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Júlia Coelho Travassos Matrícula: 201301676331 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉRGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - SP. SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº xxx, com sede à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Município Y/SP, CEP: xxx, representada por seu presidente CAIO nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, portador da carteira de identidade nº xxx, inscrito no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliado à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx/Estado xxx, CEP: xxx, vem, por intermédio de seu advogado que a esta subscreve, com endereço profissional à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx, Estado xxx, CEP: xxx, endereço eletrônico xxx, para fins do artigo 5º, inciso LXXI da CRFB/88, perante Vossa Excelência, impetrar: MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO em face do PREFEITO MUNIIPAL DO MUNICÍPIO Y, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº xxx, inscrito no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliado à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Município Y/SP, CEP: xxx, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: DOS FATOS Os filiados da impetrante exercem atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, onde submetem-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. E, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, recebem adicional por insalubridade. Segundo a lei orgânica do município, compete ao Impetrado apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na Constituição Estadual a tal benefício. Trata-se de norma de eficácia limitada que gera um dever de agir do Município Y que deve regular a norma para garantir o exercício do direito previsto na Constituição Estadual e, não o fazendo, incide em mora executiva. DOS FUNDAMENTOS A falta de lei complementar municipal que regulamente o direito previsto na Constituição Estadual, em seu artigo 126, § 4º, III, torna inviável o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em condições insalubres, razão pela qual o mandado de injunção coletivo é imprescindível para a satisfação da pretensão veiculada, conforme o disposto no artigo 12, inciso III da Lei 13.300/16. O artigo acima citado regulamenta que a organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 (um) ano, é legitimada para assegurar e exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus filiados, na forma de seus estatutos. A partir da Lei nº 9.032/95, que alterou a Lei nº 8.213/91, houve significativa mudança na concessão da aposentadoria especial, não mais sendo concedida em função do exercício de atividade profissional que prejudique a saúde ou a integridade física. Portanto é assegurada aos beneficiários do Regime Geral de Previdência Social a contagem especial do tempo de serviço para fins de aposentadoria. O Prefeito tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial de seus servidores no exercício da competência suplementar conforme o previsto no artigo 24, parágrafo 3º c/c artigo 30, inciso II da CRFB/88. Nesse mesmo sentido são os seguintes precedentes: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE INJUNÇÃO. SERVIDORA PÚBLICA. ATIVIDADES EXERCIDAS EM CONDIÇÕES DE RISCO OU INSALUBRES. APOSENTADORIA ESPECIAL. § 4º DO ARTIGO 40 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. MORA LEGISLATIVA. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. 1. Ante a prolongada mora legislativa, no tocante à edição da lei complementar reclamada pela parte final do § 4º do artigo 40 da Magna Carta, impõe‐se ao caso a aplicação das normas correlatas previstas no artigo 57 da Lei nº 8.213/91, em sede de processo administrativo. 2. Precedente: MI 721, da relatoria do Ministro Marco Aurélio. 3. Mandado de injunção deferido nesses termos. (Mandado de Injunção nº 788/DF, relator Ministro Carlos Ayres Britto, Tribunal Pleno, acórdão publicado no Diário da Justiça de 8 de maio de 2009) A competência das pessoas políticas para legislar sobre norma previdenciária, em especial acerca do regime jurídico de seus servidores públicos, é concorrente, de modo que, inexistente norma de caráter geral expedida pela União, haverá competência plena do Chefe do Executivo local para a propositura da lei sem prejuízo, é claro, da superveniência de Lei Federal a respeito diante do que consta no artigo 24, XII e § 4º da CRFB/88. O direito à mencionada licença assegurado na Carta Magna, depende, todavia de lei regulamentadora, ainda não editada. Em situação tal, só resta ao Requerente, valer-se do Mandado de Injunção, como lhe assegura o artigo 5º, LXXI, da Lei Magna, verbis: "ART.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;" Desta maneira prevê a norma constitucional citada, in verbis: “Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (…) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I- portadores de deficiência; II- que exerçam atividades de risco; III- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.” Ressalta-se que o Impetrado incide em mora, não restando outra alternativa a não ser recorrer ao Poder Judiciário para ver o direito de seus filiados ser exercido. DOS PEDIDOS Ante o exposto, vem requerer à Vossa Excelência: a notificação da autoridade coatora para prestar informações; que seja dada ciência ao órgão de responsabilidade judicial; a manifestação dos ilustres membros do Ministério Público, conforme o que está disposto no artigo 7º da lei 13.300/16; a procedência do pedido para declarar a omissão normativa a procedência do pedido para que seja realizada a aplicação analógica do disposto no artigo 57, caput e § 1º da lei 8.213/91, que disciplina o regime geral dos servidores que cumprirem os requisitos necessários para receber tal benefício. Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Nestes Termos, Pede-se deferimento. Local, data. Nome do Advogado OAB/UF n° xxx
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