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Apostila direito previdenciario[1]

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DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO 
Professor (a): Simone 
Magalhães Abreu 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 1111 
Índice 
Professor (a): Simone Magalhães Abreu ....................................................................................... 0 
Apresentação ................................................................................................................................ 8 
Aula 1: Seguridade Social .............................................................................................................. 9 
Introdução ............................................................................................................................. 9 
Conteúdo .............................................................................................................................. 10 
Noções históricas ................................................................................................................ 10 
Conceito de seguridade social ...................................................................................... 11 
Saúde, previdência social e assistência social. ........................................................... 12 
Da assistência social ........................................................................................................ 13 
Não contributiva e contributiva .................................................................................... 13 
LOAS ou BPC .................................................................................................................... 14 
Dois requisitos: um subjetivo e outro objetivo .......................................................... 14 
Programas de assistência social: .................................................................................... 15 
INSS, autarquia federal especializada na matéria previdenciária. .......................... 16 
Sete regras de ouro ......................................................................................................... 17 
Princípios da seguridade social ..................................................................................... 18 
Atividade proposta .......................................................................................................... 19 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 22 
Referências........................................................................................................................... 22 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 22 
Aula 1 ..................................................................................................................................... 25 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 25 
Aula 2: Regime Geral de Previdência .......................................................................................... 27 
Introdução ........................................................................................................................... 27 
Conteúdo .............................................................................................................................. 28 
Regime Previdenciário (conceito e benefícios essenciais) ...................................... 28 
Recapitulando ................................................................................................................... 28 
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência ................................................ 29 
Regime Geral de Previdência Social ............................................................................. 29 
Regimes Próprios de Previdência Social ..................................................................... 30 
Regime previdenciário próprio: ....................................................................................... 31 
Artigo 1º da Lei nº 9.783, de 28 de janeiro de 1999. ................................................. 34 
Regime previdenciário próprio continuação: ............................................................. 35 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 2222 
Espécies de aposentadoria no serviço público, no âmbito do Regime Próprio. . 39 
Aposentadoria por invalidez permanente .................................................................. 41 
A Relação Jurídica Previdenciária e os Sujeitos Protegidos .................................... 42 
Segurado Obrigatório ..................................................................................................... 43 
Empregado (Artigo 11 I, Lei nº 8.213) ........................................................................... 43 
Empregado doméstico (Artigo 11 II, Lei nº 8.213) ..................................................... 48 
Contribuinte individual ................................................................................................... 48 
IV. Trabalhador avulso .................................................................................................... 50 
V. Segurado especial ....................................................................................................... 50 
Dependentes..................................................................................................................... 53 
Dependentes de cada uma das classes ....................................................................... 54 
Relação jurídica previdenciária ..................................................................................... 59 
Filiação ao regime geral de previdência social .......................................................... 59 
Carência: benefícios com e sem carência. ................................................................. 60 
Manutenção e perda da qualidade do segurado ....................................................... 61 
Os dependentes ............................................................................................................... 62 
Carlos Alberto Pereira Castro e João Batista Lazzari (14ª edição, p. 211) ............. 63 
Atividade proposta .......................................................................................................... 63 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 88 
Referências........................................................................................................................... 89 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 89 
Notas ........................................................................................................................................... 93 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 93 
Aula 2 ..................................................................................................................................... 93 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 93 
Aula 3: Aposentadoria e desaposentação ................................................................................... 95 
Introdução ........................................................................................................................... 95 
Conteúdo .............................................................................................................................. 96 
Aposentadoria e direito à desaposentação ................................................................96 
Artigo 201, § 7º, da Constituição da República........................................................... 96 
Irreversíveis e irrenunciáveis ......................................................................................... 96 
Exemplo ............................................................................................................................. 97 
Pecúlio ............................................................................................................................... 97 
Sistema previdenciário na sua globalidade ................................................................ 98 
Fator previdenciário ........................................................................................................ 99 
Derrogação ..................................................................................................................... 100 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 3333 
Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social ........................................... 101 
Desaposentação defendida pelo STJ ......................................................................... 101 
Informativo nº 535 ........................................................................................................ 104 
Despensão ....................................................................................................................... 105 
Caráter personalíssimo ................................................................................................. 106 
TRF da 4ª Região ............................................................................................................ 107 
Aposentadoria e vinculo de emprego ....................................................................... 108 
Congresso Nacional rejeita em 14/04/1994 a Medida Provisória 446 ................. 108 
Atividade proposta ........................................................................................................ 109 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 121 
Referências......................................................................................................................... 121 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 121 
Aula 3 ................................................................................................................................... 124 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 124 
Aula 4: Aposentadoria por tempo de contribuição .................................................................. 126 
Introdução ......................................................................................................................... 126 
Conteúdo ............................................................................................................................ 127 
Atividade proposta ........................................................................................................ 127 
Aposentadoria por tempo de contribuição .............................................................. 131 
Qualidade de segurado - Lei nº 10.666, de 2003 .................................................... 131 
Artigo 18, da Lei nº 8.213 .............................................................................................. 132 
Para o professor ............................................................................................................. 134 
Renda Mensal Inicial- RMI ............................................................................................ 135 
Salário de benefício ....................................................................................................... 135 
Fator previdenciário ...................................................................................................... 138 
Tempo de contribuição para fins previdenciários .................................................. 139 
Prova material ................................................................................................................ 142 
Aposentadoria e certidão de tempo de serviço como aluno-aprendiz .............. 144 
Contagem recíproca do tempo de contribuição .................................................... 145 
Justificação administrativa .......................................................................................... 146 
Cabimento da ação declaratória para reconhecimento de tempo de 
contribuição .................................................................................................................... 146 
Referências......................................................................................................................... 147 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 147 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 150 
Aula 4 ................................................................................................................................... 150 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 4444 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 150 
Aula 5: Aposentadorias especiais .............................................................................................. 151 
Introdução ......................................................................................................................... 151 
Conteúdo ............................................................................................................................ 152 
Aposentadoria especial ................................................................................................ 152 
Aposentadoria especial, mais informações. ............................................................. 152 
Reconhecimento do tempo especial ......................................................................... 153 
Lei nº 9.528/97 ................................................................................................................ 155 
Aposentadoria do professor ........................................................................................ 161 
Professores ...................................................................................................................... 162 
Ato normativo ................................................................................................................ 162 
Aposentadoria da pessoa com deficiência ............................................................... 163 
O Decreto 3.048 ............................................................................................................. 164 
Por tempo de contribuição .......................................................................................... 164 
Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência ............................................. 165 
Aposentadoria por idade .............................................................................................. 168 
Aposentadoria por idade urbana ................................................................................ 168 
Qualidade de segurado ................................................................................................ 169 
Aposentadoria por idade rural .................................................................................... 170 
Mais informações sobre aposentadoria por idade rural ........................................ 170 
Aposentadoriapor invalidez - requisitos necessários ............................................ 172 
Aposentadoria por invalidez ........................................................................................ 173 
Auxílio-doença ............................................................................................................... 175 
Auxílio-doença - Mais informações ........................................................................... 178 
Atividade proposta ........................................................................................................ 181 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 181 
Referências......................................................................................................................... 182 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 182 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 186 
Aula 5 ................................................................................................................................... 186 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 186 
Aula 6: Pensão por morte e benefícios ..................................................................................... 188 
Introdução ......................................................................................................................... 188 
Conteúdo ............................................................................................................................ 189 
Pensão por morte .......................................................................................................... 189 
Correntes, visão de alguns pensadores. .................................................................... 190 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 5555 
Óbito ................................................................................................................................ 191 
Quanto à prova de ser dependente ........................................................................... 192 
Cônjuge divorciado ou separado ............................................................................... 192 
Se o dependente for incapaz ....................................................................................... 194 
Renda Mensal Inicial (RMI) ........................................................................................... 195 
Legislação ........................................................................................................................ 195 
STJ .................................................................................................................................... 199 
Auxílio-reclusão ............................................................................................................. 199 
Salário-família ................................................................................................................. 203 
Salário-família - renda mensal .................................................................................... 204 
Salário-maternidade ...................................................................................................... 206 
Salário-maternidade - mais informações ................................................................. 207 
Renda mensal do benefício ......................................................................................... 211 
Empregos concomitantes ou de atividade simultânea .......................................... 211 
Renda mensal do benefício - mais informações ..................................................... 212 
Atividade proposta ........................................................................................................ 213 
Referências......................................................................................................................... 213 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 213 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 217 
Aula 6 ................................................................................................................................... 217 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 217 
Aula 7: Custeio da Seguridade Social ........................................................................................ 219 
Introdução ......................................................................................................................... 219 
Conteúdo ............................................................................................................................ 220 
Sistemas de custeio ....................................................................................................... 220 
Regra importante ........................................................................................................... 221 
Tripartite .......................................................................................................................... 222 
Natureza jurídica ............................................................................................................ 225 
Contribuições sociais destinadas à Previdência Social .......................................... 225 
Lei nº 8.212/91 ................................................................................................................ 226 
Lei 8212: ................................................................................................................................ 227 
Prazo para recolhimento .............................................................................................. 231 
A questão da contribuição da empresa sobre remuneração de trabalhadores 
sem vínculo empregatício já foi palco de controvérsia ......................................... 233 
Adicional das instituições financeiras ........................................................................ 234 
Cooperativas de trabalho ............................................................................................. 235 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 6666 
Empregador doméstico ................................................................................................ 235 
Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de-contribuição
 ........................................................................................................................................... 236 
Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico .................................... 236 
Incidência das alíquotas ............................................................................................... 237 
O empregador é diretamente responsável ............................................................... 238 
Parte da jurisprudência ................................................................................................. 239 
Contribuinte individual e segurado facultativo ....................................................... 239 
Segurado especial .......................................................................................................... 240 
Atividade proposta ........................................................................................................ 242 
Referências.........................................................................................................................242 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 242 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 245 
Aula 7 ................................................................................................................................... 245 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 245 
Aula 8: Acidente de Trabalho .................................................................................................... 246 
Introdução ......................................................................................................................... 246 
Conteúdo ............................................................................................................................ 247 
Atividade proposta ........................................................................................................ 247 
Acidente de trabalho – conceito ................................................................................ 248 
Caracterização do acidente de trabalho ................................................................... 249 
Doenças profissionais e do trabalho .......................................................................... 250 
Artigo 20 .......................................................................................................................... 251 
Nexo causal e concausalidade .................................................................................... 252 
Perícia médica do INSS ................................................................................................. 252 
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário ......................................................... 253 
Comunicação da empresa ........................................................................................... 253 
Lei nº 8.213 ...................................................................................................................... 255 
CAT ................................................................................................................................... 255 
Acidente de trabalho ..................................................................................................... 256 
Artigo 21: ............................................................................................................................... 257 
Auxílio-doença Acidentário (B-91) ............................................................................. 259 
Cessação do benefício .................................................................................................. 260 
Auxílio-acidente (B-94) ................................................................................................. 260 
Regra importante ........................................................................................................... 262 
Requisitos de concessão .............................................................................................. 263 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 7777 
Suspensão e cessação do benefício ........................................................................... 264 
Atividade proposta ........................................................................................................ 264 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 266 
Referências......................................................................................................................... 266 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 266 
Notas ......................................................................................................................................... 270 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 270 
Aula 8 ................................................................................................................................... 270 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 270 
Conteudista ............................................................................................................................... 272 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 8888 
Direito Previdenciário 
apostila 
Apresentação 
Nesta disciplina, analisaremos a legislação sobre o Regime Geral de Previdência 
Social, bem como os elementos dos Regimes Próprios dos servidores públicos, 
sob um filtro constitucional. 
 
