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Do Instituto da Reabilitação Penal

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Penal II GQ – Aula 03 – Em 21/10/2014
DA REABILITAÇÃO
Os casos que estão previstos no CPP não são adotados mais porque preponderam os do CP, uma vez que beneficiam o réu.
Esse instituto é extremamente antigo, já era previsto desde a Grécia Antiga, na tábua de Sólon. Modernamente, ele é adotado na legislação penal brasileira. Apesar dessa antiguidade, esse instituto é bastante atual. É pura política criminal. É extremamente avançado, porque permite que uma pessoa que matou, que roubou, que estuprou – ex.: as pessoas que faziam coxinhas de carne humana em Garanhuns – tem direito a esse instituto.
A Política Criminal é a ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos) que devem ser tutelados jurídica e penalmente e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos valores e caminhos já eleitos (ZAFFARONI, 1999:132, apud JAIME). 
Fica claro o dúplice caráter da Política Criminal: ação, para efetivar a tutela dos bens jurídicos, e crítica, como forma de aprimoramento de tal tutela. Busca fornecer orientação aos legisladores para que o combate à criminalidade se faça racionalmente, com o emprego de meios adequados. Através da crítica ao ordenamento em vigor, busca promover sua alteração e adequação às políticas recomendadas. (JAIME, 2006)
Uma pessoa que cometeu qualquer crime, por mais bárbaro que seja, ao ter extinta a pena – cumprimento da sentença -, ela tem direito a pedir a reabilitação através do advogado habilitado. Esse pedido de reabilitação não é dirigido ao juiz da Execução Penal, mas sim ao juiz da condenação, ou seja, ao juiz da vara criminal que condenou e não ao que executou a pena.
O instituto da reabilitação penal pode ser aplicada a qualquer pessoa, independente do seu crime, desde que se observem os requisitos legais para tal fato.
A reabilitação visa preservar o sigilo de todas as condenações criminais. Ex.: Imaginem aquele indivíduo que está sendo acusado de 39 assassinatos em Goiás. Imaginemos que ele seja condenado a pena privativa de liberdade. Este homem terá direitos, depois que cumprir a pena, à reabilitação e na folha de antecedentes criminais dele haverá “nada consta”. Ele vai voltar para a sociedade com a folha de antecedentes criminais limpa, “in albis”.
Para isto, como em qualquer instituto previsto na legislação, há a existência de preenchimento de certos requisitos legais que estão elencados no CP e no CPP. O CP diz, em primeiro lugar, que faz-se necessário o término do cumprimento da pena por, ao menos, dois anos para que se possa pedir a reabilitação. Então, dois anos depois de cumprir a pena ou tê-la extinta o réu pode, por meio de advogado, solicitar a reabilitação penal. O advogado deve, então comprovar, via documental, que já fazem, pelo menos dois anos que o indivíduo terminou de cumprir a pena.
No CPP se vê que o lapso temporal deve ser de, no mínimo, quatro anos. Observando o disposto no CP – 02 anos –, vê-se que este é mais benéfico, portanto, por analogia in bonam partem é o que prevalece.
Outro requisito que se exige é que durante este período de dois anos que, aquele que tenha cumprido a sentença ou tenha a tido extinta, não saia do país. Outro requisito é que durante este tempo que ele permaneceu no país ele possa provar bom comportamento na vida pública e na vida privada. Exige-se que ele permaneça no país até o momento em que ele for reabilitado justamente para facilitar a expedição de documentos que comprovem que houve o bom comportamento. Juridicamente, entende-se que se ele sair do país vai ficar mais difícil de se comprovar bom comportamento.
O último requisito é a reparação dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, uma vez que, o dano penal nem sempre pode ser reparado. Uma pessoa que roubou uma coisa, muitas vezes, o que roubou tenta restituir a coisa roubada ao verdadeiro dono, mas não consegue, porque muitas de tanto repassar, não dá para fazê-lo. Imagine a vida humana, uma pessoa que matou 10, nesse caso, deve constar na petição do advogado que o dano não foi reparado porque é impossível.
CAPÍTULO VII
DA REABILITAÇÃO
CÓDIGO PENAL
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. 
Quando a pessoa está reabilitada se envia ofício ao instituto de identificação para que nada seja divulgado com relação àquela pessoa. Os arquivos não são rasgados ou jogados fora, tudo é guardado para eventual solicitação da justiça ou da polícia – muitas vezes a pessoa está sendo acusada por outro crime. Então, a polícia ou a justiça, se já se instaurou um inquérito ou uma ação, poderão fazer o levantamento de dados. Ademais, preserva-se o nome da pessoa, o registro da condenação, para que a folha de antecedentes criminais saia limpa. 
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.  
Quando uma pessoa perde um cargo, a função pública ou o mandato eletivo não volta para ele – não é reintegrado – nem quando reabilitado. A reabilitação só preserva o sigilo das condenações. Todavia, a pessoa pode pleitear, quando reabilitada, outra vaga para o mesmo cargo, função pública ou mandato eletivo. NÃO É A MESMA VAGA. Ex.: Promotor de justiça que é condenado e tem como efeito da condenação a perca do cargo. No tempo devido ele requereu a reabilitação, foi reabilitado, prestou concurso para o MP e, mais uma vez, passou. Ele vai ocupar uma nova vaga; só ocuparia a antiga se provasse sua inocência, aí ele seria administrativamente reintegrado no cargo.
Causas de extinção de punibilidade: morte do agente, graça, anistia, 
indulto
, retroatividade de lei que não considera mais o fato como criminoso – 
abolitio
 
