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Projeto de Layout Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos Espaços • Introdução • Dimensionamento de espaços e planos de trabalho • O objetivo desta unidade é conhecer as definições envolvidas em Espaços: Níveis de concepção; Ergonomia; Estudos de tempos e métodos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Nesta unidade abordaremos Espaços. O principal objetivo desta unidade é internalizar conceitos sobre espaços e suas utilizações. Em Materiais didáticos, você encontrará o conteúdo e as atividades propostas para os temas. Bons estudos! ORIENTAÇÕES Espaços UNIDADE Espaços Contextualização Caro(a) aluno(a), Definir os espaços nos processos produtivos, locais para maquinários, mesas e pessoas segue a mesma linha de conceber nossas necessidades ao mobiliar uma nova casa. Oriente sua reflexão pela seguinte questão: Organizar nossa área de trabalho, nossa seção, nossa empresa pode ser comparado à organização de uma nova casa? Num primeiro momento devemos ver tudo o que temos e fazemovs, e então avaliamos e começamos as mudanças e organizações. Escolha um processo no qual você esteja inserido(a) neste momento (no trabalho, em casa). E classifique-o conforme teoria que vimos! 6 7 Introdução Para iniciarmos o estudo do Planejamento de Espaços, podemos pensar nas grandes cidades. Nos últimos anos os centros urbanos receberam grandes quantidades de pessoas buscando lugar para morar. Chácaras deram lugares a casas, que deram lugares a prédios. Grandes apartamentos deram lugares a apartamentos cada vez menores, até chegarmos aos pequenos e funcionais Studios. Vemos neste rápido levantamento que um bom planejamento deve acomodar as necessidades da forma mais funcional possível! Então, desse modo, podemos definir que: O Planejamento de Espaços determina o espaço necessário para que as movimentações de pessoal, materiais e manutenção de equipamentos, por exemplo, tenham uma configuração funcional. Dimensionamento de espaços e planos de trabalho O dimensionamento de espaços e planos de trabalho num processo produtivo contempla etapas essenciais, como: · a definição das plantas e arranjos físicos internos, layouts; · a organização do trabalho; · a definição dos locais de mobiliário, ferramentas e equipamentos leves. Há que se considerar também os elementos que influenciam a determinação do espaço de trabalho para: · tempos para cada tipo de trabalho; · pessoas presentes que não participam diretamente do processo; · área de estoques e armazenamento; · tratamento dos incidentes de produção, armazenagem temporária; · rejeitos de produção com proteção ambiental. Circulação e fluxos também devem ser definidos para: · veículos, sistemas de transportes e sistemas de informação; · visitantes, clientes, fornecedores; · peças, matérias-primas, produtos e condições de transporte; · colaboradores de nível operacional. 7 UNIDADE Espaços Análise de tarefas Para analisar uma tarefa, em um primeiro momento é interessante conceituar tarefa, do dicionário: Tarefa Substantivo feminino 1. Qualquer trabalho, manual ou intelectual, que se faz por obrigação ou voluntariamente. 2. Quantidade de trabalho realizado ou a realizar dentro de um prazo determinado; empreitada. “Sua tarefa será organizar o arquivo”. Fonte: http://houaiss.uol.com.br/ Para fins de análise de espaços, consideraremos tarefa como conjunto de ações de pessoas que torna possível atingir um objetivo. Pode-se analisar uma tarefa em dois níveis diferentes: um enfoque global com a descrição da tarefa e um enfoque detalhado com descrição das ações a seres tomadas. Fonte: iStock/GettyImages 8 9 Determinação de espaços O levantamento do espaço disponível é fundamental para elaborarmos uma boa distribuição e um bom arranjo físico. Uma determinação de espaço funcional respeita as áreas necessárias para as atividades envolvidas. O calculo das áreas é uma grandeza mensurável que trabalha com as dimensões das máquinas e equipamentos utilizados na empresa a ser estudada. Um bom início de planejamento se dá quando as máquinas e equipamentos são catalogados em planilhas adequadas, contemplando as dimensões do produto, suprimento, especificações de uso e espaço utilizado. Fazendo um paralelo com um casal que adquiriu um apartamento: Se a sala de estar tem as dimensões de 3 m por 4 m, os móveis devem ser escolhidos de tal forma que, segundo a esposa, contemplem um sofá de 2 lugares, um sofá de 3 lugares para receber as visitas, uma mesa de centro para receber um enfeite que ganharam da bisavó no dia do casamento e um móvel super moderno para o equipamento de som que deve embalar as animadas conversas dos visitantes. Já na visão do marido, a sala deverá conter um sofá bem espaçoso com chaise para assistir àquela maravilhosa partida de futebol na televisão super mega enorme 3D, sem contar a geladeirinha e a adega para acondicionar as bebidas que serão servidas aos amigos durante a famosa partida de futebol... SERÁ QUE A SALA VAI COMPORTAR TUDO ISSO? Fonte: iStock/GettyImages Voltando à empresa, a somatória dos espaços necessários para tudo o que é necessário ser colocado na empresa deve ser menor ou igual ao espaço disponível para o processo. 