Discutiremos as decisões recentes da jurisprudência dos tribunais superiores e 
resolveremos casos práticos enfrentados pelos profissionais do Direito no dia a 
dia. 
 
Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 
 
1. Apontar as principais categorias jurídicas do Direito Previdenciário; 
2. Resolver casos práticos; 
3. Analisar a legislação, doutrina e jurisprudência sobre a matéria; 
4. Construir uma visão crítica acerca dos principais problemas enfrentados 
pela Previdência Social. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 9999 
Aula 1: Seguridade Social 
Introdução 
Hoje é nossa primeira aula e iniciaremos nossos estudos de Direito 
Previdenciário com o tema Seguridade Social, cujo um dos temas refere-se à 
Seguridade Social. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer o benefício assistencial – LOAS (Lei Orgânica de Assistência 
Social). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11110000 
Conteúdo 
 
Noções históricas 
A formação de um sistema de proteção social no Brasil partiu do 
reconhecimento do Estado de que este deveria intervir para suprir as 
deficiências do liberalismo econômico, sendo que as primeiras formas de 
proteção social tinham caráter assistencial. 
 
Na legislação nacional, o marco inicial da Previdência Social aconteceu com a 
publicação do Decreto Legislativo nº 4.682 de 24/01/1923 (Lei Eloy Chaves). 
Esta lei criou as caixas de Aposentadoria e Pensões nas empresas de 
estradas de ferro existentes à época mediante contribuição dos 
trabalhadores das empresas do ramo e do Estado, assegurando aposentadoria 
aos trabalhadores e pensão a seus dependentes em caso de morte do 
segurado. 
 
