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Projeto de lay out 4

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Projeto de Layout
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Espaços
• Introdução
• Dimensionamento de espaços e planos de trabalho
• O objetivo desta unidade é conhecer as definições envolvidas em 
Espaços:
Níveis de concepção;
Ergonomia;
Estudos de tempos e métodos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro(a) aluno(a),
Nesta unidade abordaremos Espaços.
O principal objetivo desta unidade é internalizar conceitos sobre espaços e 
suas utilizações.
Em Materiais didáticos, você encontrará o conteúdo e as atividades propostas 
para os temas.
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Espaços
UNIDADE Espaços
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Definir os espaços nos processos produtivos, locais para maquinários, mesas e 
pessoas segue a mesma linha de conceber nossas necessidades ao mobiliar uma 
nova casa.
Oriente sua reflexão pela seguinte questão:
Organizar nossa área de trabalho, nossa seção, nossa empresa pode ser 
comparado à organização de uma nova casa?
Num primeiro momento devemos ver tudo o que temos e fazemovs, e então 
avaliamos e começamos as mudanças e organizações.
Escolha um processo no qual você esteja inserido(a) neste momento (no trabalho, 
em casa). E classifique-o conforme teoria que vimos!
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Introdução
Para iniciarmos o estudo do Planejamento de Espaços, podemos pensar 
nas grandes cidades. Nos últimos anos os centros urbanos receberam grandes 
quantidades de pessoas buscando lugar para morar. Chácaras deram lugares a casas, 
que deram lugares a prédios. Grandes apartamentos deram lugares a apartamentos 
cada vez menores, até chegarmos aos pequenos e funcionais Studios.
Vemos neste rápido levantamento que um bom planejamento deve acomodar 
as necessidades da forma mais funcional possível!
Então, desse modo, podemos definir que:
O Planejamento de Espaços determina o espaço necessário para que as 
movimentações de pessoal, materiais e manutenção de equipamentos, por 
exemplo, tenham uma configuração funcional.
Dimensionamento de espaços e planos 
de trabalho
O dimensionamento de espaços e planos de trabalho num processo produtivo 
contempla etapas essenciais, como:
 · a definição das plantas e arranjos físicos internos, layouts;
 · a organização do trabalho;
 · a definição dos locais de mobiliário, ferramentas e equipamentos leves.
Há que se considerar também os elementos que influenciam a determinação 
do espaço de trabalho para:
 · tempos para cada tipo de trabalho;
 · pessoas presentes que não participam diretamente do processo;
 · área de estoques e armazenamento;
 · tratamento dos incidentes de produção, armazenagem temporária;
 · rejeitos de produção com proteção ambiental.
Circulação e fluxos também devem ser definidos para:
 · veículos, sistemas de transportes e sistemas de informação;
 · visitantes, clientes, fornecedores;
 · peças, matérias-primas, produtos e condições de transporte;
 · colaboradores de nível operacional.
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UNIDADE Espaços
Análise de tarefas
Para analisar uma tarefa, em um primeiro momento é interessante conceituar 
tarefa, do dicionário:
Tarefa
Substantivo feminino
1. Qualquer trabalho, manual ou intelectual, que se faz por obrigação 
ou voluntariamente.
2. Quantidade de trabalho realizado ou a realizar dentro de um prazo 
determinado; empreitada. “Sua tarefa será organizar o arquivo”.
Fonte: http://houaiss.uol.com.br/
Para fins de análise de espaços, consideraremos tarefa como conjunto de ações 
de pessoas que torna possível atingir um objetivo. Pode-se analisar uma tarefa em 
dois níveis diferentes: um enfoque global com a descrição da tarefa e um enfoque 
detalhado com descrição das ações a seres tomadas.
Fonte: iStock/GettyImages
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Determinação de espaços
O levantamento do espaço disponível é fundamental para elaborarmos uma 
boa distribuição e um bom arranjo físico. Uma determinação de espaço funcional 
respeita as áreas necessárias para as atividades envolvidas.
O calculo das áreas é uma grandeza mensurável que trabalha com as dimensões 
das máquinas e equipamentos utilizados na empresa a ser estudada.
