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a formação da “opinio delicti”, justificando o interesse do titular da ação penal (observar a Súmula 524 do STF). 62. Errado. Conforme estabelece o § 1º do art. 10 do CPP, concluído o inquérito, a autoridade policial (delegado de polícia) fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao juiz competente, juntamente com os instrumentos e objetos que interessarem à prova. Neste momento, poderá, também, indicar testemunhas que eventualmente não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas (CPP, art. 10, § 2º). 63. Correto. Segundo o art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade policial. 64. Errado. O inquérito policial tem natureza administrativa. É um procedimento administrativo, meramente informativo, inquisitivo, escrito, sigiloso, preparatório da ação penal, sem caráter punitivo. Não tem, portanto, natureza jurisdicional. 65. Errado. Após ordenado o arquivamento do IP pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia-crime, a autoridade policial (estadual ou federal) poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia (CPP, art. 18). 66. Errado. Autonomia existe, no entanto, não é absoluta. A polícia judiciária não tem total autonomia em relação ao Ministério Público, visto que a autoridade policial tem o dever, por exemplo, de realizar as diligências requisitadas pelo “parquet”. Logicamente, se os dados fornecidos forem vagos e imprecisos, cumprirá à autoridade policial oficiar ao agente requisitante, mostrando-lhe a impossibilidade de qualquer investigação. De se notar, aliás, que uma das funções institucionais do MP é o exercício do controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar (CF, art. 129, VII). 67. Errado. O sigilo no inquérito policial atinge as pessoas do povo e o próprio investigado. Quanto ao juiz, ao membro do Min- istério 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 32 Público e ao advogado, não há aplicação. Muito embora, em relação ao advogado (defensor), já haja entendimento jurisprudencial de que não tem direito assegurado ao acesso irrestrito a autos de inquérito policial que esteja sendo conduzido sob sigilo, se o segredo das informações for imprescindível para as investigações (STJ, Recurso Ordinário em Mandado de Segurança. 17.691/SC; p. 14/03/2005). 68. Errado. O termo “exclusivamente” previsto no art. 155 do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.690/2008, permitiu ao magistrado a utilização dos elementos informativos da fase inquisitorial. Atualmente, o Estado-juiz está autorizado a sedimentar a formação do seu convencimento a partir dos elementos oriundos do inquérito policial, o que não significa dizer que está autorizado a fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação policial. 69. Correto. O inquérito é dispensável ao oferecimento da denúncia- crime, podendo o representante do Ministério Público formar o seu convencimento com fundamento em outros elementos informativos (CPP, art. 44, § 1º). O inquérito policial é necessário, mas não totalmente indispensável. 70. Errado. Reza o art. 14 do CPP que tanto o ofendido (ou seu representante legal) quanto o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Depreende-se, pois, que poderá haver indeferimento da diligência requerida, a critério da autoridade policial. Vale registrar que, “salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade” (CPP, art. 184). 71. Errado. A questão foi considerada errada pela banca examinadora. Entretanto, tenho minhas dúvidas. O advogado tem direito de “examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos” (Lei nº 8.906/94, art. 7º, XIV). Não obstante, já há entendimento que “sendo o sigilo imprescindível para o desenrolar das investigações, configura-se a prevalência do interesse público sobre o privado” (STJ, RO em Mandado de Segurança. 17.691/SC, 5ª T.; 14.03.2005). Ou seja, o defensor, ainda que no interesse do representado, não tem direito a acesso amplo, irrestrito e absoluto aos elementos de prova já documentados nos autos de IP que esteja sendo conduzido sob sigilo (“se o segredo das informações é imprescindível para as investigações”). 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 33 72. Correto. O art. 53, I, da Lei nº 11.343/2006, dispõe que em qualquer fase da persecução criminal (investigação policial), visando ao combate do tráfico de entorpecentes, é permitida, mediante ordem judicial e ouvido o Ministério Público, a infiltração por agentes de polícia, que ocultarão sua identidade e qualidades pessoais e funcionais, com o intuito de angariarem informações e material probatório sobre as atividades ilícitas. 73. Errado. O art. 33 da Lei nº 11.343/2006 prevê expressamente pena de reclusão de 05 (cinco) a 15 (quinze) anos e pena de multa de 500 a 1.500 dias-multa. 74. Correto. O Ministério Público pode requisitar à autoridade competente a instauração de inquérito policial. Uma vez instaurado, relatado e recebido pelo agente ministerial o inquérito policial, o MP poderá requisitar à autoridade policial, no prazo que determinar, novas diligências investigativas indispensáveis à propositura da ação penal. 75. Correto. A Súmula 145 do STF reza que não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação (flagrante preparado ou provocado). 76. Errado. Segundo o art. 229 do CPP, podem ser acareados acusados, testemunhas e ofendidos, entre si ou uns com os outros, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. 77. Errado. Há entendimento da Corte Suprema no sentido de que a denúncia anônima, por si só, não serviria para fundamentar a instauração de inquérito policial, mas que, a partir dela, poderia a polícia realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito (STF, HC 95.244/PE, Rel. Min. Dias Toffoli; p. 23.03.2010). 78. Errado. Se o representante do Ministério Público, ao invés de oferecer denúncia, requerer o arquivamento do IP ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação, no âmbito estadual, ao Procurador-Geral de Justiça, e este oferecerá diretamente a denúncia, designará outro representante do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no arquivamento, caso em que o magistrado estará obrigado a acolher o pedido. 79. Correto. O Ministério Público, independentemente da prévia instauração de inquérito policial, também pode formar a sua “opinio delicti” com base em outros elementos de convicção que evidenciem a materialidade e a existência de indícios suficientes de autoria. 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 34 80. Correto. A regra assentada no art. 10 do CPP é a de que o IP deve ser findado no prazo de 30 (trinta) dias, caso esteja em liberdade o investigado, e no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se