A formação de um sistema de proteção social no Brasil partiu do 
reconhecimento do Estado de que este deveria intervir para suprir as 
deficiências do liberalismo econômico, sendo que as primeiras formas de 
proteção social tinham caráter assistencial. 
 
Na legislação nacional, o marco inicial da Previdência Social aconteceu com a 
publicação do Decreto Legislativo nº 4.682 de 24/01/1923 (Lei Eloy Chaves). 
Esta lei criou as caixas de Aposentadoria e Pensões nas empresas de 
estradas de ferro existentes à época mediante contribuição dos 
trabalhadores das empresas do ramo e do Estado, assegurando aposentadoria 
aos trabalhadores e pensão a seus dependentes em caso de morte do 
segurado. 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11111111 
Conceito de seguridade social 
A Seguridade Social é um direito social, que podemos corroborar por meio da 
leitura do Artigo 6º da Constituição da República de 1988 (CRFB/88). 
 
“Artigo 6º – São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,na forma desta 
Constituição.” 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64 de 2010). 
 
A seguridade social, como direito social, traduz-se num conjunto de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. Este 
conceito está insculpido no Artigo 194 da CFRB: 
 
“Artigo 194 – A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. 
 
Os três ramos da seguridade social 
A seguridade social é um gênero composto por três ramos: saúde, 
previdência social e assistência social. 
 
Segundo Fábio Zambitte, a seguridade social pode ser conceituada como a 
rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuição 
de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de 
estabelecer ações para o sustento de pessoas carentes e trabalhadores em 
geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo 
de vida digna. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11112222 
Saúde, previdência social e assistência social. 
A manutenção de um padrão mínimo de vida digna traduz o conceito de 
“mínimo existencial”. Então, podemos afirmar que a seguridade social é um 
meio para se atingir a justiça social. A justiça, por sua vez, é o fim da ordem 
social. 
 
A saúde é direito de todos e dever do Estado (Artigo 196 da CRFB), ou seja, 
independe de contribuição e, sendo assim, qualquer pessoa tem o direito de 
obter atendimento na rede pública de saúde. 
 
A previdência social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma 
instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos 
seus segurados. 
 
A assistência social será prestada a quem dela necessitar (Artigo 203 da 
CRFB/88), ou seja, aqueles que não têm condições de manutenção própria. 
Assim como a saúde, a assistência social independe de contribuição direta 
do beneficiário. 
 
Conforme menciona Marcelo Leonardo Tavares, “a assistência social é um plano 
de prestações sociais mínimas e gratuitas a cargo do Estado para prover 
pessoas necessitadas de condições dignas de vida. É um direito social 
fundamental e, para o Estado, um dever a ser realizado por meio de ações 
diversas que visem atender às necessidades básicas do indivíduo em situações 
críticas de existência humana, tais como maternidade, infância, adolescência, 
velhice, e de pessoas portadoras de limitações físicas. As prestações de 
assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover o 
próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente da 
exigência de contribuição para o sistema de seguridade social”. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11113333 
Da assistência social 
Artigo 203 – A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: 
 
A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. 
 
A promoção da integração ao mercado de trabalho. 
 
O amparo a crianças e adolescentes carentes. 
 
A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
 
A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção 
de sua integração à vida comunitária. 
 
Não contributiva e contributiva 
Uma característica que vocês devem guardar no estudo da assistência social é 
que ela não é contributiva. Isto a diferencia da previdência social (outro ramo 
da seguridade social), que é contributiva, por expressa previsão constitucional. 
 
Assistência social 
Previdência Social 
Não é contributiva 
Contributiva 
 
A lei regente é a Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS), 
cujos objetivos são: a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice; o amparo a crianças e adolescentes carentes; a 
promoção da integração ao mercado de trabalho, além de habilitação e 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11114444 
reabilitação, de pessoas portadoras de deficiência; e a promoção de sua 
integração à vida comunitária e a garantia de um salário mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso (a partir de 65 anos) que 
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou tê-la provida 
por sua família (Artigo 2º) e cuja renda mensal familiar per capita seja inferior a 
¼ do salário mínimo. 
 
LOAS ou BPC 
Chegamos ao momento mais importante desta aula: o benefício 
assistencial de prestação continuada, também denominado LOAS ou BPC. 
 
O benefício assistencial LOAS tem por fonte constitucional a norma prevista no 
Artigo 203, V, da CRFB/88, que garante um salário mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não 
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por 
sua família, conforme dispuser a lei e, por fontes infraconstitucionais, o Artigo 
20 da Lei nº 8.742/93. 
 
O Artigo 20, portanto, traz a regulamentação do benefício assistencial LOAS, já 
que a norma constitucional é eficazmente limitada. 
 
Dois requisitos: um subjetivo e outro objetivo 
O benefício assistencial tem dois requisitos: um subjetivo e outro objetivo. 
 
Requisito subjetivo 
Requisito subjetivo 
 
Ser o requerente portador de deficiência de longo prazo ou ser idoso. 
 
Que a família do requerente tenha renda mensal per capita inferior a ¼ do 
salário mínimo. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11115555 
Num primeiro momento, o STF, julgando a ADI nº 1.232-DF, considerou 
constitucional o disposto na legislação sobre o requisito financeiro. Todavia, o 
STJ vinha decidindo que o limite de ¼ do salário mínimo não era um critério 
absoluto e, por isto, deveria o juiz analisar as peculiaridades do caso concreto 
(AGRESP nº 523.864). Leia o texto do Supremo Tribunal Federal sobre a 
Reclamação nº 4374 (julgado em: 18/04/2013; DJ 03/09/2013). 
 
Programas de assistência social: 
O Supremo Tribunal Federal voltou a se manifestar sobre o tema recentemente 
e através da Reclamação nº 4374 (j. 18/04/2013, DJ 03/09/2013) revisou a ADI 
1232, reinterpretando a norma contida no Artigo 20§ 3º da lei 8742, e declarou 
a inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade, do Artigo 20, § 3º, 
da Lei 8.742/1993, conforme excertos do voto da lavra do Ministro Gilmar 
Mendes que passo a transcrever: “os programas de assistência social no Brasil 
utilizam, atualmente, o valor de ½ salário mínimo como referencial econômico 
para a concessão dos respectivos benefícios. Tal fato representa, em primeiro 
lugar, um indicador bastante razoável de que o critério de ¼ do salário mínimo 
utilizado pela LOAS está completamente defasado e mostra-se atualmente 
inadequado para aferir a miserabilidade das famílias que, de acordo com o 
Artigo 203, V, da Constituição, possuem o direito ao benefício assistencial. Em 
segundo lugar, constitui um fato revelador de que o próprio legislador vem 
reinterpretando o Artigo 203 da Constituição da República segundo parâmetros 
econômico-sociais distintos daqueles que serviram de base para a edição da 
LOAS no início da década de 1990. 
 