9 UNIDADE Espaços Caso isso não seja possível, temos algumas opções: · consultar outras máquinas e equipamentos de dimensões menores; · ampliação de instalações: i) modificando a infraestrutura ii) aumentando as horas de trabalho ou iii) definindo melhorias de processo Combate a incêndio, iluminação adequada ao trabalho, saídas de emergência, circulação e acessos, necessidades de pontos hidráulicos e gás, projeto de exaustão de ar e fumaça são particularidades de processos e infraestruturas que devem ser levadas em consideração no dimensionamento dos espaços, respeitando-se sempre as normas específicas para cada caso. Fonte: iStock/GettyImages Voltando ao nosso casal que acabou de adquirir o apartamento, ao comprar todos os móveis da cozinha a esposa percebeu que não havia ponto de água no módulo destinado à máquina de lavar louça... E o marido resolveu passar um cabo de televisão na mesma tubulação da fiação de energia e percebeu que ao ligar o ventilador de teto, a televisão não funciona... 10 11 Cálculo das áreas Temos conceitos básicos que são aplicáveis em todos os tipos de projetos, apesar das particularidades de cada um, que devem ser obedecidos para elaboração de um bom layout. São cálculos realizados para saber as áreas necessárias para cada centro de trabalho, a saber: · Dimensão produtiva: é o lado em que o operador irá operar seu equipamento; num torno o operador estará à frente do equipamento, ao lado do painel de controle. · Área projetada: é a área considerada ao se observar o equipamento de uma vista superior; podemos considerá-la como a área da base do equipamento. · Área de operação: é área necessária para que o colaborador opere o euqipamento de forma prática e segura. · Área de circulação: é a área necessária para circulação do fluxo de pessoas e materiais utilizadas na operação produtiva. · Corredores de movimentação: são as áreas destinadas à circulação comum dos funcionários e colaboradores, dos veículos e materiais que não estão diretamente ligados aos fluxo de produção. Um corredor de passagem deve ter 0,6 m de largura no mínimo. Essa largura está diretamete ligada ao que será movimentado por ele; dessa forma, poderá exceder essa metragem, mas não deverá ser inferior a ela. Por exemplo a LEI Nº 7.405, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1985, em seu artigo 2º, mostra as dimensões de portas e corredoresdas edificações que desejam obter o Símbolo Internacional de Acesso. Portanto, para empresas que desejam trabalhar com a inclusão, essa regra deverá ser obedecida. 11 UNIDADE Espaços LEI Nº 7.405, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1985. Torna obrigatória a colocação do “Símbolo Internacional de Acesso” em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 1º - É obrigatória a colocação, de forma visível, do “Símbolo Internacional de Acesso”, em todos os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas portadoras de deficiência, e em todos os serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu uso. Art 2º - Só é permitida a colocação do símbolo em edificações: I - que ofereçam condições de acesso natural ou por meio de rampas construídas com as especificações contidas nesta Lei; II - cujas formas de acesso e circulação não estejam impedidas aos deficientes em cadeira de rodas ou aparelhos ortopédicos em virtude da existência de degraus, soleiras e demais obstáculos que dificultem sua locomoção; III - que tenham porta de entrada com largura mínima de 90 cm (noventa centímetros); IV - que tenham corredores ou passagens com largura mínima de 120 cm (cento e vinte centímetros); V - que tenham elevador cuja largura da porta seja, no mínimo, de 100 cm (cem centímetros); e VI - que tenham sanitários apropriados ao uso do deficiente. Art 3º - Só é permitida a colocação do “Símbolo Internacional de Acesso” na identificação de serviços cujo uso seja comprovadamente adequado às pessoas portadoras de deficiência. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. CASA CIVIL. SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. Lei 7.405, de 12 de novembro de 1985. Disponível na íntegra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7405.htm. Acesso em: 23 nov. 2015. Ex pl or 12 13 Temos de levar em consideração os equipamentos que serão utilizados pela empresa e que passarão por esses corredores. A seguir temos exemplos (figuras 1, 2, 3 e 4) de alguns desses equipamentos: Figura 2. Carrinho de serviço.Figura 1. Carrinho industrial. Figura 4. Paleteira manual.Figura 3. Empilhadeira manual. Uma área que demanda previsão de espaço é o armazém. Temos de dimensionar como os materiais serão armazenados. As figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentam exemplos de materiais estocados. 