Um bom início de planejamento se dá quando as máquinas e equipamentos 
são catalogados em planilhas adequadas, contemplando as dimensões do produto, 
suprimento, especificações de uso e espaço utilizado.
Fazendo um paralelo com um casal que adquiriu um apartamento:
Se a sala de estar tem as dimensões de 3 m por 4 m, os móveis devem ser 
escolhidos de tal forma que, segundo a esposa, contemplem um sofá de 2 lugares, 
um sofá de 3 lugares para receber as visitas, uma mesa de centro para receber 
um enfeite que ganharam da bisavó no dia do casamento e um móvel super 
moderno para o equipamento de som que deve embalar as animadas conversas 
dos visitantes. Já na visão do marido, a sala deverá conter um sofá bem espaçoso 
com chaise para assistir àquela maravilhosa partida de futebol na televisão super 
mega enorme 3D, sem contar a geladeirinha e a adega para acondicionar as 
bebidas que serão servidas aos amigos durante a famosa partida de futebol...
SERÁ QUE A SALA VAI 
COMPORTAR TUDO ISSO?
Fonte: iStock/GettyImages
Voltando à empresa, a somatória dos espaços necessários para tudo o que é 
necessário ser colocado na empresa deve ser menor ou igual ao espaço disponível 
para o processo.
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UNIDADE Espaços
Caso isso não seja possível, temos algumas opções:
 · consultar outras máquinas e equipamentos de dimensões menores;
 · ampliação de instalações:
i) modificando a infraestrutura
ii) aumentando as horas de trabalho ou
iii) definindo melhorias de processo
Combate a incêndio, iluminação adequada ao trabalho, saídas de emergência, 
circulação e acessos, necessidades de pontos hidráulicos e gás, projeto de exaustão 
de ar e fumaça são particularidades de processos e infraestruturas que devem ser 
levadas em consideração no dimensionamento dos espaços, respeitando-se sempre 
as normas específicas para cada caso.
Fonte: iStock/GettyImages
Voltando ao nosso casal que acabou de adquirir o apartamento, ao comprar 
todos os móveis da cozinha a esposa percebeu que não havia ponto de água no 
módulo destinado à máquina de lavar louça... E o marido resolveu passar um cabo 
de televisão na mesma tubulação da fiação de energia e percebeu que ao ligar o 
ventilador de teto, a televisão não funciona...
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Cálculo das áreas
Temos conceitos básicos que são aplicáveis em todos os tipos de projetos, apesar 
das particularidades de cada um, que devem ser obedecidos para elaboração de 
um bom layout. São cálculos realizados para saber as áreas necessárias para cada 
centro de trabalho, a saber:
 · Dimensão produtiva: é o lado em que o operador irá operar seu 
equipamento; num torno o operador estará à frente do equipamento, ao 
lado do painel de controle.
 · Área projetada: é a área considerada ao se observar o equipamento 
de uma vista superior; podemos considerá-la como a área da base do 
equipamento.
 · Área de operação: é área necessária para que o colaborador opere o 
euqipamento de forma prática e segura.
 · Área de circulação: é a área necessária para circulação do fluxo de 
pessoas e materiais utilizadas na operação produtiva.
 · Corredores de movimentação: são as áreas destinadas à circulação 
comum dos funcionários e colaboradores, dos veículos e materiais que 
não estão diretamente ligados aos fluxo de produção. Um corredor 
de passagem deve ter 0,6 m de largura no mínimo. Essa largura está 
diretamete ligada ao que será movimentado por ele; dessa forma, poderá 
exceder essa metragem, mas não deverá ser inferior a ela.
Por exemplo a LEI Nº 7.405, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1985, em seu artigo 
2º, mostra as dimensões de portas e corredoresdas edificações que desejam obter o 
Símbolo Internacional de Acesso.
Portanto, para empresas que desejam trabalhar com a inclusão, essa regra 
deverá ser obedecida.
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UNIDADE Espaços
LEI Nº 7.405, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1985.