Esses são fatores que razoavelmente indicam que, ao longo dos vários anos 
desde a sua promulgação, o § 3º do Artigo 20 da LOAS passou por um 
processo de inconstitucionalização. Portanto,além do já constatado estado de 
omissão inconstitucional, estado este que é originário em relação à edição da 
LOAS em 1993 (uma inconstitucionalidade originária, portanto), hoje se pode 
verificar também a inconstitucionalidade (superveniente) do próprio critério 
definido pelo § 3º do Artigo 20 da LOAS. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11116666 
Trata-se de uma inconstitucionalidade que é resultado de um processo de 
inconstitucionalização decorrente de notórias mudanças fáticas (políticas, 
econômicas e sociais) e jurídicas (sucessivas modificações legislativas dos 
patamares econômicos utilizados como critérios de concessão de outros 
benefícios assistenciais por parte do Estado brasileiro). É certo que não cabe ao 
Supremo Tribunal Federal avaliar a conveniência política e econômica de 
valores que podem ou devem servir de base para a aferição de pobreza. Tais 
valores devem ser o resultado de complexas equações econômico-financeiras 
que levem em conta, sobretudo, seus reflexos orçamentários e 
macroeconômicos e que, por isso, devem ficar a cargo dos setores competentes 
dos Poderes Executivo e Legislativo na implementação das políticas de 
assistencialismo definidas na Constituição.”. 
 
INSS, autarquia federal especializada na matéria previdenciária. 
Verificados os requisitos do benefício assistencial, importante dizer quem tem 
atribuição para conceder o benefício, ou seja, onde o beneficiário deve buscar 
seus direitos. 
 
Em que pese o LOAS ser um benefício de natureza assistencial, a sua 
concessão é feita pelo INSS, autarquia federal especializada na matéria 
previdenciária. Isso acontece por questões práticas, pois a autarquia já 
possui estrutura própria espalhada por todo o país, em condições de atender à 
clientela assistida. 
 
Em razão de o Artigo 12, I, da Lei nº 8.742 estabelecer que compete à União 
responder pela concessão e manutenção dos benefícios de prestação 
continuada, incluindo o financiamento, já houve controvérsia acerca da 
legitimidade passiva nas ações que se pleiteava tal benefício. 
 
No sentido da legitimidade exclusiva da União, que é responsável pela 
manutenção da assistência social, cabendo ao INSS somente a execução, temos 
a doutrina do Prof. Fábio Zambitte. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11117777 
Contudo, a corrente majoritária (STJ-ERESP nº 204.974, 3ª Seção, João Batista 
Lazzari, Marcelo Leonardo Tavares), apoiando-se no parágrafo único do Artigo 
29 da lei citada, entende pela legitimidade do INSS, haja vista que os recursos 
de responsabilidade da União destinados ao pagamento do benefício 
assistencial são repassados ao INSS, órgão responsável pela sua manutenção e 
execução. 
 
O Decreto nº 6.214, ao regulamentar o benefício assistencial, estabelece ser o 
INSS o responsável pela operacionalização do benefício, nos termos do Artigo 
3º: “Artigo 3º – O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o responsável 
pela operacionalização do benefício de prestação continuada, nos termos deste 
Regulamento”. 
 
Sete regras de ouro 
Ainda sobre o LOAS, importante saber sete regras de ouro: 
 
Não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no 
âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência 
médica e da pensão especial de natureza indenizatória. 
 
O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) 
anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. 
 
O pagamento do benefício cessa no momento em que forem 
superadas as condições referidas no caput ou em caso de morte do 
beneficiário, e será cancelado quando se constatar irregularidade na sua 
concessão ou utilização. 
 
O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão 
concedente quando a pessoa com deficiência exercer atividade 
remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11118888 
A concessão do benefício de prestação continuada independe da 
interdição judicial do idoso ou da pessoa com deficiência. 
 
O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a desconto de 
qualquer contribuição e não gera direito ao pagamento de abono anual. 
 
O Benefício de Prestação Continuada é intransferível, não gerando direito 
à pensão por morte aos herdeiros ou sucessores. 
 
Princípios da seguridade social 
Os princípios da seguridade social estão previstos no parágrafo único do Artigo 
194 da CRFB/88, e são os seguintes: 
 
Universalidade da cobertura e do atendimento 
Significa que as prestações decorrentes do sistema da seguridade social serão 
destinadas a quem necessitar da forma mais abrangente possível. 
 
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais 
Consiste na superação das diferenças de tratamento às populações urbanas e 
rurais no Brasil, de forma a garantir uma abordagem equânime. 
 
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços 
Com a aplicação desse princípio, há uma ponderação dos critérios de 
atendimento pela necessidade, dando vantagem aos mais necessitados. 
 
Irredutibilidade do valor dos benefícios 
Tem por objetivo assegurar a manutenção do poder aquisitivo das prestações 
pecuniárias. 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11119999 
Equidade na forma de participação no custeio 
Consiste na igualdade de cobrança quando os financiadores se encontrarem sob 
a mesma condição fática. 
 
Diversidade da base de financiamento 
Significa que o ingresso nos cofres públicos de valores em favor da seguridade 
social são obtidos com arrecadação de contribuições sociais a cargo de 
trabalhadores e empregadores, bem como do orçamento dos entes da 
Federação. 
 
Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação de trabalhadores, 
empregadores, aposentados e do Governo, nos órgãos colegiados 
Trata-se de participação dos representantes do governo, dos trabalhadores 
ativos e inativos e das empresas em órgãos colegiados da administração. 
 
Atividade proposta 
Reflita sobre o texto “Sujeito processual e deficiência social: as ‘condições 
peculiares do indivíduo’ como fatores determinantes da análise da deficiência 
nos processos previdenciários para fins de benefício assistencial”. 
Autora: Bianca Georgia Arenhart Munhoz da Cunha. 
 
Judicialização de conflitos indígenas 
Esta nova edição da Revista de Doutrina da 4ª Região apresenta o artigo 
“Judicialização de conflitos indígenas veiculados por meio de ações possessórias 
em face do cacique: possibilidade jurídica e limites da atuação judicial”. O 
trabalho, de autoria da Juíza Federal Substituta Priscilla Mielke Wickert Piva, 
aborda as restrições que usos, costumes e tradições impõem à intervenção da 
Justiça nessas disputas. Analisa a divergência entre um cacique e outro índio, 
ao qual é infligida a pena de expulsão da aldeia, e avalia a viabilidade jurídica 
de ajuizamento de ação possessória nesse caso. A magistrada examina a 
natureza jurídica da posse sobre as terras tradicionalmente ocupadas pelos 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22220000 
povos nativos – posse coletiva contraposta à pretensão de posse individual – e 
questiona: “Até que ponto o Poder Judiciário pode interferir na cultura 
indígena?”. 
 