13 UNIDADE Espaços Figura 6. Estocagem refrigerada. Fonte: iStock/GettyImages Figura 5. Rack aramado. Figura 8. Porta pallets de aço. Fonte: iStock/GettyImages Figura 7. Mezanino. Fonte: iStock/GettyImages Figura 10. Estocagem de cereais. Fonte: iStock/GettyImages Figura 9. Estocagem em bag. Fonte: iStock/GettyImages 14 15 Níveis de planejamento de espaços A melhor maneira de se pensar o planejamento de espaços é do nível global para o nível local de trabalho, desta forma: Do nível geral para o nível particular, dando maior foco inicialmente às questões estratégicas que se desdobrarão nas atividades do dia a dia. I. Primeiro nível É o nível estratégico, momento em que a empresa decide o que irá fazer, onde irá atuar e o mercado que deseja atingir. É o que chamamos de Planejamento Global. Nesse nível, poucas pessoas atuam, mas essa atuação deve ser muito consciente, pois, por exemplo, a escolha do local da planta de produção é uma decisão estratégica e somente após essa definição podemos traçar os planejamentos de estrutura, maquinários e orçamento. II. Segundo nível Definido o local, passamos ao planejamento da interação do que teremos dentro da empresa e o local onde ela estará inserida. É o momento de considerar os aspectos externos e internos, tamanho do espaço, construção inicial e possibilidade de ampliação futura. É hora de parametrizar o potencial do local quanto aos recursos de água, gás e energia, por exemplo, de que a empresa necessitará. Esse nível considera a logística do recebimento das matérias-primas e insumos e a distribuição de produção. As leis, políticas e regulamentações governamentais são estudadas para compatibilizar os processos produtivos da empresa. 15 UNIDADE Espaços III. Terceiro nível Esse nível de planejamento começa a observar a empresa internamente. Planejam-se as estruturas prediais, as diretrizes básicas dos espaços e instalações. Esse nível define a localização do processo e os fluxos de trabalho levando em consideração as diretrizes de trabalho definidas nas missões e visões da empresa. Figura 11. Planta baixa de escritório. Fonte: iStock/GettyImages IV. Último nível Finalmente, chegamos ao nível em que máquinas, equipamentos e móveis serão parametrizados; espaço pessoal e a comunicação entre as áreas também serão considerados. Temos a sintonia fina da parametrização das estruturas, do espaço interno dos imóveis. 16 17 Resumindo NÍVEL ATIVIDADE I Localização e seleção locais II Planejamento das características de construções ou local III Layout da construção de células ou departamentos IV Layout de características de células ou estações de trabalho Postos de trabalho Esse é o momento do planejamento dos postos de trabalho, considerando-se dois focos: · Tradicional; e · Ergonômico O enfoque Tradicional está ligado ao estudo dos tempos e movimentos. Quando falamos de movimento, leia-se estudo dos movimentos corporais necessários para realização de determinado trabalho, e analisando tempos, o tempo gasto para esta atividade. O enfoque tradicional é o termo clássico utilizado para medições de eficiência do trabalho, incluindo cronometragem e amostragem sistemática do trabalho. Quando já existe o trabalho, esse sistema é facilmente aplicado, pois tem medida direta, porém quando se trata de novo layout, as medidas deverão ser calculadas com ferramentas teóricas. O enfoque Ergonômico, como o próprio nome diz, está ligado à postura, alcance e facilitação de movimentos com foco em reduzir exigências mecânicas e psicológicas do colaborador. O estudo ergonômico é feito sobre duas bases: · a adequação entre trabalho e pessoas, considerando que o trabalho pode ser adequado a pessoa; · coleta de dados sobre tipos de trabalhos e reações das pessoas visando melhor conforto e desempenho. 17 UNIDADE Espaços A ergonomia segue elementos essenciais à sua aplicação: · estudo da estrutura do corpo humano; · estudo do funcioamento fisiológico do corpo humano; · estudo das dimensões do corpo humano e suas partes. Figura 12. Homem vitruviano Fonte: iStock/GettyImages Resumindo O enfoque tradicional, ligado ao Estudo de tempo e métodos pode ser comparado ao projeto do sistema de produção, e o enfoque ergonômico, por definir como se usar uma ferramenta, nesse caso os colaboradores, pode ser comparado à Engenharia de manufatura. Os dois enfoques devem estar alinhados e serem sempre considerados na concepção de espaços e projetos de layou, pois as atividades devem ser realizadas de forma a manter a saúde e satisfação do colaborador, para sempre atingir o máximo da produtividade. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Para complementar os conhecimentos adquiridos e enriquecer sua compreensão sobre o assunto tratado nesta unidade, consulte os livros a seguir, disponíveis na Minha Biblioteca: Livros Arquitetura de interiores ilustrada CHING, Francis D. K.; BINGGELI, Corky. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. Crianças, espaços, relações CEPPI, Giulio; ZINI, Michele. Crianças, espaços, relações: como projetar ambientes para a educação infantil. 1. ed. Porto Alegre: Penso,2013. Ergonomia CORRÊA, Vanderlei Moraes; BOLETTI, Rosane Rosner. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2015. Bom estudo! 19 UNIDADE Espaços Referências FITZSIMMONS, James A.; FITZSIMMONS, Mona J. Administração de serviços: operações, estratégia e tecnologia da informação. Porto Alegre: Bookman, 2005. GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: Thomson, 2005. LEE, Quarterman. Projeto de instalações e do local de trabalho. São Paulo: IMAM, 1998. MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005. MONKS, J. G. Administração da produção. São Paulo: Mgraw- Hill, 1987. SLACK, Nigel. Administração da produção. 2. ed., p. 200-201. São Paulo: Atlas, 2002. SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. 20
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