Torna obrigatória a colocação do “Símbolo Internacional de Acesso” em todos os locais 
e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de deficiência e dá 
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte Lei:
Art 1º - É obrigatória a colocação, de forma visível, do “Símbolo Internacional de Acesso”, 
em todos os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas portadoras 
de deficiência, e em todos os serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem 
o seu uso.
Art 2º - Só é permitida a colocação do símbolo em edificações:
I - que ofereçam condições de acesso natural ou por meio de rampas construídas com as 
especificações contidas nesta Lei;
II - cujas formas de acesso e circulação não estejam impedidas aos deficientes em cadeira 
de rodas ou aparelhos ortopédicos em virtude da existência de degraus, soleiras e demais 
obstáculos que dificultem sua locomoção;
III - que tenham porta de entrada com largura mínima de 90 cm (noventa centímetros);
IV - que tenham corredores ou passagens com largura mínima de 120 cm (cento e vinte 
centímetros);
V - que tenham elevador cuja largura da porta seja, no mínimo, de 100 cm (cem centímetros); e
VI - que tenham sanitários apropriados ao uso do deficiente.
Art 3º - Só é permitida a colocação do “Símbolo Internacional de Acesso” na identificação de 
serviços cujo uso seja comprovadamente adequado às pessoas portadoras de deficiência.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. CASA CIVIL. SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. Lei 7.405, de 12 de novembro de 1985. 
Disponível na íntegra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7405.htm. Acesso em: 23 nov. 2015.
Ex
pl
or
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Temos de levar em consideração os equipamentos que serão utilizados pela empresa 
e que passarão por esses corredores. A seguir temos exemplos (figuras 1, 2, 3 e 4) de 
alguns desses equipamentos:
Figura 2. Carrinho de serviço.Figura 1. Carrinho industrial.
Figura 4. Paleteira manual.Figura 3. Empilhadeira manual.
Uma área que demanda previsão de espaço é o armazém. Temos de dimensionar 
como os materiais serão armazenados. As figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentam 
exemplos de materiais estocados.
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UNIDADE Espaços
Figura 6. Estocagem refrigerada.
Fonte: iStock/GettyImages
Figura 5. Rack aramado.
Figura 8. Porta pallets de aço.
Fonte: iStock/GettyImages
Figura 7. Mezanino.
Fonte: iStock/GettyImages
Figura 10. Estocagem de cereais.
Fonte: iStock/GettyImages
Figura 9. Estocagem em bag.
Fonte: iStock/GettyImages
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Níveis de planejamento de espaços
A melhor maneira de se pensar o planejamento de espaços é do nível global 
para o nível local de trabalho, desta forma:
Do nível geral para o nível particular, dando maior foco inicialmente às questões 
estratégicas que se desdobrarão nas atividades do dia a dia.
I. Primeiro nível
É o nível estratégico, momento em que a empresa decide o que irá fazer, onde irá 
atuar e o mercado que deseja atingir. É o que chamamos de Planejamento Global.
Nesse nível, poucas pessoas atuam, mas essa atuação deve ser muito consciente, 
pois, por exemplo, a escolha do local da planta de produção é uma decisão 
estratégica e somente após essa definição podemos traçar os planejamentos de 
estrutura, maquinários e orçamento.
II. Segundo nível
Definido o local, passamos ao planejamento da interação do que teremos dentro 
da empresa e o local onde ela estará inserida.
É o momento de considerar os aspectos externos e internos, tamanho do espaço, 
construção inicial e possibilidade de ampliação futura.
É hora de parametrizar o potencial do local quanto aos recursos de água, gás 
e energia, por exemplo, de que a empresa necessitará.
Esse nível considera a logística do recebimento das matérias-primas e insumos 
e a distribuição de produção.
As leis, políticas e regulamentações governamentais são estudadas para 
compatibilizar os processos produtivos da empresa.
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UNIDADE Espaços
III. Terceiro nível
Esse nível de planejamento começa a observar a empresa internamente. 
Planejam-se as estruturas prediais, as diretrizes básicas dos espaços e instalações.
Esse nível define a localização do processo e os fluxos de trabalho levando em 
consideração as diretrizes de trabalho definidas nas missões e visões da empresa.