A autora observa que, no Brasil, constituído como Estado multiétnico e 
multicultural é plenamente possível e conciliável a existência, paralelamente ao 
ordenamento jurídico sustentado pela Constituição Federal, de “uma enorme 
gama de regras que organizam centenas de formações indígenas ocupantes de 
toda a extensão do território nacional”. Elarecorda que a Convenção nº 169 da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) determina o respeito aos métodos 
pelos quais os índios recorrem tradicionalmente para a repressão dos delitos 
cometidos pelos seus membros, desde que não se contraponham à ordem 
jurídica nacional e aos direitos humanos internacionalmente consagrados. A 
aplicação das normas da comunidade esclarece a juíza, não representa o 
reconhecimento de um sistema jurídico próprio. A Constituição, destaca, 
assegura a esses grupos étnicos o direito à sua organização social, aos seus 
usos e aos seus costumes. 
 
Priscilla salienta que o Estatuto do Índio “possibilita à própria comunidade tribal 
aplicar as penalidades que entender necessárias à disciplina e à punição de 
seus membros, desde que tais penas não sejam de morte nem possuam caráter 
infamante ou cruel”. Ela aponta que há “um questionamento natural: se 
durante séculos os conflitos entre indígenas ocorreram sem que houvesse a 
necessidade de intervenção de um terceiro, teria o Poder Judiciário legitimidade 
para intervir nesses conflitos? Crê-se que há legitimidade, e a legitimidade 
emana da própria escolha do indígena atingido em acorrer ao Poder Judiciário”. 
Segundo ela, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos 
Indígenas traduz muito bem a dicotomia direito do Estado versus normas tribais 
e a aparente contradição entre esses termos. 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22221111 
Acesso à Justiça em questões previdenciárias 
Esta edição traz ainda como destaque o artigo “Prévio requerimento 
administrativo como condição para acesso ao Judiciário em matéria 
previdenciária: RE 631240-MG – repercussão geral”. O trabalho foi redigido em 
coautoria pelo Desembargador Paulo Afonso Brum Vaz, Corregedor Regional da 
Justiça Federal da 4ª Região, Mestre em Poder Judiciário pela FGV e 
Doutorando em Direito Público pela Unisinos; e pelo Juiz Federal José Antonio 
Savaris, Mestre em Direito Econômico e Social pela PUCPR, Doutor em Direito 
da Seguridade Social pela USP e Professor da Univali. 
 
O novo número totaliza 20 textos doutrinários, entre eles os de outros 16 
magistrados: os Juízes Federais Gerson Godinho da Costa, Andréia Castro Dias, 
Adriano Enivaldo de Oliveira (em parceria com o Advogado Fabrício Cagol), 
Gustavo Schneider Alves, Marcelo Adriano Micheloti, Fabio Nunes De Martino e 
Eduardo Correia da Silva; e os Juízes Federais Substitutos Graziela Cristine 
Bündchen Torres, Érico Sanches Ferreira dos Santos, Ricardo Alessandro Kern, 
Guilherme Gehlen Walcher, Christiaan Allessandro Lopes de Oliveira, Raquel 
Kunzler Batista, Stefan Espirito Santo Hartmann, Gabriele Sant’Anna Oliveira 
Brum e Raphael de Barros Petersen. 
 
Brasil e Haia 
O periódico apresenta também “A Conferência da Haia de Direito Internacional 
Privado: reaproximação do Brasil e análise das convenções processuais”, das 
Doutoras em Direito Nádia de Araújo e Daniela Vargas, ambas as Professoras 
do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-RJ. A coautora Nádia foi 
conferencista do Curso sobre Sequestro Internacional de Crianças, promovido 
pela Escola da Magistratura (Emagis) do Tribunal Regional Federal da 4ª Região 
no final de abril, em Florianópolis. 
 
Fonte: http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/ 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22222222 
Chave de resposta: A partir da leitura do artigo, pretende-se instigar o aluno 
a analisar criticamente a deficiência social, levando-se em consideração não só 
a limitação de saúde da pessoa, mas, também, a limitação imposta pela história 
de vida e pelo universo social. 
 
Aprenda Mais 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre INSS, autarquia federal especializada na matéria 
previdenciária, leia a Reclamação 4.374 Pernambuco de 26 de 
setembro de 2007, disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
IBRAHIM, Zambitte Fabio. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 
2013. p. 5. 
TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e assistência social: Legitimação 
e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 
215. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Igor, portador de alienação mental, acarretando impedimento de longo prazo, 
ajuíza ação em face do INSS pleiteando a concessão de benefício assistencial 
com base no Artigo 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Alega 
que mora com sua mãe, desempregada, e seu pai, já idoso, que recebe 
aposentadoria do INSS no valor de um salário mínimo, porém, tal valor é 
insuficiente para seu pai arcar com despesas de remédios e da manutenção da 
família. Para fins de concessão do benefício de prestação continuada LOAS, 
assinale a alternativa correta. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22223333 
a) Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 
¼ do salário mínimo. Esse critério, de acordo com entendimento recente 
do STF, não é absoluto, podendo ser conjugado com outros fatores 
indicativos do estado de miserabilidade do indivíduo e de sua família. 
b) Igor, além de ser incapaz, precisa comprovar a idade mínima de 65 anos 
para fazer jus ao benefício assistencial LOAS. 
c) O requisito da miserabilidade não pode ser comprovado por 
exclusivamente prova testemunhal. 
 
Questão 2 
Américo está tetraplégico, exigindo cuidados permanentes da mulher. Seus dois 
filhos, maiores de idade, moram com eles, trabalham na cidade, e cada um 
ganha um salário mínimo mensal. Nessa situação, por estar incapacitado para o 
trabalho, Américo procura seu advogado para saber se tem direito a receber o 
benefício de prestação continuada previsto na LOAS. Marque a opção correta. 
a) Américo tem direito a receber LOAS por ser a incapacidade para o 
trabalho requisito único para concessão do benefício assistencial. 
b) A renda de seus filhos maiores deve ser excluída do conceito de renda 
familiar por expressa disposição legal. 
c) Américo não tem direito ao benefício assistencial LOAS, porque precisa 
recolher contribuições sociais, já que a assistência social depende de 
contribuição direta do beneficiário. 
d) Américo, ainda que tetraplégico, deve comprovar que possui 
impedimento de longo prazo a fim de cumprir o requisito subjetivo. 
 