criminis
 -
, prescrição, decadência, a 
pericção
, o perdão judicial, o perdão do ofendido, a renúncia ao direito de queixa, a retratação do agente e as escusas absolutórias.Nem reabilitado se resgata o poder familiar, a tutela ou a curatela sobre os indivíduos violentados, o réu poderá recuperar quanto aos demais filhos. Ex.: A, que tem como filhos B e C, abusa sexualmente de B, é processado, reconhecido culpado, condenado, cumpre a sentença, espera dois anos após o cumprimento da sentença, mantém moradia no país, mantém bom comportamento, investe advogado para entrar com pedido de reabilitação, que é concebido. Nesse caso, ele recuperará o poder familiar quanto a C, mas não quanto a B (vítima). A crítica quanto a isso reside no fato de que se o indivíduo foi capaz de violentar um dos filhos poderá, muito bem, fazê-lo com os demais, por isso que há resistência jurisprudencial para a concessão do direito ao pátrio poder. De modo geral, aplicam-se medidas acautelatórias para que se afaste, cada vez mais, o criminoso das vítimas.
 
Pena cumprida
= 
pena encerrada.Art. 94 - A reabilitação poderá ser em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: 
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; 
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; 
DenegaçãoIII - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.  
 Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.   
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
Dos requisitos à reabilitação.  
As vítimas de abuso sexual ficam, geralmente,muito dependentes, psicologicamente, dos abusadores, justamente por ter sido sua primeira relação ou por conta de outros fatores explicados pela psicologia e psiquiatria. Ex.: Filha que era estuprada pelo pai se casa, mas se separa do marido porque ama o pai.
Denegação: negação da reabilitação por descumprimento de requisitos legais.
Revogação: suspensão da reabilitação concedida no caso do artigo 95, CP – reincidência por PPL ou PRD.
Lei substantiva penal = Parte especial do Código.
CAPÍTULO II
DA REABILITAÇÃO
Prevalece o CP – 02 anosCPP
        Art. 743.  A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o decurso de quatro ou oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele tempo.
Requisitos para solicitar a reabilitação penal.        Art. 744.  O requerimento será instruído com:
        I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se refere o artigo anterior;
        II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;
        III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado;
Chefe, por exemplo.
        IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;
Muitas vezes, a pessoa fez algum trabalho de cunho altruísta, abraçou alguma causa, está trabalhando como voluntário em alguma instituição. 
        V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.
        Art. 745.  O juiz poderá ordenar as diligências necessárias para apreciação do pedido, cercando-as do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.
        Art. 746.  Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.
Muitas vezes, uma pessoa é reabilitada, mas a parte contrária não aceita a reabilitação, foi punida e agora vai entrar na sociedade. Nesse caso a parte vai entrar na justiça com o chamado recurso de ofício para que não se conceda a reabilitação.
        Art. 747.  A reabilitação, depois de sentença irrecorrível, será comunicada ao Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere.
É o Instituto de Identificação que expede a folha de antecedentes criminais.
        Art. 748.  A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.
Prevalece o CP, que diz que, no caso de denegação, o indivíduo poderá requerer a concessão da reabilitação assim que preencher aos requisitos, ou seja, não tem que esperar quatro anos, assim que preenchê-los pode solicitar.        Art. 749.  Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o pedido senão após o decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência de documentos.
        Art. 750.  A revogação de reabilitação (Código Penal, art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.
Cabe recurso contra a decisão de concessão de reabilitação, é o chamado RECURSO DE OFÍCIO.

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