomínio, e a convenção é um contrato plurilateral onde todos os condôminos assumem a manutenção de contribuir para coisa comum diferentemente do que ocorre em um contrato bilateral onde há uma reciprocidade bem como um antagonismo entre as partes. 
A doutrina também discute a existência de personalidade em favor do condomínio ao mesmo tempo que há o argumento de que o objetivo de sua criação é o de regular relações internas entre os condôminos sem o objetivo de se relacionar com o mundo exterior. Independentemente de ter ou não personalidade é inegável que o art. 75, inciso XI, do CPC assegura ao condomínio a capacidade de estar em juízo seja como autor seja como réu.
Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. 
§ 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. 
§ 2o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos.
§ 3o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. 
§ 4o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público. § 5o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio.
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial:
A criação de um condomínio edilício passa em um primeiro momento pela criação do mesmo registrando-se o título constitutivo junto ao RI. 
O artigo 1.332 deixa claro as disposições sem as quais o condomínio não pode ser criado. 
I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; 
II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; 
III - o fim a que as unidades se destinam.
Cada condômino obrigatoriamente é proprietário de fração ideal do terreno correspondente a áreas de uso exclusivo e a áreas de uso comum, sendo certo quanto a esta última que estamos diante de um direito de propriedade inalienável e justamente por esta razão as áreas comuns definidas na criação do condomínio não podem ser alvo de usucapião por parte de um dos condôminos, entendendo a jurisprudência, que ocuparia a parte comum como mero detentor interessado. 
É possível encontrar alguns julgados reconhecendo que aplica-se em favor do condômino a figura da supressio (perda do direito) cabendo apenas comprovar que faz uso com exclusividade daquele pedaço. 
É possível encontrarmos julgados reconhecendo a usucapião em favor de terceiro que não condômino e que ocupe área comum, como aquele que ocupa sótão ou quarto. 
- A criação do condomínio precisa também definir a finalidade (se é comercial ou residencial). 
Após a criação do condomínio ou concomitantemente a ela, será elaborada a convenção de condomínio, que desde o momento que for elaborada vincula todos os condôminos atuais e futuros, porém só valerá em relação a terceiros quando for levada ao RI. 
O código deixa para a convenção de condomínio as normas que deverão serem cumpridas nas relações que se travam entre os condóminos bem como entre cada um deles e o condomínio. O art. 1.334 determina cláusulas obrigatórias que a convenção deverá conter, resolvendo a norma duas grandes fontes de conflito permitindo-se porém que a convenção trate de forma diversa. Inicialmente o art. 1.331, paragrafo 5º deixa claro que em princípio a cobertura é área comum, de uso de todos os condôminos, salvo se a convenção dispuser em contrário assegurando aos donos dos últimos andares ao direito a esse uso. 
A venda e aluguel de vaga de garagem a pessoas estranhas ao condomínio também não é em princípio admitida, salvo se a convenção expressamente permitir. Caso o condômino delibere, desde que autorizado na convenção, em vender ou alugar a sua vaga a prioridade é dos demais condôminos e na falta de interesse destes dos demais possuidores diretos, locatários e comodatários. Como não é razoável se exigir que todos os condôminos sejam cientificados da intenção em alienar aquele bem ou alugá-lo, basta que isso seja noticiado de forma clara em quadro de avisos.
É comum conflitos em condomínio provenientes de animais utilizados por condôminos. Muito embora haja convenção condominial permitindo ou proibindo o animal doméstico, seja utilizado pelo judiciário como um princípio de conhecimento, á situação em observância a garantia individual da propriedade deve ser analisada tomando por base o art. 1.336, inciso IV segunda parte combinado com enunciado 566 da jornada de direito civil. A proibição deverá acontecer quando estiver comprovada a insalubridade, o prejuízo ao sossego e a periculosidade do animal. 
 Enunciado 566: A cláusula convencional que restringe a permanência de animais em unidades autônomas residenciais deve ser valorada à luz dos parâmetros legais de sossego, insalubridade e periculosidade. 
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores. 
05/06/17
O artigo 1.336 trata dos deveres do condômino sendo certo que a convenção respectiva poderá estipular outros. As taxas condominiais são em princípio vinculadas pela fração ideal de terreno que como regra representam a quantidade diária cabível a cada um dos condôminos. A convenção de condomínio poderá estipular em sentido contrário o que é comum em prédios mistos onde a unidade comercial tem um maior uso doque o residencial de forma que deve pagar mais. As obras que comprometam a estrutura do prédio também não podem ser realizadas bem como toda e qualquer situação que implique na modificação arquitetônica do condomínio também não é admitida. A multa pelo não pagamento da taxa condominial não pode exceder a 2% se aplicando inclusive aos débitos vencidos na vigência do atual código no que diz respeito aos condomínios existentes antes da vigência do atual código 
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; 
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; 
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. 
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de 1 % ao mês e multa de até 2 % sobre o débito. 
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a 5 vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por 2/3 no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
A exceção do não pagamento pontual das taxas condominiais a convenção de condomínio poderá prever que o sindico aplique multa pela prática de uma das condutas previstas nos incisos II a IV além de perdas e danos pelo condômino diretamente prejudicado com o ato. Caso o ato constitutivo não trate da referida multa poderá ser convocada assembleia extraordinária com este fim. 
	Se o condômino reiteradamente descumpre os deveres previsto no art. 1.336 incluindo-se ai a taxa condominial ou todo e qualquer dever do condômino estipulado em convenção ou que seja compreendido por 3/4 dos condôminos como grave violação dos deveres daquele que vive em condomínio, será possível a aplicação da multa prevista no art. 1.337. A aplicação da referida multa terá cabimento por qualquer conduta entendida como grave e reiterada pelos demais condôminos, independentemente de previsão legal ou convencional. 
Art. 1.337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de 3/4 dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. 
Condômino nocivo ou antissocial: O art. 1.337, parágrafo único trata do chamado condômino nocivo ou anti-social. Para que algum condômino se enquadre nesse contexto será imprescindível que a conduta seja compreendida pelos demais condôminos como impossível de viver em sociedade. A norma estipula multa equivalente a até 10X o valor da taxa condominial submetendo a assembleia novas deliberações no sentido de tornar efetiva o uso da área privativa por aquele condômino. A doutrina sustenta que é perfeitamente possível que a assembleia assegurando o contraditório e a ampla defesa opte em momento posterior à fixação da multa em ajuizar medida judicial para proibir que aquele condômino faça uso de sua propriedade exclusiva. 
 
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial.
Art. 1.348. Compete ao síndico:
§ 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembléia, salvo disposição em contrário da convenção.
Art. 1.350 / 1.355
Assembleia ordinária: Anualmente
Extraordinária: Pode ser convocada a qualquer momento, para qualquer assunto

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