Questão 3 
Jurema, idosa, ex-esposa de Jorge, ao saber do óbito deste, procura um 
escritório de advocacia para saber sobre a possibilidade de buscar, junto ao 
INSS, pensão por morte. Na consulta, é informada que é beneficiária do LOAS e 
recebe valor de um salário mínimo. Marque a opção correta. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22224444 
a) Não há possibilidade de ser concedida pensão por morte à Jurema, haja 
vista existir regra vedando a acumulação na percepção de LOAS com 
pensão por morte. 
b) Há possibilidade de receber conjuntamente LOAS e pensão por morte, 
pois ambos têm natureza jurídica diversa. 
c) Sendo o LOAS benefício pago a qualquer idoso, conforme Estatuto do 
Idoso, não há impedimento para a percepção da pensão por morte. 
 
Questão 4 
Jorge, menor impúbere e portador de Síndrome de Down, necessita de 
cuidados constantes de sua mãe, que não trabalha para cuidar do menino. Seu 
pai, João, trabalha como pedreiro e aufere a renda bruta de R$ 642,88, valor 
este que, com os descontos de contribuição previdenciária e sindical, decresce 
para R$ 572,81. Os três moram num imóvel não próprio, sendo que João 
custeia despesas fixas de aluguel (contrato de locação), suprimento de água e 
energia elétrica, além das despesas com o sustento da esposa e do filho, 
ressaltando que este se submete a um tratamentoespecial em razão da doença 
de que é portador. Marque a opção correta. 
a) A realidade do núcleo familiar do requerente permite que se conclua pelo 
atendimento do requisito da hipossuficiência financeira, haja vista que se 
trata de família de 03 (três) pessoas, em que somente o cônjuge varão 
exerce atividade laborativa, havendo presunção absoluta de 
miserabilidade. 
b) A renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo gera presunção 
absoluta de miserabilidade, sendo critério absoluto, de forma que a 
renda superior a esse patamar afasta o direito ao benefício. 
c) A despeito de o núcleo familiar não se encontrar na linha de extrema 
pobreza, os sinais de condições socioeconômicas do requerente 
afiguram-se insuficientes para afastar a presunção de risco social (estado 
de miserabilidade, hipossuficiência econômica ou situação de 
desamparo) delineada pelo legislador. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22225555 
Questão 5 
Juanita recebe benefício assistencial por ser idosa e miserável. No segundo 
semestre de 2013, conhece Mário e com ele se casa no dia 02/01/2014. Em lua 
de mel, proporcionada por amigos de Mário, Juanita sofre um acidente e vem a 
falecer. Juanita deixou dois filhos maiores de pai desconhecido. Marque a 
alternativa correta. 
a) O benefício de Juanita se transmite a Mário pela inexistência de filhos 
menores. 
b) O benefício de Juanita é intransferível. 
c) O benefício de Juanita é intransferível, porque não foi realizado 
testamento. 
d) O benefício de Juanita é transferível somente para os filhos, 
independentemente da idade. 
 
Chaves de resposta 
Aula 1 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: STF, Reclamação nº 4.374-PE. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: Artigo 20, caput, e Artigo 2º da Lei nº 8.742. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: Artigo 20, § 4º, da Lei nº 8.742 – O benefício de que trata este 
artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito 
da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e 
da pensão especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011). 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22226666 
Questão 4 - C 
Justificativa: trf2 – 201302010002159 - previdenciário. Processual civil. 
Restabelecimento de benefício assistencial – loas. Menor impúbere com 
síndrome de down que necessita de cuidados constantes. Incontroversa em 
relação à incapacidade. Condições socioeconômicas do núcleo familiar que 
confirmam a necessidade do benefício. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Conforme Artigo 48, II, do Decreto nº 6.214, de 2007, o 
pagamento do benefício cessa em caso de morte do beneficiário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22227777 
Aula 2: Regime Geral de 
Previdência 
Introdução 
Hoje é a nossa segunda aula! O Direito Previdenciário é uma matéria 
interessante e vocês perceberão, no decorrer do curso, que é muito importante 
conhecermos tal disciplina, pois em muitas relações jurídicas do dia a dia 
precisaremos do Direito Previdenciário! 
 
Hoje iremos falar sobre os regimes previdenciários básicos e complementares, 
bem como estudar a relação jurídica previdenciária e os sujeitos protegidos 
nesta relação. 
 
Objetivo: 
1. Identificar os sujeitos protegidos na relação jurídica previdenciária do 
regime geral de previdência social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22228888 
Conteúdo 
Regime Previdenciário (conceito e benefícios essenciais) 
Regime previdenciário é aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras 
da relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que têm 
vinculação entre si, em virtude da relação de trabalho ou da categoria 
profissional a que está submetida. 
 
Garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente 
observados em todo o sistema de seguro social – aposentadoria e pensão 
por falecimento do segurado. 
 
Recapitulando 
No conceito, vimos que são benefícios essenciais a aposentadoria e a pensão 
por morte. Por quê? Vamos voltar ao que foi dito na aula passada sobre os 
princípios. Vimos que o Estado deve garantir o mínimo existencial por conta 
do postulado da dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da 
República Federativa do Brasil (CF, Artigo 1º, III). 
 
E por conta da dignidade da pessoa humana, que pressupõe consideração pela 
vida e pela integridade do ser humano, o Estado deve garantir condições 
básicas para uma existência na qual se possa exercer a liberdade e 
receber respeito como pessoa dotada de razão. Portanto, cabe ao Estado 
criar mecanismos de proteção do homem. 
 
Qual seria então a configuração mínima de previdência suficiente para garantir 
a dignidade humana? O que seria previdência como direito fundamental? 
Para a maioria da doutrina, previdência social, como direito social fundamental, 
deve ter uma configuração mínima de garantia da dignidade da pessoa 
humana, devendo oferecer dois benefícios essenciais: a aposentadoria ao 
segurado e a pensão por morte dependente do segurado falecido. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22229999 
Assegurada essa configuração mínima (mínimo existencial), da qual o Estado 
não pode se furtar, a proteção perde o caráter de fundamentalidade e passa a 
ser merecedora de proteção na medida das possibilidades orçamentárias do 
Estado. 
 
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência 
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência, veja quais são estes 
sistemas: 
 
Regime próprio 
Um destinado aos servidores com vínculo efetivo com a Administração e 
mantido pelas entidades federativas (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios), intitulado de regime próprio de previdência social; 
 
Regime Geral de Previdência Social 
E outro, instituído em benefício dos trabalhadores da iniciativa privada, gerido 
por uma autarquia federal - o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 
denominado Regime Geral de Previdência Social. 
 
Ambos caracterizam-se por serem administrados pelo Estado, pela natureza 
institucional do vínculo mantido com os segurados, pela obrigatoriedade de 
filiação e pelo custeio obtido mediante cobrança de contribuições sociais. 
 