Figura 11. Planta baixa de escritório.
Fonte: iStock/GettyImages
IV. Último nível
Finalmente, chegamos ao nível em que máquinas, equipamentos e móveis 
serão parametrizados; espaço pessoal e a comunicação entre as áreas também 
serão considerados.
Temos a sintonia fina da parametrização das estruturas, do espaço interno 
dos imóveis.
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Resumindo
NÍVEL ATIVIDADE
I Localização e seleção locais
II Planejamento das características de construções ou local
III Layout da construção de células ou departamentos
IV Layout de características de células ou estações de trabalho 
Postos de trabalho
Esse é o momento do planejamento dos postos de trabalho, considerando-se 
dois focos:
 · Tradicional; e 
 · Ergonômico
O enfoque Tradicional está ligado ao estudo dos tempos e movimentos.
Quando falamos de movimento, leia-se estudo dos movimentos corporais 
necessários para realização de determinado trabalho, e analisando tempos, o 
tempo gasto para esta atividade.
O enfoque tradicional é o termo clássico utilizado para medições de eficiência 
do trabalho, incluindo cronometragem e amostragem sistemática do trabalho. 
Quando já existe o trabalho, esse sistema é facilmente aplicado, pois tem medida 
direta, porém quando se trata de novo layout, as medidas deverão ser calculadas 
com ferramentas teóricas.
O enfoque Ergonômico, como o próprio nome diz, está ligado à postura, 
alcance e facilitação de movimentos com foco em reduzir exigências mecânicas e 
psicológicas do colaborador.
O estudo ergonômico é feito sobre duas bases:
 · a adequação entre trabalho e pessoas, considerando que o trabalho pode 
ser adequado a pessoa;
 · coleta de dados sobre tipos de trabalhos e reações das pessoas visando 
melhor conforto e desempenho.
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UNIDADE Espaços
A ergonomia segue elementos essenciais à sua aplicação:
 · estudo da estrutura do corpo humano;
 · estudo do funcioamento fisiológico do corpo humano;
 · estudo das dimensões do corpo humano e suas partes.
Figura 12. Homem vitruviano
Fonte: iStock/GettyImages
Resumindo
O enfoque tradicional, ligado ao Estudo de tempo e métodos pode ser comparado 
ao projeto do sistema de produção, e o enfoque ergonômico, por definir como se 
usar uma ferramenta, nesse caso os colaboradores, pode ser comparado à Engenharia 
de manufatura.
Os dois enfoques devem estar alinhados e serem sempre considerados na 
concepção de espaços e projetos de layou, pois as atividades devem ser realizadas 
de forma a manter a saúde e satisfação do colaborador, para sempre atingir o 
máximo da produtividade.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Para complementar os conhecimentos adquiridos e enriquecer sua compreensão sobre o 
assunto tratado nesta unidade, consulte os livros a seguir, disponíveis na Minha Biblioteca:
 Livros
Arquitetura de interiores ilustrada
CHING, Francis D. K.; BINGGELI, Corky. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2013.
Crianças, espaços, relações
CEPPI, Giulio; ZINI, Michele. Crianças, espaços, relações: como projetar ambientes 
para a educação infantil. 1. ed. Porto Alegre: Penso,2013.
Ergonomia
CORRÊA, Vanderlei Moraes; BOLETTI, Rosane Rosner. Ergonomia: fundamentos 
e aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2015.
Bom estudo!
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UNIDADE Espaços
Referências
FITZSIMMONS, James A.; FITZSIMMONS, Mona J. Administração de serviços: 
operações, estratégia e tecnologia da informação. Porto Alegre: Bookman, 2005.
GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8. ed. 
São Paulo: Thomson, 2005. 
LEE, Quarterman. Projeto de instalações e do local de trabalho. São Paulo: 
IMAM, 1998.
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo: 
Saraiva, 2005.
MONKS, J. G. Administração da produção. São Paulo: Mgraw- Hill, 1987.
SLACK, Nigel. Administração da produção. 2. ed., p. 200-201. São Paulo: 
Atlas, 2002.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.
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