Regime Geral de Previdência Social 
Artigo 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, 
à: 
 
I. Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II. Proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III. Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33330000 
IV. Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; 
V. Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2o. 
 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é um seguro social público gerido 
pelo INSS, autarquia federal responsável pela concessão de serviços e 
benefícios do RGPS. 
 
O RGPS que abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa 
privada, ou seja: trabalhadores que possuem relação de emprego regida pela 
CLT, pela Lei nº 5.889/73 (empregados rurais) e pela Lei nº 5.859/72 
(empregados domésticos); os trabalhadores autônomos, eventuais ou não; os 
empresários, titulares de firma individual ou sócios gestores e prestadores de 
serviços;trabalhadores avulsos; pequenos produtores rurais e pescadores 
artesanais trabalhando em regime de economia familiar. 
 
O RGPS é regido pela Lei nº 8.213/91, sendo de filiação compulsória e 
automática para os segurados obrigatórios, permitindo ainda que pessoas que 
não estejam enquadradas como obrigatórios e não tenham regime próprio de 
previdência se inscrevam como segurados facultativos, passando também a 
serem filiados ao RGPS. É o único regime previdenciário compulsório brasileiro 
que permite a adesão de segurados facultativos, em obediência ao princípio da 
universalidade do atendimento (Artigo 194, I). 
 
Regimes Próprios de Previdência Social 
Artigo 40, caput, da CF, estabelece que para os agentes públicos titulares de 
cargos efetivos, bem como para os ocupantes de cargos vitalícios (magistrados, 
membros do MP e Tribunal de Contas) deve haver Regimes Previdenciários 
Próprios. Portanto, há um estatuto próprio dispondo sobre direitos 
previdenciários e regras de participação no custeio do regime diferenciado. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33331111 
Artigo 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. 
 
No que tange aos Regimes Próprios de Previdência Social, os sujeitos 
protegidos nesta relação jurídica são os agentes públicos ocupantes de cargos 
efetivos e vitalícios, sendo que as regras de aposentadoria sempre foram 
diferenciadas dos trabalhadores de iniciativa privada, sendo traços marcantes 
até a reforma constitucional: 
 
Fixação de base de cálculo da aposentadoria com base na última remuneração 
(integralidade), e não uma média de remunerações auferidas como no RGPS; 
 
Regra de paridade em que se estabelecia o reajuste dos proventos de 
aposentadoria e pensões no mesmo índice e na mesma data em que fossem 
reajustados os servidores públicos na atividade. 
 
O Artigo 40, caput, estabeleceu que para os agentes públicos ocupantes de 
cargos efetivos, bem como para os ocupantes de cargos vitalícios (magistrados, 
membros do MP e Tribunal de Contas) deve haver Regimes 
Previdenciários Próprios. Portanto, há um estatuto próprio dispondo sobre 
direitos previdenciários e regras de participação no custeio do regime 
diferenciado. 
 
Regime previdenciário próprio: 
(A aposentadoria do servidor, ao contrario do que ocorre na iniciativa privada, 
ROMPE a relação laborativa entre o servidor publico e o ente da federação, pois 
a aposentadoria é caso de vacância do cargo publico (lei 8112, Artigo 33, VII)). 
Com a reforma, Os servidores que tiverem preenchido os requisitos para 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33332222 
aposentadoria sob as regras anteriores à aprovação da reforma continuarão a 
ter os proventos calculados com base na última remuneração recebida em 
atividade (integralidade). E as aposentadorias e pensões assim garantidas serão 
reajustadas na mesma época e pelos mesmos índices aplicados às 
remunerações dos funcionários ativos (paridade). A matéria foi regulamentada 
pela Lei 10.887, de 18.06-2004, no Artigo 1º: 
 § 1o As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos 
proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo 
com a variação integral do índice fixado para a atualização dos 
salários-de-contribuição considerados no cálculo dos benefícios do 
regime geral de previdência social. 
 § 2o A base de cálculo dos proventos será a remuneração do 
servidor no cargo efetivo nas competências a partir de julho de 1994 
em que não tenha havido contribuição para regime próprio. 
 § 3o Os valores das remunerações a serem utilizadas no cálculo de 
que trata este artigo serão comprovados mediante documento 
fornecido pelos órgãos e entidades gestoras dos regimes de 
previdência aos quais o servidor esteve vinculado ou por outro 
documento público, na forma do regulamento. 
§ 4o Para os fins deste artigo, as remunerações consideradas no 
cálculo da aposentadoria, atualizadas na forma do § 1o deste artigo, 
não poderão ser: 
I. Inferiores ao valor do salário-mínimo; 
II. Superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, 
quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao 
regime geral de previdência social. 
 § 5o Os proventos, calculados de acordo com o caput deste artigo, 
por ocasião de sua concessão, não poderão ser inferiores ao valor do 
salário-mínimo nem exceder a remuneração do respectivo servidor 
no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria. Portanto, também 
no tocante ao valor da aposentadoria, as regras da EC. 41, de 2003, 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33333333 
limitam o seu valor máximo à remuneração do cargo efetivo do 
próprio servidor requerente (Artigo 40 § 2º). 
 
Regras importantes 
Se o servidor público ocupante de cargo efetivo (procurador federal) exerce 
atividade paralelamente na iniciativa privada (professor da Estácio), sujeita-se à 
filiação em dois regimes de previdência social, pois há filiação obrigatória em 
relação a cada uma das atividades desempenhadas. 
 
Artigo 201. § 5o. É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na 
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de 
previdência. 
 
Por fim, vamos trazer uma inovação da EC. 41 em relação ao regime 
previdenciário próprio do servidor público, que foi palco de muitas polêmicas, 
culminando em ADI no STF: 
 
Obrigatoriedade de contribuição previdenciária tanto para os servidores na ativa 
quanto para uma parte de inativos, haja vista que o regime próprio tem caráter 
contributivo e solidário. 
 
Vamos ilustrar o tema com uma história bem conhecida: Quando um 
servidor público federal se aposenta, ele sempre terá em seus proventos 
desconto proveniente de recolhimento de contribuição previdenciária? 
 
Tudo vai depender do momento em que houve a cobrança. 
Portanto, a resposta mais correta é aquela que aborda a evolução da legislação 
sobre o assunto, haja vista que a questão não traz a época em que foram 
efetuados os descontos previdenciários no contracheque do servidor 
aposentado. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33334444 
E, nesse ponto, é fundamental saber o princípio da solidariedade como 
fundamento de ordem constitucional em nosso ordenamento jurídico com a 
publicação da EC. 41/2003. 
 
Artigo 1º da Lei nº 9.783, de 28 de janeiro de 1999. 
Primeiramente, devemos trazer à baila o disposto no Artigo 1º, da Lei nº 9.783, 
de 28 de janeiro de 1999, em sua redação original: 
 
Artigo 1º. A contribuição social do servidor público civil, ativo e inativo, e dos 
pensionistas dos três poderes da União, para a manutenção do regime de 
previdência social dos seus servidores, será de onze por cento, incidente sobre 
a totalidade da remuneração de contribuição, do provento ou da pensão. 
 
O STF, diante da existência de efetiva controvérsia judicial em torno da 
legitimidade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal, se 
pronunciou em ADC 8, no sentido de que a Lei nº 9.783/99 (Artigo 1º), ao 
dispor sobre a contribuição de seguridade social relativamente a pensionistas e 
a servidores inativos da União, regulou, indevidamente, matéria não autorizada 
pelo texto da Carta Política, eis que, não obstante as substanciais modificações 
introduzidas pela EC 20/98 no regime de previdência dos servidores públicos, o 
CongressoNacional absteve-se, conscientemente, no contexto da reforma do 
modelo previdenciário, de fixar a necessária matriz constitucional, cuja 
instituição se revelava indispensável para legitimar, em bases válidas, a criação 
e a incidência dessa exação tributária sobre o valor das aposentadorias e das 
pensões. 
 
O regime de previdência de caráter contributivo, a que se refere o Artigo 40, 
caput, da Constituição, na redação dada pela EC 20/98, foi instituído, 
unicamente, em relação "Aos servidores titulares de cargos efetivos...", 
inexistindo, desse modo, qualquer possibilidade jurídico-constitucional de se 
atribuir, a inativos e a pensionistas da União, a condição de contribuintes da 
exação prevista na Lei nº 9.783/99. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33335555 
Interpretação do Artigo 40, §§ 8º e 12, c/c o Artigo 195, II, da Constituição, 
todos com a redação que lhes deu a EC 20/98. 
 
Leia mais sobre este assunto: 
 
Regime previdenciário próprio continuação: 
Artigo 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. 
 
Surgiu então a matriz constitucional dando respaldo para que a legislação 
ordinária instituísse a contribuição previdenciária sobre inativos e pensionistas. 
Só que como já analisamos o Artigo 1º da lei 9.783 já continha vicio de origem. 
E aí veio a lei 10.887, de 2004 trazendo o respaldo legal para a cobrança, 
porém obedecendo ao previsto no Artigo 40, § 12 da CF (Ao regime de 
previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que 
couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência 
social), institui a contribuição previdenciária sobre o valor da parcela dos 
proventos de aposentadorias e pensões que supere o limite máximo (teto) 
imposto pelo RGPS. 
 
Artigo 5° Os aposentados e os pensionistas de qualquer dos Poderes da União, 
incluídas suas autarquias e fundações, contribuirão com 11% (onze por cento), 
incidentes sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas de acordo com os critérios estabelecidos no art. 40 da Constituição 
Federal e nos Artigos 2° e 6° da Emenda Constitucional no 41, de 19 de 
dezembro de 2003, que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios 
do regime geral de previdência social. O fato é que: 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33336666 
A cobrança de contribuição dos já aposentados e pensionistas não agride a 
regra constitucional da irredutibilidade de remuneração (Artigo 37, XV), tendo 
em vista que a proteção somente resguarda o valor bruto do estipêndio, que 
não será alterado (irredutibilidade nominal). 
 
Tampouco há desrespeito a eventual direito adquirido (Artigo 5º, XXXVI), 
porquanto não há garantia à manutenção de determinado regime jurídico 
contra incidência nova de tributo cuja cobrança é permitida pela Constituição. 
O STF, com base nesses argumentos, julgou constitucional a cobrança da 
contribuição previdenciária sobre proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas no regime próprio de previdência, conforme ementas das Adins 
3105 e 3128. 
 
1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. 
Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição 
previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não 
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. 
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucional 
nº 41/2003 (Artigo 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos 
geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. 
Inteligência dos Artigos 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, 
II e § 6º, da CF, e Artigo 4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico 
vigente, não há norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição 
jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar 
direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos 
respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou 
ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdência. 
 
Noutras palavras, não há, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurídica 
válida que, como efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize 
os proventos e as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33337777 
constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde não 
haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento. 
 
2. Inconstitucionalidade. Ação direta. Seguridade social. Servidor público. 
Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de 
contribuição previdenciária, por força de Emenda Constitucional. Ofensa a 
outros direitos e garantias individuais. Não ocorrência. Contribuição social. 
Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de 
imunidade tributária absoluta. Regra não retroativa. Instrumento de atuação do 
Estado na área da previdência social. Obediência aos princípios da solidariedade 
e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem como aos objetivos constitucionais de 
universalidade, equidade na forma de participação no custeio e diversidade da 
base de financiamento. Ação julgada improcedente em relação ao Artigo 4º, 
caput, da EC nº 41/2003. Votos vencidos. Aplicação dos Artigos 149, caput, 
150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, e 201, caput, da CF. 
 
Não é inconstitucional o art. 4º, caput, da Emenda Constitucional nº 41, de 19 
de dezembro de 2003, que instituiu contribuição previdenciária sobre os 
proventos de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e 
fundações. 3. Inconstitucionalidade. Ação direta. Emenda Constitucional (EC nº 
41/2003, Artigo 4º, § único, I e II). Servidor público. Vencimentos. Proventos 
de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição 
previdenciária. Bases de cálculo diferenciadas. Arbitrariedade. Tratamento 
discriminatório entre servidores e pensionistas da União, de um lado, e 
servidores e pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de 
outro. 
 
Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária, que é particularização 
do princípio fundamental da igualdade. Ação julgada procedente para declarar 
inconstitucionais as expressões "cinquenta por cento do" e "sessenta por cento 
do", constante do Artigo 4º, § único, I e II, da EC nº 41/2003. Aplicação dos 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33338888 
Artigos 145, § 1º, e 150, II, cc. Artigo 5º, caput e § 1º, e 60, § 4º, IV, da CF, 
com restabelecimento do caráter geral da regra do Artigo 40, § 18. São 
inconstitucionais as expressões "cinquenta por cento do" e "sessenta por cento 
do", constantes do § único, incisos I e II, do Artigo 4º da Emenda 
Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e tal pronúncia restabelece o 
caráter geral da regra do Artigo 40, § 18, da Constituição da República, com a 
redação dada por essa mesma Emenda”. 
 
(ADC 8 MC / DF - DISTRITO FEDERAL, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, 
Julgamento: 13/10/1999, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação DJ 04-
04-2003). Artigo 40 da CF, com a redação da EC.20, de 16-12-2008.

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